A
X. ALGO...
Eu empresto aqui a dedicatória de Saint Exupéry para dizê-la de outra forma: peço perdão às crianças por haver dedicado esse livro à pessoa de um grande vilão. Eu tenho um sério motivo, este grande vilão é o melhor inimigo que eu tenho no mundo e também tenho outra desculpa, ele pode queimar tudo até os livros para as crianças e, ainda, uma terceira, esse grande vilão mora em Babel onde tem fome e sede. É necessário denunciá-lo em todo o país. Se todas essas escusas não forem suficientes, quero dedicar este livro à criança que foi a pessoa deste grande vilão. Todos os grandes vilões já foram crianças. (mas poucos o recordam). Corrijo então minha dedicatória:
A
X. Algo...
“QUANDO ERA CRIANÇA”
CAPÍTULO 1
Salem emerge por entre as sombras. Tio Sami toca ao piano. Samara ri: - Dá-me o prazer Salem, vamos dançar?
Eu posso ouvir o seu riso, ela é ainda uma menina e ri sem parar... Falta ar aqui dentro! diz. Um grito escapa-lhe dos lábios:
-Mas, de onde vem este barulho?!
O rosto dela transfigura-se, as palavras estrangulam-se em sua garganta. Salem sorriu estranhamente.
+O que você tem?
- Sua presença me incomoda como ele se chama?
+ Sami qualquer coisa...
- Eu só peço que deixem-me tranqüila!
Está começando a anoitecer, os sons rasgam os tímpanos.
- O que é todo esse barulho? Este jogo dele é instintivo! diz ela a si mesma. Ele perde-se, odeio isto, apertei-lhe a mão, ele é conhecido como o lobo branco, gosta de trabalhar com ruído de fundo. A propósito você leu esse livro? Como eu disse: << o fato é que ele não foi feito para esse trabalho, mas... >> se alguém compreende isso é realmente você, Samara! Ele é só um indivíduo divertido, um unicórnio, um lobo disfarçado em pele de cordeiro. Tio Sami, nada o deterá. Há alguma coisa nele que eu não gosto.
– Nenhuma palavra mais, por favor, o tempo promete esquentar! Essas plantas têm medo do fogo.
- Até logo, diz ela retirando-se.
- Ok Samara! feche a porta atrás de você!
CAPÍTULO 2
No dia seguinte, onde estaria Samara?
- Ela está no andar superior, Óvni, mas, por que está demorando tanto? Sofro em vê-la tão triste.
Um clima de incertezas havia se instalado no país desde aquela manhã. O calor fazia-se insuportável e Samara não havia chegado ainda. Mas, onde ela poderia estar?
- Deixa-me dizer-lhe querido Óvni, mas, este seu atraso me dá muito medo, porque não é de seu estilo demorar-se tanto assim. Há alguma coisa que vai mal.
* Abra a porta Samara, sou eu!
Ela não está em seu quarto! Só um silêncio de morte, não há nenhum sinal de vida na casa que exala profunda tristeza. É idiotice esperar ainda mais tempo aqui sem fazer nada.
* O que é que se passa?
- Eu a quero! Quero esta pequena princesa de Babel. Ela brilha não só por sua beleza, mas, também, por sua amabilidade que todo mundo aprecia muito. É inteligente, bonita e muito adiantada para sua idade. E, quanto a tio Sami... este canta mal! É ele quem está por detrás de tudo isto.
- Fala sério? replica Óvni.
* Creio que sim.
Samara estaria numa esquina? Havia cartazes por todas as paredes, mas, não havia ninguém, ninguém, exceto ele e uma tempestade de areia em deredor dos Jardins Suspensos da Babilônia. O tempo parecia haver parado. Uma vez mais minha cabeça girava.
De quem são essas luvas?
CAPÍTULO 3
A explosão ressoa por toda a cidade.
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O sol se põe cedo.
CAPÍTULO 4
- Que dia! Eu não vejo mais os meus amigos! Estamos sendo seguidos, Óvni! É a calma que precede a tempestade, Ok! um pouco de esporte, relaxa.
Bomba de efeito retardado. Chuvas ácidas. Um véu de fumaça. As árvores se despem de suas folhas.
Tio Sami pode bem desculpar-se, mas não lhe perdoarei. É aqui que nossos caminhos separam-se. Não estou sob suas ordens tio Sami! Eu sei que ele é esquisito e dizem que é louco.... (Salem e Samara prometeram-se nunca separar-se, mas...)
- Regressar à Babel é verdadeiramente o mínimo que você pode fazer por ela, diz Óvni. É agora ou nunca, é a ocasião, pois é ela quem dirigirá o planeta.
*Você tem razão, Óvni! Babel é onde eu moro. “Eu gosto muito de Babel”! Samara o diz,ela faz-me falta, por onde teria passado?
- Isso é o labirinto: uma película rica em “não ditos” diz Óvni. Tudo o que há de interessante nesta película é a queda da Estátua de Açúcar.
- Falou-me muito de vocês Senhor Sei. Tudo deveria pensar um pouco nos outros, para eu ser Presidente da República ou Imperador, dó, ré, mi, é um trabalho de amador.
Tio Sami até onde irá? Ele, também, joga às escondidas em nome da lei. deverá aumentar de agora em diante, diz Óvni.
– Sabe das últimas notícias, Salem? A poluição deverá aumentar de agora em diante, diz Óvni.
- Não se mova ou eu atiro! Sou eu quem decide aqui. É fácil criticar, não! Eu posso nadar.
- Mas, de onde saiu você?
Tem o nariz vermelho e sua timidez se oculta por detrás de certa rudeza.
- Ah, sim, ok! Isto não é para criticar-lhe, mas... Desculpe-me! Retrocedamos! Tanto pior para você Senhor Sei. Tudo. Vamos, opa! Todo mundo fora! Adeus! Você tem toda a vida pela frente: dó, ré, mi! Mas, está faltando um botão em sua jaqueta.
A parede nos oculta a visão. O Senhor Sei. Tudo cheio de si imagina tudo saber.
- Para entrar na história ou na lenda é suficiente pressionar o nariz. Até logo Senhor Sei. Tudo, até logo tio Sami! Eles não sabem o que fazem, é nulo tanto um quanto o outro e não se suportam mais, ambos já quase morreram.
Estou no capítulo 4. A que distancia nós estamos do final?
- 1001 kilometros... Muito bem! Este trajeto nos distancia do centro da cidade.
Óvni ri: - Escutem bem! diz. - Quem vem conosco? Todas as flores meninos e meninas assentiram com a cabeça: “Oh, sim”! A borboleta fez um sinal de Ok com um sorriso. O asno se pôs a zurrar: ok!
O gato a miar: ok!
O cavalo a relinchar: ok!
O pato a grasnar: ok!
O cervo a bramir: ok!
O cão a latir: ok!
O elefante a trombetear: ok!
O sapo a coaxar: ok!
A leoa a rugir: ok!
A andorinha a gorjear: ok!
O lobo a uivar: ok!
A ovelha a berrar: ok!
O pássaro a cantar: ok!
A galinha a cocoricar: ok!
A serpente a silvar: ok!
A vaca a mugir: ok!
O diabo só se põe a gritar e a mim, você esquece? Enfim, não digo não, mas... As pessoas interessadas ou os galos de briga se escondem atrás da Estátua da Liberdade, não muito longe do Arco do Triunfo.
CAPÍTULO 5
No exterior não é nada, apenas uma briga de galos, como uma máscara de carnaval ou um céu sem estrelas! Cidade armada. Aparentemente uma boa película cinematográfica, mas, não é um filme para crianças, há demasiada violência nele. Os outros estão sempre atrás de qualquer coisa da vida ou da morte, assim é a vida, querelas:
- Assunto de querelas: Depois de Gorbachov ou depois de mim o dilúvio! O non sense é estrita verdade. Se eu fora eles, eu seria desconfiado, mas... Diversas soluções são possíveis, mas... Eu tenho toneladas de coisas para fazer, mas... Vim o mais rápido que pude, mas... Isto está além de mim, excede-me!
Eu não gosto de mim dentro dessa jaqueta, de qualquer lugar para onde se olha se vê a miséria. E, se mudarmos de assunto? “Nunca”! Exclamou. Essas questões são temas que devem nos preocupar.
No exterior uma cidade com muros ao redor dela, sitiada, sob pena de morte. Os pontos principais são enterrados com detalhes. A água transborda do vaso. A paisagem passa a toda velocidade. Um ininterrupto desfile de soldados, brincando com o fogo, um apelo às armas.
Há alguns metros em cada esquina das ruas centenas de crianças morrem, pessoas de todas as idades estão caindo como moscas. Crimes de guerra, lei da selva. Inconsciente coletivo! Isso me arrebenta o coração. Há disputa de um contra o outro. Há entre eles alguém que fale de “Amor” e somente de “Amor”?! Faltam poucas páginas, falta um botão na jaqueta. Não me gosto dentro desta jaqueta.
CAPÍTULO 6
Os soldados destroem tudo na passagem.
Eu comi tanto que vomitei. Hoje, eu vomito tudo o que eu como. O que há como bebida? Toma esta taça! Coquetel de frutas ou um bom coquetel molotov? Você está brincando ou o quê? Este não é o momento para brincadeiras querido amigo Elefante! Eu prefiro um chá, um pouco de água doce ou uma outra chávena de chá! É uma bebida que sacia. Abra a janela, por favor, eu preciso de um pouco de ar fresco.
- Evitar a morte é toda uma arte!
Tio Sami, oh! É como um simples executante, mas, ele só pensa nele. Ele tem uma mancha de petróleo, algures, em algum lugar onde você nunca foi... O Senhor Sei. Tudo, também. Eu sei de que estou falando. Ele e seus companheiros quase matam-me! Eu compreendo seu avô, mas, eu não lhes entendo, brincar de heróis até onde? Isso é estranho!
A guerra do Golfo, esta falsa guerra, eu jamais vi uma coisa similar. Ponto. É tudo!
CAPÍTULO 7
Vejo-o que vem. O corte de cabelo à Travolta arredonda-lhe o rosto. Ele procura alguém para jogar. O Senhor Sei. Tudo é o melhor colocado para jogar com ele.
*Ele está ali.
- Quem vem lá?
* Afinal, seu nome não me lembra nada. Tio Sami é apenas um passageiro como os outros, de modo que, para chegar a ser um vaqueiro como ele é de seu mais estrito direito. Ele chega a todos que fazem cocô para enganar, mas matar um pássaro a golpes de revolver no centro da cidade à vista de todos é imperdoável!
Uma informação de última hora: os acontecimentos estão se precipitando... Vejo-o vindo. Hino internacional. Ele levanta o copo e todos o seguem. Tanto as mulheres como os homens, todos fazem os pratos, você como os outros. Todos os testemunhos coincidem, os seus interesses, também. Você o imagina com as crianças! Um homem de grande cultura como ele. Caráter de cera.
- Um momento Vossa Majestade! Não utilize a toalha de rosto dos outros, não é limpo! A meu ver, Tio Sami, vê todo o mundo quase sem distinção de raça ou de cor, há, há, há! É a sua maneira de ver as coisas, mas ele não suporta ser contrariado. Ele tem uma miríade de amigos, mas, hoje ele não está em seu estado normal. Circulem! Não há nada para ver!
- Mas, quem jogou aquele sapato? Para quem é? Eu vi tio Sami com meus próprios olhos, eu o vi cair parecido com Bagdá e correr para sair.
Uma cortina de silencio mortal! Às portas do deserto, uma palmeira tomba. Sapatos voam.
CAPÍTULO 8
Os dias sucedem-se e não se assemelham. O sol atravessa as nuvens. Uma outra bandeira tremula sem rugir, em plena cidade.
Era uma vez um Tsunami! DÓ, RÉ, MI! Era uma vez um cow-boy que se chamava Sami Alguma Coisa... Era uma vez um Senhor Sei.Tudo que se chamava Salem Alguma Coisa... Mas, se eu tivesse que refazer tudo...diz Óvni e um sorriso se desenha entre seus lábios, a partir de agora, sou eu, o Óvni, o unicórnio desse planeta quem decide. Em nosso país e no estrangeiro sou eu e serei eu mesmo.. Não posso duplicar-me. Eu posso não ser rico como tio Sami mas... com este chifre polivante sinto o chão tremer. Mas, devemos fazer bem feito com ele. Quem sou eu, em última instância? Bem...eu sou um, dos maiores, senão o maior, ou se você quiser, também, eu sou...um dos pequenos, o menor dos menores, fiquem onde estão queridos amigos, órfãos do mapa!
Há ainda muitas coisas a fazer. É de meu dever dizê-lo a vocês. Mas... Que isto permaneça entre nós, ok? Nossa estratégia, agora, aqui, no seio de nossos Jardins Suspensos é a seguinte: - Não há mais tempo a perder; vamos saltar direto à página 1000 de um futuro ao alcance da mão; amar sem perder a bússola é tudo que há de mais simples; fazer-se útil, com amor, sem que ninguém saiba; ter as qualidades de um chefe de estado enquanto se pratica a política de uma família quase perfeita, pequena, mas, grande como um corpo sem complexos; ser artista da alma e fazer o necessário sem queixas contra a natureza; fazer o modesto guardando ao mesmo tempo o equilíbrio de entre terra e céu; negociar na vida sempre cheia de nuances com um sorriso nos lábios; divorciar-se com pobreza, a chave pode estar em algum lugar onde jamais esteve. Fazendo isso, é necessário ver, e o que importa, é que aqui estamos, bem aqui está o segredo. E, para começar digo-lhes que há oito portas a cruzar, aqui e agora. Então, você me entende?
CAPÍTULO 9
Os nossos olhares cruzam-se. Um leve sorriso apareceu em seus lábios. A porta da fonte é ali mesmo, digo-lhe. De que se trata? . Nós temos que nos despacharmos, não há tempo a perder.
O jardineiro pergunta-lhe: - Mas o que aconteceu ali?
* Eu não tenho a menor idéia, responde a criança. Não posso responder por que eu não assisti a cena, além do que, eu não quero saber.
É apenas uma criança de quinze anos de natureza temerosa. Um belo dia, ela decidiu abandonar o lar. Julgaram-na insana. Um livro na mão, ela deixou-se guiar pela intuição. Nada a deteve.
A porta da fonte conduz a um jardim de dez hectares de comprimento. Esse jardim é tal qual um labirinto parasídiaco sobre a terra. Quanto mais vamos para o sul, mais os dias se alongam. Nenhuma noite. Sublime!
Wellwell tem o hábito de conjugar ao presente seus gestos, enquanto dança e canta, mas, ao mesmo tempo, ele deixa os verbos de cinco sentidos tais como são.
Um tempo de pausa. Que horas são? O tempo congela, é porque os verbos conjugam-se ao infinito.
– Eu tenho a impressão de ressuscitar, diz Wellwell e aqui estou, novamente, curioso para ver as coisas tais como elas são, estou curioso para tropeçar sobre e contra, de saltar com ambos os pés, ambas as mãos, de subir e descer e correr a colina plantada de árvores, de navegar o jardim em busca de Shakespeare, de viver com os pássaros uma história que termina bem e sempre conduzido pela curiosidade, tentar semear qualquer coisa, um sonho, por exemplo, que não perturbe a flor que dorme, para fazer um ninho, ao abrigo de qualquer suspeita, por dois pássaros que se amam... Ah! Eu bati a cabeça contra a parede. O sol está declinando. Tudo tem um fim, mas, onde é a fonte? Ouço uma voz ao longe:
* Onde nosso amigo poderia muito bem passar?
- É meu amigo Óvni! Ele vem até mim.
Ao sair do jardim uma criança com uma camisa aberta até o umbigo atirou-me algumas pedrinhas.
- Um momento! Eu vou lhe tirar o desejo de recomeçar, eu digo. *É vergonhoso correr atrás dele!
- De que se trata?
*É apenas uma criança desobediente, me diz Óvni. É um ciumento!
CAPÍTULO 10
Oito maravilhas a dês-cobrir! Vamos ver! Ontem eu vi o jardim da Fonte e ainda há outras sete maravilhas para se ver durante a minha permanência aqui em Babel e isto não se tem todos os dias! Cada jardim esconde uma aldeia em férias à parte. Hoje é a Porta de Seda. Quem não conhece esta porta?
(O jardineiro fez uma calorosa acolhida a Wellwell:) - Ahlan wa sahlan! Bem vindo ao Jardim de Seda! Eu posso esgueirar-me por entre as árvores, os pássaros não cessam de cantar: cui-cui! É dizer sim, sim!
Os pássaros desse jardim se contam aos milhares. Mas, “nunca dizem não” isso me parece estranho. Desde o início, é-me proibido dizer não nesse jardim. Dizer não, é pro-i-bi-do! As pessoas aqui se contam aos milhares, mas, nenhuma delas se atreve ou ousa dizer não. Enfim, não vou dizer não, mas... Se eu ousar dizer, ao menos digo não sem falar, mexendo com a cabeça ou por índice.
Um arco-íris se desenha no horizonte.
As cores ficam bem em conjunto sob os olhos da águia. Um cão abana a cauda: Bem Vindo Senhor! Assim é a Porta de Seda, desse estranho sim sedoso. Como é aborrecido! Mas... É isso, um ponto, é tudo! Aqui, todos têm direito ao voto somente para o sim, nosso leão morreu. Sua morte nos deixou um vazio, diz o jardineiro. A águia é rei. Não pobres, não ricos, assim nada de valas entre ricos e pobres. Nós temos dessa forma, nossas regras as quais concernem somente a nós. Aqui, os frutos são divididos em partes iguais. Entre parênteses, nos somos quase um tanto parecidos e similarmente nos vestimos. Não temos necessidade deste suposto dado, nós temos o nosso. Este jardim é nosso e conosco em majestade, nós todos falamos só em voz baixa e não podemos exceder a dose prescrita (na cabeça), é nosso caminho a seguir.
A explosão ressoa na aldeia global, o ar fica pesado e não mais respirável. Uns dizem isto, outros dizem aquilo, dependem-se uns dos outros. Mas, contra toda a lógica a razão do mais forte é sempre a melhor. Eu sei o que se passa, diz o jardineiro suspirando, estas descobertas desde a guerra do Golfo nos permitem pensar que D como demônio ou D como democracia não é mais do que um simples acessório, Incapaz de covardia, essa águia é como um manequim, um simples manequim. Tenho cãibras de estômago, eu digo. Devo partir. Tome isto, este suco de fruta vai aliviar-te. Mas, você tem outras perguntas? Indaga-lhe o jardineiro sorridente. Wellwell ri, tem crise (de riso), evitando cair na armadilha. Dizer não aqui, é dar adeus à Vida.
CAPÍTULO 11
A porta da Esperança.
Errante ao longo das alamedas eu a vi à minha frente, ela passou sem cumprimentar-me.
- Esta menina... Meu Deus! Eu a conheço bem e não a vi depois da guerra.
Wellwell avança o passo em direção a ela. A moça recua e grita:
+ O que você quer?
- Nada! apenas pergunto: - O que você está fazendo aqui?
Ela faz que não entende. Wellwell insiste: - Mas o que você faz aqui?
+ Isso não te diz respeito, até logo! responde ela, hesitando e levantando a mão como se fora bater-me e precipita-se perturbada para o outro lado.
Desde os bancos escolares eles se conhecem. Perdido em pensamentos, Wellwell fala consigo mesmo: Esta guerra só distancia-nos mais e mais querida amiga. Eu não posso acreditar em meus olhos. Esta moça, eu a contava entre minhas melhores amigas. Ela era a melhor aluna da sala. Ah, sim! Uma bela moça como ela, o que parece agora? Uma senhorita poderia ser, mas, ela pede esmolas. Como chegou a isso? Ela não se importa em como vestir-se e não cessa de mendigar: - Uma caridade, por favor, senhores e senhoras! Um pouco de amor! Eu vos imploro!Estou morrendo de fome, não comi nada desde ontem.
Ela tem os cabelos caídos até a cintura e timidamente pede esmolas, devo concluir que está começando neste trabalho?
1,2,3...Ela deve voltar senão me desiludo, mas, parece que ela se vai: oh! Ela se vai, parece... Voltará? Não voltará? Voltará? Não voltará? Não voltará? Não voltará?
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E... ela voltou-se para ele!
Crianças de todas as idades sobem nas árvores de eucaliptos. Os turistas em férias se diferenciam ao largo percorrendo as alamedas. Ela bate os dentes.
- Eu tenho frio nas mãos, diz .
* Estou contente em revê-la, digo-lhe:
- Como vai você?
-Assim, assim... Chegou até mim uma história divertida, mas, como você é meu amigo, eu vou contá-la. É uma desgraça chegar-se a isso, foi ele quem me incentivou a fazer, diz ela. A propósito, como piada, mendigar hoje em dia é um trabalho que oferece perspectivas de futuro. Desde a sua chegada aqui, a solidão pesa-me. Senhor Sei - Tudo decepcionou-me muito! A guerra foi um fracasso, um malogro completo. Quantas pessoas morreram nesta guerra? Pesadas perdas em homens e materiais. Um acidente fez três mortes: meu irmão, minha mãe e meu pai. Essa é a minha tristeza, eu me perdi. Pagou-se muito caro por seu erro. Esta guerra custou-lhe a vida Senhor Sei-Tudo. Que ele descanse em paz! Total pânico! Dentro da minha memória é uma lembrança de que eu me envergonho. Basta! É um assunto terminado. Eu tenho a cabeça girando, tonta!
- Não há nada do que ter vergonha, digo-lhe. Este é um mau momento que passará. Eu tenho que certeza que você esquecerá.
Você está cansada?
- Sim...
A noite envolve-nos.
* Vamos! Digo-lhe, não adianta chorar...
- Para onde ir? - Eu tenho medo Wellwell.
*É possível que se hospede conosco.
Os nossos olhares se cruzam. Ela aperta-me a mão. De agora em diante não me deixe mais meu amor reencontrado. Eu me permito decidir por você, ok? Minha casa é sua. Lembre-se que durante a guerra e durante muitos anos o amor foi a única coisa que nos ligava um ao outro. Agora é a esperança a única que nos liga à vida.
Ela não disse uma palavra.
O amor jamais falha! diz Óvni.
CAPÍTULO 12
A porta de Fênix!
A aldeia está em festa, é por você Dina, festejamos o teu regresso de lá. Divirta-se bem! É a menor das coisas.
Há três anos que eu moro em derredor de Babel, diz Wellwell. As casas são próximas. A aldeia apóia-se sob a colina, enfim, cores que repousam os olhos.
Adeus à guerra! Tempo remido ao belo.
Eu respiro! diz Dina,
a sala toda a aplaude, todos os olhares convergem para ela.Dina dança...
- Se permitem-me expressar assim... diz ela.
É a sua maneira de ser “ sentir-se bem para a vingança” diz o provérbio.
Dina decidiu como uma fênix renascer das cinzas. As crianças divertem-se indiferentemente, os convidados apressam-se sobre o buffet, a garrafa da alegria desarrolha facilmente. Dina é uma jóia rara, acaba confessando. Wellwell. Um colar de pérolas entorna seu pescoço.
O dia tão esperado chegou finalmente: dó, ré, mi! Dina saltita:- Eu presenteio-me para o fim de recuperar o tempo perdido. Isto dá um sentido à vida outra vez!
CAPÌTULO 13
A porta da Verdade.
*Diga qualquer coisa, Di!
Wellwell a ama, mas, ela não o retribui.
- O amor que preciso é muito importante para mim, estou louco por você.
- E, a amizade, ela existe, não?
*Eu não tenho mais amigos, Di, ninguém exceto você, sou todo seu. Aparentemente parecem verdadeiramente feitos um para o outro, mas...
- Ouça Wellwell, há um problema. É vergonhoso mentir, desculpe-me! Posso dizer não, matizar,...mas, o homem de quem sou enamorada não é você. Desde a minha terna infância eu o amo, é um amigo.
* Você está brincando! De quem você fala? Eu não posso acreditar no que ouço, o ciúme me devora. Isto me parte o coração. Ela ainda pensa nele. Eu não poderia nunca ver-lhe a face.
*Eu lhe dou uma semana, não mais.
- Por que o faz? No atual estado das coisas o amor não é para pessoas como eu. Tudo está em total oposição para com aquilo em que penso. É a minha maneira de ver as coisas. Eu sei, amar não é um crime! Mas, para eu amar é um risco a correr e o risco pode ser duradouro. Além disso, creio que devemos aceitar nossas diferenças de opinião.
* E a nossa vida sentimental? questiona Wellwell. Ela não está menos nervosa do que ele. Olhos encobertos de lágrimas.
- Estou desolada em incomodar você, mas...
* Nós vimos, ambos, a guerra. Viveremos separados? Eu espero que não. É impossível fazê-lo, Di!
- Eis o que proponho a você: amor em pequenas doses, diz ela. Enfim, não falamos mais sobre o assunto!
* Mas, a quem você tem como amor? pergunta-lhe Wellwell.
- Alguém, mas... Ele foi morto durante a guerra do Golfo. Isso deu-me um choque!
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Regressando à casa, Di tem um rosto resplandecente e relata-me toda a história. À época, as crianças e as mulheres caiam como moscas. Um espetáculo terrível se oferecia aos seus olhos: as crianças de cinco anos abaixo eram mortas, bombardeadas e pisoteadas pelos elefantes. Atentado contra a segurança da infância sobre todos os seus aspectos. É um escândalo!A vida é muito cara aqui, mas, Babel e outros países estão se vendendo como pãezinhos a preços baixos. Que época! Esta a verdade! É o que nos reserva esse tempo! Um casal de pombos procura um canto do jardim.
*Como você é grandDi!
Ela acaba de completar dezessete anos e admira Wellwell. Eles formam um belo casal, mas...
Os barcos foram postos à dura prova pela tempestade e a chave não entra na fechadura.
Tempos difíceis!
CAPÍTULO 14
Um homem de avançada idade, uma mulher de idade madura.
(A peça abre-se sobre o diálogo dos surdos)
Senhor Coisa: “A razão do mais forte é sempre a melhor”!
Senhora Coisa: - Mas a torta que eu assei é para quem?
Senhor Coisa: - Não chove mais.
Senhora Coisa: - Estou certo de haver lhe dito: O coração tem razões que a razão desconhece.
Senhor Coisa: - Assim se diz: O circo chega à cidade amanhã.
Senhora Coisa: - Oh! o cão fez caca sobre o tapete.
Senhor Coisa: -Você gostaria de uma casquinha de sorvete?
Senhora Coisa:- Pare, senão vou dizer à mamãe!
Senhor Coisa:- Esta lâmpada ilumina mal!
Senhora Coisa:- Pode ser que sim! pode ser que não!
Senhor Coisa:- O que conta... mas, o que você diz? eu tenho as orelhas tapadas.
Senhora Coisa:- O que você censura neste livro?
Senhor Coisa: - A pastelaria é toda uma arte.
Senhora Coisa:- Ah! A propósito você leu este livro?
Senhor Coisa:- No cume da glória ele se comporta como um país conquistado. É o artesão de sua própria ruína.
Senhora Coisa:- Ouça: se você me der um pontapé eu o devolverei.
Senhor Coisa:- Sob outros céus, outras pessoas como nós, lutam entre si, jogando entre policiais e ladrões ou pedem asilo político.
Senhora Coisa: -Tio Sami e seus assemelhados.
Senhor Coisa: endereço desconhecido.
Senhora Coisa:- Eu não gosto que você freqüente essas pessoas.
Senhor Coisa:- O motor tem necessidade de reparos.
Senhora Coisa: - A casa está infestada de ratos!
Senhor Coisa: - Aproxime-se, faremos respiração boca a boca?!
Senhora Coisa:- Eu creio que o euro é sólido face ao dólar.
Senhor Coisa: - É um crime desperdiçar o tempo desta maneira.
Senhora Coisa:-Aqueles que usam mangas compridas e fabricam crianças? Essas crianças acabarão por matar-me.
Senhor Coisa: - As aparências podem ser enganosas.
Senhora Coisa:- A epidemia já fez milhares de vítimas.
Senhor Coisa:- A mulher à minha frente sempre dirige-se a mim quando ela tem necessidade de ajuda.
Senhora Coisa: - Eu creio que sim, que a televisão infantiliza as pessoas.
Senhor Coisa: - É uma mulher que fala pouco.
Senhora Coisa: - Assistir muito a TV embrutece.
Senhor Coisa:- Ela me parece uma mulher bastante equilibrada.
Senhora Coisa: - Quantas pessoas morreram nesta guerra! Muitas pessoas pereceram nas chamas. O que virá depois?
Senhor Coisa:- Diga então! O forno microondas limpa-se automaticamente, o coração também!
Senhora Coisa: - Teu médico proíbe-te a qualquer esforço.
Senhor Coisa: Estou partindo amanhã.
Senhora Coisa: - (Ela ri). Eu vou tomar um banho. Dispenso-lhe os comentários.
Senhor Coisa: - A que serve falar-se se você não me escuta nunca?
O riso ganhou o público. Fecha-se a cortina!
CAPÍTULO 15
A casa toda dorme. Uma mão abre a janela. A janela abre-se com vista para o jardim. Em derredor da aldeia, uiva um lobo. Há três dias na fila, ela não lhe tem falado outra vez desde então.
* Há muito tempo que eu não a vejo. No momento em que falo, a aldeia está afogada em nevoeiro, um vento de revolta sopra sobre ela. Di, aquela em quem penso, não a vejo em nenhum lugar, por onde terá passado? Virá? Não virá? Parece que já partiu de uma vez para sempre. A chave está na porta, mas...
Flash-back:
* O que você precisa mais, dei-lhe tudo, Di?
Ela sorriu estranhamente. As lágrimas encheram-lhe os olhos. De uma franqueza que frisava a descortesia, Di fazia uma chantagem:
- Você escolhe dessa vez. Faça como você quiser quanto a mim a escolha está feita. Você não perdeu a minha estima, mas estar na linha ou fora dela é segredo.
Ela tem um coração que bate, nunca esquece o convite de ontem, é como uma bicicleta, não se esquece.
Flash-back:
*Você está disponível esta noite?
- Para fazer o que?
*Assistir uma cena de amor a distancia, perder a noção do tempo, da realidade e obedecer aos impulsos dos sentimentos.
- Eu, coexistir com satã na mesma câmara escura?! Ah, não! Faz um calor terrível!
* Mas... no escuro é o paraíso! Aí está o que tens a fazer! Não custa nada tentar. Não chegará a nada.
- Como é que é isso?
* Prazeres variados, a diversidade é o tempero, o sal da vida. Isto lhe agrada?
- Não tanto. Você me incomoda com suas perguntas.
* Não vejo qualquer mal nisso.
- Isto vai fazer mais mal do que bem.
Apenas chegou uma de suas vítimas acendeu um cigarro, se pôs a rir e despir-se langorosamente através da webcam, e...
- Mas, como você se atreve? Violação! Cenas de pânico! Isso não me inspira mais, mas, inspira-me a maior preocupação. Isso parte o coração.
É causa perdida. Por uma razão conhecida só dele, ele ri...
Ele tem uma cara de honesto e se coloca sob a rubrica de uma “esfera de influência”.
* É bom saber. Realidade virtual! Tudo está ligado. É o efeito borboleta. É a verdade! Revelou-se que é inevitável. Eu não me arriscaria a dizer não.
- Ah, eu não sei, há, há, há! Ok! Mas, dentro dos limites razoáveis. O caminho se divide em dois. Não dúvidas que nos aceitamos já lhe disse centenas de vezes mas,minha paciência tem limites.
* Você não é obrigado a vir comigo.
- Mas, aonde você quer chegar? Esse trem vai para o inferno. A teia de aranha mata!
CAPÍTULO 16
A porta da Franqueza.
* Oi Di! Estas são apenas algumas flores, não é muito, lamento que não tenha gostado.
- Você acha que diverte-me! Essa história diverte –me bastante, há, há, há! Eu já estava antecipando o pior, mas, o que oculta toda essa generosidade inabitual? Jamais teria acreditado nisso!
Entre o escalar do ultimo degrau da escada para o alto e o último abaixo, a grandeza e decadência de um império, é o paraíso terrestre. Há qualquer coisa em você que me desagrada Wellwell. Não é para lhe criticar, mas, se você me permite.... A tela, depois que eu vi por entre o balancear da porta é uma monstruosidade! Mas, isso todo mundo sabe. As pessoas de sua espécie enviam-se mapas, corações, beijos, repolhos e outros legumes.
Corrida do ouro: cercar-se de amigos ou de coisas belas, arrastar uma gazela errante numa armadilha, vagar como uma alma afligida na frente do eterno feminino, recuperar o tempo perdido. A vida para eles é um jogo. Desejos sexuais. O que isto oculta? O que posso dizer mais? Eu não falo senão para mim, afirmar sobre o homem do momento e sua intelectualidade, no bom sentido do termo, este já foi excluído, não aparece mais, está apartado dos clubes dos maiores desse mundo.
Você é um eterno insatisfeito Wellwell! Todos os meios são bons, isso ocorre frequentemente. Isso me faz sentir pena de você. Esse amor apressado através da Webcam quebra o cristal do coração, preocupo-me para a sua segurança. Eu tenho medo de perder a confiança face a face com você. Você quer me treinar com seu chute? Há, há, há! Você já sabe a quem se expõe? O futuro da alma permanece em suspenso.
Ele baixou a cabeça sob o efeito da vergonha.
*Não vejo onde está o problema. Nós não somos selvagens, responde Wellwell.
- A grande guerra hoje é virtual.
* Isso se discute.
Mas, é a triste realidade:- “Deixa-me em paz” gritou ela! Não gostaria de estar em seu lugar.
O momento aproxima. As árvores ocultam a floresta.
- As pessoas de sua espécie possuem amigos como você. Ah... e as outras a seguem. Vem cá! Quem mais estará lá?
*É na necessidade que se conhecem os amigos: dó, ré, mi!
Ele detalhou-me a sua noite. Causou-me piedade.
- Quanto ela lhe ofereceu?
Ele teve êxito em sua evasão e pode dizer adeus às suas esperanças de vitória.
- Nada menos que uma obediência total. A que isto avançará? É toda uma aventura para se encontrar frutos no inverno. O carro saiu da estrada. Repentinamente, tudo ficou claro: crise de energia! O motor não quer arrancar.
* Minhas forças abandonam-me.
- Há, há, há! Como o previsto. Foi muito mais combustível para percorrer uma distancia de muitos quilômetros. O motor precisa ser reparado.
* É tarde demais!
As árvores quando em rupturas com as raízes despojam-se de suas folhas. Milhares de corvos têm destruído completamente os corpos. Os iogurtes são bons ainda? O advento da democracia se anuncia ao mundo inteiro através o facebook, há, há, há! O mundo está afligido pela cólera, oh! Sim, é bem bonito tudo isso, mas, Wellwell se você continuar assim, vai precisar de uma porção do chamado citrato de sildénafil, há, há, há, antes de ir ao final!
CAPÍTULO 17
Se você não tem nada para fazer, ao menos leia esse livro, merece ser lido, diz Óvni. Acessórios e armadilhas da vida moderna!
Wellwell pisca o olho e se põe a tagarelar:- Meu pai viveu para o amor e água fresca, ele passou a vida toda sem jamais atravessar o rio. A teia da aranha? Ele jamais viu algo similar! Assim minha mãe. Devo concluir que só permanece intacto um quarto da maçã? O veneno se introduz por tudo, isso começa curiosamente antecipando como um ante gosto das coisas que estão por vir, o peixe morde o anzol e pronto... É a vertigem! Depois da enésima tentativa, aos agrados do mar, chega-se ao ponto do não retorno! O peixe se perde entre os milhares frenèticamente embriagados. Entre algas e rochas mil e um peixes facilmente se misturam para matar o tempo como loucos de amor por todos e todos com pressa ao mesmo tempo. É raro ver-se um peixe de exceção aquele que busca algo precioso ao fundo. Quase todos os peixes estão em perseguição a algo mais preciso mais exato. Todos, incluindo eu é claro, há, há, há! É o mal do século por excelência! Confesso!
Mas, isto não significa que eu não possa fazer minhas pesquisas sobre o mar ou sobre o jardim não invadido pelas ervas daninhas. Tudo ou nada é a minha política na vida. É a vida!
Você dever estar curioso para ver minha caixa preta não Óvni, há, há, há! Você sabe nadar?
- Deixa-me ver Wellwell! Ok! Eu te convido a me seguir: Esses peixes assemelham-se como duas gotas d’água. É suficiente apenas algumas palavras para persuadir qualquer um ou outro. É fácil dizer, por exemplo, “olhe o que eu vou fazer”!
*Oi Peixe de Prata! Eu te amo e tenho fome, quem sou eu?
- Você é um tubarão! Meus cumprimentos! !o!(*)!
- Oi Peixe Vermelho! Eu te amo! O teu nome é “peixe vermelho” por quê?
- Porque eu sou originário do Mar Vermelho, oh! Manda-me um coração vermelho! Obrigado!
* Oi Peixe-Voador! Eu te amo! Passe-me teu MSN, você tem uma Webcam? Convida-me imediatamente!
- (Nenhuma resposta) há, há, há! Esta espécie de peixe esta já conectada com cinco tubarões de uma vez só.
* Oi Peixe de Água Doce! Eu te amo! Então, como te chamar hein? Telefono-te?
- Ok, pequeno monstro!
* Oi Peixe do Mar! Eu te amo! <<LOL>> é um filme francês com Sophie Marceau, eu já vi esse filme, !o!
- Eu também, beijos!
* Oi Peixe-Gato! Eu te amo! Como fazer tremer as vidraças no fundo de tua alma? !o!
- Tenta somente ser um rato! Lol!E qualquer tralálá!
- Já terminou?
* Mas eu já havia lhe dito: eu estou farto de fazer a mesma coisa o tempo todo, eu tenho algo para terminar. Além disso, aqui tudo o que eu faço parece fadado ao fracasso. É um vício Óvni! Quem viver verá! Com o tempo nos afundamos na rotina e adeus às nossas esperanças de se viver serenamente. Além disso, o sentido da palavra enfraqueceu-se. Que significa a palavra “AMOR”, por exemplo? Hoje, nenhum coração mais atesta a existência dessa palavra “AMOR”, ela não significa nada. O mundo que nos cerca é um mundo pelo contrário, ao inverso! O estado de guerra virtual foi declarado. No futuro próximo ou distante é guerra generalizada. Os próximos anos serão decisivos.
A aldeia está afogada no nevoeiro. Minha cabeça também!
(*)lol= é o acrônimo da gíria da linguagem da Internet e SMS da expressão inglesa <<Laughing Out Loud>>, que significa << rir de garganta aberta>> em francês “mdr” para “morrer de rir”, há , há, há!
CAPÍTULO 18
A porta de Satã
Eu devo por fim à minha narrativa e logo o farei. Quem o fará senão eu? Peço-lhe apenas um pouco de paciência. Como é fastigiosa, há! há! há! Optar entre vários temas parece-me qualquer coisa de injusto. Como fazer então? Sinto que estou cansado. Então, veio-me uma idéia interessante: por que não se referir há uma mulher que vive na realidade? Ela é poeta, chama-se O como Olfa Filo. Eu recebi duas de suas mensagens há uma semana. Essas duas mensagens se articulam bem aqui e assentam o mal da crise que reina atualmente na realidade virtual. Eu explico: eu lhe enviei dez capítulos desse romance para ler e dar-me a sua opinião e coisa surpreendente, ao invés disso respondeu suprimindo-me de sua lista de amigos.
Bem, aí está. Coloque-se no meu lugar, fiquei zangado. O que eu fiz é algo mais triste, não?
Um silencio de morte, nada a assinalar. Ela não quer mais ver-me. Senti-me ferido em meu orgulho, há, há, há! E, então? Então lhe soprei por email uma palavra na orelha. O que ela respondeu? Uma pequena coisa, mas que me disse algo. Eis o que diz: “Bom dia! Bem, eu senti perigo de ameaça à minha vida conjugal, desta maneira eu decidi fechar a porta de onde vem o vento. Sou uma mulher casada, sincera e fiel, eu não gostaria de destruir meu casamento por causa de contatos virtuais. Sei que Satã está por detrás da tela e tudo começa por simples contato e em seguida tudo evolui para outras coisas. Pode ser que eu esteja errada pensando assim, mas achei mais certo para resguardar minha família. Sinto muito em excluir uma pessoa de valor e famoso como você, mas, eu estou certa de que você compreende bem as razões “ (fim da mensagem)
Óvni querido, pode ser que você não aprecie essa mensagem mas, eu, ah, eu a prefiro assim, eu que sofri muito também de seguidas feridas no coração, sem hesitação, lhe enviei uma carta de agradecimento e sua resposta foi a seguinte:
“ Saudações,Oi!
Bem, para ser sincera com você e comigo mesma, com meu marido e com Deus que me olha nesse momento, em relação à diferença dos sussurros do diabo que nos dá a ilusão de que ninguém sabe o que fazemos quando estamos a sós, eu informei a meu marido que você foi removido da minha lista de amigos e que meu ato o surpreendeu e você me respeitou mais por isso e que pretende utilizar minha carta como prelúdio para seu romance, mas, ele ainda está desconfiado e com medo, com receio da nossa conversa porque pensa que todas as mulheres podem ser vítimas de Satã e de suas tentações na Rede da Net.
De fato, muitas pessoas neste mundo estão sendo vítimas de SATÃ e estão inconscientemente sendo levadas ao ‘Paraíso do Diabo”, como você inteligentemente descreveu esse “paraíso virtual” que tem hipnotizado meu marido como todos os homens à uma certa fase da vida. Isto esteve a ponto de repetidamente arruinar a minha vida. Eu resisti com determinação para defender-me contra a opressão satânica para salvar minha família desse paraíso infernal. Lutei contra SATÃ durante anos e anos, por isso é que o conheço muito bem, suas portas, suas janelas, seus enganos, suas mentiras, sua presença e até mesmo o seu cheiro. Fui dotada graças a Deus com um sexto sentido então eu posso ler as mentes e os olhos das pessoas, assim, como suas palavras e mensagens e detectar a presença de SATÃ mesmo atrás da tela da TV ou do computador.
Se, você entrar pela porta de meu marido, nós podemos ser os três bons amigos e o filme da minha vida cheia de nós e apogeus será para você verdadeiramente objeto de INSPIRAÇÃO.
Eu tenho a intenção de escrever uma pequena história sobre a minha vida e da minha luta contra SATÃ, como vítima de sua feitiçaria durante anos, etc, mas, eu ainda não encontrei tempo e energia para fazê-lo. Mas, toda a matéria de meus poemas escritos e meus futuros romances estão dentro de mim, enterrados no fundo do meu coração ” (fim da mensagem)
Acredito estar provado que este casal está bem unido, mas, longe do que pode ser chamado Paraíso do Diabo.
“Sim, mas... replicou Óvni, como conciliar a vida virtual e a vida real da família, eis a questão, permanece saber se a água coexiste com o vulcão. Em todos os casos, exceto se chove de outra forma e se necessita de outro tipo de ventilação, obedecer a um impulso e perder a noção do tempo, da realidade no Paraíso do Diabo é frustrante e frustrado saber-se de que tudo é uma porta que se comunica com o inferno. Há, há! Eu havia lhe advertido Wellwell! Um homem prevenido vale por dois, diz o provérbio.
*Mas se todos os nossos crânios tiverem ar condicionado!
- Eu espero, espero mesmo, a fim de limitar os estragos, há, há, há! É suficiente que você possa ler além da tela se puder.
*Ufa! Você e os livros sagrados! Esse mundo mágico e suas vantagens!
-Ok! Até certo ponto, mas chegar ao ponto do não retorno é a catastófre! Tudo sugere contrariamente ao que as pessoas crêem um lento suicídio.
*Então, você pode me dizer que direção eu devo tomar?
- Eu estou fora de lugar para aconselhar você querido amigo, há, há, há! Eu não sou o meio!
Ele diz... mas finge fazer algo.
*As coisas estão tomando um mau rumo, ele diz , tente não dramatizar!
Óvni não respondeu nada.
CAPÍTULO 19
A cápsula do tempo.
A colheita foi devastada pela tempestade, diz Óvni. É tempo de vida, em resumo. O que virá depois?
-Terremotos!
Em momentos semelhantes dar um beijo ou um pequen tapa em alguém é o mesmo.
Surfar para o homem !0! é seu maior prazer mas, também fica embrutecido para ver a telinha.Ele não pode fazer outra coisa senão obedece-la. “Quando um homem velho e sábio mostra-nos a lua com o dedo, só o homem tonto olha o dedo”, há, há, há!
- Vou tomar banho! diz Óvni.
Óvni tem o ar sempre de desembarcado. É uma exceção que confirma a regra! Finalmente teve que ceder. Há, Há, há! É irremediável. Ainda não se encontrou a cura. A peça cativou os espectadores. Abre-te Sésamo!Populações são inundadas aos milhares: os ricos como os pobres, famílias aliadas suponho que vi! Uma grande intelectualidade, uma fila de desempregados, todos são vítimas de uma curiosidade libidinosa, incurável. Bebês criados em frascos, ejaculação precoce. A dona de casa, que passou da idade de brincar com bonecas apesar disso ela ainda brinca de esconde-esconde com policiais e ladrões.
Agora é a sua vez de jogar Wellwell! Há! Há! Há! É o prolongamento da esperança da vida. Será muito útil? Eles choram de raiva. Histerias coletivas. Eles são quase similares.
Óvni permaneceu impassível às suas lágrimas, mas, como sair desse impasse? Abre-te, Sésamo! Cada um com seu ar agradável, mas, é apenas cada um por si, a cada um a sua vida sentimental.
*Levar uma vida paralela, mesmo virtual e sair mancando, devido a que? Autodestruição. Isso me surpreende, eu confesso, diz Wellwell. Eu não gosto de mim dentro dessa roupa. Então, adeus a peste! Eu te amo Di. Vamos nos ver amanhã. Dó, ré, mi, fá, sol! Você será meu girassol!
Yahoo!
CAPÍTULO 20
A porta do Triunfo.
Na aldeia onde nós moramos há alguma coisa que eu não entendo, diz Wellwell. Não falta nada, mas algo está faltando: um pé a essa mesa redonda. Onde esta ela, Samara?
Ela brilha por sua ausência. Ela vive em nenhum lugar dentro de seu próprio mundo. Ninguém sabe onde está ninguém. Quando ela retornará? É possível que ela tenha morrido.
Dina fez um grande discurso sobre Samara e foi frenético à multidão.
- Nós iremos onde você quiser diga-nos onde ela está, diz Wellwell.
Há eletricidade no ar. Um murmúrio percorreu toda a multidão. A ponte que atravessa o rio é muito longe. Lá há um castelo que pende sobre a cidade, você vê o castelo? Bem, ele está lá...
Eu não tenho nada a esconder, afirma Dina, Samara é ainda prisioneira de guerra, foi feita prisioneira depois do primeiro dia da guerra. É o momento de recuperar sua liberdade. É uma questão de vida ou de morte.
* É bobagem esperar ainda mais, diz Wellwell. Todos esses bonitos discursos não dizem nada. Vamos avançar! Nós vamos chegar atrasados! Então caminhemos uns atrás dos outros, qualquer coisa, mutirão com cinqüenta pessoas, pessoas interessadas.
As crianças tanto como as pessoas de idade, as mulheres como os homens, todos eles afluíram para o castelo. A manifestação ocorreu calma,
A via da liberdade é assim, a oitava porta desses “Jardins Suspensos”.
Os guardas da prisão e seus cães de guarda vendo o motim não puderam resistir e se puseram em fuga. Os manifestantes fizeram uma busca em volta ao castelo em todos os seus cantos, tudo embalde. Não havia ninguém, nem Samara nem outras criaturas. Boquiaberta Di fez meia volta gritando: Nós procuramos por tudo, sem nos molestarmos, só buscando nada mais que a verdade: Samara está aqui e não está isto não é brincadeira, eu juro! Samara deve estar lá, vamos ver. É a verdade,não?
- Efetivamente! Samara está lá sobre o telhado do castelo. Ela está lá brincando de tocar piano na presença de mil e uma borboletas.
*Mas que papel protagoniza esse vigia aqui?
- Ela o emprega como escravo.
Uma voz embargada pela emoção, Samara canta... ( e todos repetem em coro!)
Era uma vez um rei à milésima potência e por enésima vez conhecemos a canção:
Que não data de ontem
Dó, ré, mi!
Guerra e paz
Paz e guerra
É sempre a mesma canção
Entre os bons e os maus.
Entre os malvados não me fio em nenhum deles,
Os bons eu não os vejo mais
E ele o rei a potencia mil
o que se tornou?
dó, ré, mi!
Eu não sei o que ele se tornou.
Outra vez,
Por uma vez eu não fui pontual
Ninguém estava lá.
A guerra hoje
Eu recordo
Como se fosse ontem,
É kif kif,
Grama queimada pelo sol, promessa e miragem.
Estou de volta ao meu país para viver,
Há tempo para todos.
Cantamos a vida em todas as nuances
Não há nada que nos impeça,
Apaga-se tudo e se recomeça de novo!
Samara reencontrou sua amada casa: - Óvni você poderia dar uma varrida na cozinha? pergunta ela.
– Ouvindo-a rainha!
Óvni terminou por confessar: eu te amo querida Samara em três dimensões. Di começou a rir.
Wellwell abraça-a: quanto a mim, eu te amo nas pequenas coisas, querida Di!
*Mas você viaja muito pelo mundo inteiro!
*Anteriormente sim, diz Wellwell, agora, eu te amo em realidade.
.................................................................................
E eles viveram felizes e tiveram muitos filhos!
Tenha belos sonhos!
No horizonte, um barco dança sobre as águas.
CAPÍTULO 21
1
Eles se foram todos para o campo, para bem longe onde o rio desemboca no mar.
- E agora como você sente-se Wellwell?
* Tudo retorna ao normal, sob um clima muito ensolarado de 40 graus à sombra. Ainda tudo está fresco na memória. É inesquecível!
A guerra foi longa! Entre outras coisas e algum desconforto Di vai bem e as crianças também.
Wellwell finalmente tomou consciência do perigo. Obrigado Deus! Agora ele é o arquétipo do pai de família.
O silencio é de ouro. Tudo voltou à normalidade, sua filha pequena vem correndo até ele: “Adoro andar a cavalo, papai,” diz ela.“Não há bruxas aqui, mas, há pão em abundância, amor não se compra, “, simpático Wellwell.
Di trouxe-lhe leituras, Wellwell adormeceu lendo.
2
Wellwell Jr sabe onde está o seu interesse. É na ordem das coisas. Desse modo tudo tem êxito, assim, ele tornou-se um engenheiro de minas. Liga o seu PC portátil a fim de completar sua pesquisa, mas, não tem ânimo para continuá-la. Decidamente este não é seu dia! Compelido pela curiosidade, lê em diagonal alguns parágrafos de um livro que traz à mão, intitulado “O Paraíso do Diabo”. É um micro romance escrito por Wellwell, seu pai, é claro!
-‘É confortador saber de sua coragem, isto me espanta! exclama ele, verdade seja! Entre as páginas encontra alguma coisa que lhe cai sobre seus joelhos. Um papel e dois comentários sobre este livro. Ele lê o primeiro comentário. Um feedback.
3
“Bom dia! Bem, eu li o seu conto e me pareceu interessante. Na verdade vossa história sustem-me porque ela coincide com as minhas convicções. Ela reflete a luz sobre um dos grandes problemas do nosso século, sobre os efeitos secundários da tecnologia, e principalmente sobre o abuso e mau emprego da internet, webcam, etc. As vítimas como peixes, aprisionadas inconscientemente, a ociosidade das pessoas sem ter o que fazer os levam a “matar o tempo”na internet em vez de fazer qualquer coisa de interessante como ler um livro ou praticar um esporte para bem se manter ...(certo ajustamento) (Além disso eles não matam o tempo, mas, matam-se inconscientemente). Isso não cessa de acentuar a ESTUPIDEZ da mulher caindo presa na armadilha do primeiro homem que lhe diz “eu te amo”, para finalmente oferecer-lhe seu MSN, seu número de telefone e outras coisas preciosas. Por extensão, eu posso dizer que a maioria das vítimas do mundo virtual do “Paraíso do Diabo” são pessoas INFELIZES E DESCONTENTES na vida real, aqueles que não tem atenção, afeto e um amor em concretude, do contrário não prefeririam a companhia de uma tela durante longas horas, em lugar de uma pessoa real em carne e osso. Sua história parece não ter uma solução e uma mensagem didática. O que eu proponho é que a CONSCIENCIA é DOMÍNIO e deveria ser ela FORTE MENSAGEM a ser transmitida.
As vítimas de Satã deveriam despertar, ler e prevenir-se de levar uma vida virtual paralela à vida real, com o risco de arruinar suas vidas domésticas , de perder e descuidar-se de seus filhos, e divorciarem não só de seus companheiros mas, também, do mundo real em decorrência de uma vida virtual.
Internet é a nova versão da colonização do século XXI e o que é surpreendente é que não é algo imposto, mas, algo escolhido, não só em termos físico ou militares, mas, também sobre o plano intelectual, espiritual, cultural e religioso...
A ausência de ética, de moralidade e de temor em Deus é a origem desse fenômeno “(fim do comentário)
* Ao que parece, esse comentário de Olfa não data de ontem, pergunta-se Well Jr.
- Eu a conheço de longa data, há muitos anos, responde o pai.
* Este comentário... parece-me bonito!
- Sim, isso é visível.
* Papai você sempre me surpreende com teus “se” e com teus “mais”.
- Sinceramente, eu não tenho nada a objetar quanto a esse comentário.
* E, então?
- Como escritor eu não gosto deste uniforme de cerimônia de dar lição de moral a ninguém. Eu escrevo e grito ao mesmo tempo, mantendo a janela aberta. É amplamente suficiente.
* Mas, como tirar uma conclusão ou uma solução desse romance? Ele se coloca sobre sua espádua como a despertar-se plenamente...
- Eu não sei. É para que você o faça. Há que ver-se reverso.
Um outro comentário de Elsa. É uma outra perspectiva, outro ponto de vista, rude de digerir-se, gritou ele.
Wellwell Jr interrompe o lanche e lê atentamente o comentário:
4
“Bastante perplexa na verdade... curiosamente, não é fácil entrar na história... provavelmente porque não sou bastante jovem para apreciar. Mas, na verdade eu não entendo onde você quer chegar e de repente eu acho difícil de seguir as conversações como os diálogos só podem entender-se por si mesmos ...e isto com que finalidade?...Alguma coisa faz falta?... Provavelmente algo em demasia?De uma maneira ou de outra, tudo tem algo de surreal que lhe confere um charme próprio, sem dúvida, bem que a história não é engraçada, mas bastante assustadora de certa maneira, perturbadora mesmo, simplesmente não é o mínimo que podemos dizer. Você libera um saber considerável em seus escritos, mas, isto é útil quando se mistura muita informação a induzir o leitor entre duas frases? Uma floresta de idéias que afluem e nenhuma indicação para sair-se (um pouco como sua poesia? Você tem suas próprias idéias sem considerar a maneira como podemos recebê-las)... Não sente a necessidade de ater-se à história, para compreender (para lê-la entre as linhas?) E o que é mais que amar?... Na verdade, mais de uma leitura parece necessária, mesmo que realmente não se queira, bem que eu me pergunto o que os outros leitores pensam verdadeiramente. Não me leve a mal. Eu fui um pouco abrupta, mas é tão somente a opinião de um fulano válida só para uma pessoa que quer dizer que sou lírio branco que se destaca de todo violeta e verde da pintura.Obviamente eu não entendo nada, mas para me defender eu diria que não é um problema de língua.Eu engoli todos os Harry Potter em inglês e em nenhum momento adorei esse estilo mais que a história em si mesma (eu não gosto das histórias para crianças). Eu não poderia nunca largar os livros” (fim do comentário)
*Há, há,há! Ela tem razão de dizer algo assim. Eu concordo com ela. Desafio a qualquer um a abordar essa estória. Isso seria tudo? Você não está cansado? Há, há, há!
-MDR! no entanto é tudo o que há de mais simples, mas adeus à paciência! É o mundo pelo avesso na tela, ah, é bem assim Well Jr! É fatigante, sobretudo para o coração. Um labirinto. Uma mensagem de armadilha. É quase outra “Waste Land”. Você conhece Elliot? Bom, e Wi? Diga-me onde está ela, como você vê todas suas combinações?
*Em casa, no escritório fazendo pesquisas.
- Humm! Mas eu vejo que a agulha foi mal em seus estudos há, há, há! Estou brincando... Você e Wi foram noivos, porém ficou demonstrado que Wi não te ama. A evidencia é que ela nunca lhe escreveu. Com toda sinceridade eu não a vejo casada! Ela vê em você um inimigo ou um convidado frustrante. Ela está assustada por nada. Quanto menos ela o veja, é melhor, há, há, há! Uma ou duas vezes eu vi com meus próprios olhos, eu vi você conectado esperando, enquanto ela estava longe muito ocupada. Sem dúvida o silencio mata assim como a dúvida.
*Papai o que é que você diz sobre isso?
- Quem viver verá, sempre há um mais... recomeçar por si mesmo Well Jr! Não se pode ver o rio quando os corvos são fonte de tela. Ela é gentil, mas verdadeira? Ela não é ruim. Ela esta bem na foto, mas... É muita negligencia da parte dela em não lhe telefonar ou não vir vê-lo, ela é livre, mas, sei que ela não tem um minuto livre para você. Ela viu a generosidade de seus companheiros de cativeiro, oh grandes feridos! É seu direito mais estrito. No estado onde se encontra será difícil chegar. Não há tempo para você. Há muito tempo que você não a vê.
* Que ela venha ou não, é kif-kif!
- MDR! pare! Você está estressado Well Jr! É desagradável, não? Mas, em lugar de cometer um erro trate de encontrar uma desculpa para ela. É perfeitamente normal que os jovens como ela escape de casa, de qualquer coisa mais precisa, rumo ao desconhecido da selva, por exemplo. Até nova ordem, a distancia é a nossa realidade virtual que confirma a regra.
* Isto não está claro, diz Well Jr.
- Mas, o que o impede de dizer-lhe? - O medo do desconhecido? O medo de ser excluído de seu círculo de respeito, o medo de ser julgado louco, atrasado e estar fora da pista? Ouça-me bem, a estrada dá voltas. Voltas sem sensibilidade. Bem ou mal, vê-se o mau por tudo a fazer zigzags e chega ser absolutamente normal que o bom vôo torna-se estranho, há, há, há! Só um milagre...
5
Wellwell entra em colapso, desmora.
*E como fazer? pergunta Well Jr.
O pai faz como se não entendesse depois se põe a rir, enquanto releva a Well Jr.
- Então, você não leu o “Paraíso do Diabo”!
*Papai ouça-me, eu necessito escapar. Eu não sei aonde ir, necessito de oxigênio. Tudo começou bem, mas...
as densas nuvens negras pressagiam uma grande tempestade.
6
Wellwell mistura os tempos. Ele liga seu laptop e põe-se a cantar em voz alta. Repentinamente, faz por dizer qualquer coisa.
- Vem ver Well Jr!
*O que mais? Uma outra matraca?
- Há, há, há! Mas não, eu acabei de ler um email de Elsa a propósito de nosso contexto conersationnel.
Well lê o e-mail, diz ela ” Eu tenho apreciado o comentário de Olfa, verdadeiro de uma maneira geral. Na Internet somente depois de um ano e meio admitimos o clássico indizível, eu também estava presa na armadilha virtual e lutava interiormente a fim de libertar-me e colocar as coisas no seu devido lugar.Difícil! Olfa tem razão mas o coração é tão fraco quando sente-se sozinho e infeliz e a tela torna-se fascinante. Dito isto eu compreendo melhor e claramente a atualidade dessa história à luz do que você diz do último capítulo...Naturalmente é a sua maneira de escrever que pode desconcertar, mas, no fundo a mensagem está bem lá, e mesmo que não seja uma, mais é compreensível...Desculpe pela realidade dos fatos, mas, cumprimentos pela escrita que não é banal, é afinal a sua maneira de tratar a história..O melhor para Well Jr doravante é a esperança que dentro da realidade sua felicidade seja maior no futuro, em razão de suas tristes experiências.”
6
Uma mágoa se lê no rosto de Well Jr como um raio refletido ao fundo por Elsa. Ele sorri. Ela acaba de recusar qualquer coisa simbólica oferecida por Wellwell.
“É gentil, diz ela, mas creio estar já inscrita no Gmail salvo que depois que me desliguei de tudo que poderia assemelhar-se de perto ou distante a um bate-papo, MSN ou outras conversações diretas que só eu sei, eu não respondo e-mails a não ser pelo Yahoo e mensagens de Facebook.”
*Uma recusa justificada. Bravo Elsa! Aplaudiu Well Jr. O pai compartilha sacudindo os ombros e clicando sobre a caixa de recepção e lê...
+ MDR! Eu tenho interesse em calar-me, guardar silencio, caso contrário você ainda vai modificar seu capítulo! escreveu Elsa. Eu amo muito... um reflexo da verdade e muitos de nós foram até lá, um pouco de sonho na vida que não tem mais...um espelho mais moderno às cotovias, em suma, a perceber-se a realidade através dos escritos dos outros...
7
- Náufragos aos milhares...
+ Sim, como eu lhe digo somos mais do que um a ser levados pelas pistas escorregadias das ilusões virtuais... Provavelmente podemos deixar uma parte de nós mesmos e não aquela que nos rodeia e conhece (que não é a substancia, o fundo de nosso ser)... curiosamente essa parte de nós mesmos que nossos contatos virtuais percebem provavelmente esteja mais perto do que realmente somos e do que queríamos ser com esse protetor de tela, e poderíamos ir mais do faríamos na troca real...um livro é em suma uma parte de nossa alma com o fim de entender melhor a nós mesmos... O perigo está quando o verdadeiro eu que o livro interpela desafia a outra pessoa através de uma imagem (selecionada, ordenada, modificada se necessário), por favor... Por pouco que esses outros segurem você dessa maneira particular que sempre havia sonhado e que existe só na ficção, você é o arpão se esse vínculo e se este lugar desse vínculo se faz com mais ênfase, fidelidade, constância, admiração amante e porque não apaixonada; sua imaginação se solta continuamente ao que poderia ser a vida de seu sonho, com o que mostra pouco de sua pessoa, em vez do banal e ordinário quotidiano, inexpressivo, que se converte na sorte de todos, amorosos e pálidos presentes de sua juventude tão distante. Necessito do sonho, da paixão amorosa uma última vez antes que seja tarde para viver intensamente os momentos que fazem palpitar o coração quando você nem pensava conhecer mais isso... e depois se reencontra no mesmo cumprimento de ondas e nem se nota que os pontos comuns que essa pessoa poderia ter não conectam se tivéssemos que cruzar com ela no quotidiano. Desejaria estar além do sonho, em outro lugar, de jogar areia nos olhos e recusar ainda um pouco esse reencontro com esse ritmo imutável da vida de todos os dias, como era antes... e as asas se queimarão na passagem com a criação e a frustração de reavivar as tristezas das faltas que essa relação virtual é urgentemente socorro...como cair na terra sem ferir-se, este é o real problema...e qual o interesse se pode ter em torno a nós em seguida...ele que não mudou? Teríamos milhares de histórias para contar de nossas próprias decepções...
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- Tudo oscila Elsa, tudo, escreve Wellwell. O ser humano e seus caprichos. Os pequenos detalhes de certa relação possível, banalizada e afogada no comum. As máscaras. O egoísmo. O abuso de uma liberdade que já se tornou acessível a todos. A cortesia de simpatizar com os desconhecidos, quão longe... O amor, que amor? A verdade, qual verdade? A frente e o verso. A víbora de uma realidade virtual atroz. A mão estendida é ela verdadeiramente a verdade da mão estendida? Outro é verdadeiramente o inferno? Aquele que te ama e que te amará pode ser um dia aquele que se oculta sob a “atmosfera de influencia” onde ninguém é digno da chamada primavera?
+” Com respeito ao que você diz dessa pessoa da América Latina, diz Elsa penso também quanto a minha experiência de que somos vítimas de nossos erros de interpretação, de tirar algumas conclusões de acordo com nossa experiência e emoção, ligada aos reveses de análise e simplesmente o bom senso de pedir as explicações com as respostas que nos satisfaçam ou não, conforme o caso...Uma consideração sobre uma palavra, uma carta, uma atitude, um não-dito, ou silencio por nós é sempre pleno de interpretação. Nesta estranha relação que eu mantenho também, incapaz de separar-me como um ímã, quantas vezes os bloqueios estão ocorrendo, as frustrações de não poder explicar ou compreender como se fosse um simples olhar com uma pessoa quando se tem diante de si. Podemos dizer que se essa pessoa o ama ela deverá reagir de forma diferente do que se espera...mas devemos ser conscientes dos próprios erros que sempre se esquecem e que envolvem apenas as fraquezas dos outros quando sabemos muito bem que ninguém é perfeito. Penso que é a sua oportunidade de dar-se à quem a merece. Depois de tudo, se estava tão interessado nesta pessoa pode rejeitá-la um dia por outra, sem lhe dizer por que? Pode levar consigo, arrastar esses presentes de queixas não elucidados que podem ficar sobre um erro que não se teria merecido? Tomar distancia é algumas vezes necessária e eu creio que todos fogem de tudo diante de suas próprias fraquezas e de seus próprios medos, rejeitando o outro a pretexto de que ele teria cometido uma falta...de qualquer maneira não podemos cruzar várias vezes o alter ego..é maravilhoso se acontecer encontrá-lo no curso de uma vida...mas, é tão raro.”
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Tempos ensolarados intercalados com aguaceiros, se distanciar-se assim é o caminho que leva, que conduz ao real, diz Wellwell, abre-se uma nova janela para responder à Tina, sua amiga marroquina.
- Sim... (suspiro). A história se repete com você desta vez. Eu esperava que você me dissesse outra coisa a mais... é difícil dizer-se! Se, ouso dizer dentro de uma simplicidade infantil eu estava e estou num triste estado. É para cima que você deve se concentrar para me formular o porquê da pergunta. Se eu não estava no meu prato é porque tive que recolher-me em mim mesmo. Matracagem de um virtual frustrado perdido em depressão, colapso de fadiga, tudo isso me forçou a morrer um pouco longe, distante do barulho. Seus amigos estão completamente ocupados em navegar em outros lugares. Eles têm seus paraísos próprios. Eu não te censuro em nada, não há necessidade de preocupar-se. Você foi coruja comigo, mas, ao invés de me aliviar do meu estado, onde estou você se distancia. O que mantém você a escrever-me? A facticidade da realidade virtual? E agora está chovendo, ah, é encantador! Deixa-me sozinho sem uma palavra, eu não estava esperando por isso.
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Um clique de olho, Wellwell clica duas vezes na caixa de entrada. Inútil explicitar que eu amo ler você! escreve Elsa, ainda uma vez. Tudo se sobrepõe no capítulo... Mas, eu paro de tagarelar porque chega ser inesgotável!
- Eu ainda continuo murmura Wellwell. Pouco a pouco as grossas nuvens se dis-per-sam.O cursor fica irritado. Um outro click.
*”Estou convencida de que o romancista Wellwell fica alarmado quando uma mulher se compromete verdadeiramente com ele, escreve Tina a confessar-lhe.Eu não fico vermelha em dizer o que sinto por você Wellwell. Eu não vejo mais uma miragem virtual porque sou muito consciente do que sou, dos meus defeitos, das minhas qualidades e da minha abertura para com você, não é uma evasão, mais uma realização de todas as possibilidades, minhas possibilidades. Wellwell o romancista,é capaz de exercer sobre seus leitores o poder de suas fantasias, de suas revelações e manhãs românticas e transformar seus romances em mensagens. Mas, suas confissões são resultado de uma objetividade? A sua subjetividade junta-se ela ao universal? O discurso reformulado sobre a Net e seus malefícios é muito fácil, mas escreva-o!
Tudo na Net se converte no trivial e o novelista trágico Wellwell aqui se ocupa do peso dos problemas de uma sociedade impotente ao que tem em mãos. Ele disse que o inferno é o silencio e que para escrever deve estar dentro dele. Confio nele”
Wellwell estava tonto.
Ultimo click.
*Mas qual capítulo Well? exclama Tina. Você poderia escrever uma novela comigo? Eu quero saber. Ah Wellwell, Well!! O que você fará para conduzir sua narração!!! Seu fogo romântico em pequenas doses, dose de um fogo de loucura virtual, mata-me lentamente, você sabia? Falta um pouco de coerência a todos Well, mas, a não coerência reflete melhor meu aviso, deste estado de vai e vem entre o real e o virtual. Eu vou reler tudo isso, porque eu leio tudo sem cabeça agora, porque fiquei transtornada por teu comportamento um pouco imprevisível.
Boa viagem Well e descanse bem!
Um sol brilha insolentemente e invade o vazio, terra e céu. Pontos em suspenso... Reticências... Um D...
Um deserto e enfim, a deserção em direção da fonte!
Fim.
Tag der Veröffentlichung: 19.01.2010
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