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Prólogo



              Ano: Ax950071-P    local: Terra    Universo: 519 (tentativa 92)

Num universo anterior ao nosso, a humanidade, cada dia mais e mais avançada tecnologicamente, estava tentando aumentar a capacidade cerebral do ser humano, porém ele não podiam usar cobaias a menos que o mesmo se voluntariasse. Para a felicidade deles, um jovem rapaz apaixonado pela ciência queria ser parte do projeto. Como ele nunca foi querido por ninguém além de sua mãe não havia motivos para não se voluntariar... seu nome? Heirios.

Heirios era um garoto, se tratando de aparência física, cabelo arrepiado, olhos azuis-esverdeados e não há como não notar seu brinco, que brilha como uma estrela em sua orelha. Já tinha seus 20 anos e adorava a ciência desde que tinha espinhas em seu rosto. Se gabava por seu QI ser um pouco (somente um pouco) acima do normal, assim ele deixava todos furiosos e quase ninguém falava com ele...

Assim que se apresentou na universidade onde a máquina residia, todos se surpreenderam com aquele rosto juvenil, cabelos cor de avelã e o brinco que ofuscava a vista. Alguns cientistas o levaram para conhecer a universidade enquanto outros faziam os últimos ajustes, chegando ao quarto no qual ele passaria algumas noites se deparou com um banquete numa pequena mesa ao canto, uma janela na qual se podia ver praticamente toda a cidade e um cochão d'água no qual ele se deliciaria. Voltando ao salão principal, frente à máquina pensou consigo mesmo "Nossa, nunca vi algo tão grande na minha vida... o que será que está lá dentro?", e com razão, a máquina era imensa, chegando ao ponto de puxar energia do estado inteiro, e em altura podia ser comparada com arranha-céus! Havia uma porta lisa no centro, onde o cientista que o acompanhava o levou. A visão de dentro era como uma casa de classe média-alta, com televisão, sofá, janelas e muito mais. A intenção era deixar o paciente confortável, visto que se tratava de um experimento cerebral não se podia deixar a mente perturbada.

O experimento se realizou e Heirios nem mesmo percebeu, pois se tratava de um gás incolor e inodoro, o fato de ter cochilado no sofá ajudou muito para o projeto. Foi confirmado que, antes do experimento ele podia forçar seu cérebro para um único fim até 8% do total e após o experimento isto saltou para 61%, sendo assim, sua inteligência aumentou drasticamente. Mais tarde, o garoto foi deixado em seu quarto para se recuperar...

-Alô? Serviço de quarto? Poderia me trazer café, por favor? Obrigado.

Cinco minutos mais tarde o atendente chegou ao quarto, segurando uma bandeja metálica com café, leite, pães e manteiga. Chamou o rapaz, que logo o atendeu.

Dez, vinte, trina minutos se passaram e o atendente não havia voltado à copa. Um amigo seu estava preocupado e logo partiu em busca do primeiro. Chegando lá se deparou com a porta aberta, quis dar uma olhada. Era trágico, seu amigo olhando fixo para o teto, estirado no chão com uma enorme poça de sangue. Havia também sangue nas paredes e uma figura, ou melhor, Heirios de costas para a porta, com uma esfera de metal flutuando em sua frente, quando o atendente foi notado a esfera foi moldada por Heirios em uma espada.

-Não vai entrar?!- disse o rapaz, com um sorriso psicótico

O atendente não pensou duas vezes e correu pelos corredores da universidade em desesperada busca pelo professor responsável pelo projeto. Heirios o perseguia o tempo todo... Após vasculhar o prédio inteiro, o atendente só tinha uma opção: voltar à copa e se esconder. Perdeu o rapaz de vista, e quando chegou ao seu objetivo encontrou o professor sentado, tomando café... o atendente nem mesmo conseguiu falar, pois a espada de Heirios atravessava seu peito.

O professor escapou, com muita sorte, avisando os cientistas do perigo iminente. Logo a notícia chegou ao exército, um garoto que desenvolveu uma mutação e agora causava caos por cidades. Dias se passaram e a equipe conseguiu desenvolver algo inédito: uma cápsula de vidro, qual seria usada a fim de mandar Heirios a um planeta propício a vida. Conseguiram capturar o rapaz e o lançaram ao planeta.

Este planeta era pequeno, equivalente a nossa lua, possuía dois extremos: uma estalagmite de gelo e um pico rochoso ainda maior. Esse planeta foi chamado de Rally Raids.

Capítulo 1 - O garoto sem poderes

Ano: 19   local: Rally Raids   Universo: 519 (tentativa 92)

 

- Eu... eu estou... sonhando? - disse Elek, com sua mão acima da cabeça, deitado embaixo de uma árvore, coberto de folhas via o palácio a fundo, sob um sol lindo e brilhante - Ah, acho que esse cochilo foi bem longo. Gostaria de saber que horas são, mas não quero voltar ao palácio... droga! O que eu faço? Acho que... vou voltar. Isso, eu vou enfrentá-lo! - Elek estava com medo de seus pais, pois havia aprontado algo.

Levantou-se, deu uma espreguiçada e limpou-se das folhas que o cobriam. Começou a andar mas parou para dar uma apreciada no jardim real, um lugar magnífico, silêncioso como uma biblioteca, com as mais diversas cores que se pode imaginar. Não demorou para Elek notar que estava sendo observado, ao fundo, via-se uma silhueta de uma garota, logo correu em sua direçao, gritando:

- Quem é você!? O que faz aqui! Responda-me!!

- Me desculpe, não posso lhe dizer, é confidencial. - respondeu rapidamente. Sua voz era calma, exatamente como deveria ter em sua idade, Elek a achou linda. Era loira, cabelos até os joelhos, onde acabava o seu vestido... usava uma faixa  na testa (provavelmente para seu cabelo não atrapalhar a visão) tinha marcas rallyanas bem simples e pequenas: dois riscos na bochecha e um polígono na testa, o que provavelmente significaria que ela era tímida. Ah! Sim, ainda não foi explicado sobre as marcas rallyanas: a partir do momento em que humanos começaram a povoar Rally Raids com filhos essas marcas apareceram, originária de exclusivamente rallyanos, logo, se uma mulher engravidasse de um humano comum a criança nasceria com poderes, mas sem marcas. Essas marcas foram bem estudadas e a conclusão foi que elas nem sempre decorriam do poder da pessoa, mas sim da personalidade, tendo a garota como exemplo, marcas pequenas significam timidez e calmicidade, mas nem sempre são exatas. Elek possuía duas marcas: um raio (daqueles que se vê em desenhos simples) e um relâmpago mais detalhado, que ficavam abaixo de seus olhos, (o raio no olho esquerdo e o relâmpago no direito) também eram de tamanho médio, o que provavelmente significava que ele era hiperativo, mas sensato.

As marcas da garota, como já dito antes, eram dois riscos e um polígono na testa, os riscos ficavam abaixo de seus olhos, cor púrpura, que era incomum e marcante.

- Você... tem nome? - disse o garoto após um ou dois minutos no silêncio completo do jardim.

- Milly. E você é o príncipe, Elek, o meio-humano problemático. Disse ser confidencial mas irei lhe contar: teu pai me pediu para vigiá-lo... parece que você passou dos limites. E também, seu décimo aniversário está por vir, o que significa que você está a ponto de decidir sua classe. Ele me pediu pra ajudá-lo na escolha e acompanhá-lo, para não aprontar as suas novamente.

- Bom, na verdade, eu já me decidi sobre a classe. Irei ser um Assassin de espadas, valorizo muito mais velocidade que força. E... quem é você pra falar sobre meus poderes!? Me deixe!

- Sabias palavras. Bom, vamos ao palácio, seu pai está lhe esperando.

Elek hesitou, mas depois de longos dois minutos se decidiu, junto a Milly foi conversar com seu pai. Ao entrar no salão principal viu seu pai e sua mãe, rei e rainha de Rally Raids

- Bom trabalho destruindo a sacada, Elek. Olha, eu não sei como é que você consegue! Não tem nem mesmo poderes e destrói parte do castelo!? Como você fez isto? - disse Heirios, seu pai, num tom severo.

- Querido, não o deixe com medo, ainda é um menino, e você sabe que todo adolescente (ou pré-adolescente) é problemático. Simplesmente decida uma punição, é bom o suficiente. - disse sua mãe, Jessy, a amada rainha de Rally Raids. Tinha uma face limpa, sua coroa era arredondada e segurava seus cabelos ruivos, olhos verdes e brilhantes, somente de olhar para eles você se sentia calmo. Vestia um vestido azul quando estava no trono, mas isso não vem ao caso.

- Tudo bem, vejo você mais tarde, Elek. Decidirei sua punição, mas não se preocupe, não serei tão severo.

Elek ficou com muito receio, mas Milly o acalmou enquanto o acompanhava ao seu quarto. Ao chegar nos seus aposentos, foi diretamente ao banheiro, lavou o rosto e se olhou no espelho. Procurou por possíveis espinhas, mas nada encontrou. Via seu rosto, que julgava bonito, seus olhos azuis-celestes, (quase esbranquiçados) suas marcas, seu cabelo, que era sua parte favorita: arrepiado para trás e branco com pontas pretas, quando nasceram os primeiros fios de cabelo, que eram negros, seus pais pensaram que teria o cabelo parecido com o de Heirios, mas algumas semanas depois foi ficando branco (os cabelos dos rallyanos crescem muito rápido e, após dois meses de idade param de crescer, dando assim um toque diferente a cada pessoa) nem mesmo seus dentes brancos e afiados se comparavam ao seu cabelo, ele o amava. Não se pode deixar o colar de lado, um pingente de esmeralda, muito simples, mas foi dado ao garoto por sua mãe, então nunca o tirou do pescoço.

Saiu do banheiro e pulou em seu cochão d'água, olhou para o teto por alguns minutos, quase chegou a adormecer, até que Milly abriu a porta, pediu licença e entrou. Os dois conversaram por alguns minutos, até que...

*CLOAK* A porta se abriu, tão rapidamente que Elek ficou no ar por quase um segundo, devido ao susto enorme que tomara.

Era o mensageiro, Joe, querido por todos em Rally Raids. Seu poder era a hiper-velocidade, o que se pode imaginar de um mensageiro.

- Elek, me desculpe, mas o rei... deseja vê-lo imediatamente, pois sua punição foi decidida.

Capítulo 2 - Uma tarefa inesperada

Elek caminhou até o salão principal bem devagar, com medo, ao chegar não se surpreendeu com aquela visão: seu pai sem a companhia de sua mãe, sentado no grande trono de vidro (o mesmo vidro da capsula que o levou para Rally Raids) olhou em volta mas não viu nenhum guarda, somente viu seus dois irmãos, Chaos e Addy.

Desde que Chaos nasceu, Elek sentiu inveja e teve muitas crises existenciais, pois não tinha poderes. Chaos, o filho do meio não tinha uma aparencia marcante: olhos castanhos, cabelo preto, curto e arrepiado... tinha o poder do ar e sua marca era um simples redemoinho na testa, o que parecia muito estranho. Chaos era o filho favorito de Heirios, embora nunca respondeu à pergunta "quem é o seu favorito" deixava bem claro que era Chaos. Addy, a caçula era a "esquecida" pois, além do irmão ninguém da família falava muito com a pobre garota, seu cabelo era muito diferente, e marcante: azul claro, pois seu poder era o controle sobre a água. Tinha olhos castanho-claro e adorava sair com Elek para passear na vizinhança. Jessy amava os três, porém sempre mimou o primogênito, afinal, Elek era quem mais precisava. Ambos pareciam preocupados.

Como já é do saber de todos, Elek era o único sem poderes em todo o planeta, o pobre garoto passou sua vida olhando pela janela todos se divertirem, algumas vezes chegava a chorar. Mas, uma história que ficou por segredo foi a de que, quando Elek tinha alguns meses e não demonstrava seus poderes, pai e mãe ficaram preocupados e logo foram juntos a um "vidente" que tinha o poder de ler pensamentos e prever acontecimentos futuros. Ao chegar lá, a notícia não foi deveras boa: Elek não tinha poderes... ainda. O vidente até se assustou, pois além de nunca ter visto alguém em RR sem poderes, nunca viu um futuro mais desastroso. Ele não demorou a dizer, aterrorizado "Esse... esse garoto... vai, vai ter um... um lugar no conselho, vai ser mais poderoso que qualquer rallyano normal, cuidem... cuidem muito bem dele". Jessy e Heirios optaram por manter em segredo, pois caso revelassem colocariam em risco a vida do pequenino.

Além de seus irmãos, Milly ali também se encontrava.

- Você não tem poderes e nem mesmo uma classe de batalhas, mas ainda sim destrói uma sacada do palácio! Eu queria entender como você faz essas suas "brincadeiras" de mal gosto.

- Eu... eu usei uma... uma mini-bomba, p-- pai. - respondeu gaguejando de medo.

- Mini-bombas? Uma!? Impossível, aquilo é trabalho de uma bomba M5! - seu conhecimento sobre as armas deixava todos surpresos, sabia o que cada uma fazia, e como fazia.

- S-- sim, foi uma M5.

- Tudo bem, digamos que sua punição foi definida. Embora você ache isso estranho... - não aguentou e deu um pequeno riso - Você terá de ter um encontro com Milly. Acho que um jantar à luz de velas seria perfeito.

Os dois se entreolharam e gritaram exatamente ao mesmo tempo:

- O... O QUÊ!?

- Isso lá é punição?! - disse Elek, nervoso.

- Exatamente, vão se arrumar! Ocorrerá em duas horas! AGORA! - respondeu Heirios, brutalmente. 

Ambos foram resmungando para o quarto de Elek, como Milly não tinha (ainda) um lugar para ficar, ele pediu para que ela se arrumasse ali mesmo, Elek, nada cavalheiro, foi primeiro dizendo, infantilmente "O quarto é meu!". Ao terminar, Milly o expulsou a tapas. Ficou enfurecido, mas também envergonhado, fez a clássica posição de colocar as mãos atrás da cabeça sorrindo, e saiu... Olhou no relógio: eram 7:16, ainda restavam 44 minutos...

Capítulo 3 - O encontro

A princípio dava uma sensação estranha, mas não era difícil notar que Heirios queria aproximá-los, porém não havia como saber o motivo. Milly era humilde, não sabia usar seus poderes direito, sendo que ser vampiro pode ser considerado ter algum poder. Obviamente, era rápida e silenciosa, podia transmutar-se e tinha uma certa sede de sangue, que aprendeu a controlar, assim como Elek, Milly ainda não tinha uma classe e desejava ser Archer, uma subdivisão da Mechanic, na qual se usam armas de fogo, mas a garota queria manusear um arco.

Eram 7:52 quando Milly saiu do quarto, deslumbrante. Elek estava encostado todo esse tempo na parede, mas logo que a viu ficou estupefato, afinal ela nunca usou uma roupa elegante.

- Você... Você tá linda! Eu... eu estou impressionado - disse o garoto estendendo a mão para a garota - erm... vamos?

- Obrigado... você também está... vamos, vamos sim. - respondeu olhando para o chão, dando longas pausas.

Os dois eram demasiadamente tímidos quanto à esse assunto, pois nunca passaram por coisa parecida. Foram andando lentamente pelo corredor, se entreolhando vez ou outra.

- Meu pai deve ter arrumado tudo... não, ele mandou alguém pra arrumar tudo, se bem o conheço. Ah, como ele é egocêntrico. - disparou Elek - deve ser por aqui, vamos! - continuou, aumentando velocidade e indo para outro caminho, enfim chegaram ao salão, havia uma mesa no meio com duas ou três pessoas em sua volta, alguns músicos e a comida. O garçom não hesitou e logo pediu para se sentarem, Elek se mostrou cavalheiro e puxou a cadeira para sua companheira. Já não viam tudo como antes, pareciam ter amadurecido de repente.

- Então... porque meu pai te pediu pra ficar de olho em mim? - Elek quebrou o silêncio.

- Ele queria alguém pra saber tudo o que você anda fazendo, ou melhor, aprontando. E ao mesmo tempo se aproximar.

- Isso é óbvio, ele sempre quis saber dos meus segredos.

- Faz sentido, mas, naquele momento... por quê?

- Acho que não tem como saber, mas... erm... conte-me sobre você, onde nasceu, como veio pra cá, etc. - Elek ficou avermelhado, mas a garota acabou não notando.

- Não tenho muito para lhe contar: sou de família humilde, moro perto ao Mïriah (Grande Pico). Cresci plantando e caçando animais, alguns dizem que tomo atitudes mais masculinas do que deveria.

- Pff! Que nada! Isso só te deixa mais forte! - interrompeu-a, dando um largo sorriso

- Hm... obrigado... eu acho, continuando... Eu geralmente caçava junto ao meu pai pra saciar a minha sede de sangue, nunca matei e nem pretendo matar ninguém, por isso aprendi a controlar essa vontade. Hoje eu não preciso nem de pequenos animais. Assim foi a minha vida até o seu pai me chamar, ele disse que você provavelmente se interessaria por mim, e que ele apoiava nós dois juntos. Além disso ele me prometeu moradia, mas ainda nem tenho um quarto.

Elek não aguentou, após ouvir "...apoiava nós dois juntos" gargalhou. Mas logo se controlou e ficou quieto, com muita vergonha.

- Pode me contar um pouco sobre você, agora! Se não te encho de tapas! - continuou Milly, até o garoto começar a falar.

- Ah, tudo bem. Primeiro: pode ficar no meu quarto até ele liberar outro, eu me viro. Então... como sabe, sou o único rallyano que nasceu sem poderes, me taxaram de meio-humano por isso... eu sempre fui motivo de piada e até ódio de mais velhos por parecer humano, eles os odeiam... Mas isso tudo não faz sentido, sendo que todos da G1 (primeira geração) vieram da Terra! Eles já foram humanos! Continuando... não é por eu ser assim que meu pai me quer longe do trono ou dele mesmo, o verdadeiro motivo é que, quando eu era bebê os meus pais me levaram a um vidente, e esse disse que um dia eu teria o poder da eletricidade, me fazendo um membro dos deuses! Eles são tratados por deuses, mas acho essa palavra muito forte, por isso os chamo de conselheiros de RR. E isso me colocaria acima do rei (meu pai), logo ele sente muita inveja. Eles optaram por esconder esse fato porque podem existir muitos anti-deuses ou rebeldes por aí, então seria melhor isso ficar por baixo dos panos. Posso contar contigo?

- Nossa, Elek.. eu nunca... você vai ser um deles? Parabéns! Eu... eu vou manter segredo, até porque não tenho como falar com alguém! Passo o dia com você!

- O problema é que eu não sei quando, como e nem onde isso vai acontecer...

 

 Deuses: os "deuses" formam o conselho de Rally Raids, naturalmente, tem mais poder jurídico que o rei. Vivem para tornar Rally Raids o melhor possível, tomando decisões analisadas ponto a ponto para não causar danos ao planeta.

Somente se tornam deuses os primeiros rallyanos a terem tal poder, mas aqueles que vieram da Terra não são rallyanos, fazendo com que somente os G2 cheguem a tal marca. Todas as cadeiras do conselho já foram preenchidas, menos uma, a eletricidade, aparentemente ninguém notou a similaridade do nome do príncipe com tal poder.

Capítulo 4 - Preparativos para o aniversário

Então dias se passaram, e os dois ficaram mais e mais amigos, quem os via juntos pela primeira vez logo imaginava ser um casal, mas ambos não se importavam, afinal eram, basicamente, crianças brincando, só queriam se divertir como qualquer outra. O problema era que as crianças normais usavam seus poderes em tais brincadeiras, e o pobre garoto nunca pode participar, não por não ter poderes, mas pelo desprezo que sofria de todos os habitantes.

Um dia, numa colina perfeita para observar o pôr-do-sol e as estrelas nitidamente... Ambos estavam deitados naquela grama úmida, observando o céu, ao entardecer. Enfim o silêncio foi quebrado:

- Meu aniversário... está chegando... já devem ter começado os preparativos. - disse Elek com pausas longas.

- Você... não vai ir ver como está? - respondeu Milly, que parecia ter escolhido as palavras cautelosamente.

- Essa vai ser a minha "festa das festas", afinal, com onze anos escolhemos nossas classes. Não vejo a hora de ser um Assassin, receber as minhas primeiras espadas...

- Em qual dia é o seu aniversário?

- 15 de Juniper.

- Nossa! Hoje é dia 11! Eu quero saber como está! - parecia animada - eu... também sou de Juniper, dia 28.

Após essa pequena conversa seguiu-se o silêncio, já estavam quase adormecendo quando se lembraram da festa, não demorou para levantarem com esforço e sairem em direção ao palácio.

Era uma bagunça imensa, pessoas indo e vindo de todos os cantos, trazendo ou levando algo. A festa iria acontecer no salão principal (que por sua vez é enorme), porém todo o castelo esatará aberto no dia.

- Mal posso esperar para receber minhas espadas do grande mestre... - disse Elek com um ar de sonhador - como será ela?

- Ainda não sei se vou usar um arco ou armas de fogo. Mas ainda sim, não vejo a hora de botar as mãos nessas maravilhas! - disse Milly, seguindo Elek no tom sonhador.

-Olhe! O bolo!

Tal bolo era colossal, caso fosse do tipo que carrega pessoas dentro, haveriam dez ou mais. Precisaram de cerca de vinte homens somente para movê-lo, colocá-lo na mesa levou meia hora.

Três dias se passaram com cenas parecidas, o palácio não parava por um sequer minuto! Na véspera, cuidaram da decoração externa e dos fogos de artifício, muitas faixas coloridas e até uma pintura nova no castelo.

Elek e Milly se sujaram mais do que deveriam pintando uma só parede, afinal, não paravam de jogar tinta um no outro, o dia foi bastante cansativo... após esta guerra de tinta todos foram para seus quartos, inclusive funcionários. Milly já tinha seu quarto, logo não seguiu o garoto. A noite foi cortada por muitos trovões extremamente forte, parecia que o mundo estava a se acabar, mas, na verdade era uma grande tempestade de raios que cobria o outro lado do planeta, passando sobre os rios de lava. Ninguém se preocupou muito, pois parecia loongínqua, porém quase ninguém dormiu o suficiente.

- Bom dia, Milly! - Elek acordou Milly a gritos, bem cedo com uma bandeja cheia de coisas para um bom café.

- Hãn... o que foi? Como você tá tão... descansado? Como dormiu essa noite? - disse Milly, acordando lentamente, se sentou e coçou os olhos.

- Como assim?

- Os estrondos!

- Que estrondos? Tá louca?!

- Ah, claro, com esse seu sono... enfim, o que trouxe?

- Pão, geléia, suco de laranja, ovos e esse negócio branco cremoso...

- Espera, o quê?! Deixa eu ver... - levantou em um pulo - NOSSA! REQUEIJÃO! Eu fazia requeijão com meu pai quando era pequena.

- Era de se esperar, tradicional da fazenda... um pouco raro por aqui... Foi um homem robusto e barbudo que trouxe...

- Espera, quem?! - gritou, esperançosa - ele... ele era ruivo!?

- Acho que sim, não reparei.

- Ora, é meu pai! MEU PAI! Ele veio me visitar?

- Provável, ele está no salã---

Milly atropelou o garoto, derrubando a bandeja, e correu pelos corredores, descalça e de pijamas.

- EI, E O CAFÉ!? VOLTA AQUI, MILLY!! - berrou - Ah, droga. fiz com tanto carinho...

Algum tempo se passou e o garoto foi até tal salão, estava limpando toda a sujeira que Milly criou. Ouviu trechos da conversa entra Milly e seu pai.

- Aquela tempestade... foi horrível! Quase levou nossa fazenda por inteiro. - dizia o pai, muito tristemente. Aparentemente seu nome era Behin, e veio à capital para pedir ajuda ao rei. Sua ideia era que Heirios mandasse controladores do clima para controlar esta tempestade.

O aniversário de Elek foi "ótimo", começou o dia sendo atropelado pela amiga e limpando o chão. Independente disso, estava ansioso, e quando foi se arrumar todos se surpreenderam com a velocidade em que ele fez tudo... a festa estava para começar, e a tempestade se aproximava.

 

Sendo um planeta diferente, Rally Raids sofre com outras condições, o ano continua tendo 365 dias, porém os dias eram mais curtos, decorrente ao satélite natural que era muito mais aproximado do planeta.  O Calendário possui 13 meses com cerca de 28 dias cada. Juniper é o quarto mês.

Capítulo 5 - Tempestade de raios

Tudo estava pronto, a festa ja ia começar, filas de pessoas nos portões a espera da abertura, fogos de artifício estourando para todos os lados... porém todos haviam uma grande preocupação: a tempestade rugia ao fundo, cada vez mais e mais próxima.

Assim que os portões se abriram o palácio lotou com rallyanos de todos os cantos, milhares de pessoas em um lugar que não aguentava, logo Elek e Milly repararam numa carroagem, e ficaram observando-a da sacada, sabiam que, naquela carruagem se encontrava o Grande Mestre, responsável pelo acompanhamento e entraga da primeira arma, conforme a classe escolhida.

A festa finalmente começou, com muita comida e música. Elek tremia de nervosismo, era de se esperar para a sua escolha mais importante, não demorou até notar um garoto vestido de preto com uma grande lâmina nas costas, tinha cabelo vermelho e estava completamente sozinho em um canto próximo à mesa de comes e bebes. Logo o abordou:

- Olá, tudo bem? Eu nunca te vi. Qual é seu nome?

O garoto respondeu secamente:

- Grim.

- Legal, notei essa sua arma, qual é a sua classe? Beserker?

- Sou um Soul Reaper.

- O quê? Você é um dos raríssimos Soul Reapers? Vocês são "a morte", podem levar qualquer um!

- Sim, e a propósito... vê aquele homem?

- Vejo, o de camiseta vermelha. Parece bêbado.

- Está, e vai morrer em - olhou no relógio - doze minutos.

- Você... é macabro! Precisa de um amigo, vem, vamos dar uma volta... vou lhe apresentar a alguém.

- Contanto que leve menos tempo do que eu necessito, tudo bem.

Assim ambos saíram do salão e foram ao jardim, onde uma velha amiga de Elek, Sasha, olhava fixamete para uma árvore. Elek a cumprimentou e os deixou conversando. Agora nosso protagonista tinha outros planos, mas não conseguiu achar Milly em lugar algum. Os doze minutos restantes de vida do homem bêbado se foram, ele realmente morreu. Seu nome era aparentemente Triot. A cena seguinte foi sinistra: Elek viu uma sombra passando entre a multidão, mais ninguém parecia vê-la, estava encapuzada e o que se podia ver do rosto era um crânio. O garoto deu um grande arrepio e continuou sua busca.

Procurou em todos os lugares abertos ao público, mas não a encontrou. Parecia ter fugido. Então, Elek teve a ideia de ir aos quartos, olhou em cada um deles, incluindo o da garota, mas ela não estava lá... finalmente decidiu descansar em seu quarto, e ao chegar lá...foi até a sacada, onde Milly se encontrava o tempo todo. Estava olhando fixamente para os fogos de artifício, estava tão concentrada que teve um pequeno susto quando Elek disse:

- Fugindo da festa?

- Não, as estrelas estão muito lindas hoje.

- Por que está aqui?

- Sabe que eu adoro esse lugar, não é segre--

CABROOM! Um trovão cortou a fala da garota, abos tiveram um grande susto. Ao olhar pela janela, puderam ver vários controladores do clima tentarem parar a tempestade, sem sucesso. A porta se abriu.

- Ah, querido, aí está você! Venha, o Grande Mestre lhe aguarda no salão. - Era Jessy, sua mãe que dizia, ofegante... aparentemente estivera correndo em busca do garoto.

Todos desceram e viram os convidados, alinhados por classe, abrindo caminho para o garoto. Podia-se ver todas as 6 classes comuns, mas havia somente um da classe Combuster e Grim, da Soul Reaper. Essas classes não eram escolhidas, pois eram como o "poder" dessas pessoas, já nasciam com ele.

Logo o Mestre o chamou:

- Aproxime-se, garoto. Hoje, neste grande dia, fará sua escolha. Escolha qual carregara por toda sua vida, junto ao seu corpo. Pense bem, pois não poderá alterá-la futuramente.

- Já estou decidido. Vou ser Assassin. - disse o garoto, ansiosamente.

- Entendo, valoriza mais a velocidade, suponho. Qual seu estilo de armas: espadas ou garras?

- Espadas, mestre.

Então, após escolher sua classe, Elek saiu pulando de alegria de volta para a sacada de seu quarto, junto à Milly. Dessa vez tudo estava mais quieto, a tempestade pareceu cessar por um tempo. Elek não hesitou:

- Tenho algo muitíssimo importante para te falar.

- E o que é? - respondeu Milly rapidamente.

- Sabe, você tem sido muito importante para mim nos últimos dias e...

- E?

- Bem...

- Fale logo!

- Eu... eu estou apaixonado por você, e quero... quero pedir sua mão, em namoro.

Milly não repondeu, parecia ter travado ali mesmo. Imóvel e completamente vermelha, assim como o garoto.

- Eu vou te dar um tempo pra pensar... te vejo mais tarde. - disse o garoto, a deixando na porta.

Elek foi em direção à sacada, agora sozinho, olhou em volta. O céu estava roxo devido aos raios que caíam. Deixou cair uma lágrima, ainda com esperança de receber uma resposta imediata. Ali ficou por cerca de cinco minutos, pensativo.

Quando menos esperava, um relâmpago o atingiu no braço esuqerdo, ele caiu da sacada e ficou inconciente.

 

Em Rally Raids, a principal comemoração e escolha é aos 11 anos porque eles acreditam ser a transição de uma criança para adolescente, sendo assim, é dado uma escolha e armas para o jovem, para que ele enfim comece sua jornada pelo mundo.

Capítulo 6 - Coma

- Elek... eu... Elek? Elek! onde estás? - gritou Milly, após entrar no quarto com sua resposta pronta. Estava desesperada. Achou melhor descer e saiu do castelo, a tempestade já havia parado. Andou alguns metros e viu Elek deitado no chão como se tivesse caído, o que realmente aconteceu. Notou em seu braço esuquerdo algo... era uma marca que parecia estranha, porém bonita ao mesmo tempo.

O garoto teve o tratamento necessário e, dois dias depois, após constatado que estava em coma, foi mandado para uma calma e deserta fazenda ao sudeste da capital. Pois estava em um estado qual não podia ser perturbado. seus irmãos e Milly o acompanharam, sempre de cabeça baixa, pois não sabiam nem mesmo se ele iria voltar. Comas podem ser duradouras ou até mesmo eternas. Fizeram o que podia para mantê-lo vivo, até mesmo o alimentaram, seus pais nem mesmo o visitaram, Heirios por vontade própria, mas Jessy não podia sair de seu posto, então não apareceu.

- Acha que... ele vai voltar logo? - comentou Addy, em voz baixa.

- Isso é o que todos nós esperamos, Dy. - respondeu Chaos deixando uma lágrima cair.

- Ele está assim faz duas semanas... Estou ficando preucapada... e a Milly? Quando ela vai sair dali?

Ao lado da cama, segurando a mão de Elek se encontrava Milly, chorando aos montes.

- Eu... eu estou bem, Dy. Não se preocupe comigo agora. - disse ela.

- Ah, Milly! Vamos, ele vai se recuperar. - disse Chaos - só precisamos esperar.

- Sim... droga! Ainda não consigo lidar com tudo isso. E esse lugar! Porcaria! Maldito seja o infeliz que construiu essa cabana no meio do nada. E ele... deitado nessa cama, sem fazer e nem falar nada... ah, Elek. Sinto sua falta.

- Nós sentimos. - disse Addy ao fundo.

- Era o único disponível, mesmo sendo ridícula, quadrada e cheia de cupins ainda é o que temos... - justificou Chaos.

Assim mais um tempo se passou, até ser quase três horas, todos estavam chorando de cabeça baixa, menos Addy, que olhava fixamente para o irmão.

- Gente! Olha! Ele está... soltando... faíscas? O que é isso!? - disse a garotinha.

Era pura verdade, o garoto tremia na cama, soltando alta voltagem pelas extremidades do corpo. Então teve um pico, no qual flutuou por alguns segundos e então parou... Tudo estava quieto, Milly quebrou esse silêncio comentanto para si mesma:

- Elek, por favor, acorde... tenho sua resposta, preciso que você acorde.

- Erm... oi... pode falar - *Yawn* - Nossa, onde estamos? - disse Elek, bocejando.

Impressum

Tag der Veröffentlichung: 31.08.2014

Alle Rechte vorbehalten

Widmung:
Dedico esse livro a todos meus amigos, em especial a Lucas Botelho, Lorena Vallone, Carolina Leme, Gabriel Botelho, Felipe Uriel, Gabriella Nakashima, Sabrina Almeida Silva, Diego Menalli, Celso Ricardo Maiolino e Andreia Aparecida Caraça Maiolino. Não esquecendo de todos os outros que ouviram fragmentos ou a história completa!

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