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MEMORIAIS DE SOFIA (zocha)

Carroção do Tempo dos Polacos


Lílian Reinhardt


CARROÇÃO DO TEMPO (dos polacos)


Já faz um numero de poentes, de sapatos gastos, que o carroção dos polacos apeava com seus cavalos mansos
à porta do bangalô de madeira, de janelas com folhas de venezianas, cor de musgo, na Vila Guarí, com o comércio das porcelanas. As louças vinham acondicionadas em caixotes com palha de milho e eram trazidas da cidade próxima de Campo Largo.
Aquelas meninas que ficavam dependuradas na cerca eram eu e minha irmã mais nova , esticadas com as pernas em varas nos sarrafos pontiagudos,mastigando a lanha das felpas, segurando firmes as lanças de madeira, como trapezistas ansiadas,com os olhos brilhantes, esbugalhados espiando as compras da mãe.A polaca de lenço branco até a testa
tinha a pele enferrujada como a minha pele e minha mãe orgulhosa comprava dela as louças brancas e assim ia montando palmo a palmo na cristaleira nova de pinho envernizado,dos móveis novos da sala de jantar,a louçaria delicada que adquiria, uma a uma, com pagamentos a serem feitos à prestação e aquela preciosa louça vinha como relicário, transportada pelos estradões de pó virgem,por aquele pesado carroção...

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NO JARDIM DE SOFIA (ZOCHA)


Os Jardins Suspensos da Babilônia seriam os altares da nossa infância?A infância é uma pátria perdida, um lago congelado onde adormecidas jazem as ogivas da memória, o coral dos lumens da noite, em orquestral remanso de escuridão límpida...? Contra o azul do céu ergue-se em esplendor ainda, de possante nave, a ogiva metálica da Igreja Ortodoxa bizantina,no alto da colina da Vila Guarí.
Dobram os sinos dos carreiros daquele bairro pobre pulsando suas vielas...As valetas enormes...ladeiam aquelas ruas sulcadas pelas nossas andanças.Valetas- crateras que a lâmina do tempo não cerra os olhos das minhas vagâncias.Piso ainda dentro delas e afundo meus pés sobre o areão movediço quase engolida pela língua
das correntezas...elas comem pelos beirais as dobras dos barrancos decepando as raízes mal nascidas, levando os seixos perdidos, rolando os mós do tempo!Dobram os sinos...repicam os sinos da Igreja Ortodoxa...Maria - Ave olha dos meus olhos, mira os céus do bairro pobre, busca a palavra perdida.-Céus de Sienkiewicz, de Maiakovski, de Trevisan, de Kollody?Quo Vades, minha alma, minha mãe, meu pai, meus irmãos, barro puro da minha terra, treme o meu chão!!! Meu subúrbio natal de Curitiba, das taças ogivas das araucárias aparando as geadas com suas cúpulas convexas a recolher o congelo de orvalho caindo dos céus...Essas polacas cúpulas redomam a agonia dos meus gelados ares.No jardim...acocorada entre os canteiros, de cravos, crisântemos, mosquitinhos,dálias, Zocha, simplesmente Sofia, a vizinha em frente à nossa casa, mãe do polaco Leontcho faz as regas da tardinha enquanto dobram os sinos da igreja ortodoxa com sua cúpula bizantina chamando para a missa da sexta hora.Os santos ainda estão cobertos!Ela afofa a terra com esterco do galinheiro, enquanto do outro lado da rua Florami
mulher do funcionário do Tribunal ,jaz decaída sobre a cerca do portão procurando na rua o bosquejo da vida...Seu olhar semi morto desmaia a mesmice e parece alheio ao brado dos sinos, escorrendo pela água do bueiro, pelas valetas desbeiçadas das correntezas de fundo falso...enquanto do jardim suspenso, gritam as dálias, os girassóis de Zocha,mirantes sobre o cadafalso!!!


SIMPLESMENTE SOFIA (Zocha)


Sofia encaracolou os cabelos louros de polaca lambida.
Hoje em algum lugar do presente tirou a blusa de cambraia branca com rendilhas nas bordas da gola e irreconhecível caminha entre as cercanias do jardim, de lenço, chapéu de palha e botas com o tesourão nas mãos. A cada picotada no pescoço das roseiras,
atira longe os galhos imprestáveis, que seu Lucas o marido, (lukinha) cata e depois deixa limpo o terreiro, porque o chão se reescreve e escrever como dizia Lispector , pode ser uma forma de abençoar uma vida, que não foi abençoada .
São Tomaz de Aquino acaba de chegar com Aristóteles da abadia de Tomaz Coelho, cidade colonizada pelos poloneses no Paraná, com Geraldo. Observam a fundo a teologia de Sofia e este último tem dificuldade em entender as suas oxítonas e as equações riscadas no afofamento da terra. Mas, Geraldo é o sobrinho quase padre católico que observa os movimentos rítmicos de tia Zocha
entre as cortadeiras formigas e não a estranha.Se o canteiro é água, ar, fogo e terra, pisca o olho para Graça, sua amada, por quem deixará a batina de padre, bem logo, - afofando tudo com o sopro do zelo, não será difícil tentar descompreender o jardim, não é?!....


OS ROSEIRAIS DE ZAVADSKI


Ao longe, do espigão da curva da poeirenta estrada, onde os olhos pasmam os gemidos do tempo,ouvem-se ainda os chiados do pesado concerto do carroção que acaba de chegar da cidade,onde foi levar a ultima colheita de abóboras, repolhos, batatas, milho,feijão...No varejo do tempo fez a entrega da produção da ceifa. Zavadski na chácara, em Araucária,entre os roseirais, acompanha os gemidos
daqueles roldões... por instantes lembram-lhe as sirenes dos campos de refugiados... lembram-lhe os girassóis humanos amontoados nos
comboios... lembram-lhe....lembram-lhe...os comboios de girassóis rumo às câmaras de gás...
O acorde silencioso daqueles gemidos dobram,cortam o silêncio dos roseirais, sob o concerto da manhã passarada.A manhã orvalhada lhe acaricia a concha dos olhos do velho professor. Noite e dia os roseirais de Zavadski lhe comem as carnes.Desde que chegou às terras geladas de Curitiba, no Brasil sentiu o aconchego polaco de sua Polska distante,desde que acordou num tempo vazio, compreendeu como Napoleão,que a geografia tem muito
a ver com o destino do homem.Assim o cumpria, desde que sentia que sua alma carregava a pátria também, nas memórias de seu corpo,e que sobre sua pele os espinhos dos roseirais haviam escolhido o seu duro granito para espigarem.E sob esses rosais incandescentes as lágrimas lhe brotavam quentes entre os desvãos,
quando do suplício das brotações, em todas as estações que já vivera...Agora era possível entende-lo
com as Catilinárias de Cícero, os dativos e genitivos , os vocativos, os nominativos das declinações, ouvindo-o ao toque da batuta daquele giz sob o halo da lousa fria e compreender o porquê lecionava aulas de latim, no Colégio Estadual do Paraná,
com as unhas sujas de terra!...


UM TEMPO DE CORDEIROS


Havia um tempo de cordeiros, havia um tempo de aceiros, de novelos brancos, de anéis de gelo, havia água da bica na cozinha,as cadeiras toscas de palha enredavam-se à mesa de pães modelados e patinados
de claras e gemas de ovos caipiras.Mas havia também, um lume agonizante naquela casa,uma face torturada, uma fixação da morte que recendia de nossas almas.Havia um vazio cortante de casa
moribunda, uma prece vagante, rochosa,de uma genuflexão doída, profunda,uma masmorra gelada ,petrificada,aquela casa era alugada, quase geminada,sempre acesa de círios ardentes,
o varão, meu pai, sempre ausente,aquela casa era expropriada!


REVERBERAS


Quando a tarde cai e as cortinas descem, pelos deuses, ainda ouço a voz nostálgica daquele auto falante sonolento, da sociedade Guairá anunciando a chegada e o começo do fim do mundo,a festa de domingo, a geada de segunda,a missa bizantina!A rua Alagoas levanta a poeira ciscalhada, dona Emilia acaba de batizar o recém-nascido,e agora está comadre de minha mãe,mas, quando cai a tarde também cai a vida,e Odete sua filha moça, de pernas branquelas e grossas,com sua bicicleta azul chegará da fábrica da linhagem,
onde é operária. Todos os dias leva marmita no bagageiro da bicicleta e à noite já pode experimentar os mistérios do amor...
Paulinho, seu irmão, espreita-me quando passo,finjo que não o vejo, não quero saber dele,oculta-se sempre sob a pérgula de heras e musgos daquele macabro portão de madeira,parece uma estátua mórbida numa cripta medieval,com suas imensas orelhas de abano,
ouvindo a acústica do mundo!Não entenderei nunca o destino de Odete, não entenderei nunca o destino de Paulinho.Odete se casará de véu e grinalda,Paulinho será ceifado aos vinte um anos...sua mãe se guardará na loucura,continuará morando no mesmo lugar e eu mudarei de endereço para pegar o ônibus e ir para o colégio das freiras...
O muro de Berlim continuará erguido e mesmo depois de caído ainda assim não entenderei o destino...e na Faculdade de Direito,
você me beijará com seu sorriso nas escadarias, na praça Santos Andrade,enquanto o morno sol de inverno derreterá a geada,
por entre as araucárias...


NAQUELA CASA DO TEMPO...


O pequeno jardim de ripas lancetadas era amordaçado sempre por uma fechadura enferrujada no portão. Sob o céu desnudo, os olhos estrábicos do buraco da fechadura pareciam ter pouca importância naquelas
cercanias que guardavam aquela casa entre os arvoredos da rua Goiás. A calçada de cimento descascado levava até a varanda de tijolos, no umbral das horas...
Ouço o cheiro do bolo recheado de creme de abacaxi revestido de cobertura de clara de neve
sob a singela mesa de fórmica vermelha com bolinhas douradas, piso correndo entre as pétalas vermelhas caídas ao chão, o chão tem o ventre quente, a pereira é carregada de flores embora das roseiras pendam as dores,
os cravos cozinham rápido na panela de pressão,a missa bizantina toca o sino na matriz de dourada cúpula, o polaco Leontcho me olha de sua casa do outro lado da rua,os padres na Igreja Católica tomam seu café
gordo na cozinha da casa paroquial em frente à Igreja, eles sempre nos davam santinhos e nós com fome, não tínhamos em casa o que comer, frestamos à sua porta e quantas vezes levamos corridão da velha beata dona Júlia, a governanta da casa dos padres. Ah, como cobiçávamos os grandes queijos redondos sobre a mesa, pareciam grandes óstias...Mas,ao lado do bangalô de madeira, espreitavam-nos os olhos da menina Soniasz,
sempre pronta a lancetar-nos contra
as filhas do seu Emídio, o crente em constante vigília...e cascalhar a rua Goiás de cacos de vidros, cuidando sempre das atenções de Tchenko para ela. Sob as cercas de ripas, Florami, sua mãe fazia a peregrinação diária no jardim de cravos, sempre solitária, acariciando com as mãos
esquálidas os olhos fundos nas covas de seu rosto de cera , parecia afundada no molde de sua argila, não conseguia compreender como as abelhas modelam com o corpo a própria casa. A sogra italiana sempre de buço crescido carregava os arreios daquele mundo...Mas, do lado de cá da fronteira, sobre o sofá novo da salinha desnuda, que como um santuário apenas guardava a televisão nova Empire com pés pontiagudas, podia estar o chapéu de camurça cheiroso de meu pai...Quem sabe terá chegado à noite, com sua maleta de viagem e seus pulôveres de tricot com olor tão estrangeiro para mim...No guarda roupa de pinho envernizado, não havia roupas suas... mas, meus olhos bastardos estavam sempre a farejar-lhe o cheiro ...Sobre a mesa do tempo um copo d'água hoje dobrável...alguns códigos escrevem agora esses poemas descartáveis...Meus olhos parecem descartáveis, também e engolfam , passantes, o avesso do outro lado da rua do agora, pingam os poemas, a gota contorcida, que sobre o branco papel infringe e pratica essas reincidências ...


TANTOS ERAM OS PORTÕES...


Tantos eram os portões de ripas, com suas taramelas por dentro, de folhas sopradas nas casas do tempo...tantos são os fantasmas noturnos que esvoaçam entre as frestas daquelas cercas de pinheiro araucária e açoitam aqueles portões que seguram os olhos,que ressurgem, assim, esses esquadros das pulsações da alma, por entre os morcegos que vagueiam pelos beirais e reviram sombras entre os avessos dos chafurdados porões, entre as réstias de alhos!...
O céu degela , a vida recomeça. Comadre Emilia não pode mais ultrapassar os portões de sua casa. Aprisionou-se, tem agora os olhos escavados nas fundas grutas do rosto, encravaram-se na sepultura do finado filho Paulinho o já sorriso tímido e os crivos das palavras. Nunca mais pisará o pé fora de casa, além do portão frágil das cercanias das ripas de pinho em lanças. Ficará como sua casa, encravada, circunscrita ,entre os arvoredos, entre os beija flores e os morcegos, entre cravos, flores de cera, begônias e avencas, com a alma dependurada pelos fios das teias de arame que seguram os vasos- latas na pequena varanda, e só chegará ao portão e contemplará o mundo conversando por sinais e berros e sonidos com a polaca Nuska do outro lado da rua e os passantes que a reconhecerem e ela pensar reconhecer...A filha Odete acabará por ficar noiva de João,terá quatro filhos , todos sairão à cara arretada do marido, construirá uma casa nos fundos, ficará porta à porta com a mãe, indefinidamente,entre elas não haverá mais portões...viverá numa singela casa mobiliada de móveis de pinho, paneleiro de alúminio, jogo de cozinha azul com caixão de lenha... e um dia não muito longe enterrará um dos filhos ainda não nascido...Os portões parecem alinhavar linhas demarcatórias, bastidores de riscados de indefinidas malhas geográficas, afivelar cercanias do pensamento,sob a película da concavidade do tempo e se postam como sentinelas, urdem teias erguem-se em colunas, molduras de ar, pensam guardar casas, anteceder grunhidos, sons,
uns de olhos de ripas, outros de ferro,outros e outros de alumínio, com ferrolhos de aço!Ontem, as últimas chuvas descamaram, descascalharam a rua Alagoas . Grandes valas se abriram, se descarnaram da terra com perigosas fendas para o trânsito além dos portões. Odete continuará trabalhando na fábrica da Linhagem, há alguns quilômetros de sua casa, indo e vindo com a bicicleta Axel, beirando a linha do trem perto da Usina de óleo comestível Fanadol e subindo a rampa sulcada , pelo degelo das enxurradas, nas manhãs fechadas da gelada Curitiba. Assim, abrirá e fechará todos os dias a taramela do portão de ripas.Não esquecerá, de levar o cachecol de lã tricotado em ponto meia, enrolado em volta do pescoço e da marmita de alumínio, na sacola de pano, no porta-bagagem da bicileta!...


UM PASSARADO


Uma andança nômade sob os címbalos do prana? Ogivam ao longe as igrejas bizantinas e tantas outras catedrais, Senhora Virgem Vestal de Chestokova, Nossa Senhora da Luz dos Pinhais de Curitiba, Igreja do Rosário do Monsenhor Celso, Milagroso, Igreja do Largo da Ordem,Museu sacro da minha cidade. Rodopia meu uniforme marinho, queimando minha pele entre espinhos. Subo a rua do rosário ao Colégio Divina Providência,revôo nos ponteiros alagados do relógio, desço e subo a ladeira de paralepípedos escorregadios todos os dias, pego todos os ônibus possíveis, moro nos confins do mundo, há muitos portais para chegar até... faço procissão entre as formigas, exército passarado Zen, venho de quilômetros esticando horizontes, além do veludo do limo das pedras, do grito oco dos silêncios aprisionados, com os rios percorrendo-me os coachos, com meus olhos d'água úmidos, de nascedouros, navegantes por essas barrancas, sou ave nativa mestiça cativa, de insólitas lembranças, das tropas dos sóis do além de mar. de meus versos ancestrais de meus pais, descendentes de imigrantes, sou esse país sem reticências, sem fronteiras, - mas teu continente me roseira, me inocência .
Deixa-me chorar as minhas carrancas. Sob o barranco dos butiás sabiás daquela casa bombardeada do Pilarzinho,
os anjos também habitavam lá!


TABUADA


Não sei de cor a cor da Tabuada, preciso da tua mão para atravessar a rua, nunca sei qual o tom do mosaico da estrada, esta via única há milênios congestiona as minhas artérias. Mas, na igreja bizantina
na colina da Vila Guarí repicam os sinos,
vai começar a missa ortodoxa das seis horas,Seu Emídio, o crente sai com sua
bicicleta preta para ir trabalhar na fábrica no bairro do Portão, é operário religioso enquanto a polaca Tida sua mulher gratina o pão com gema de ovo. No bagageiro da bicicleta ele leva a bíblia cristã,
ele a lê todas as noites em suas vigílias
de guarda noturno.Eu não entendo a bíblia de Descartes, seus capítulos eróticos de fast foods, meu olhar reciclável busca Rembrandt, Veermer ,Van Gogh ,Velásquez
Gibran. Ainda piso descalça sobre os pregos. O martelo repica aos meus ouvidos, na acústica dobram os cravos,
de púrpura evapora a rosa aos meus sentidos!


FORA DO PORTÃO

Embora os meus olhos possam ainda,levitar sobre a paisagem daqueles paramentos de algodão e campos de organza, sobre os babados e dobrados que repicam , a lama das ruas nuas e a grande cúpula da igreja Bizantina se assemelhe à lembrança de um radar a sinalizar aos extraterrestres, de repente é possível que a Vila Guarí não tenha revoado e continue a ser a mesma espécime milenar de península ou arquipélago, sob a qual dava guarida aos nossos sonhos e aos pesadelos e conversávamos abertamente com o sol sob a mesa redonda daquele planeta. .Ainda me perco em suas ruas ora estreitas ,ora largas, com seus bangalôs e chalés polacos bordados com beirais de lambrequins, a arquitetura das construções de pinho araucária erigidas sempre na vertical
.Os sótãos mal cheirosos e mofados com suas mansardas desafiam esta casa desdobrável do meu tempo,.- Por que a carrego assim tão dolorosa em minha alma minha senhora? Quem és tu que me pesa tanto e me levita neste estremecimento insólito? Um dia fui tua vestal, no coral a cantei frente ao retábulo, um dia a declamei na ribalta dos fundos do meu quintal e percorri tua topografia encravada de canteiros. Mas,havia um poço no fundo de teus olhos sempre de boca aberta no pátio interno de piso cimentado da casa da rua Goiás que eu chorava,haviam as bocas de leão, as rainhas margaridas, atrevidas,os cravos no jardim fechado com portão a cadeado e, mesmo assim eu me esticava sob meus pés sobre a cerca frágil de sarrafos pontiagudo e via o outro lado das tuas ruas e abocanhava , também, um pedaço daquele azul do céu com loucura,Havia uma escada?!...Sim,um dia a chorei infinitamente quando percebi que você ia embora minha casa e eu iria ficar longe de ti... Quis, então, fazer uma ponte levadiça mas ultrapassei o sinal e soprei-me e fiquei distante do meu país,estrangeira agora naquele novo porto sem giz o que eu iria escrever na lousa fria? Mas,a dura e gélida vida veio conversar comigo . Estava gorda , pesada e me esperava na caverna dos sentidos: fora do portão!


Impressum

Tag der Veröffentlichung: 04.03.2010

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Widmung:
dedico para meu amados pais Edgard e Hilda in memoriam

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