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Ja faziam trêss dias que eu não me sentia muito disposto. Como é que eu posso explicar? Eu não conseguia fazer minhas necessidades, no banheiro , sem passar por um martírio terrível. Eu sabia, alguma coisa tava de errado com o meu......Forevizis, mas para falar a verdade eu jamais pensei que tal fosse dar tantos problemas neste dia.
Bom, primeiro deixa eu me apresentar! Para quem não me conhece , meu nome é Ernesto...... Ernesto Cabreiro. Minha mãe é a dona Clotilde e meu pai é o seu Genésio . Eu tenho um irmão caçula de seis anos que se chama Felício. Sou Corinthiano (não comecem com Buuuuuuu não, heim!) e hoje entendo muito de Futebol. Aprendi também que o Hino brasileiro começa com: Ouviram do Ipiranga as margens plaaaaaaacidas, de um povo heróico um brado retumbante ,..e não como eu pensava antes, que o hino nacional era: Salve o Corinthias , campeão dos campeões.Eternamente...Sou do do signo de Leão e meu animal preferido é o tigre. Estou em pleno os meus 12 anos de idade e segundo minha mãe, em plena a puberdade.
Voltando agora a minha história. Tudo começou numa segunda feira, no mês de agosto, quando percebi que ao sentar , senti uma leve dor no Forevizis. Claro que eu achei meio estranho ter dor nesse local, mas...na vida , tudo é possível, não é mesmo? Imaginei primeiro que estava com uma espinha , pois ao alcaçar o local que doia, senti uma certa elevação como a que eu sinto quando passo a mão no meu rosto, que diga-se de passagem , parece que eu não tenho espinhas na cara, mas sim, uma cara nas espinhas.
A prióri não me incomodei muito com o problema, afinal, as espinhas do meu rosto não demoravam muito a estourar, principalmente porque eu as esmagava, com os dedos, quando já estavam madurinhas. Assim sendo, tentei alcançar , com as duas mãos, a bandida da Carlinha (nome que dei a tal da espinha) . Meus esforços foram em vão. Virei de todas as posições, usei espelho e tudo quanto foi malabarismo, mas não alcancei a danada. O fato era: a espinha do Forevizis não dava para ser expremida como se expreme a espinha da cara. Concludão: resolvi deixar que o tempo se incubisse da mesma.
Claro que se D. Clotilde (minha mãe) ficasse sabendo da existencia de Carlinha, teria ela falado para mim: - Ernestinho, meu filho! Não precisa ficar com vergonha da mamã não! Deixa eu ver o seu bumbum, quem sabe eu posso expremer para você e......Arrrrrrr! Deus me livre, só de pensar!
Na terça feira eu me sentia ainda pior do que no dia anterior, contudo, bem melhor do que no que hoje, quarta feira. A coisa realmente piorou! A primeira reação que tive ao levantar de manhã, foi verificar se, a danada da Carlinha , ainda tava lá. – Deeeeus do céu ! – exclamei assustado – a poderosa cresceu feito um vulcão . E a dor ? Como poderia eu descrevê-la? Era algo quase que insuportável, mas mesmo assim, resolvi guardar segrêdo do estado em que eu me encontrava, comigo e com Deus.
Eu fui para a escola, meu pai me levara como sempre até a porta do colégio e me lembro que ele conversara comigo sobre algo, mas se me perguntarem o que foi que ele disse, não tenho a mínima idéia. O único pensamento que eu tinha em minha cabeça era: Se a danada da bixinha ta grande agora, imagine quando terminar a aula hoje, qual o tamanho que o meu traseiro vai ter!
Me despedi de meu pai e fui para a sala de aula. Eu estava sentindo um arrepio, um cala frio, uma coisa estranha na garganta e uma vontade imensa de vomitar. Pensei comigo: Ops! Eu acho que o negócio tá feio!
Durante as aulas comecei a sentir que não somente o Forevizis tava doendo, como também a dor começava a subir pela coluna vertebral e.......- Vamos la, Ernestinho! – tentei me motivar – você é um homem ou um saco de batatas? Aguenta meu filho! Afinal, você não vai querer explicar para o seu pai ou para a sua mãe o seu problema, não é mesmo?
E foi assim que resolvi aguentar a dor, sem me mexer na cadeira.
Minha professora de Matemática D. Julinha, que era uma gracinha, muito querida e bonitinha ( todo mundo gostava dela, principalmente os meninos e os pais dos meninos de minha classe) olhou para mim no meio da aula e me perguntou com uma voz toda meiguinha: - Ernestinho, você ta se sentindo bem?
Claro que eu respondi que sim, afinal, o que eu poderia ter dito: - Não, não! Eu não estou nada bem! To com uma baita duma espinhona no meu traseiro e porisso estou sentadinho assim meio de ladinho.
A última aula foi um martírio em sí. A aula foi dada pelo Sr. José Golçalves, meu professor de Geografia. Eu jamais havia notado como a aula deste professor era enfadonha mas , quando se tem dor , tudo é motivo para a falta de pasciênci. Tudo que é demorado , nos tira do sério. E o Sr. José Gonçalves era a calma em pessoa. Cada palavra que ele emitia durava uns dois minutos para terminar.
- Noooooooooo Maaaaaaaatttttooooooooooo Groooooooooossssssooooooooo dooooooo Sullllllllllllllllllll- e assim por diante. Martírio total! Se eu pudesse , tiraria minha calça, viraria meu Traseiro na direção dele e expremeria minha espinhona direto em seu olho e......- Ops! Eu percebia que eu ja estava começando a ficar violento. – É sempre assim quando eu tenho dor, perco as estribeiras. Porém, tenho certeza que todo mundo é assim, não é mesmo? Quando se tem dor, o mundo fica cinza e as pessoas dão nos nervos.
Ao terminar a aula veio o Tarcisio me chamar para jogar bola. Com um sorriso forçado, respondi que hoje seria impossível já que eu tinha que ir para a casa da minha avó , pois minha mãe trabalharia hoje no turno da tarde.
Claro que isso não era desculpa, afinal, para minha avó era igual à que horas eu chegava, ou se eu chegava. Ela nao era o tipo de avózinha que se conta nas historias da caroxinha. D. Berta era uma mulher que segundo a definição de minha mãe, tinha uma vida social muito agitada e segundo a definição de meu pai, não passava de uma véia fofoqueira.
Contudo, Tarcisio pareceu acreditar no que eu dissera e despedira-se de mim.
Normalmente para ir para minha casa, bastava eu andar tres quarteirões, mas para ir para a casa de minha avó, tinha eu que pegar o buzão, em direção à Varginha, que vinha lotado, cheinho de gente se expremendo . Era gente pendurada nas portas de entrada e de saída, para não dizer do empurra –empurra que ocorria dentro do transporte coletivo. Pensei comigo: Ah, meu Deus! E se alguem apertar o meu traseiro? Eu acho que eu desmaio! Mas o pior ainda era a vontade de soltar gazes. Ja fazia tres dias que eu não ia ao banheiro e por ironia do destino, havia eu comido “ Chile com Carne” no dia anterior. Eu sentia que se eu nao soltasse um arzinho, eu iria explodir. Ok! Eu conseguira me infiltrar no meio do povo dentro do ônibus. Era incrível como tinha gente que em pleno o meio dia, ja tinha um cecê daqueles que cheira cebolão e sem se tocar, esfrega ainda o sovaco fedorento na nossa cara, como se nada tivesse acontecendo. Cada brecada que o motorista dava, a dor de barriga aumentava e a mardita da purulenta no meu traseiro pulsava feito não sei o que.
Foi então que eu não aguentei mais. O suor ja corria pelo meu rosto. Uma aureola envolvia minha cabeça num arrepio que vinha dos pés, percorrendo o corpo inteiro. Tentei pensar em mil coisas, mas só uma vinha em minha mente: - Tenta fazer bem baixinho, para ninguém ouvir e..........
- Prrrrrrrrrrrrrrrrrr – foi o barulho que fez, mas parece que somente eu que ouvi , pois ninguém me olhara. Ufa! – pensei comigo, nao foi tao terrivel quanto eu imaginei e........

- Meu pai de misericórdia! Que podridão é essa minha gente? – ouvi um dizer.
- Abre a janela ai povo, alguém ta virando do avesso aqui! – disse um outro.
- Eita, falta de educação, sô! – disse uma senhora tapando o nariz.
- Impressionante !– disse eu, bem baixinho.
Um cheiro de ovo podre invadiu o ônibus. E tudo ficaria bem, se depois do primeiro prrrrrrrrrrrrrr, não tivesse vindo o segundo , o terceiro e.....eu nao conseguia apertar a musculatura do meu traseiro, pois a dor era tao terrível , tive que deixar a coisa rolar solta, até sentir que na quinta vez, ao invés de prrrrrrrr, veio um Fluschhhhh. – Melei a cueca!
Eu havia percebido que o povo já tava me olhando meio de ladinho, com cara de nojo.
Uma senhora olhou para mim e perguntou: - E ai meu filho! Tá tudo bem com você? Você quer ir ao banheiro?
- Oh, meu Deus! – clamei em pensamento – deixa eu morrer agora ou fazei que tudo isso aqui seja só um sonho mau.
- Eu acho que o menino cagou nas calças – disse um senhor que ao meu ver era muito mal educado.
Eu queria sair daquela situação o mais rápido possível, mas como fazer? Primeiro é que minha avó mora onde o Judas perdeu as botas. Segundo é que se eu descesse agora, teria que enfrentar o povo todo que me expremia pela frente e por traz, e por último, eu não tinha condições alguma de andar. Resolvi, entao, aguentar, não somente a dor e a vergonha , mas também o comentário do povo que estava no ônibus.
Uma menina muito bonita que acabara de entrar no ônibus, arregalou uns olhões e contorceu a boca, fazendo aquela típica cara de quem recrimina o mau cheiro. Dois minutos depois a pobrezinha começou a ter ânsia de vômito e o povo dizia: Só faltava agora a menina vomitar também, dai a gente morre sufocado aqui.
Mais dois ou tres pontos de ônibus e meu martírio terminaria, mas novamente a dor de barriga começou a atacar e então eu taquei a mão no trazeiro, dei um grito de dor e comecei a lutar contra o povo para poder sair do ônibus: - Vai descer! – gritava eu, segurando sem sucesso a avalanche que saia do Forevizis.
Foi um tal de prrrrrrrrrrrrr e shlufffffffffffff, comecei a sentir a quentura indo para as pernas.
Desci do ônibus, nao deixando de ouvir o comentário do povo.....
- O menino tá podre!..... – disse um garoto
- Tadinho! - disse uma senhora de cabelos vermelhos, que quando passei por ela, sorrira para mim, mas no momento em que tive que parar ao seu lado pois o povo obstruía a saída, percebi a brancura pálida em seu rosto.

Eu ainda tinha que andar até o próximo ponto, o que dava pelo menos 600 metros. Puxei a calça um pouco para baixo dando lugar para tudo que tinha dentro da cueca. Abri um pouco as pernas e andei até a casa de minha avó.
A dor era insuportável. Agora eu sentia que eu chegava ao fim de minhas forças, e que se eu nao tirasse a calça, com certeza desmaiaria de dor.
Toquei a campainha e minha avó apareceu na porta,
A primeira coisa que ela disse foi: Pisou no côco de cachorro, Ernestinho?
Eu não respondi e corri para o banheiro que ficava no andar de cima.
Dois minutos depois tava minha avó na porta do banheiro. – Ernestinho, meu filho, tá tudo bem com você?
Eu queria que minha avó nao tivesse perguntado isso. – Vó , será que eu posso tomar um banho rapidinho aqui?
Ela demorara um pouco para responder.- Claro que pode Erbestinho, mas me diga, tá tudo bem com você?
- Ta sim vó, é que eu sentei no banco do ônibus e este estava melado de côco – respondi eu, sentado na privada, contorcendo –me de dor na barriga.
- Ah! – exclamara ela – eu senti mesmo o cheirão quando você passou perto de mim. Ouça Ernestinho! – continuara ela - se você quizer , te dou uma calça de pijama para você vestir e......
- Não precisa vovó, eu tenho aqui na minha mochila minha calça do abrigo de ginástica,
- Okkkk! – concordara ela, sumindo em segundos para a cozinha.
Eu tomei um banho deixando a água morna lavar tudo o que tinha para ser lavado, inclusive a minha calça e minha cueca. Por duas vezes quase vomitei com o cheiro, mas depois acabei me acostumando.
A calça do abrigo era sintética e o contato da mesma com a mardita da Carlona (agora já não dava mais para chamar bixinha de Carlinha. Carlinha era ela quando pequena, agora a marvada tava parecendo uma laranja, portanto, Carlona) dava a impressão que estava sendo cortada por um bisturí.
Pensei comigo: - E agora Ernesto? O que fazer? .....Só tinha uma solução! Fui ao quarto de minha avó. (Devo dizer que a mesma morava sozinha, pois meu avô havia morrido à tres anos atrás) Abri a primeira gaveta de sua cômoda e encontrei pulovers. Fechei. Abri a segunda. Soutiens. Fechei. Abri a terceira: Calciiiiiiiiinhas!.........Nossa! O que é isso aqui, minha gente? - perguntei a mim mesmo levantando para o alto a peça íntima que achei na gaveta – Isso aqui nao nao é uma calcinha, isso aqui é uma tenda. Somente agora é que realmente eu via como minha vó tá gorda.
- Ok! – pensei comigo - Nunca ninguém vai saber desse momento aqui e quando eu chegar em casa , eu jogo a carçolona da minha vó na lata do lixo ou dentro da privada, ninguém vai nem perceber.
Vesti a bendita. Dava tres de mim. – Ah, meu Deus , o que eu faço agora? Ah, já sei! - surgiu-me uma idéia - Um nozinnho aqui do lado direito...hum, hum! Agora um nozinho do lado esquerdo e pronto! Já ficou mais justinha...- resolvi olhar no espelho – mirei atrás e ...– parece fralda de nenê quando ta cheia – pensei comigo mesmi - mas tudo bem! É só mesmo para proteger a Carlona.
Vesti por cima da calcinha da vovó (que ela jamais veria novamente em sua vida) meu abrigo de ginástica.
Desci. Vovó me esperava com a mesa posta para o almoço. Arroz com feijão e um ovo estrelado com uma coxa de galinha e uma banana para completar (adoro comer comida com banana) . Embora fosse esta minha comida predileta, eu nao possuia um mínimo de apetite. Eu sentia que minha pele estava queimando de febre, e meu corpo estava muito fraco. Só de pensar em sentar-me para comer, já me dava vontade de chorar. Recusei!
- Como assim você não quer comer Ernestinho? Não me diga que você ja comeu na escola? – perguntou-me ela , fazendo uma careta de reprovação.
- Não, vovó! – respondi eu já sem força alguma – É que eu não to me sentindo bem e........- não tive tempo de dizer mais nada, o que eu tinha ainda para colocar para fora do corpo, colocara eu, dessa vez, por via oral.
O pânico tomou conta de minha avó, num pulo ao invés de segurar meu corpo, correu ao telefone e ligou para minha mãe pedindo à mesma que viesse urgente para a sua casa pois eu estava muito mal.
Eu teria protestado numa outra situação, mas minha avó tinha razão. Eu precisava urgente de um médico.
Minha mãe demorara uma hora até chegar à casa de minha avó, já que ela trabalhava do outro lado da cidade e com o trânsito de São Paulo, não há santo que faça milágres.
A primeira reação de minha mãe, foi medir minha febre, claro que não com um termômetro, mas sim com as costas da mão. Segundo ela, eu queimava de febre.
Fui colocado para dentro do carro de minha mãe e nos dirigimos para um pronto socorro não muito longe da casa de minha avó.
Antes de eu ser examinado por um médico, teve minha mãe que preencher um monte de formulários e depois de quase uma hora, meu nome foi chamado.
Entramos, sentamo-nos e o médico que estava a nossa frente, sentado atrás de sua mesa, começou com as perguntas rotineiras:
- Ok, Ernesto? Onde é que tá doendo?
Oie! – pensei comigo - agora a porca torceu o rabo! - Atrás ! –respondi eu todo envergonhado.
- Você tem dor nas costas? - perguntara o médico.
- É mais ou menos – respondi
- Ok, eu vou apontar para voce nas costas e você me diz onde tá doendo ok? – disse o médico muito suavemente.
- Se o senhor colocar o dedo na Carlona , eu soco o senhor! – pensei comigo já em pânico.
- Tire a roupa, Ernesto para que eu faça o toque.
- Tirar o quê?
- A roupa! – dissera ele para mim, estranhando minha reação - Mas voce pode ficar de cueca, nao precisa tirar tudo.
- Ah, é?
- Ora, Ernestinho , voce não tá com vergonha da mamãe , não é mesmo, eu vejo voce quase sempre de cueca e.....
- Muito bem feito Ernesto! – pensei comigo mesmo – agora não somente você vai morrer , como também vai matar a sua mãe de vergonha.
- Eu acho que eu já estou me sentindo melhor doutor! – disse eu sentindo calafrio de nervoso.
O médico nao deixou-se convenccer e insistiu que eu tirasse a roupa.
Então comecei pelo primeiro botão da minha camisa. Agora é que eu vi que eu estava de camisa e calça de ginastica. Com certeza , aos olhos do médico, To parecendo um idiota.
Agora o segundo botão. – Quando eu tirar a calça e disser à ele que estou com um problema no Forevizis, tenho certeza que ele vai pensar mau de mim. Dor no Forevizis e calcinha da vovó? Hum, hum!
Agora o terceiro botão e........que droga! O terceiro botão tá faltando, onde foi e quando foi que eu perdi o raio do botão. – Ai meu Deus! Não dá nem para enrolar um pouquinho do tempo no raio do buraco do botão.
Ok! Entao , o quarto botão......o pior de tudo, ou seja, pior do que estar vestindo a ” carcinha da vovó” é ter dor no traseiro é ter escolhido exatamente a calcinha cor-de-rosa. Se eu me lembro bem, tinha uma azulzinha cheia de florzinhas e outra cheia de pinguins e......Nossa! Agora fico imaginando minha avó, com o carçolão de pinguins.....Acho que agora sei porquê meu avô morreu do coração.
- Agora o sexto botão e....Ai! Ai! Ai! Acabaram-se os botões e eu não tenho outra alternativa a não ser o vexame de tirar a calça. Me ajuda meu Deus! Ai que vergonha!
O médico já esta me olhando , totalmente impaciente e minha mamãe de cara feia.
-Que bom que você esta de abrigo não é mesmo Ernesto? – dissera ele mostrando um sorriso de quem quer me esganar
- Ah, é? Então eu não preciso tirar a calça?
- Sim, ha, ha, ha, voce precisa Ernesto, somente assim eu posso ver sua coluna.
- Ok, disse eu demonstrando um relachamento incrível, que na verdade refletia o meu estado interior, ou seja, eu morria.
Tirei a calça do abrigo.
Silêncio na sala.
O médico arregalou dois olhos enormes, parece o Bob Esponja.
Minha mãe levou a mão direto na boca e tentou não emitir nenhum som, o que na verdade não teve muito sucesso, ouvi quando a mesma disse:
-Afffff! Ah, meu Deus! Que que é isso? Aiiiiiiiiii
O médico foi super profissional, pediu para que eu andasse de um lado para o outro dentro da sala.
- Ok! – pensei comigo – isso tudo aqui é somente um pesadêlo, você ta dormindo Ernestinho e vai acordar e ver que nada daqui é verdade. Basta contar até tres......Um , dois, tres e......quatro, cinco , seis e........sete, oito , nove e.....Ok, isso aqui é verdade.
- Uau! – exclamara o médico – onde foi que você comprou essa calcinha linda, eu quero uma também e.......
- O quê ? perguntei eu ao médico? O que foi que o senhor disse?
- Eu perguntei o porquê desse seu andar? – dissera o médico.
- Ai, meu Deus! Eu já estou delirando! Eu posso jurar que eu ouvi ele me perguntar onde eu havia comprado esta calcinha e.......
- Ernesto! – chamara o médico , vendo que eu flutuava em meus pensamentos.
- Bem, eu .......eu to andando assim porque eu tenho uma dor no ........- o suor percorreu meu corpo, senti novamente aquela dor de barriga de hoje a tarde.....mas eu nao poderia soltar arzinho agora.
- No?.... – tentou continuar o médico.
- Forevizis! – respondi eu.
- Onde? – perguntara o médico.
- O senhor sabe, é......... no Forevizis...Como eu posso dizer? É
- O reto doutor! – disse minha mãe meio que amarelada na cara. - Forevizis é uma linguagem uzada pelo Mussum, um integrante do grupo os Trapalhões, o senhor conhece, nõo é mesmo? ....da TV e.....
- Ah! Agora entendi!- Olhara o médico para mim – Ok, então Ernesto tire a cueca...quero dizer a calci.....quero dizer tira isso ai que você tá usando.
- Pronto! – pensei eu – o nível do médico caiu.
Minha mãe abaixou a cabeça, mas para falar a verdade eu tava com mais vergonha da calcinha do que de estar sem roupa.
Com muito custo deitei na cama, peladão.. O médico pediu para eu separar as pernas e de repente disse ele bem alto:
- Meu Deus!
Foi ai que a coisa piorou, minha mãe não sabendo do que se tratava , ou não sabendo o que espantara o médico, fora logo se defendendo:
- Olha Doutor, eu estou tão surpresa quanto o senhor, mas é igual o que meu filho tenha decidido da vida dele, eu o apoiarei e....
- Minha senhora! – interrompera o médico –Seu filho está com um Furúnculo do tamanho de um tomate, precisamos operar.
- Um o que? – perguntei eu – Operar? Como assim?
No rosto de minha mãe vi a cor voltando e um leve sorriso em seus lábios......Oh! – disse ela – graças a Deus é um furúnculo e eu que pensei que....Ah! Deixa para lá....fico feliz que é somente um furunculo.
- O problema é que o abscesso está tão inflamado que vai ser preciso uma anestesia geral, pois uma local não terá efeito.
- Como assim operar? Eu não quero operar não e.........................
Perdi os sentidos, o médico deu um apertão no meu tal de Carlona Furunculo. Ao recobrar os sentidos concordei plenamente que era necessário uma anestesia geral


A operação foi feita, fiquei mais cinco dias no hospital devido a infecção que tivera que ser combatida com antibiótico.
Quanto a calcinha da minha vovó, minha mãe jogou na lata do lixo. Jamais falamos sobre o assunto novamente.

Moral da história: Caso você seja homem e tenha que usar uma calcinha, pegue a azul com florzinhas ou a com figuras de pinguins, mas nunca uma cor-de-rosa

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Tag der Veröffentlichung: 19.10.2012

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