Capítulo 1 — Os anjos e você — uma visão panorâmica
Capítulo 2 — Ministério atual dos anjos
Capítulo 3 — Os anjos no céu, antes da rebelião
Capítulo 4 — A origem do mal
Capítulo 5 — A expulsão dos anjos rebeldes e a queda de Adão e Eva
Capítulo 6 — Os anjos antes e depois do dilúvio
Capítulo 7 — Os anjos na era patriarcal
Capítulo 8 — Os anjos no tempo do êxodo
Capítulo 9 — Os anjos desde o Sinai até a tomada de Jericó
Capítulo 10 — Os anjos desde o tempo dos juízes até o primeiro reinado
Capítulo 11 — Os anjos desde o tempo de Davi até o cativeiro babilônico
Capítulo 12 — Os anjos desde o cativeiro até João Batista
Capítulo 13 — Os anjos durante a encarnação e infância de Cristo
Capítulo 14 — Os anjos durante o batismo de Cristo e no deserto da tentação
Capítulo 15 — Anjos bons e maus durante o ministério de Cristo
Capítulo 16 — Os anjos durante a paixão e morte de Cristo
Capítulo 17 — Os anjos desde a ressurreição de Cristo até sua ascensão
Capítulo 18 — Os anjos desde o Pentecoste até os últimos dias
Capítulo 19 — Os anjos na experiência de Ellen White
Capítulo 20 — Os anjos na crise final
Capítulo 21 — Os anjos no glorioso futuro
A relação do mundo visível com o invisível, o ministério dos anjos de Deus, a operação dos espíritos maus, acham-se claramente revelados nas Escrituras, e inseparavelmente entretecidos com a história humana. ... {VA 9.1}
Antes da criação do homem, existiam anjos; pois, quando os fundamentos da Terra foram lançados, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”. Jó 38:7. ... Os anjos são, em sua natureza, superiores aos homens. O salmista diz acerca do homem: “Pouco menor o fizeste do que os anjos e de glória e de honra o coroaste.” Salmos 8:5. {VA 9.2}
O número e poder dos anjos
Estamos informados pelas Escrituras quanto ao número, poder e glória dos seres celestiais, sua relação com o governo de Deus e também com a obra da redenção. “O Senhor tem estabelecido o Seu trono nos Céus, e o Seu reino domina sobre tudo.” Salmos 103:19. E diz o profeta: “Ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono.” Apocalipse 5:11. No salão de recepção do Rei dos reis, assistem eles — como “anjos Seus, magníficos em poder... ministros Seus, que executais o Seu beneplácito”, “obedecendo à voz da Sua palavra”. Salmos 103:20, 21. {VA 9.3}
Milhares de milhares e milhões de milhões eram os mensageiros celestiais vistos pelo profeta Daniel. O apóstolo Paulo declarou serem “muitos milhares”. Hebreus 12:22. Como mensageiros de Deus, saem “à semelhança dos relâmpagos” (Ezequiel 1:14), tão deslumbrante é sua glória e tão rápido o seu vôo. O anjo que apareceu no túmulo do Salvador, e tinha o rosto “como um relâmpago, e a sua veste branca como a neve”, fez com que os guardas por medo dele tremessem, e ficassem “como mortos”. Mateus 28:3, 4. {VA 10.1}
Quando Senaqueribe, o altivo assírio, injuriou a Deus e dEle blasfemou, ameaçando Israel de destruição, “sucedeu, pois, que naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles”. 2 Reis 19:35. Ali foram destruídos “todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes”, do exército de Senaqueribe. “E este tornou com vergonha de rosto à sua terra.” 2 Crônicas 32:21. {VA 10.2}
Os anjos auxiliam os filhos de Deus
Os anjos são enviados em missões de misericórdia aos filhos de Deus. A Abraão, com promessas de bênçãos; às portas de Sodoma, para livrar o justo Ló da condenação do fogo; a Elias, quando se achava a ponto de perecer de cansaço e fome no deserto; a Eliseu, com carros e cavalos de fogo, cercando a pequena cidade em que estava encerrado por seus adversários; a Daniel, enquanto buscava sabedoria divina na corte de um rei pagão, ou abandonado para tornar-se presa dos leões; a Pedro, condenado à morte no calabouço de Herodes; aos prisioneiros em Filipos; a Paulo e seus companheiros na noite da tempestade no mar; ao abrir a mente de Cornélio para receber o evangelho; ao enviar Pedro com a mensagem da salvação ao desconhecido gentio — assim, em todos os tempos, têm os santos anjos ministrado ao povo de Deus. ... {VA 10.3}
Assim, ao povo de Deus, exposto ao poder enganador e vigilante malignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante guarda dos seres celestiais. Tampouco é tal segurança dada sem necessidade. Se Deus concedeu a Seus filhos promessas de graça e proteção, é porque há poderosos agentes do mal a serem enfrentados — agentes numerosos, decididos e incansáveis, de cuja malignidade e poder ninguém pode sem perigo achar-se em ignorância ou inadvertência. {VA 11.1}
Satanás e os anjos maus
Os espíritos maus, criados a princípio sem pecado, eram iguais, em sua natureza, poder e glória, aos seres santos que ora são os mensageiros de Deus. Mas, caídos pelo pecado, acham-se coligados para a desonra de Deus e destruição dos homens. Unidos com Satanás em sua rebelião, e com ele expulsos do Céu, têm, através de todas as eras que se sucederam, cooperado com ele em sua luta contra a autoridade divina. Somos informados, nas Escrituras, acerca de sua confederação e governo, suas várias ordens, inteligência e astúcia, e de seus maus intuitos contra a paz e felicidade dos homens. ... {VA 11.2}
Ninguém se acha em maior perigo da influência dos espíritos maus do que aqueles que, apesar dos testemunhos diretos e amplos das Escrituras, negam a existência e operação do diabo e seus anjos. Enquanto estivermos em ignorância no que respeita a seus ardis, têm eles vantagem quase inconcebível; muitos dão atenção às suas sugestões, supondo, entretanto, estar seguindo os ditames de sua própria sabedoria. É por isto que, aproximando-nos do final do tempo, quando Satanás deverá trabalhar com o máximo poder para enganar e destruir, espalha ele por toda parte a crença de que não existe. É sua política ocultar-se a si mesmo e agir às escondidas. ... {VA 12.1}
É porque se mascarou com consumada habilidade, que tão amplamente se faz a pergunta: “Existe realmente tal ser?” Evidencia-se o seu êxito na geral aceitação que obtêm no mundo religioso teorias que negam os testemunhos mais positivos das Escrituras. E é porque Satanás pode muito facilmente dirigir o espírito dos que se acham inconscientes de sua influência, que a Palavra de Deus nos dá tantos exemplos de sua obra maligna, descobrindo aos nossos olhos suas forças secretas, e desta maneira pondo-nos de sobreaviso contra seus assaltos. {VA 12.2}
Os seguidores de Cristo acham-se seguros
O poder e malignidade de Satanás e seu exército deveriam com razão alarmar-nos, não fosse o caso de podermos encontrar refúgio e livramento no superior poder de nosso Redentor. Pomos cuidadosamente em segurança as nossas casas por meio de ferrolhos e fechaduras, a fim de proteger contra homens maus nossa propriedade e vida; mas raras vezes pensamos nos anjos maus, que constantemente estão a procurar acesso a nós, e contra cujos ataques não temos em nossa própria força método algum de defesa. Se lhes permitirmos, podem transformar-nos o entendimento, perturbar e atormentar-nos o corpo, destruir nossas propriedades e vida. Seu único deleite está na miséria e ruína. {VA 12.3}
Terrível é a condição dos que resistem às reivindicações divinas, cedendo às tentações de Satanás, até que Deus os abandone ao governo dos espíritos maus. Mas os que seguem a Cristo estão sempre seguros sob Sua proteção. Anjos magníficos em poder são enviados do Céu para protegê-los. O maligno não pode romper a guarda que Deus pôs em redor de Seu povo. — O Grande Conflito, 511-513, 516, 517. {VA 13.1}
Os anjos nos guardam
Um anjo da guarda é designado a todo seguidor de Cristo. Estes vigias celestiais protegem aos justos do poder maligno. Isto, o próprio Satanás reconheceu, quando disse: “Porventura, teme Jó a Deus debalde? Porventura, não o cercaste Tu de bens a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem?” Jó 1:9, 10. O agente pelo qual Deus protege a Seu povo é apresentado nas palavras do salmista: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra.” Salmos 34:7. Disse o Salvador, falando daqueles que nEle crêem: “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai.” Mateus 18:10. Os anjos designados para ministrarem aos filhos de Deus têm em todo tempo acesso à Sua presença. — O Grande Conflito, 512, 513. {VA 14.1}
Não sabemos que conseqüências terão um dia, uma hora ou um momento, e nunca devemos começar o dia sem encomendar nossos caminhos ao Pai celeste. Anjos Seus são comissionados para cuidarem de nós, e se nos colocarmos sob sua proteção, no tempo de perigo estarão ao nosso lado. Quando inconscientemente estivermos em perigo de exercer influência má, os anjos estarão ao nosso lado, orientando-nos para um melhor procedimento, escolhendo-nos as palavras, e influenciando-nos as ações. — Parábolas de Jesus, 341, 342. {VA 14.2}
Os anjos de Deus estão ao nosso redor. ... Oh, deveríamos saber essas coisas, temer e tremer, e assim pensar muito mais do que o havemos feito, no poder dos anjos de Deus que nos vigiam e guardam. ... Os anjos de Deus são comissionados pelo Céu a fim de guardar os filhos dos homens, e ainda assim estes se afastam da influência protetora daqueles, dirigindo-se para onde possam ter comunicação com os anjos maus. ... Oh, pudéssemos todos obedecer ao mandado do apóstolo! 2 Coríntios 6:17, 18. — Manuscript Releases 5:125. {VA 15.1}
Anjos são enviados para ministrar aos filhos de Deus que são fisicamente cegos. Anjos guardam os seus passos e livram-nos de milhares de perigos que, desconhecidos a eles, juncam o seu caminho. — Beneficência Social, 240. {VA 15.2}
Eu iria escrever hoje sobre Cristo andando sobre o mar e acalmando a tempestade. Oh! como essa cena impressionou-me a mente! ... A majestade de Deus e Suas obras tomou posse de meus pensamentos. Ele segura os ventos em Suas mãos, Ele controla as águas. Seres finitos, simples pontinhos sobre as vastas e profundas águas do Pacífico, éramos nós à vista de Deus; contudo, anjos do Céu foram enviados de Sua excelente glória para proteger aquele pequeno barco à vela que estava singrando as águas. — Este Dia com Deus, 108. {VA 15.3}
Anjos envolvem-se na vida familiar
O Senhor é servido pelo fiel obreiro doméstico tanto quanto, ou ainda mais, do que por aquele que prega a Palavra. Pais e mães deveriam compreender que são os educadores de seus filhos. Estes representam a herança do Senhor; e deveriam ser treinados e disciplinados de modo a formar caráter que o Senhor possa aprovar. Quando esse trabalho é feito cuidadosamente, com fidelidade e oração, anjos de Deus guardam a família, e a vida mais simples se torna sagrada. — Australasian Union Conference Record, 6 de Setembro de 1909. {VA 16.1}
Antes de sair de casa para o trabalho, toda a família deve ser reunida; e o pai, ou a mãe na ausência dele, deve rogar fervorosamente a Deus que os guarde durante o dia. Vão com humildade, coração cheio de ternura, e com o senso das tentações e perigos que se acham diante de vocês e de seus filhos; pela fé, atem-nos ao altar, suplicando para eles o cuidado do Senhor. Anjos ministradores hão de guardar as crianças assim consagradas a Deus. — Orientação da Criança, 519. {VA 16.2}
Os anjos de Deus, milhares de milhares, ... nos guardam do mal, e repelem os poderes das trevas que nos estão procurando destruir. Não temos nós motivos de ser a todo momento agradecidos, mesmo quando existem aparentes dificuldades em nosso caminho? — A Ciência do Bom Viver, 253, 254. {VA 16.3}
Anjos de Deus vigiam sobre nós. Na Terra há milhares e dezenas de milhares de mensageiros celestes, enviados pelo Pai para impedir Satanás de obter qualquer vantagem sobre os que se recusam a andar no caminho do mal. E esses anjos, que guardam os filhos de Deus na Terra, estão em comunicação com o Pai, no Céu. — Nos Lugares Celestiais, 99. {VA 16.4}
Precisamos conhecer melhor do que conhecemos a missão dos anjos. Convém lembrar que cada verdadeiro filho de Deus tem a cooperação dos seres celestiais. Exércitos invisíveis, de luz e poder, auxiliam os mansos e humildes que crêem nas promessas de Deus e as invocam. Querubins, serafins e anjos magníficos em poder, estão à destra de Deus, sendo “todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”. Hebreus 1:14. — Atos dos Apóstolos, 154. {VA 17.1}
Anjos iluminam nossa mente
Deus exorta Suas criaturas a que afastem a atenção da confusão e perplexidade que as rodeiam, e admirem a Sua obra. Os corpos celestes são dignos de contemplação. Deus os fez para benefício do homem, e à medida que estudarmos Suas obras, anjos de Deus estarão ao nosso lado para iluminar nossa mente e guardá-la do engano satânico. — The S.D.A. Bible Commentary 4:1145. {VA 17.2}
Anjos celestiais observam aqueles que buscam iluminação. Cooperam com os que procuram ganhar almas para Cristo. — Bible Echo and Signs of the Times, 10 de Dezembro de 1900. {VA 17.3}
Seu... [ministério aos] enfermos é um procedimento exaustivo, e vocês consumiriam gradualmente as fontes da vida caso não houvesse nenhuma mudança, nenhuma oportunidade para recreação, e se anjos de Deus os não guardassem e protegessem. Se pudessem ver os muitos perigos através dos quais vocês são guiados a salvo cada dia por esses mensageiros do Céu, a gratidão lhes brotaria do coração e encontraria expressão em seus lábios. Se fizerem de Deus a sua força, poderão, sob as circunstâncias mais desanimadoras, atingir uma altura e uma amplitude de perfeição cristã que dificilmente pensariam ser possível alcançar. Seus conceitos podem ser tão elevados, poderiam ter tão nobres aspirações, percepções claras da verdade e propósito de ação que vocês serão elevados acima de todos os motivos sórdidos. — Conselhos Sobre Saúde, 384. {VA 17.4}
Foi-me mostrado o perigo em que você está [ela se dirige aqui a um médico], e também me foi mostrado que seu anjo da guarda o tem preservado vez após outra de naufragar na fé. Meu irmão, eleve suas normas, eleve-as, e não se entristeça nem se desanime. — Testimonies for the Church 8:175. {VA 18.1}
Anjos nos ajudam a fazer o que é correto
Aprendam a confiar em Deus. Aprendam a ir Àquele que é poderoso para salvar. ... Contem ao amoroso Salvador exatamente aquilo que necessitam. Aquele que disse: “Deixai vir a Mim os pequeninos e não os impeçais” (Lucas 18:16), não rejeitará as orações de vocês, antes enviará os Seus anjos para guardar e protegê-los dos anjos maus, e para facilitar-lhes a prática do bem. Assim será muito mais fácil do que se tentarem fazê-lo em suas próprias forças. O sentimento de vocês será então sempre este: “Pedirei a Deus que me ajude, e Ele o fará. Realizarei o que é correto em Sua força. Não entristecerei os queridos anjos que Deus enviou para me guardarem. Jamais seguirei uma conduta que os separe de mim.” — An Appeal to the Youth, 55, 56. {VA 18.2}
Se vocês procurarem suprimir todo mau pensamento ao longo do dia, então os anjos de Deus virão e habitarão com vocês. Esses anjos são poderosos em força. Lembrem-se de como o anjo veio ao sepulcro e como, diante da glória de sua presença, os soldados romanos caíram como mortos. Se um só anjo pôde demonstrar tal poder, que teria acontecido se todos os anjos que estão conosco houvessem estado presentes? Os anjos estão conosco todos os dias, guardando-nos e protegendo-nos dos assaltos do inimigo. {VA 19.1}
Vocês não estão sozinhos na batalha contra o mal. Pudesse erguer-se a cortina, vocês observariam os anjos do Céu lutando do lado de vocês. Isso eles precisam fazer; é seu trabalho guardar a juventude. “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Hebreus 1:14. Milhares e dezenas de milhares, milhões e milhões de anjos ministram em favor da juventude. — The Youth’s Instructor, 1 de Janeiro de 1903. {VA 19.2}
Estou muito agradecida por poder visitar sua escola [que é agora o Colégio Oakwood]. Durante anos tenho feito o que está ao meu alcance para ajudar as pessoas negras, e em nenhum outro lugar encontrei o trabalho tão bem iniciado quanto aqui, no presente momento. Em todas as suas experiências, lembrem-se de que os anjos de Deus estão ao lado de vocês. Sabem o que vocês fazem, e estão presentes para guardá-los. Não façam coisa alguma que desagrade os anjos. À medida que vocês trabalharem e os anjos também, esta escola se tornará um lugar consagrado. Desejo ouvir dos êxitos que vocês alcançarem. Todo o Céu está interessado na atuação de vocês. Façamos o que estiver ao nosso alcance para ajudarmos uns aos outros a obter a vitória. Vivamos de tal modo que a luz do Céu brilhe em nosso coração e mente, habilitando-nos a apossarmos dos tesouros celestiais. — Southern Field Echo, 1 de Junho de 1909. {VA 19.3}
Anjos auxiliam nos esforços em favor dos perdidos
Quando as inteligências celestes observam aqueles que professam ser filhos e filhas de Deus empreenderem esforços cristãos para ajudar os errantes, manifestando um espírito terno e compassivo para com os arrependidos e caídos, os anjos colocam-se ao lado daqueles, trazendo-lhes à memória as próprias palavras que suavizarão e erguerão a alma. ... Jesus ofereceu Sua preciosa vida e Sua atenção pessoal ao menor dos filhos de Deus; e os anjos excelentes em poder acampam-se ao redor dos que temem a Deus. — Healthful Living, 277. {VA 20.1}
Os anjos são enviados das cortes celestiais, não para destruir, senão para vigiar e guardar as almas em perigo, para salvar o perdido, para trazer de volta ao redil os extraviados. “Não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo” (João 12:47), declarou Cristo. Não terão vocês, então, palavras de consolo para os errantes? Deixarão vocês que eles pereçam, ou lhes estenderão a mão ajudadora? Exatamente ao redor de vocês acham-se almas em perigo de perecerem. Não as conduzirão vocês, com as cordas do amor, para junto do Salvador? Não deixarão vocês de proferir condenações, falando antes palavras que as inspirem com fé e coragem? — The Review and Herald, 10 de Maio de 1906. {VA 20.2}
É privilégio de todos os que cumprem as condições, saber por si mesmos que o perdão é oferecido amplamente para todo pecado. Abandonem a suspeita de que as promessas de Deus não se referem a vocês. Elas são para todo transgressor arrependido. Força e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas pelos anjos ministradores a toda alma crente. — Caminho a Cristo, 52, 53. {VA 21.1}
Aqueles que trabalham pelo bem dos outros, estão operando em união com os anjos celestiais. Contam sempre com a companhia destes, e com seu incessante ministério. Anjos de luz e poder sempre estão perto, a fim de proteger, confortar, curar, instruir e inspirar. A mais elevada educação, a mais genuína cultura e o mais exaltado serviço possíveis aos seres humanos neste mundo, pertencem-lhes. — The Review and Herald, 11 de Julho de 1912. {VA 21.2}
Os anjos do Céu atuam sobre a mente humana, a fim de despertar a pesquisa dos temas da Bíblia. Será realizada uma obra muito mais ampla que aquela até agora alcançada, e nenhuma glória será atribuída aos homens, pois os anjos que ministram em favor dos que hão de herdar a salvação, estão trabalhando noite e dia. — Counsels to Writers and Editors, 140. {VA 21.3}
Deus poderia ter confiado aos anjos celestiais a mensagem do evangelho e toda a obra de amoroso ministério. Poderia ter empregado outros meios para realizar o Seu propósito. Mas em Seu infinito amor preferiu tornar-nos cooperadores Seus, de Cristo e dos anjos, a fim de que pudéssemos participar da bênção, da alegria e do reerguimento espiritual que resultam desse abnegado ministério. — Caminho a Cristo, 79. {VA 21.4}
Anjos fortalecem nossa fé
“O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que O temem, e os livra.” Salmos 34:7. Deus encarrega Seus anjos de salvar Seus escolhidos da calamidade, de guardá-los da “peste que se propaga nas trevas”, e da “mortandade que assola ao meio-dia”. Salmos 91:6. Repetidas vezes têm anjos falado com homens, do mesmo modo como um homem fala com seu amigo, e os têm levado para lugares livres de perigo. Uma e outra vez têm as encorajadoras palavras dos anjos renovado o ânimo prostrado dos fiéis, desviando-lhes o espírito das coisas da Terra, levando-os a contemplar pela fé as vestes brancas, as coroas, as palmas da vitória que os vencedores receberão junto ao grande trono branco. — Atos dos Apóstolos, 153. {VA 22.1}
Entre aqueles que nos rodeiam, estão os exércitos do inimigo, que tratam de dividir o povo de Deus, e também os exércitos celestiais, milhões de milhões de anjos, que vigiam e guardam o tentado povo de Deus, animando-o e fortalecendo-o. São estes os que estão à nossa volta. Deus diz àqueles que nEle crêem: “Vocês caminharão entre eles. Os poderes das trevas não triunfarão sobre vocês. Estarão em pé na Minha presença à vista dos santos anjos, que são enviados a ministrar em favor dos que herdarão a salvação.” — The General Conference Bulletin, 2 de Abril de 1901. {VA 22.2}
Cristo como Deus criador
Antes que os homens ou os anjos fossem criados, “o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João 1:1. {VA 23.1}
O mundo foi criado por Ele, “e sem Ele nada do que foi feito se fez”. João 1:3. Se Cristo fez todas as coisas, existiu antes de todas elas. As palavras a este respeito são tão decisivas, que ninguém precisa ter dúvidas. Cristo era essencialmente Deus, e no mais elevado sentido. Estava com Deus desde a eternidade, Deus sobre tudo, bendito para sempre. {VA 23.2}
O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade como pessoa distinta, embora Um com o Pai. Era Ele a mais excelsa glória do Céu. Era o comandante das inteligências celestiais, e recebia como um direito Seu as homenagens e adoração dos anjos. — The Review and Herald, 5 de Abril de 1906. {VA 23.3}
Cristo declarou por intermédio de Salomão: “O Senhor Me possuiu no princípio de Seus caminhos e antes de Suas obras mais antigas. Desde a eternidade, fui ungida [a Sabedoria]; desde o princípio, antes do começo da Terra. ... Quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o Seu mando; quando compunha os fundamentos da Terra, então, Eu estava com Ele e era Seu aluno; e era cada dia as Suas delícias, folgando perante Ele em todo o tempo.” Provérbios 8:22, 23, 29, 30. {VA 23.4}
Ao falar de Sua preexistência, Cristo conduz a mente a eras infinitas do passado. Ele nos assegura que jamais houve um tempo em que não estivesse em íntima comunhão com o Deus eterno. Ele... tem mantido com Deus o relacionamento de um único Ser. — The Signs of the Times, 29 de Agosto de 1900. {VA 24.1}
Que é o serviço dos anjos em comparação com Sua [de Cristo] condescendência? Seu trono é desde toda a eternidade. Ele formou toda arcada e toda coluna do grande templo da Natureza. — Nos Lugares Celestiais, 40. {VA 24.2}
Cristo, o Verbo, o Unigênito de Deus, era um com o eterno Pai — um na natureza, no caráter e no propósito — o único Ser em todo o Universo que poderia entrar nos conselhos e propósitos de Deus. — O Grande Conflito, 493. {VA 24.3}
Deus estabelecera um plano antes do surgimento do pecado
Deus e Cristo sabiam, desde o princípio, da apostasia de Satanás e da queda de Adão mediante o poder enganador do apóstata. O plano da salvação foi elaborado para remir a raça caída, para dar-lhe outra oportunidade. Cristo foi designado para o cargo de Mediador da criação de Deus, destinado desde a eternidade a ser nosso substituto e penhor. — Mensagens Escolhidas 1:250. {VA 24.4}
Conhecidas são diante de Deus todas as Suas obras, e desde eras eternas o concerto da graça (favor imerecido) existiu na mente de Deus. É conhecido como o concerto eterno, pois o plano da salvação não foi concebido após a queda do homem, antes foi ele “guardado em silêncio nos tempos eternos, e... agora, se tornou manifesto e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus eterno, para a obediência por fé, entre todas as nações”. Romanos 16:25, 26. — The Signs of the Times, 5 de Dezembro de 1914. {VA 25.1}
O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação “do mistério que desde tempos eternos esteve oculto”. Romanos 16:25. Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. ... Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência. — O Desejado de Todas as Nações, 22. {VA 25.2}
Criação dos anjos
O Pai operou por Seu Filho na criação de todos os seres celestiais. “NEle foram criadas todas as coisas, ... sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele.” Colossences 1:16. — Patriarcas e Profetas, 34. {VA 25.3}
Antes da criação do homem, existiam anjos; pois, quando os fundamentos da Terra foram lançados, “as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”. Jó 38:7. Depois da queda do homem foram enviados anjos a guardar a árvore da vida, e isto antes que qualquer ser humano houvesse morrido. Os anjos são, em sua natureza, superiores aos homens, pois o salmista diz que o homem foi feito “pouco menor do que os anjos”. Salmos 8:5. — O Grande Conflito, 511. {VA 25.4}
Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador. — O Desejado de Todas as Nações, 161. {VA 26.1}
Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São subordinados recipientes da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres animados, todos são providos da Fonte da vida. — O Desejado de Todas as Nações, 785. {VA 26.2}
Quando o Senhor criou esses seres [angélicos] para estarem diante de Seu trono, eram eles belos e gloriosos. Sua amabilidade e santidade equivaliam a sua exaltada posição. Estavam investidos da sabedoria de Deus e cingidos com a armadura celestial. — The Signs of the Times, 14 de Abril de 1898. {VA 26.3}
Criação de Lúcifer
Deus o fez [a Lúcifer] bom e formoso, tão semelhante quanto possível a Si próprio. — The Review and Herald, 24 de Setembro de 1901. {VA 26.4}
Deus o havia feito [a Lúcifer] nobre, havendo-lhe outorgado ricos dotes. Concedeu-lhe elevada posição de responsabilidade. Nada lhe pediu que não fosse razoável. Deveria ele administrar o cargo que Deus lhe atribuíra, num espírito de mansidão e devoção, buscando promover a exaltação de Deus, o qual lhe dera glória, beleza e encanto. — Sabbath-School Worker, 1 de Março de 1893. {VA 26.5}
Embora Deus houvesse criado Lúcifer nobre e formoso, e o houvesse colocado em posição de elevada honra entre os anjos, não o deixou fora do alcance da possibilidade do mal. Satanás* tinha o poder, se decidisse por este caminho, de perverter seus dons. — The Spirit of Prophecy 4:317. {VA 27.1}
A elevada posição de Lúcifer
Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus, tinha preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o Pai, antes que os anjos fossem criados. — História da Redenção, 13. {VA 27.2}
Lúcifer era o querubim cobridor, o mais exaltado dentre os seres criados. Sua posição era a mais próxima do trono de Deus, e ele se achava intimamente vinculado e identificado com a administração do governo de Deus, havendo sido ricamente dotado com a glória de Sua majestade e poder. — The Signs of the Times, 28 de Abril de 1890. {VA 27.3}
O próprio Senhor deu a Satanás sua glória e sabedoria, tornando-o o querubim cobridor, bom, nobre e extraordinariamente formoso. — The Signs of the Times, 18 de Setembro de 1893. {VA 28.1}
Entre os habitantes do Céu, excluindo-se o próprio Cristo, foi Satanás durante algum tempo o mais honrado de Deus, o mais elevado em poder e glória. — The Signs of the Times, 23 de Julho de 1902. {VA 28.2}
Lúcifer, o “filho da alva”, sobrepujando em glória a todos os anjos que rodeavam o trono, ... [estava] ligado pelos mais íntimos laços ao Filho de Deus. — O Desejado de Todas as Nações, 435. {VA 28.3}
Lúcifer, “filho da alva”, era o primeiro dos querubins cobridores, santo e puro. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele. — Patriarcas e Profetas, 35. {VA 28.4}
[Lúcifer] fora o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao Universo os desígnios divinos. — O Desejado de Todas as Nações, 758. {VA 28.5}
Antes que surgisse o mal
Entre os anjos existia paz e alegria, em perfeita submissão à vontade do Céu. O amor a Deus era supremo, e imparcial o amor de uns pelos outros. Tal era a condição que existira por séculos, antes da entrada do pecado. — The Spirit of Prophecy 4:316, 317. {VA 28.6}
[Lúcifer] possuía um conhecimento de inestimável valor acerca das riquezas eternas, o que o homem não possui. Ele experimentara o puro contentamento, a paz, a exaltada felicidade e as inenarráveis alegrias das moradas celestes. Havia sentido, antes da rebelião, o prazer da plena aprovação de Deus. Obtivera completa apreciação da glória que circundava o Pai, e sabia que o Seu poder não conhecia limites. — The Signs of the Times, 4 de Agosto de 1887. {VA 29.1}
Houve um tempo em que... era a alegria [de Satanás] executar as ordens divinas. Seu coração estava cheio de amor e regozijo por poder servir ao Criador. — The Signs of the Times, 18 de Setembro de 1893. {VA 29.2}
Satanás era um anjo formoso e exaltado, e assim teria permanecido se não houvesse rompido sua aliança com Deus. — The Signs of the Times, 21 de Dezembro de 1891. {VA 29.3}
A origem do mal é um mistério
Os anjos haviam sido criados cheios de bondade e amor. Amavam uns aos outros sem parcialidade e supremamente a Deus. Movidos por este amor, deleitavam-se em realizar a Sua vontade. A lei de Deus não lhes era um pesado jugo, antes compraziam-se em obedecer a Seus mandamentos e em ouvir a voz de Sua Palavra. Porém, nesse estado de paz e pureza, o mal originou-se com aquele que havia sido perfeito em todos os seus caminhos. O profeta disse a seu respeito: “Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor.” Ezequiel 28:17. O pecado é algo misterioso e inexplicável. Não havia razão para a sua existência; tentar explicá-lo é procurar uma razão para ele, e isto seria justificá-lo. O pecado apareceu num Universo perfeito, algo que se revelou inescusável. — The Signs of the Times, 28 de Abril de 1890. {VA 30.1}
Deus possuía conhecimento dos eventos futuros, antes mesmo da criação do mundo. Ele não adaptou Seus propósitos para que estes se amoldassem às circunstâncias, mas permitiu que as coisas se desenvolvessem. Não agiu para que certas condições surgissem, mas sabia que elas ocorreriam. O plano que se colocaria em ação no caso de se rebelar alguma das elevadas inteligências celestiais — este era o segredo, o mistério oculto desde as eras passadas. Um oferecimento foi preparado pelos eternos propósitos, para realizar o próprio trabalho que Deus empreendeu em favor da humanidade caída. — The Signs of the Times, 25 de Março de 1897. {VA 30.2}
A entrada do pecado no Céu não pode ser explicada. Fosse isto possível, arranjar-se-ia alguma razão para o pecado. Mas não houve a menor escusa para ele, e sua origem permanecerá cercada de mistério. — The Review and Herald, 9 de Março de 1886. {VA 31.1}
Deus não criou o mal. Ele fez apenas o bem, à Sua própria semelhança. ... O mal, o pecado e a morte... são o resultado da desobediência, originada em Satanás. — The Review and Herald, 4 de Agosto de 1910. {VA 31.2}
Os primeiros sinais do mal
Houve um tempo em que Satanás se encontrava em harmonia com Deus, quando era sua alegria executar os divinos mandamentos. Seu coração encontrava-se cheio de amor e regozijo em servir ao Criador, até que começou a imaginar que sua sabedoria não derivava de Deus, sendo antes inerente a ele próprio, e que ele era tão digno quanto Deus de receber honra e poder. — The Signs of the Times, 18 de Setembro de 1893. {VA 31.3}
Embora Deus houvesse criado Lúcifer nobre e belo, e lhe houvesse atribuído grande honra entre os anjos, não o colocara, todavia, fora da possibilidade de fazer o mal. Se Satanás decidisse pelo caminho errado, poderia escolhê-lo e assim perverter seus dons. Poderia haver permanecido no favor de Deus, amado e honrado por toda a multidão angélica, presidindo em sua exaltada posição com generoso e abnegado cuidado, exercendo seus nobres poderes para abençoar outros e glorificar seu Autor. Contudo, pouco a pouco, começou ele a procurar sua própria honra, e a empregar suas faculdades para atrair atenção e obter louvor para si mesmo. Gradualmente também conduziu os anjos, sobre os quais presidia, a lhe prestarem serviço, em vez de devotarem todas as suas energias ao serviço do Criador. — The Spirit of Prophecy 4:317. {VA 31.4}
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. ... Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio. — Patriarcas e Profetas, 35. {VA 32.1}
Deus apresenta a verdadeira posição de Cristo
Antes que se iniciasse a grande luta, todos deveriam ter uma apresentação clara a respeito da vontade dAquele [Deus] cuja sabedoria e bondade eram a fonte de toda a sua alegria. {VA 32.2}
O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. ... Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém, a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade. — Patriarcas e Profetas, 36. {VA 32.3}
O grande Criador reuniu os seres celestiais para poder, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. Este estava sentado no trono com o Pai, com a multidão celestial de santos anjos reunida à volta. Então o Pai fez saber que Ele próprio ordenara que Cristo, Seu Filho, fosse igual a Ele, de modo que, onde o Filho estivesse, estaria a Sua própria presença. A palavra do Filho deveria ser obedecida tão prontamente quanto a do Pai. O Filho fora investido de autoridade para comandar o exército celestial. Deveria Ele agir especialmente em união com o Pai no projeto de criação da Terra. ... {VA 32.4}
Satanás estava com inveja e ciúmes de Jesus Cristo. Não obstante, quando todos os anjos se inclinaram diante dEle para reconhecer Sua supremacia, elevada autoridade e direito de governar, Satanás também se prostrou, ainda que seu coração estivesse cheio de inveja e ódio. Cristo formava parte do conselho especial de Deus para a consideração de Seus planos, ao passo que Satanás os desconhecia. Não conhecia, nem lhe era permitido conhecer os propósitos de Deus. Por outro lado, Cristo era reconhecido como Soberano do Céu com poder e autoridade iguais aos do próprio Deus. {VA 33.1}
Satanás acreditou que ele próprio era o favorito no Céu, entre os anjos. Havia sido grandemente exaltado, mas... aspirava alcançar a altura do próprio Deus. Glorificava-se em sua própria altivez. Sabia que os anjos o honravam. Tinha uma missão especial a cumprir. Estivera próximo ao grande Criador, e os incessantes raios de luz gloriosa que rodeavam o Deus eterno haviam resplandecido especialmente sobre ele. Pensou em como os anjos haviam obedecido a seu comando com prazenteira espontaneidade. Não eram as suas vestiduras brilhantes e formosas? Por que, então, deveria Cristo ser honrado acima dele? — The Spirit of Prophecy 1:17, 18. {VA 33.2}
Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e, prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. A verdade, a justiça e a lealdade estavam a lutar contra a inveja e o ciúme. A influência dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles. ... De novo, porém, achou-se repleto de orgulho por sua própria glória. Voltou-lhe o desejo de supremacia, e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo. — Patriarcas e Profetas, 36, 37. {VA 34.1}
Lúcifer inicia a campanha contra Cristo
Satanás... iniciou a obra de rebelião entre os anjos que estavam sob seu comando, procurando difundir entre eles o espírito de descontentamento. Agiu de modo tão ardiloso que muitos dos anjos se comprometeram com ele antes que seus propósitos fossem plenamente conhecidos. — The Review and Herald, 28 de Janeiro de 1909. {VA 34.2}
Satanás... ambicionava as mais elevadas honras que Deus concedera a Seu Filho. Tornou-se invejoso de Cristo e começou a semear entre os anjos que o honravam como querubim cobridor, o sentimento de que não recebera a honra que sua posição demandava. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 34.3}
Mediante sutis insinuações de que Cristo usurpara o lugar que pertencia a ele, Lúcifer lançou as sementes da dúvida na mente de muitos dos anjos. — The Educational Messenger, 11 de Setembro de 1908. {VA 34.4}
Sua [de Lúcifer] obra de engano foi efetuada com tão grande sigilo que os anjos em posições menos elevadas supuseram que ele era o governante do Céu. — Este Dia com Deus, 254. {VA 35.1}
Os anjos leais e sinceros procuraram reconciliar este anjo poderoso e rebelde com a vontade do Criador. Justificaram o ato de Deus de conferir honra a Jesus Cristo, e com poderosos argumentos tentaram convencer Satanás de que ele próprio não possuía agora menor honra do que antes de o Pai proclamar a honra especial conferida ao Filho. Mostraram-lhe claramente que Jesus era o Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos houvessem sido criados, e que sempre estivera à destra de Deus, sem que Sua terna e amorável autoridade jamais tivesse sido questionada; tampouco dera Ele qualquer ordem que os seres celestiais não houvessem cumprido alegremente. Argumentaram que o fato de haver Cristo recebido honras especiais por parte do Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que ele [Satanás] recebera até então. — The Spirit of Prophecy 1:19. {VA 35.2}
[Lúcifer] obteve a simpatia de alguns de seus companheiros ao sugerir pensamentos de crítica no tocante ao governo de Deus. A semente daninha foi espalhada de modo sedutor; e depois que ela brotou e desenvolveu raízes na mente de muitos, recolheu ele as idéias por ele mesmo implantadas na mente de outros, e as apresentou diante das mais elevadas ordens de anjos como sendo os pensamentos de outras mentes contra o governo de Deus. — The S.D.A. Bible Commentary 4:1143. {VA 35.3}
Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações de Jeová. E sua elevada posição, tão intimamente ligada com o governo divino, dava maior força a suas representações. — Patriarcas e Profetas, 41. {VA 36.1}
O primeiro esforço de Satanás para destruir a lei de Deus — esforço este feito entre os santos habitantes do Céu — pareceu por algum tempo ser coroado de êxito. Grande número de anjos foram seduzidos. — Patriarcas e Profetas, 331. {VA 36.2}
O governo de Deus incluía não apenas os habitantes do Céu, como ainda todos os mundos criados. Satanás pensou que, se fosse capaz de arrastar consigo à rebelião as inteligências celestiais, também dominaria os outros mundos. — The Review and Herald, 9 de Março de 1886. {VA 36.3}
Aqui, por certo tempo, Satanás esteve em vantagem; exultou a este respeito, em sua arrogante superioridade, sobre os anjos do Céu e até mesmo sobre Deus. ... Ele [Lúcifer] se disfarçara num manto de falsidade, e durante algum tempo foi impossível remover a máscara, para que a deformidade abominável de seu caráter pudesse ser percebida. Foi necessário esperar que ele próprio revelasse suas obras cruéis, astutas e más. — The Spirit of Prophecy 4:319. {VA 36.4}
Concede-se tempo a Lúcifer para executar seus planos
Deus, em Sua sabedoria, não expulsou Satanás imediatamente do Céu. Tal ato não haveria modificado seus planos, antes o teria fortalecido na rebelião, pois haver-lhe-ia acrescentado simpatia, como alguém com quem se lidara injustamente; e um maior número de anjos teria sido arrastado em rebelião junto com ele. Deveria ele receber mais tempo para o pleno desenvolvimento de seus princípios. — The Review and Herald, 9 de Março de 1886. {VA 37.1}
Satanás queixou-se dos supostos defeitos na administração das coisas celestiais, havendo procurado encher a mente dos anjos com sua insatisfação. Visto não ser ele supremo, lançou sementes de dúvida e descrença. Em virtude de não ser como Deus, esforçou-se para instilar na mente dos anjos sua própria inveja e descontentamento. Assim as sementes da alienação foram plantadas, para depois serem apresentadas diante das cortes celestiais como sendo originárias, não da mente de Satanás, e sim da dos anjos. Desta maneira o enganador poderia mostrar que os anjos pensavam como ele. ... {VA 37.2}
Aquilo que Satanás havia inculcado na mente dos anjos — uma palavra aqui, outra ali — abriu o caminho para uma longa lista de suposições. Em sua forma astuta, extraiu ele expressões de dúvida da parte deles. Assim, quando foi questionado, acusou os que ele próprio havia doutrinado. Colocou toda a desafeição nos lábios daqueles que havia dirigido. — The Review and Herald, 7 de Setembro de 1897. {VA 37.3}
[Lúcifer] começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os seres celestiais, dando a entender que, conquanto pudessem as leis ser necessárias para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais restrições os anjos, mais elevados por natureza, pois que sua sabedoria era um guia suficiente. — Patriarcas e Profetas, 37. {VA 38.1}
Lúcifer... tentou abolir a lei de Deus. Pretendeu que as inteligências não caídas do santo Céu não necessitavam de lei, sendo antes capazes de governarem a si mesmas e de preservarem imaculada integridade. — The Signs of the Times, 28 de Abril de 1890. {VA 38.2}
Nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu [de Lúcifer] caráter. Esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Se o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de Deus. Uma só dúvida quanto à bondade de Deus teria sido como má semente, que produziria o amargo fruto do pecado e da desgraça. Por isto foi poupado o autor do mal, para desenvolver plenamente seu caráter. — Parábolas de Jesus, 72. {VA 38.3}
Os anjos debatem as questões
Enquanto alguns dos anjos se uniam a Satanás em rebelião, outros procuravam dissuadi-lo de seus propósitos e defendiam a honra e sabedoria de Deus em conceder autoridade a Seu Filho. Contudo Satanás se perguntava, por que razão teria Cristo recebido poder ilimitado e posto de comando mais elevado que o dele! — Spiritual Gifts 3:37. {VA 38.4}
Satanás recusou-se a ouvir. Apartou-se então dos anjos leais e sinceros, acusando-os de servilismo. Esses anjos, fiéis a Deus, assombraram-se ao ver o êxito de Satanás em promover a rebelião. Ele prometeu-lhes um novo governo, melhor do que aquele que até então haviam conhecido, no qual tudo seria liberdade. Um grande número dos anjos revelou sua disposição em aceitar Satanás como líder e comandante-chefe. Ao perceber ele que suas propostas alcançavam sucesso, gabou-se de que chegaria a ter a seu lado todos os anjos, tornando-se igual ao próprio Deus, e que sua voz de autoridade seria ouvida em comando a todo o exército do Céu. {VA 39.1}
Uma vez mais os anjos leais admoestaram Satanás, assegurando-lhe de quais seriam as conseqüências se persistisse em rebelião; que Aquele que criara os anjos poderia, mediante Seu poder, subverter toda a autoridade deles e a terrível rebelião. E imaginar que um anjo pudesse resistir à lei de Deus, tão sagrada quanto Ele mesmo! Exortaram os rebeldes a fecharem os ouvidos aos enganadores raciocínios de Satanás e aconselharam Satanás e todos os que por ele haviam sido afetados, a ir a Deus confessando seu erro em haverem permitido até mesmo o pensamento de questionar a Sua autoridade. — The Spirit of Prophecy 1:20. {VA 39.2}
Satanás foi astuto em apresentar o seu ponto de vista da questão. Tão logo percebia que determinada posição era vista em seu verdadeiro caráter, trocava-a por outra. Tal não ocorreu com Deus. Ele podia operar com apenas uma classe de armas — a verdade e a justiça. Satanás podia usar o que Deus não usaria: o engano e a fraude. — The Review and Herald, 9 de Março de 1886. {VA 39.3}
A ação subversiva [de Satanás] foi tão sutil que não apareceu diante dos seres celestiais do modo como em realidade era. ... Tal estado de coisas persistiu por longo tempo antes de Satanás ser desmascarado. — The S.D.A. Bible Commentary 4:1143. {VA 40.1}
Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás. Este não foi imediatamente degradado de sua posição elevada, quando a princípio condescendeu com o espírito de descontentamento, nem mesmo quando começou a apresentar suas falsas pretensões diante dos anjos fiéis. Muito tempo foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse. — O Grande Conflito, 495, 496. {VA 40.2}
O espírito de descontentamento e desafeição nunca antes havia sido conhecido no Céu. Era um elemento novo, estranho, misterioso, inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera a princípio ciente da natureza verdadeira de seus sentimentos; durante algum tempo receou exprimir a ação e imaginações de sua mente; todavia não as repeliu. Não via para onde se deixava levar. Entretanto, esforços que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam imaginar, foram feitos para convencê-lo de seu erro. Provou-se que sua desafeição era sem causa, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de persistir em revolta. Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu... que os estatutos divinos são justos, e que, como tais, ele os deveria reconhecer perante todo o Céu. {VA 40.3}
Houvesse ele feito isto, e poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos. Ele não tinha naquele tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Embora tivesse deixado sua posição como querubim cobridor, se contudo estivesse ele disposto a voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado em suas funções. Chegado era o tempo para um decisão final; deveria render-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em franca rebelião. Quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu disto. — Patriarcas e Profetas, 39. {VA 40.4}
Deus enfrenta o desafio de Satanás
Nos concílios celestiais decidiu-se que, com base nos princípios pelos quais se atuaria, o poder de Satanás não fosse imediatamente destruído. O propósito de Deus era colocar todas as coisas sobre uma base de eterna segurança. Dever-se-ia conceder tempo para que Satanás desenvolvesse os princípios que constituiriam o fundamento de seu governo. O universo celestial deveria contemplar o resultado dos postulados que Satanás declarara serem superiores aos princípios de Deus. O sistema de Deus deveria ser contrastado com o sistema satânico. Os princípios corruptores do governo de Satanás deveriam ser revelados. Dever-se-ia demonstrar que os princípios de justiça expressos na lei de Deus são imutáveis, perfeitos e eternos. — The Review and Herald, 7 de Setembro de 1897. {VA 41.1}
Os anjos leais apressaram-se em ir até o Filho de Deus e em informá-Lo do que estava ocorrendo entre os anjos. Encontraram o Pai em consulta com Seu amado Filho, determinando os meios pelos quais, em benefício dos anjos fiéis, a autoridade assumida por Satanás seria anulada para sempre. O grande Deus poderia haver expulsado imediatamente do Céu a este arquienganador; tal não era, porém, o Seu propósito. Daria ao rebelde uma chance justa de medir forças com Seu próprio Filho e os anjos leais. Nessa batalha cada anjo escolheria por si mesmo de que lado ficar, e manifestaria sua posição diante de todos os demais. — The Spirit of Prophecy 1:21. {VA 41.2}
Lúcifer torna-se Satanás
Satanás... determinou-se a se tornar um centro de influência. Uma vez que não podia ser a mais alta autoridade no Céu, tornar-se-ia a mais elevada autoridade em rebelião contra o governo do Céu. Seria cabeça, exerceria controle e não seria controlado. — The Review and Herald, 16 de Abril de 1901. {VA 42.1}
Muitos dos simpatizantes de Satanás ficaram inclinados a atender o conselho dos anjos leais, e se arrependerem de sua insatisfação, e readquirirem a confiança do Pai e de Seu Filho amado. O grande revoltoso declarou então que estava familiarizado com a lei de Deus, e se ele se submetesse em obediência servil, sua honra lhe seria tirada. Não mais receberia o encargo de sua exaltada missão. Disse-lhes que tanto ele quanto os outros haviam ido longe demais para agora voltar, e que ele suportaria as conseqüências; que jamais se curvaria diante do Filho de Deus em adoração servil; que Deus não perdoaria, e que agora teriam de assegurar a liberdade deles e obter pela força a posição e autoridade que não se lhes havia sido concedida voluntariamente. — The Spirit of Prophecy 1:20, 21. {VA 42.2}
Tanto quanto dizia respeito ao próprio Satanás, era verdade que ele havia ido agora demasiado longe para que pudesse voltar. Mas não era assim com os que tinham sido iludidos pelos seus enganos. Para estes, os conselhos e rogos dos anjos fiéis abriram uma porta de esperança; e, se houvessem eles atendido a advertência, poderiam ter sido arrancados da cilada de Satanás. Mas ao orgulho, ao amor para com seu chefe, e ao desejo de uma liberdade sem restrições permitiu-se terem o domínio, e as instâncias do amor e misericórdia divinos foram finalmente rejeitadas. — Patriarcas e Profetas, 41. {VA 42.3}
Os anjos comparecem diante do Pai
Toda a multidão angélica foi convocada a comparecer diante do Pai, para que cada caso fosse decidido. Satanás manifestou ousadamente sua insatisfação porque a Cristo fora dada preferência em relação a ele próprio. Ergueu-se orgulhosamente e sustentou que deveria ser igual a Deus, sendo convidado a participar com o Pai em Seus propósitos. Deus informou a Satanás que somente ao Filho revelaria Seus propósitos secretos, e que requeria de toda a família celestial, inclusive de Satanás, a mais implícita e inquestionável obediência; e que ele se demonstrara indigno de ocupar um lugar no Céu. Então Satanás apontou exultantemente a seus simpatizantes, que compreendiam quase metade dos anjos, e exclamou: “Esses estão comigo! Tu os expulsarás também, deixando um grande vazio no Céu?” Declarou então que se achava pronto a resistir à autoridade de Cristo, e a defender seu lugar no Céu pelo poder, força contra força. — The Spirit of Prophecy 1:22. {VA 43.1}
Até ao final da controvérsia no Céu, o grande usurpador continuou a justificar-se. Quando foi anunciado que, juntamente com todos os que com ele simpatizavam, deveria ser expulso das habitações de bem-aventurança, o líder rebelde confessou então ousadamente seu desdém pela lei do Criador. Reiterou sua pretensão de que os anjos não necessitam ser dirigidos, mas que deveriam ser deixados a seguir sua própria vontade, que sempre os conduziria corretamente. Denunciou os estatutos divinos como restrição à sua liberdade, declarando ser de seu intento conseguir a abolição da lei; que, livres desta restrição, os seres do Céu poderiam entrar em condições de existência mais elevada, mais gloriosa. {VA 43.2}
Concordemente, Satanás e seu exército lançaram a culpa de sua rebelião inteiramente sobre Cristo, declarando que se eles não houvessem sido acusados, não se teriam rebelado. — O Grande Conflito, 499, 500. {VA 44.1}
O conhecimento possuído por Satanás e os que com ele caíram, quanto ao caráter de Deus, de Sua bondade, misericórdia, sabedoria e excelente glória, tornou imperdoável a culpa dos rebeldes. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 44.2}
Guerra no céu
Cristo Se ocupara nas cortes celestiais em convencer a Satanás de seu terrível erro, até que finalmente o maligno e seus simpatizantes se encontraram em rebelião aberta contra o próprio Deus. — Este Dia com Deus, 254. {VA 45.1}
Cristo, como Comandante do Céu, foi indicado para acabar com a rebelião. — The Review and Herald, 30 de Maio de 1899. {VA 45.2}
Houve então batalha no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe dos Céus, junto com Seus anjos leais, empenhou-se em conflito com o arqui-rebelde e os que a este se uniram. O Filho de Deus e os anjos sinceros e leais prevaleceram, ao passo que Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu. — The Spirit of Prophecy 1:23. {VA 45.3}
Anjos se empenharam em batalha; Satanás desejava derrotar o Filho de Deus e os que estavam submissos a Sua vontade. Mas os anjos bons e leais prevaleceram, e Satanás, com seus seguidores, foi expulso do Céu. — Primeiros Escritos, 146. {VA 45.4}
Efeitos da rebelião
Satanás ficou perplexo diante de sua nova condição. Fora-se a sua felicidade. Contemplou os anjos que, como ele, uma vez haviam sido tão felizes, mas agora achavam-se fora do Céu. ... Tudo parecia modificado. Semblantes que haviam refletido a imagem de seu Criador, agora demonstravam melancolia e desespero. Contendas, discórdias e amargas recriminações revelavam-se entre eles. ... Satanás observa agora os terríveis resultados de sua rebelião. Estremeceu, temendo enfrentar o futuro e contemplar o fim de todas essas coisas. {VA 46.1}
Chegara a hora dos alegres e felizes cânticos de louvor a Deus e a Seu amado Filho. Satanás havia dirigido o coral celestial. Sempre entoara a primeira nota, e então toda a multidão angélica se unira a ele, fazendo com que gloriosos acordes musicais ressoassem pelos Céus em honra a Deus e Seu querido Filho. Agora, porém, em lugar de doces acordes musicais, palavras de discórdia e ira caíam nos ouvidos do grande líder rebelde. ... Aproximava-se a hora da adoração, quando resplendentes e santos anjos se ajoelhavam diante do Pai. Não mais se uniria ele ao cântico celestial. Nunca mais se ajoelharia em reverente e santo temor diante da presença do Deus eterno. ... {VA 46.2}
Satanás tremeu ao contemplar sua obra. Achava-se sozinho a meditar sobre o passado, o presente e seus planos futuros. Sua poderosa estrutura vacila como que atingida por uma tempestade. Um anjo do Céu está passando. Ele o chama e solicita uma entrevista com Cristo. Esta lhe foi concedida. Relatou ele então ao Filho de Deus que se arrependera de sua rebelião, e desejava readquirir o favor de Deus. Estava disposto a assumir o lugar que Deus previamente lhe designara, submetendo-se a Seu sábio comando. Cristo chorou diante da desgraça de Satanás, mas fez-lhe ver, comunicando a decisão divina, que ele jamais poderia ser readmitido ao Céu. ... As sementes da rebelião ainda se achavam dentro dele [Satanás]. ... {VA 46.3}
Quando Satanás se tornou plenamente convencido de que não havia possibilidade de ser reintegrado ao favor de Deus, manifestou sua malícia com aumentado ódio e fervente veemência. ... {VA 47.1}
Como já não podia ser admitido no interior dos portais celestes, aguardaria junto à entrada para escarnecer dos anjos e procurar contender com eles enquanto entravam e saíam. — The Spirit of Prophecy 1:28 a 30. {VA 47.2}
A criação da terra e da humanidade
Os anjos leais lamentaram a sorte daqueles que haviam sido seus companheiros de felicidade e bênçãos. Sua falta foi sentida no Céu. O Pai consultou a Jesus quanto à possibilidade de executar imediatamente o propósito de fazer o homem para habitar a Terra. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1879. {VA 47.3}
As mais brilhantes e exaltadas estrelas da alva louvaram... a glória [de Cristo] na criação, e anunciaram Seu nascimento com cânticos de alegria. — The Signs of the Times, 4 de Janeiro de 1883. {VA 47.4}
Quando Deus formou a Terra, havia montanhas, colinas e planícies, e serpenteando entre estas existiam rios e fontes de água. A Terra não era constituída de uma extensa planície, mas a monotonia do cenário foi quebrada por outeiros e montanhas, não elevadas e ásperas como são agora, mas regulares e belas em sua forma. ... Os anjos contemplavam e se regozijavam diante das maravilhosas e belas obras de Deus. — Spiritual Gifts 3:33. {VA 47.5}
Todo o Céu tomou profundo e alegre interesse na criação do mundo e do homem. Os seres humanos constituíam uma nova e distinta ordem. — The Review and Herald, 11 de Fevereiro de 1902. {VA 48.1}
Depois dos seres angélicos, a família humana, formada à imagem de Deus, constitui a mais nobre de Suas obras criadas. — The Review and Herald, 3 de Dezembro de 1908. {VA 48.2}
O Senhor... havia dotado Adão com poderes mentais superiores a qualquer outra criatura vivente que houvesse feito. Suas faculdades mentais eram apenas um pouco menor do que as dos anjos. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 48.3}
Tão logo Deus, através de Jesus Cristo, criou nosso mundo e colocou Adão e Eva no jardim do Éden, Satanás anunciou seu propósito de conformar à sua própria natureza o pai e a mãe da humanidade. — The Review and Herald, 14 de Abril de 1896. {VA 48.4}
Quando o Senhor apresentou Eva a Adão, anjos de Deus testemunharam a cerimônia. — Nos Lugares Celestiais, 203. {VA 48.5}
Este casal imaculado não usava roupas artificiais. Achavam-se vestidos com uma cobertura de luz e glória, tais como os anjos. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1879. {VA 48.6}
Deus criou o homem para Sua própria glória, para que depois de testada e provada, a família humana pudesse tornar-se uma com a família celestial. Era o propósito de Deus repovoar o Céu com a família humana. — The S.D.A. Bible Commentary 1:1082. {VA 48.7}
Os lugares vagos surgidos no Céu pela queda de Satanás e seus anjos, serão preenchidos pelos redimidos do Senhor. — The Review and Herald, 29 de Maio de 1900. {VA 49.1}
Adão e Eva no Éden
Embora tudo o que Deus houvesse criado se encontrasse na perfeição da beleza, e nada parecesse faltar sobre a Terra que Ele criara para tornar Adão e Eva felizes, ainda assim manifestou Seu grande amor por eles ao preparar-lhes um jardim especial. Uma parte do tempo deles deveria ser gasto na prazenteira tarefa de cuidar do jardim, outra parte recebendo a visita dos anjos, ouvindo suas instruções, e estando em feliz meditação. Suas atividades não eram cansativas, antes agradáveis e revigorantes. — The Signs of the Times, 9 de Janeiro de 1879. {VA 49.2}
Santos anjos... deram instruções a Adão e Eva no tocante a suas atividades, e também lhes falaram acerca da rebelião e queda de Satanás. — Spiritual Gifts 1:20. {VA 49.3}
Adão estava diante de Deus na força da perfeita varonilidade, tendo todos os órgãos e faculdades de seu ser plenamente desenvolvidos e harmoniosamente equilibrados. Achava-se ele circundado de coisas belas e conversava diariamente com os santos anjos. — The Spirit of Prophecy 2:88. {VA 49.4}
A lei de Deus existia antes que o homem fosse criado. Foi adaptada à condição de seres santos. Mesmo os anjos eram governados por ela. — The Signs of the Times, 15 de Abril de 1886. {VA 49.5}
O homem devia ser testado e provado; se suportasse a prova divina e permanecesse leal e fiel depois desta primeira prova, não deveria ser afligido por contínua tentação, antes seria exaltado a uma posição igual à dos anjos, revestido da imortalidade. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 50.1}
Satanás planeja provocar a queda do homem
[Satanás] informou [seus anjos] de seus planos para separar de Deus o nobre Adão e sua companheira Eva. Se fosse possível, de algum modo, induzi-los à desobediência, Deus faria provisões por meio das quais o ser humano seria perdoado, e assim o próprio Satanás e seus anjos teriam melhores chances de compartilhar da misericórdia de Deus. Se isto falhasse, poderiam unir-se a Adão e Eva, já que estes, uma vez chegando a transgredir a lei de Deus, estariam também sujeitos à ira divina, como os anjos caídos. Se transgredissem, estariam igualmente num estado de rebelião; os anjos rebeldes poderiam unir-se a eles, tomar posse do jardim do Éden e transformá-lo em seu lar. Se conseguissem acesso à árvore da vida que se encontrava no meio do jardim, sua força seria — pensavam eles — igual à dos anjos leais, e nem mesmo Deus seria capaz de expulsá-los dali. {VA 50.2}
Satanás manteve consulta com seus anjos maus. Nem todos se dispuseram prontamente a unir-se a ele nessa obra arriscada e terrível. Ele lhes contou que não confiaria a nenhum deles tal trabalho; pensava que somente ele mesmo possuía sabedoria suficiente para levar avante um tão importante empreendimento. Gostaria que eles refletissem sobre o assunto enquanto ele próprio se retiraria a fim de amadurecer os planos. ... {VA 50.3}
Satanás ficou só a fim de aperfeiçoar os planos que seguramente resultariam na queda de Adão e Eva. Estremeceu ao pensar que submergiria o santo e feliz par na miséria e remorso que ele mesmo estava agora suportando. Pareceu indeciso; em alguns momentos firme e determinado, noutros hesitante e vacilante. Seus anjos o procuraram para informá-lo da decisão que haviam tomado. Sim, unir-se-iam a ele e compartilhariam com ele da responsabilidade e das conseqüências. {VA 51.1}
Satanás lançou para longe seus sentimentos de desespero e fraqueza e, como líder, fortaleceu-se para enfrentar a situação e empreender tudo que estivesse a seu alcance para desafiar a autoridade de Deus e de Seu Filho. — The Spirit of Prophecy 1:31-33. {VA 51.2}
Satanás declarou que demonstraria ante os mundos criados por Deus e perante as inteligências celestiais, que é impossível guardar a lei de Deus. — The Review and Herald, 3 de Setembro de 1901. {VA 51.3}
Deus reuniu a multidão angélica para tomar medidas e impedir o perigo ameaçador. Ficou decidido no concílio celestial que anjos deviam visitar o Éden e advertir Adão e Eva de que o jardim estava em perigo pela presença de um adversário. Assim, dois anjos apressaram-se em visitar nossos primeiros pais. — The Signs of the Times, 16 de Janeiro de 1879. {VA 51.4}
Mensageiros celestiais expuseram-lhes [a Adão e Eva] a história da queda de Satanás, e suas tramas para sua destruição, explicando mais completamente a natureza do governo divino, que o príncipe do mal estava procurando transtornar. ... {VA 51.5}
Os anjos os advertiram a que estivessem de sobreaviso contra os ardis de Satanás; pois seus esforços para os enredar seriam incansáveis. Enquanto fossem obedientes a Deus, o maligno não lhes poderia fazer mal; pois sendo necessário, todos os anjos do Céu seriam enviados em seu auxílio. Se com firmeza repelissem suas primeiras insinuações, estariam tão livres de perigo como os mensageiros celestiais. Se, porém, cedessem uma vez à tentação, sua natureza se tornaria tão depravada que não teriam em si poder nem disposição para resistir a Satanás. — Patriarcas e Profetas, 52, 53. {VA 51.6}
Os anjos preveniram Eva de que não se separasse de seu marido em suas ocupações, pois poderia ser posta em contato com o inimigo caído. Ao separarem-se um do outro, estariam em maior perigo do que se permanecessem juntos. Os anjos insistiram que eles seguissem bem de perto as instruções dadas por Deus no tocante à árvore do conhecimento, pois na obediência perfeita estariam seguros. E o inimigo caído somente poderia ter acesso a eles junto à árvore do conhecimento do bem e do mal. {VA 52.1}
Adão e Eva asseguraram aos anjos que jamais transgrediriam o expresso mandamento de Deus, pois era seu maior deleite cumprir a vontade dEle. Os anjos uniram-se a Adão e Eva em santos acordes de harmoniosa música, e enquanto seus cânticos ressoavam cheios de alegria pelo Éden, Satanás ouviu o som destas melodias de adoração ao Pai e ao Filho. Ouvindo-as, sua inveja, ódio e malignidade aumentaram, e ele expressou a seus seguidores a ansiedade de incitá-los [Adão e Eva] à desobediência. — The Spirit of Prophecy 1:34, 35. {VA 52.2}
Satanás fala a Eva através de uma serpente
A fim de realizar a sua obra sem que fosse percebido, Satanás preferiu fazer uso da serpente como médium, disfarce este bem adaptado ao seu propósito de enganar. A serpente era então uma das mais prudentes e belas criaturas da Terra. Tinha asas, e enquanto voava pelos ares apresentava uma aparência de brilho deslumbrante, tendo a cor e o brilho de ouro polido. — Patriarcas e Profetas, 53. {VA 52.3}
Eva afastou-se do esposo, admirando as belezas da Natureza na criação de Deus, deleitando seus sentidos com as cores e fragrâncias das flores e o encanto das árvores e arbustos. Pensava ela na restrição imposta por Deus no tocante à árvore do conhecimento. Comprazia-se na beleza e abundância providas por Deus para a satisfação de todas as necessidades. Tudo isto, disse ela, Deus forneceu para o nosso deleite. Tudo é nosso, pois Ele disse: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás.” Gênesis 2:16, 17. {VA 53.1}
Eva aproximou-se da árvore proibida, sentindo-se curiosa por saber como podia a morte esconder-se no fruto de tão formosa árvore. Surpreendeu-se ao escutar suas próprias dúvidas repetidas por uma voz estranha: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” Gênesis 3:1. Eva não se apercebera de que revelara seus pensamentos ao falar em voz audível consigo mesma, pelo que se assombrou grandemente ao ouvir suas dúvidas repetidas por uma serpente. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 53.2}
Com palavras suaves e melodiosas, e com voz musical, [Satanás] dirigiu-se à maravilhada Eva. Ela se sobressaltou
ao ouvir uma serpente falar. Esta exaltava a beleza e excessivo encanto [da mulher], o que não desagradou a Eva. {VA 54.3}
Eva sentiu-se encantada, lisonjeada, bajulada. — The Spirit of Prophecy 1:35, 36. {VA 54.1}
[Eva] realmente pensou que a serpente possuía conhecimento dos seus pensamentos [da mulher], e que por isso devia ser muito sábia. Sua resposta foi: “Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gênesis 3:2-5. {VA 54.2}
Aqui o pai da mentira fez sua afirmativa em aberta contradição à expressa palavra de Deus. Satanás assegurou a Eva que ela fora criada imortal, e que não existia a possibilidade de ela morrer. Disse-lhe que Deus sabia que, se comessem do fruto da árvore do conhecimento, seu entendimento seria iluminado, expandido, enobrecido, tornando-os semelhantes ao próprio Deus. ... Eva pensou que existia sabedoria nas palavras da serpente. ... Contemplou com ardente desejo a árvore carregada de frutos, que pareciam deliciosos. A serpente os estava comendo com aparente deleite. {VA 54.3}
Eva havia ultrapassado as palavras da ordem divina. Deus dissera a Adão e Eva: “Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2:17. Na controvérsia com a serpente, Eva acrescentou: “Nem nele tocareis, para que não morrais.” Gênesis 3:3. Aqui pode ser percebida a sutileza da serpente. Esta declaração de Eva deu a Satanás uma vantagem. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 54.4}
Participando dessa árvore, declarou ele [Satanás], atingiriam uma esfera mais elevada de existência, e entrariam para um campo mais vasto de saber. Ele próprio havia comido do fruto proibido, e como resultado adquirira o dom da fala. E insinuou que o Senhor intencionalmente desejava privá-los do mesmo, para que não acontecesse serem exaltados à igualdade para com Ele. — Patriarcas e Profetas, 54. {VA 55.1}
A curiosidade de Eva despertou-se. Em vez de escapar do local, ficou ouvindo a serpente falar. Não ocorreu à sua mente que este pudesse ser o inimigo decaído, utilizando a serpente como médium. — The Spirit of Prophecy 1:36. {VA 55.2}
Com que intenso interesse o Universo inteiro contemplou o conflito que decidiria a situação de Adão e Eva! Quão atentamente os anjos ouviram as palavras de Satanás, o originador do pecado, enquanto ele colocava suas próprias idéias acima dos mandamentos divinos, procurando tornar sem efeito a lei de Deus por meio de seu enganoso raciocínio! Quão ansiosamente aguardaram para ver se o santo par seria enganado pelo tentador, cedendo às suas artimanhas! ... {VA 55.3}
Satanás representou a Deus como um enganador, como alguém que deseja destituir Suas criaturas dos benefícios de Seu mais exaltado dom. Os anjos escutaram com pesar e assombro essa declaração quanto ao caráter de Deus, enquanto Satanás O representava como possuindo os seus próprios miseráveis atributos. Eva, porém, não se horrorizou ao ouvir o santo e supremo Deus sendo assim falsamente acusado. Se ela houvesse... relembrado todas as demonstrações de Seu amor, se houvesse corrido em direção ao esposo, poderia haver-se salvado da tentação sutil do maligno. — The Signs of the Times, 12 de Maio de 1890. {VA 55.4}
O tentador colheu um fruto e passou-o a Eva. Ela tomou-o nas mãos. Veja, disse o tentador, vocês foram proibidos de até mesmo tocar o fruto, pois morreriam. Ele lhe disse que ela não correria maior perigo comendo-o, do que tocando-o ou manuseando-o. Eva foi encorajada, pois não sentiu de imediato os sinais do desagrado divino. Pensou que as palavras do tentador eram inteiramente sábias e corretas. Comeu, e ficou encantada com o fruto. Este lhe pareceu agradável ao paladar, e ela começou a imaginar como seria sentir em si mesma os maravilhosos efeitos do mesmo. — The Spirit of Prophecy 1:38. {VA 56.1}
Nada havia de venenoso no fruto da árvore do conhecimento em si, nada que pudesse causar a morte ao ser ele comido. A árvore havia sido colocada no jardim como uma prova da lealdade deles a Deus. — The Signs of the Times, 13 de Fevereiro de 1896. {VA 56.2}
Eva come o fruto e tenta seu esposo
Eva comeu e imaginou estar experimentando as sensações de uma vida nova e mais exaltada. ... Não percebeu nenhum efeito adverso, nada que pudesse ser interpretado como significando morte e sim, conforme assegurara a serpente, uma prazerosa sensação, que ela imaginou ser a mesma experimentada pelos anjos. — Testimonies for the Church 3:72. {VA 56.3}
Ela tomou então o fruto e o comeu, imaginando sentir o revigorante poder de uma nova e exaltada existência, como resultado da influência estimulante do fruto proibido. Achava-se num estranho e antinatural estado de entusiasmo quando procurou o esposo com as mãos cheias do fruto proibido. Relatou-lhe o sábio discurso da serpente e manifestou o desejo de levá-lo imediatamente para junto da árvore do conhecimento. Contou-lhe que comera do fruto, e que em lugar de experimentar uma sensação de morte, sentia uma influência prazenteira e estimulante. Tão logo desobedeceu, tornou-se Eva um poderoso meio para ocasionar a queda do esposo. — The Spirit of Prophecy 1:38, 39. {VA 56.4}
Uma expressão de tristeza sobreveio ao rosto de Adão. Mostrou-se atônito e alarmado. Às palavras de Eva replicou que isto devia ser o adversário contra quem haviam sido advertidos; e pela sentença divina ela deveria morrer. Em resposta insistiu com ele para comer, repetindo as palavras da serpente, de que certamente não morreriam. Ela raciocinava que isto deveria ser verdade, pois que não sentia evidência alguma do desagrado de Deus. ... {VA 57.1}
Adão compreendeu que sua companheira transgredira a ordem de Deus, desrespeitara a única proibição a eles imposta como prova de sua fidelidade e amor. Teve uma terrível luta íntima. Lamentava que houvesse permitido desviar-se Eva de seu lado. Agora, porém, a ação estava praticada; devia separar-se daquela cuja companhia fora sua alegria. Como poderia suportar isto? ... Resolveu partilhar sua sorte; se ela devia morrer, com ela morreria ele. Afinal, raciocinou, não poderiam ser verdadeiras as palavras da sábia serpente? Eva estava diante dele, tão bela, e aparentemente tão inocente como antes deste ato de desobediência. Exprimia maior amor para com ele do que antes. Nenhum sinal de morte aparecia nela, e ele se decidiu a afrontar as conseqüências. Tomou o fruto, e o comeu rapidamente. {VA 57.2}
Depois da sua transgressão, Adão a princípio imaginou-se passando para uma condição mais elevada de existência. Mas logo o pensamento de seu pecado o encheu de terror. O ar que até ali havia sido de uma temperatura amena e uniforme, parecia resfriar o culposo par. Desapareceram o amor e paz que haviam desfrutado, e em seu lugar experimentavam uma intuição de pecado, um terror pelo futuro, uma nudez de alma. — Patriarcas e Profetas, 56, 57. {VA 58.1}
Satanás exultou com seu êxito. Tinha agora tentado a mulher a descrer do amor de Deus, a questionar Sua sabedoria e a procurar penetrar em Seus oniscientes planos. Por intermédio dela causara também a ruína de Adão, o qual, em conseqüência de seu amor por Eva, desobedeceu ao mandado divino e caiu com ela. — The Spirit of Prophecy 1:42. {VA 58.2}
Satanás, o anjo caído, havia declarado que ninguém podia guardar a lei de Deus. Apontou agora à desobediência de Adão como prova da veracidade de sua declaração. — The Signs of the Times, 10 de Abril de 1893. {VA 58.3}
Satanás... gabou-se orgulhosamente de que o mundo criado por Deus era seu domínio. Havendo conquistado Adão, o soberano do mundo, ganhara toda a raça humana como seus súditos. Possuiria o jardim do Éden e o transformaria em seu quartel-general. Ali estabeleceria seu trono para ser o soberano do mundo. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 58.4}
O concílio de paz
As notícias da queda do homem espalharam-se pelo Céu. Todas as harpas emudeceram. Os anjos depuseram, com tristeza, as coroas da cabeça. Todo o Céu estava em agitação. — The Spirit of Prophecy 1:42. {VA 59.1}
Realizou-se um concílio para decidir o que teria de ser feito com o culposo par. — Spiritual Gifts 3:44. {VA 59.2}
A ansiedade dos anjos parecia ser intensa enquanto Jesus Se comunicava com Seu Pai. Três vezes foi encerrado pela luz gloriosa que havia em redor do Pai; e na terceira vez Ele veio de Seu Pai, e podia-se ver a Sua pessoa. ... Fez então saber à multidão angélica que um meio de livramento fora estabelecido para o homem perdido. Dissera-lhes que estivera a pleitear com Seu Pai, e oferecera-Se para dar Sua vida como resgate, e tomar sobre Si a sentença de morte, a fim de que por meio dEle o homem pudesse encontrar perdão. ... {VA 59.3}
A princípio os anjos não puderam regozijar-se, pois seu Comandante nada escondeu deles, mas desvendou-lhes o plano da salvação. Jesus lhes disse que... deixaria toda a Sua glória no Céu, apareceria na Terra como um homem, humilhar-Se-ia como um homem, ... e que, finalmente, depois que Sua missão como ensinador se cumprisse, seria entregue nas mãos dos homens, e suportaria quantas crueldades e sofrimentos Satanás e seus anjos pudessem inspirar ímpios homens a infligir; que Ele morreria a mais cruel das mortes, suspenso entre o céu e a terra, como um pecador criminoso; que sofreria terríveis horas de agonia, a qual nem mesmo os anjos poderiam contemplar, mas esconderiam seu rosto dessa cena. ... {VA 59.4}
Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram a vida deles. Jesus lhes disse que pela Sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai como resgate pelo homem. — Primeiros Escritos, 149, 150. {VA 60.1}
Os anjos temiam que [Adão e Eva] estendessem a mão, comessem da árvore da vida e imortalizassem assim sua vida pecaminosa. Deus, porém, lhes disse que expulsaria os transgressores do jardim. Imediatamente foram comissionados anjos para guardarem o caminho da árvore da vida. — Spiritual Gifts 1:22. {VA 60.2}
Os anjos que haviam sido comissionados para guardarem a Adão em seu lar edênico antes da transgressão e expulsão do Paraíso, agora receberam o encargo de guardar as portas deste, protegendo assim o acesso à árvore da vida. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 60.3}
Quando Adão e Eva compreenderam quão exaltada e santa era a lei de Deus, a ponto de a sua transgressão requerer dispendioso sacrifício para salvá-los e à sua posteridade da ruína total, suplicaram sua própria morte, ou que eles e sua posteridade fossem deixados a sofrer a punição de sua transgressão, de preferência a que o amado Filho de Deus fizesse esse grande sacrifício. ... {VA 60.4}
Adão foi informado de que a vida de um anjo não poderia pagar o débito. A lei de Jeová, o fundamento de Seu governo no Céu e na Terra, era tão sagrada como Ele próprio; por esta razão, a vida de um anjo não podia ser aceita por Deus como sacrifício por sua transgressão. ... O Pai não podia abolir ou mesmo modificar um único preceito de Sua lei para socorrer o homem em sua condição decaída. Mas o Filho de Deus, que em união com o Pai criara o homem, poderia efetuar uma expiação aceitável a Deus. ... {VA 60.5}
Quando Adão, de acordo com as especiais determinações de Deus, fez uma oferta pelo pecado, foi para ele a mais penosa cerimônia. Sua mão teria de erguer-se para tirar a vida que somente Deus podia dar, e fazer uma oferta pelo pecado. Foi esta a primeira vez em que testemunhou a morte. Enquanto olhava para a vítima ensangüentada, debatendo-se nas agonias da morte, deveria contemplar pela fé o Filho de Deus, a quem a vítima prefigurava. — The Spirit of Prophecy 1:50-53. {VA 61.1}
Adão e Eva expulsos do Éden
[Adão e Eva] foram informados de que tinham perdido seu lar edênico. ... Não era seguro permanecer no jardim do Éden, pois em seu estado pecaminoso poderiam ter acesso à árvore da vida. — The Spirit of Prophecy 1:44. {VA 61.2}
Encarecidamente rogaram para que pudessem permanecer no lar de sua inocência e alegria. Confessaram que haviam perdido todo o direito àquela feliz morada, mas comprometeram-se para no futuro prestar estrita obediência a Deus. Declarou-se-lhes, porém, que sua natureza ficara depravada pelo pecado; haviam diminuído sua força para resistir ao mal, e aberto o caminho para Satanás ganhar mais fácil acesso a eles. Em sua inocência tinham cedido à tentação; e agora, em estado de culpa consciente, teriam menos poder para manter sua integridade. {VA 61.3}
Com humildade e indizível tristeza despediram-se de seu belo lar, e saíram para habitar na Terra, onde repousava a maldição do pecado. — Patriarcas e Profetas, 61. {VA 62.1}
Santos anjos foram enviados para conduzir o desobediente casal para fora do jardim, enquanto outros anjos guardavam o caminho da árvore da vida. Cada um destes poderosos anjos sustentava na mão direita uma espada resplandecente. — Spiritual Gifts 3:45. {VA 62.2}
Fortes anjos, com raios de luz que pareciam espadas flamejantes movendo-se em todas as direções, foram colocados como sentinelas para proteger o caminho da árvore da vida, para evitar que Satanás ou o culposo par se aproximassem. — The Review and Herald, 24 de Fevereiro de 1874. {VA 62.3}
Era plano bem estudado de Satanás que Adão e Eva desobedecessem a Deus, recebessem Sua desaprovação e então participassem da árvore da vida, de modo que se perpetuasse uma vida de pecado. Mas santos anjos foram enviados para vigiar o caminho da árvore da vida. Em redor desses anjos brilhavam raios de luz, com a aparência de espadas flamejantes. — The Spirit of Prophecy 1:44. {VA 62.4}
Depois da queda, Satanás ordenou a seus anjos efetuarem especial esforço para fomentar a crença na imortalidade natural do homem. Depois de serem induzidos a crer neste erro, levou-os a concluir que os pecadores viveriam em eterna miséria. — The Spirit of Prophecy 4:354. {VA 62.5}
O plano da salvação é explicado mais amplamente
Anjos mantiveram comunicação com Adão após a queda, informando-o acerca do plano da salvação, e que a raça humana não se encontrava para além da possibilidade de redenção. — Spiritual Gifts 3:52. {VA 63.1}
Anjos informaram a Adão que, assim como a sua transgressão tinha produzido morte e infelicidade, vida e imortalidade seriam produzidas mediante o sacrifício de Jesus Cristo. — The Spirit of Prophecy 1:51. {VA 63.2}
O jardim do Éden permaneceu sobre a Terra muito tempo depois que o homem fora expulso de suas deleitáveis veredas. Gênesis 4:16. Foi permitido à raça decaída por muito tempo contemplar o lar da inocência, estando a sua entrada vedada apenas pelos anjos vigilantes. — Patriarcas e Profetas, 62. {VA 63.3}
Adoração junto à porta guardada pelos querubins
À porta do Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória de Deus, e para ali vinham os primeiros adoradores. ... Foi ali que Caim e Abel trouxeram seus sacrifícios, e Deus condescendeu em comunicar-Se com eles. {VA 63.4}
O ceticismo não podia negar a existência do Éden enquanto este permanecesse precisamente à vista, com sua entrada vedada pelos anjos vigilantes. A ordem na criação, o objetivo do jardim, a história de suas duas árvores tão intimamente unidas com o destino do homem, eram fatos indiscutíveis. E a existência e suprema autoridade de Deus, a obrigação imposta por Sua lei, eram verdades que os homens foram tardios em pôr em dúvida enquanto Adão esteve entre eles. — Patriarcas e Profetas, 83, 84. {VA 64.1}
[Caim e Abel] tinham sido instruídos com respeito à provisão feita para a salvação da raça humana. Deles era requerido que praticassem um sistema de humilde obediência, mostrando sua reverência a Deus e sua fé no Redentor prometido, dependendo dEle, mediante a morte dos primogênitos do rebanho e a solene apresentação do sangue como uma oferta queimada a Deus. ... {VA 64.2}
[Caim] não estava disposto a seguir estritamente o plano de obediência e procurar um cordeiro e oferecê-lo com os frutos da terra. Meramente tomou do fruto da terra e desrespeitou as exigências de Deus. ... Abel aconselhou seu irmão que não viesse diante do Senhor sem o sangue do sacrifício. Caim, sendo o mais velho, não quis ouvir a seu irmão. ... {VA 64.3}
Abel trouxe dos primogênitos de seu rebanho e do melhor, como Deus havia ordenado; e cheio de fé no Messias por vir, e com humilde reverência, apresentou sua oferta. Deus a aceitou. Uma luz brilhou do Céu e consumiu a oferta de Abel. Caim não observou manifestação de que sua oferta houvesse sido aceita. Irou-se com o Senhor e com seu irmão. Deus condescendeu em enviar um anjo para conversar com ele. {VA 64.4}
O anjo inquiriu quanto à razão de sua ira, e informou-o de que se ele fizesse o bem e seguisse as orientações dadas por Deus, Ele o aceitaria e estimaria sua oferta. Mas se ele não se submetesse humildemente aos planos divinos, crendo e obedecendo, Deus não poderia aceitar a oferta. O anjo declarou a Caim que isto não era injustiça da parte de Deus, ou parcialidade mostrada para com Abel, mas que era em virtude de seu pecado e desobediência à expressa ordem de Deus, que Ele não aceitaria a oferta — e se ele agisse corretamente, seria aceito por Deus. ... Mas mesmo depois de ser assim fielmente instruído, Caim não se arrependeu. ... Em sua inveja e orgulho, contendeu com Abel e o reprovou. ... Enquanto Abel justificava o plano de Deus, Caim tornou-se enraivecido, e sua ira cresceu e ardeu contra Abel, até levá-lo a matar o irmão. — Spiritual Gifts 3:47-49. {VA 65.1}
Adão e os anjos instruíram os antediluvianos
As vantagens dos homens daquela época [antes do dilúvio] para adquirirem conhecimento de Deus mediante Suas obras, nunca foram desde então igualadas. E, assim, longe de ser uma era de trevas religiosas, foi ela de grande luz. Todo o mundo teve oportunidade de receber instrução de Adão, e os que temiam ao Senhor tinham também a Cristo e os anjos como seus instrutores. — Patriarcas e Profetas, 83. {VA 65.2}
Os homens naqueles dias [antes do dilúvio] viviam quase mil anos, e anjos visitavam-nos com instruções provindas diretamente de Cristo. — Mensagens Escolhidas 1:230. {VA 65.3}
Enoque
Enoque escutou dos lábios de Adão a dolorosa história da queda e a preciosa promessa da condescendente graça de Deus em oferecer o dom de Seu Filho como Redentor do mundo. Creu nela e sobre ela repousou. Enoque era um santo homem. Servia a Deus com singeleza de coração. Compreendeu a corrupção da família humana e separou-se dos descendentes de Caim, reprovando-os por sua grande maldade. ... Sua alma se agitava ao testemunhar diariamente como pisavam a autoridade de Deus. ... Decidiu separar-se deles e gastar muito de seu tempo em solidão, devotando-se à reflexão e oração. Esperava diante de Deus e orava para conhecer mais perfeitamente a Sua vontade, a fim de poder realizá-la. Deus comunicava-se com Enoque por intermédio de Seus anjos, dando-lhe instrução divina. Fez-lhe saber que não suportaria para sempre a rebelião do homem — que Seu propósito era destruir a raça pecadora pelo derramamento de um dilúvio de água sobre a Terra. {VA 66.1}
O Senhor abriu mais amplamente para Enoque o plano da salvação, e pelo espírito de profecia transportou-o através de gerações que viveriam depois do dilúvio, e mostrou-lhe os grandes eventos relacionados com o segundo advento de Cristo e o fim do mundo. {VA 66.2}
Enoque sentira-se perturbado com respeito aos mortos. Parecia-lhe que os justos e os ímpios iriam para o pó juntamente, e que este seria o fim de ambos. Não podia ver claramente a vida do justo além da sepultura. Em visão profética foi instruído com relação ao Filho de Deus, que devia morrer como sacrifício pelo homem, e foi-lhe mostrada a vinda de Cristo nas nuvens do Céu, acompanhado da multidão de anjos, a fim de dar vida aos justos mortos e resgatá-los da sepultura. ... {VA 66.3}
Enoque fielmente transmitiu ao povo tudo o que Deus lhe havia revelado pelo espírito de profecia. Alguns creram em suas palavras e volveram de sua maldade para o temor e adoração a Deus. — The Signs of the Times, 20 de Fevereiro de 1879. {VA 67.1}
[Enoque] escolhia certos períodos para retiro, não desejando que as pessoas o encontrassem, pois elas interrompiam sua santa meditação e comunhão com Deus. Não se excluía permanentemente do convívio social com os que o amavam e ouviam suas palavras de sabedoria; tampouco se apartava completamente dos corruptos. Encontrava-se com os bons e os infiéis a determinados intervalos, labutando para fazer volver os ímpios de seus maus caminhos. — Spiritual Gifts 3:56. {VA 67.2}
Enoque continuou a crescer celestialmente enquanto se comunicava com Deus. ... O Senhor amava Enoque porque Ele firmemente O seguia, aborrecendo a iniqüidade, e fervorosamente buscava conhecimento celestial, para fazer com perfeição a Sua vontade. Anelava unir-se ainda mais estreitamente a Deus, a quem temia, reverenciava e adorava. O Senhor não permitiria que Enoque morresse como os demais homens. Enviou anjos para levá-lo ao Céu sem provar a morte. Na presença de justos e ímpios, foi Enoque removido deles. Aqueles que o amavam pensaram que Deus pudesse havê-lo deixado em algum de seus lugares de retiro; entretanto, depois de o procurarem diligentemente, não sendo capazes de encontrá-lo, entenderam que ele não mais seria achado, pois Deus o levara. — The Signs of the Times, 20 de Fevereiro de 1879. {VA 67.3}
As flamejantes carruagens de Deus foram enviadas para recolher este santo homem, e ele foi conduzido ao Céu. — The Review and Herald, 19 de Abril de 1870. {VA 68.1}
O Senhor me proporcionou uma vista de outros mundos. Foram-me dadas asas, e um anjo me acompanhou da cidade a um lugar fulgurante e glorioso. ... Então fui levada a um mundo que tinha sete luas. Vi ali o bom e velho Enoque, que tinha sido trasladado. Em sua destra tinha uma palma resplendente, e em cada folha estava escrito: “Vitória.” Pendia-lhe da cabeça uma grinalda branca, deslumbrante, com folhas, e no meio de cada folha estava escrito: “Pureza”, e em redor da grinalda havia pedras de várias cores que resplandeciam mais do que as estrelas, e lançavam um reflexo sobre as letras, realçando-as. Na parte posterior da cabeça havia um arco em que rematava a grinalda, e nele estava escrito: “Santidade.” Sobre a grinalda havia uma linda coroa que brilhava mais do que o Sol. Perguntei-lhe se este era o lugar para onde fora transportado da Terra. Ele disse: “Não é; minha morada é na cidade, e eu vim visitar este lugar.” — Primeiros Escritos, 39, 40. {VA 68.2}
Enoque representa os que ficarão sobre a Terra e serão trasladados sem experimentarem a morte. Representa o grupo que deverá viver entre os perigos dos últimos dias, aqueles que serão rodeados de toda corrupção, vileza, pecado e iniqüidade, mas ainda assim se manterão imaculados. Podemos proceder como Enoque. Foi tomada provisão em nosso favor. ... Anjos de Deus, excelentes em poder, são enviados para ministrar aos herdeiros da salvação. Estes anjos, ao perceberem que estamos fazendo o último esforço possível para sermos vencedores, realizarão a sua parte, e sua luz brilhará em torno de nós, dissipando a influência dos anjos maus que nos rodeiam. Criarão uma fortificação semelhante a muros de fogo à nossa volta. — The Review and Herald, 19 de Abril de 1870. {VA 68.3}
Noé
Aqueles que viveram nos dias de Noé e Abraão, eram mais semelhantes aos anjos na forma, graça e força. Desde então, cada geração vem se tornando mais fraca. — Spiritual Gifts 1:69. {VA 69.1}
Mais de cem anos antes do dilúvio o Senhor mandou um anjo ao fiel Noé para fazê-lo saber que Ele não mais teria misericórdia da raça corrupta. Mas não queria que ignorassem Seu desígnio. Instruiria a Noé e faria dele um fiel pregador para advertir o mundo da breve destruição, de modo que os habitantes da Terra ficassem sem escusas. ... {VA 69.2}
Anjos foram enviados a recolher das florestas e campos os animais que Deus havia criado. — The Spirit of Prophecy 1:69, 72. {VA 69.3}
Os anjos buscaram esses animais e eles os seguiram, de dois em dois, macho e fêmea, sendo que os animais limpos foram de sete em sete. — Spiritual Gifts 3:67. {VA 69.4}
Tudo estava pronto para o fechamento da arca, o que não podia ser feito pelo lado de dentro, por Noé. Um anjo foi visto pela multidão escarnecedora, descendo do Céu e revestido de luz deslumbrante, parecida com um relâmpago. Ele fechou a maciça porta, e então tomou outra vez seu caminho em direção ao Céu. — The Spirit of Prophecy 1:72. {VA 69.5}
Chega o dilúvio
A despeito da solene demonstração do poder de Deus que haviam contemplado, da inusitada presença dos animais que provinham dos bosques e campos em direção à arca, do anjo de Deus que desceu do Céu revestido de terrível majestade e fechou a porta da arca, os antediluvianos endureceram o coração e prosseguiram divertindo-se e zombando das manifestações do poder divino. Entretanto, no oitavo dia os céus se enegreceram. ... A chuva jorrou das nuvens situadas acima deles. Era algo que jamais haviam testemunhado. ... O temporal aumentou em violência até que as águas pareciam jorrar do Céu em cataratas. ... Jatos de água surgiam da terra com indescritível força, lançando maciças rochas a centenas de metros de altura, para em seguida caírem e serem sepultadas nas profundezas da terra. ... {VA 70.1}
A violência da tempestade aumentou, e por entre a fúria dos elementos escutavam-se os lamentos das pessoas que haviam desprezado a autoridade de Deus. Árvores, construções, rochas e terra eram arremessados em todas as direções. O terror de homens e animais ultrapassava qualquer descrição. Até mesmo Satanás, obrigado a permanecer em meio aos elementos em fúria, temeu por sua vida. ... {VA 70.2}
Anjos excelentes em poder guiaram a arca e a preservaram do perigo. A cada momento, durante o tenebroso temporal de quarenta dias e quarenta noites, a preservação da arca representou um milagre do Todo-poderoso. — The Spirit of Prophecy 1:73, 75. {VA 70.3}
Após o dilúvio
Noé e sua família esperaram ansiosamente o rebaixamento das águas. Ele desejava retornar à terra. Enviou um corvo para voar ao exterior, e outra vez de volta à arca. Não obteve a informação desejada, de modo que enviou uma pomba. Esta, não encontrando lugar para pousar, retornou à arca. Depois de sete dias a pomba foi novamente solta, e quando se viu em seu bico uma folha de oliveira, houve grande regozijo por parte daquela família de oito pessoas, que por tanto tempo haviam estado fechados na arca. Novamente um anjo desceu e abriu a porta da arca. Noé podia remover a cobertura do barco, mas não era capaz de abrir a porta que Deus fechara. Deus falou a Noé por intermédio do anjo que abriu a porta, e ordenou àquela família que saísse da arca, levando consigo todos os seres vivos que ali haviam permanecido. ... {VA 71.1}
Depois de sair da arca, olhou Noé aos fortes animais ferozes que com ele saíram; olhou também para sua família de apenas oito pessoas, e sentiu grande temor de que as feras fossem destruí-los. Mas o Senhor enviou um anjo a Seu servo com esta mensagem: “E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues. Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde.” Gênesis 9:2, 3. — The Spirit of Prophecy 1:76, 78, 79. {VA 71.2}
Os construtores da torre de Babel
Alguns dos descendentes de Noé logo começaram a apostatar. ... Alguns descriam da existência de Deus. ... Outros criam que Deus existia. ... Aqueles que eram inimigos de Deus se sentiam diariamente reprovados pela justa conversação e piedosa vida daqueles que amavam, obedeciam e exaltavam a Deus. Os descrentes consultaram entre si e decidiram separar-se dos fiéis. ... Viajaram a uma certa distância daqueles, escolhendo uma vasta planície para habitar. Construíram então uma cidade, e conceberam a idéia da edificação de uma grande torre que alcançasse as nuvens, para que pudessem... não mais ser dispersados. ... Construiriam sua torre a uma altura muito maior do que as águas haviam alcançado durante o dilúvio... e assim seriam como deuses e governadores do povo. ... {VA 72.1}
Exaltaram-se contra Deus. Ele, porém, não lhes permitiria completar seu trabalho. Tinham construído a torre até grande altura quando o Senhor mandou dois anjos para confundi-los em seu trabalho. ... Os anjos confundiram sua linguagem. ... Depois disso não houve mais harmonia em seu trabalho. Irados uns com os outros, e sem saber a que atribuir os mal-entendidos e estranhas palavras entre eles, abandonaram a empreitada, separaram-se uns dos outros e se espalharam sobre a Terra. Até aquele tempo os homens haviam falado uma única língua. Raios do céu, como um sinal da ira de Deus, quebraram a porção superior da torre, lançando-a por terra. — The Spirit of Prophecy 1:91-93. {VA 72.2}
Abraão
Deus conferiu grande honra a Abraão. Anjos do Céu andavam e falavam com ele como faz um amigo a outro. — Patriarcas e Profetas, 138. {VA 73.1}
O Senhor comunicou Sua vontade a Abraão mediante os anjos. Cristo apareceu diante dele e deu-lhe um distinto conhecimento dos requisitos da lei moral, e da grande salvação que seria levada a cabo por Seu intermédio. — The Review and Herald, 29 de Abril de 1875. {VA 73.2}
Depois do nascimento de Ismael, o Senhor manifestou-Se outra vez a Abraão e disse: “Estabelecerei o Meu concerto entre Mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo.” Gênesis 17:7. Outra vez o Senhor repetiu por intermédio de Seu anjo a promessa de dar um filho a Sara, e que ela seria mãe de muitas nações. — The Spirit of Prophecy 1:96. {VA 73.3}
Quando juízos estavam para cair sobre Sodoma, este fato não lhe foi oculto e ele se tornou intercessor junto a Deus pelos pecadores. Sua entrevista com os anjos apresenta também um belo exemplo de hospitalidade. {VA 73.4}
Na hora de maior calor de um dia de verão, o patriarca estava assentado à porta de sua tenda, olhando para a silenciosa paisagem, quando viu a distância três viajantes aproximando-se. Antes que chegassem à sua tenda, os estranhos pararam, como que consultando a respeito de seu caminho. Sem esperar que pedissem qualquer favor, Abraão levantou-se rápido e, quando aparentemente estavam a tomar outra direção, foi apressado após eles, e com a maior cortesia insistiu que o honrassem, detendo-se um pouco para revigorar as forças. Com as próprias mãos trouxe água para que lavassem de seus pés o pó da viagem. Ele mesmo escolheu o alimento, e, enquanto estavam a descansar à fresca sombra, preparou-se a refeição, e respeitosamente permaneceu-lhes ao lado enquanto participavam de sua hospitalidade. ... {VA 74.1}
Abraão vira em seus hóspedes apenas três viajantes cansados, mal supondo que entre eles estava Um, a quem poderia adorar sem pecado. Mas o verdadeiro caráter dos mensageiros celestiais foi agora revelado. Se bem que estivessem a caminho como ministros da ira, contudo a Abraão, o homem da fé, falaram a princípio de bênçãos. ... {VA 74.2}
Abraão tinha honrado a Deus, e o Senhor o honrou, dando-lhe parte em Seus conselhos e revelando-lhe Seus propósitos. ... O Senhor bem sabia a medida do delito de Sodoma; exprimiu-Se, porém, segundo a maneira dos homens, para que a justiça de Seu trato pudesse ser compreendida. Antes de trazer o juízo sobre os transgressores, Ele próprio iria proceder a um exame de sua conduta; se não houvessem passado os limites da misericórdia divina, conceder-lhes-ia tempo para se arrependerem. — Patriarcas e Profetas, 138, 139. {VA 74.3}
A destruição de Sodoma e Gomorra
Dois dos mensageiros celestes partiram, deixando Abraão só com Aquele que agora soube ser o Filho de Deus. ... Com profunda reverência e humildade insistiu em seu rogo: “Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.” Gênesis 18:27. ... Achegou-se ao mensageiro celeste, e instou fervorosamente com a sua petição. Conquanto Ló se tornasse morador em Sodoma, não participava da iniqüidade de seus habitantes. Abraão julgava que naquela populosa cidade deveria haver outros adoradores do verdadeiro Deus. E em vista disto rogou ele: “Longe de Ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; ... longe de Ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a Terra?” Gênesis 18:25. Abraão não pediu simplesmente uma vez, mas muitas vezes. Tornando-se mais ousado, ao serem satisfeitos os seus pedidos, continuou até obter certeza de que, se mesmo dez pessoas justas pudessem achar-se nela, a cidade seria poupada. — Patriarcas e Profetas, 139, 140. {VA 75.1}
Dois anjos visitam Ló
Ao entardecer, dois estrangeiros se aproximaram da porta da cidade. Eram aparentemente viajantes, vindo para pernoitarem. Ninguém poderia discernir naqueles humildes viajantes os poderosos arautos do juízo divino, e mal sonhava a multidão alegre e descuidada que, em seu tratamento a esses mensageiros celestiais naquela mesma noite, atingiriam o auge do crime que condenou sua orgulhosa cidade. Houve, porém, um homem que manifestou amável atenção para com os estranhos, e os convidou para sua casa. Ló não sabia do verdadeiro caráter deles, mas a polidez e a hospitalidade eram nele habituais. — Patriarcas e Profetas, 158. {VA 75.2}
Os anjos revelaram a Ló o objetivo de sua missão: “Nós vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado diante da face do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo.” Gênesis 19:13. Os estranhos que Ló se esforçara por proteger, prometeram agora protegê-lo, e salvar também todos os membros de sua família que com ele fugissem da ímpia cidade. ... Ló foi avisar seus filhos. Repetiu as palavras dos anjos: “Levantai-vos; saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade.” Gênesis 19:14. Mas ele lhes pareceu como quem zombava. ... {VA 76.1}
Ló voltou triste para casa, e contou a história de seu insucesso. Então os anjos o mandaram levantar-se, e tomar a esposa e duas filhas que ainda estavam em casa, e deixar a cidade. ... Pasmo pela tristeza, demorava-se, relutante em partir. Não fossem os anjos de Deus, todos teriam perecido na ruína de Sodoma. Os mensageiros celestiais tomaram pela mão a ele, sua esposa e filhas, e os levaram fora da cidade. {VA 76.2}
Ali os anjos os deixaram, e voltaram a Sodoma para cumprirem sua obra de destruição. Um outro — Aquele com quem Abraão estivera a pleitear — aproximou-Se de Ló. ... {VA 76.3}
O Príncipe do Céu estava a seu lado, contudo rogava ele pela sua vida como se Deus, que manifestara tal cuidado e amor para com ele, não mais o guardasse. Deveria ter-se confiado inteiramente ao Mensageiro divino, entregando sua vontade e sua vida nas mãos do Senhor, sem duvidar ou discutir. Mas, semelhante a tantos outros, esforçou-se por fazer planos por si. ... {VA 76.4}
De novo foi dada a ordem solene de apressar-se, pois a terrível tormenta demorar-se-ia apenas um pouco mais. Mas um dos fugitivos [a esposa de Ló] aventurou-se a lançar um olhar para trás, para a cidade condenada, e se tornou um monumento do juízo de Deus. — Patriarcas e Profetas, 159-161. {VA 77.1}
Abraão é provado
Quando Abraão tinha quase cem anos de idade, a promessa de um filho foi-lhe repetida, com a informação de que o futuro herdeiro seria filho de Sara. ... O nascimento de Isaque, trazendo a realização de suas mais caras esperanças, após uma espera da duração de uma vida, encheu de alegria as tendas de Abraão e Sara. ... {VA 77.2}
Sara viu na disposição turbulenta de Ismael uma fonte perpétua de discórdias, e apelou para Abraão, insistindo que Hagar e Ismael fossem despedidos do acampamento. O patriarca foi lançado em grande angústia. Como poderia banir a Ismael, seu filho, ainda ternamente amado? Em sua perplexidade rogou a orientação divina. O Senhor, por meio de um santo anjo, determinou-lhe satisfazer o desejo de Sara. ... E o anjo lhe fez a promessa consoladora de que, ainda que separado do lar de seu pai, Ismael não seria abandonado por Deus; sua vida seria preservada, e ele se tornaria o pai de uma grande nação. Abraão obedeceu à palavra do anjo, mas não sem uma dor aguda. — Patriarcas e Profetas, 146, 147. {VA 77.3}
Deus havia chamado Abraão para ser o pai dos fiéis, e sua vida devia ser um exemplo de fé para as gerações subseqüentes. Mas sua fé não tinha sido perfeita. ... Para que atingisse a mais elevada norma, Deus o sujeitou a outra prova, a mais severa que o homem jamais foi chamado a suportar. Em uma visão da noite foi-lhe determinado que se dirigisse à terra de Moriá, e ali oferecesse seu filho em holocausto sobre um monte que lhe seria mostrado. ... {VA 78.1}
A ordem foi expressa em palavras que deveriam ter contorcido angustiosamente aquele coração de pai: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, ... e oferece-o ali em holocausto.” Gênesis 22:2. Isaque era-lhe a luz do lar, a consolação da velhice, e acima de tudo o herdeiro da bênção prometida. ... {VA 78.2}
Satanás estava a postos para sugerir que ele devia estar enganado, pois que a lei divina ordena: “Não matarás” (Êxodo 20:13), e Deus não exigiria o que uma vez proibira. Saindo ao lado de sua tenda, Abraão olhou para o calmo resplendor do céu sem nuvens, e lembrou-se da promessa feita quase cinquenta anos antes, de que sua semente seria numerosa como as estrelas. Se esta promessa devia cumprir-se por meio de Isaque, como poderia ele ser morto? Abraão foi tentado a crer que poderia estar iludido. ... Lembrou-se dos anjos enviados para revelar-lhe o propósito de Deus de destruir Sodoma, e que lhe trouxeram a promessa deste mesmo filho Isaque, e foi para o lugar em que várias vezes encontrara os mensageiros celestiais, esperando encontrá-los outra vez, e receber algumas instruções mais; mas nenhum veio em seu socorro. — Patriarcas e Profetas, 147, 148. {VA 78.3}
Durante todo o dia esperou que um anjo viesse abençoá-lo e confortá-lo ou, talvez, revogar o mandado divino, mas nenhum mensageiro de misericórdia apareceu. ... Um segundo longo dia encerrou-se, outra noite sem dormir é gasta em humilhação e prece, e começa a jornada do terceiro dia. — The Signs of the Times, 1 de Abril de 1875. {VA 79.1}
No lugar indicado construíram o altar, e sobre o mesmo colocaram a lenha. Então, com voz trêmula, Abraão desvendou a seu filho a mensagem divina. Foi com terror e espanto que Isaque soube de sua sorte; mas não opôs resistência. ... Era participante da fé de Abraão, e sentia-se honrado sendo chamado a dar a vida em oferta a Deus. ... {VA 79.2}
E agora as últimas palavras de amor são proferidas, as últimas lágrimas derramadas, o último abraço dado. O pai levanta o cutelo para matar o filho, quando o braço subitamente lhe é detido. Um anjo de Deus chama do Céu o patriarca: “Abraão, Abraão!” Ele rapidamente responde: “Eis-me aqui.” Gênesis 22:11. E de novo se ouve a voz: “Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não Me negaste o teu filho, o teu único.” Gênesis 22:12. ... {VA 79.3}
Deus deu Seu Filho a uma morte de angústia e ignomínia. Aos anjos que testemunharam a humilhação e angústia de alma do Filho de Deus, não foi permitido intervirem, como no caso de Isaque. Não houve nenhuma voz a clamar: “Basta.” A fim de salvar a raça decaída, o Rei da glória rendeu a vida. ... {VA 79.4}
Seres celestiais foram testemunhas daquela cena em que a fé de Abraão e a submissão de Isaque foram provadas. ... O Céu inteiro contemplava com espanto e admiração a estrita obediência de Abraão. O Céu todo aplaudiu sua fidelidade. As acusações de Satanás demonstraram-se falsas. ... {VA 80.1}
Tinha sido difícil, mesmo para os anjos, apreender o mistério da redenção, isto é, compreender que o Comandante do Céu, o Filho de Deus, devia morrer pelo homem culposo. Quando foi dada a Abraão a ordem para oferecer seu filho, isto assegurou o interesse de todos os entes celestiais. Com ânsia intensa, observavam cada passo no cumprimento daquela ordem. Quando à pergunta de Isaque — “Onde está o cordeiro para o holocausto?” Abraão respondeu: “Deus proverá para Si o cordeiro” (Gênesis 22:7, 8), e quando a mão do pai foi detida estando a ponto de matar seu filho, e fora oferecido o cordeiro que Deus provera em lugar de Isaque, derramou-se então luz sobre o mistério da redenção, e mesmo os anjos compreenderam mais claramente a maravilhosa providência que Deus tomara para a salvação do homem. — Patriarcas e Profetas, 152, 154, 155. {VA 80.2}
O casamento de Isaque
No espírito de Abraão, a escolha de uma esposa para seu filho era assunto de muita importância; estava desejoso de que ele se casasse com uma que não o afastasse de Deus. ... {VA 80.3}
Isaque, confiando na sabedoria e afeição de seu pai, estava satisfeito com a entrega desta questão a ele, crendo também que o próprio Deus dirigiria na escolha a fazer-se. Os pensamentos do patriarca volveram para os parentes de seu pai, na terra de Mesopotâmia. ... Abraão confiou este importante assunto “ao seu servo, o mais velho” [Eliézer] (Gênesis 24:2), homem de piedade, experiência, e juízo são, que lhe havia prestado prolongado e fiel serviço. ... “O Senhor, Deus dos Céus”, disse ele, “que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, ... enviará o Seu anjo adiante da tua face.” Gênesis 24:7. {VA 80.4}
O mensageiro partiu sem demora. ... Chegando a Harã, “a cidade de Naor” (Gênesis 24:10), parou fora dos muros, perto do poço aonde vinham as mulheres do lugar, à tarde, a buscar água. ... Lembrando-se das palavras de Abraão, de que Deus enviaria com ele o Seu anjo, orou fervorosamente pedindo uma direção positiva. Na família de seu senhor ele estava acostumado ao exercício constante da bondade e hospitalidade, e agora pediu que um ato de cortesia indicasse a jovem que Deus escolhera. {VA 81.1}
Apenas proferira a oração, e a resposta fora dada. Entre as mulheres que estavam reunidas junto ao poço, as maneiras corteses de uma [Rebeca] atraíram sua atenção. Retirando-se ela do poço, o estranho foi ao seu encontro, pedindo um pouco de água do cântaro sobre os seus ombros. O pedido recebeu amável resposta, juntamente com um oferecimento para tirar água para os camelos também, serviço este que era costume mesmo às filhas dos príncipes fazerem para os rebanhos e gado de seus pais. Assim foi dado o sinal desejado. ... {VA 81.2}
Abraão morava em Berseba, e Isaque, que estivera cuidando dos rebanhos nos territórios circunvizinhos, voltara à tenda de seu pai a fim de esperar a chegada do mensageiro, de Harã. “E Isaque saíra a orar no campo, sobre a tarde. ... E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera. E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe, Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a.” Gênesis 24:63, 66, 67. — Patriarcas e Profetas, 171-173. {VA 81.3}
Jacó e Esaú
Jacó e Esaú, os filhos gêmeos de Isaque, apresentam um notável contraste, tanto no caráter como na vida. Esta dessemelhança foi predita pelo anjo de Deus antes de seu nascimento. Quando em resposta à aflita oração de Rebeca, ele declarou que dois filhos lhe seriam dados, revelou-lhe a história futura dos mesmos, de que cada um se tornaria a cabeça de uma poderosa nação, mas que um seria maior do que o outro, e que o mais novo teria preeminência. ... {VA 82.1}
Isaque... declarou que Esaú, como o mais velho, era o que tinha direito à primogenitura. Esaú, porém, não tinha amor à devoção nem inclinação para uma vida religiosa. ... Rebeca lembrava-se das palavras do anjo, e... estava convicta de que a herança da promessa divina destinava-se a Jacó. Ela repetia a Isaque as palavras do anjo; mas as afeições do pai centralizavam-se no filho mais velho, e ele era inabalável em seu propósito. — Patriarcas e Profetas, 177, 178. {VA 82.2}
Jacó soubera por sua mãe da indicação divina de que a primogenitura lhe recairia, e encheu-se de um indescritível desejo de obter os privilégios que a mesma conferia. Não era a posse da riqueza de seu pai o que ele desejava ansiosamente; a primogenitura espiritual era o objeto de seu anelo. ... {VA 82.3}
Quando Esaú, um dia, voltando da caça desfalecido e cansado, pediu o alimento que Jacó estava preparando, este... ofereceu-se para matar a fome de seu irmão pelo preço da primogenitura. “Eis que estou a ponto de morrer”, exclamou o caçador descuidado e condescendente consigo mesmo, “e para que me servirá logo a primogenitura?” Gênesis 25:32. E por um prato de guisado vermelho desfez-se de sua primogenitura. ... {VA 83.1}
Jacó e Rebeca foram bem-sucedidos em seu propósito, mas ganharam apenas inquietações e tristeza por seu engano. Deus declarara que Jacó receberia a primogenitura, e Sua palavra ter-se-ia cumprido ao tempo que Lhe aprouvesse, se tivessem pela fé esperado por Ele a fim de operar em favor deles. ... {VA 83.2}
Ameaçado de morte pela ira de Esaú, Jacó saiu da casa de seu pai como fugitivo. ... A noite do dia seguinte encontrou-o longe das tendas de seu pai. Sentia-se como um rejeitado; e sabia que toda esta inquietação fora trazida sobre ele pelo seu próprio procedimento errado. As trevas do desespero oprimiam-lhe a alma, e atrevia-se dificilmente a orar. Mas achava-se tão completamente só que sentiu necessidade da proteção de Deus, como nunca antes a sentira. Com pranto e profunda humilhação confessou seu pecado, e rogou uma prova de que ele não estava inteiramente abandonado. ... {VA 83.3}
Mas Deus não abandonou Jacó. ... O Senhor, com compaixão, revelou precisamente o que Jacó necessitava — um Salvador. ... Cansado da jornada, o viajante deitou-se no chão, tendo uma pedra como travesseiro. Dormindo, viu uma escada, brilhante e resplendente, cuja base repousava na terra, enquanto o topo alcançava o Céu. Por esta escada, anjos estavam a subir e a descer; por sobre ela estava o Senhor da glória, e dos Céus foi ouvida a Sua voz: “Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai, e o Deus de Isaque.” Gênesis 28:13. ... {VA 83.4}
Nesta visão o plano da redenção foi apresentado a Jacó. ... A escada representa Jesus, o meio designado para a comunicação. Não houvesse Ele com Seus próprios méritos estabelecido uma passagem através do abismo que o pecado efetuou, e os anjos ministradores não podiam ter comunhão com o homem decaído. ... {VA 84.1}
Com uma fé nova e permanente nas promessas divinas e certo da presença e guarda dos anjos celestiais, Jacó prosseguiu em sua jornada para a “terra dos filhos do Oriente”. Gênesis 29:1. — Patriarcas e Profetas, 178-180, 183, 184, 188. {VA 84.2}
Se bem que Jacó houvesse saído de Padã-Arã em obediência à instrução divina, não foi sem muitos pressentimentos que repassou a estrada que havia palmilhado como fugitivo vinte anos antes. Seu pecado por ter enganado seu pai estava sempre diante dele. ... Aproximando-se mais do fim de sua viagem, a lembrança de Esaú trouxe muitos pressentimentos perturbadores. ... De novo o Senhor concedeu a Jacó um sinal do cuidado divino. — Patriarcas e Profetas, 195. {VA 84.3}
Quando Jacó prosseguiu viagem, os anjos de Deus o encontraram. Ao vê-los, disse ele: “Este é o acampamento de Deus.” Gênesis 32:2. Num sonho observou os anjos de Deus acampados à sua volta. — Spiritual Gifts 3:127. {VA 84.4}
Diretamente diante de si, como que mostrando o caminho, Jacó observou dois exércitos de anjos celestiais em marcha, servindo de guia e guarda; vendo-os, irrompeu ele em linguagem de louvor, exclamando: “Este é o acampamento de Deus.” Gênesis 32:2. Chamou àquele lugar de Maanaim, que significa dois exércitos ou acampamentos. — The Signs of the Times, 20 de Novembro de 1879. {VA 84.5}
Todavia Jacó entendeu que tinha algo a fazer para conseguir sua própria segurança. Expediu, portanto, mensageiros com uma saudação conciliatória a seu irmão. ... Mas os servos voltaram com as novas de que Esaú se aproximava com quatrocentos homens, e resposta alguma se enviava à amigável mensagem. ... “Jacó temeu muito e angustiou-se.” Gênesis 32:7. ... Em conformidade com isto dividiu-os [sua família e servos] em dois bandos, de modo que se um fosse atacado o outro poderia ter oportunidade de escapar. ... {VA 85.1}
Tinham agora chegado até o rio Jaboque, e, ao sobrevir a noite, Jacó enviou sua família através do vau do rio, enquanto ele ficou só, atrás. Decidira-se a passar a noite em oração, e desejou estar a sós com Deus. ... {VA 85.2}
Subitamente uma mão forte foi posta sobre ele. Julgou que um inimigo estivesse a procurar sua vida, e esforçou-se por desvencilhar-se dos punhos do assaltante. Nas trevas os dois lutaram pelo predomínio. Nenhuma palavra se falou, porém Jacó empregou toda a força, e não afrouxou seus esforços nem por um momento. Enquanto estava assim a batalhar em defesa de sua vida, a intuição de sua falta lhe oprimia a alma; seus pecados levantavam-se diante dele para o separarem de Deus. Mas, em sua terrível situação, lembrou-se das promessas de Deus, e todo o coração se lhe externou em petições pela Sua misericórdia. A luta continuou até perto do romper do dia, quando o estranho colocou o dedo à coxa de Jacó, e este ficou manco instantaneamente. O patriarca discerniu então o caráter de seu antagonista. Soube que estivera em conflito com um mensageiro celestial, e por isto foi que seu esforço quase sobre-humano não ganhara a vitória. — Patriarcas e Profetas, 195-197. {VA 85.3}
Aquele que lutou com Jacó é identificado como “homem”. Oséias chama-O de Anjo. Mas Jacó afirmou: “Vi a Deus face a face.” Gênesis 32:30. Também é dito que o patriarca lutou com Deus. Era a Majestade do Céu, o Anjo do concerto, quem apareceu a Jacó na forma e aparência de homem. — The Signs of the Times, 20 de Novembro de 1879. {VA 86.1}
Era Cristo, o “Anjo do concerto”, que Se havia revelado a Jacó. O patriarca estava agora inválido, e sofria a mais cruciante dor, mas não O quis largar. ... Tinha de ter a certeza de que seu pecado estava perdoado. ... O Anjo experimentou livrar-Se; insistiu: “Deixa-Me ir, porque já a alva subiu”; mas Jacó respondeu: “Não Te deixarei ir, se me não abençoares.” Gênesis 32:26. Tivesse sido isto uma confiança vangloriosa e presumida, e Jacó teria sido instantaneamente destruído; mas sua confiança era daquele que confessa sua própria indignidade, e, contudo, confia na fidelidade de um Deus que guarda o concerto. Jacó “lutou com o Anjo e prevaleceu”. Oséias 12:4. ... {VA 86.2}
Enquanto Jacó estava a lutar com o Anjo, outro mensageiro celeste foi enviado a Esaú. Em sonho viu Esaú seu irmão, que durante vinte anos fora um exilado da casa de seu pai, testemunhou-lhe a dor ao encontrar morta a mãe, viu-o rodeado pelos exércitos de Deus. Este sonho foi relatado por Esaú aos seus soldados, com a ordem de não fazerem mal a Jacó; pois o Deus de seu pai estava com ele. ... {VA 86.3}
A experiência de Jacó durante aquela noite de luta e angústia, representa a prova pela qual o povo de Deus deverá passar precisamente antes da segunda vinda de Cristo. — Patriarcas e Profetas, 197-201. {VA 87.1}
O nascimento de Moisés
Passando-se o tempo, o grande homem [José] a quem o Egito tanto devia... [desceu] ao túmulo. E “levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José”. ... E ele disse: “Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais poderoso do que nós.” Êxodo 1:8, 9. Foram expedidas ordens... a fim de destruírem as crianças hebréias do sexo masculino ao nascerem. Satanás foi o instigador disto. Sabia que um libertador deveria levantar-se entre os israelitas; e, levando o rei a destruir seus filhos, esperava frustrar o propósito divino. {VA 88.1}
Enquanto este decreto estava em pleno vigor, um filho foi nascido a Anrão e Joquebede. ... A mãe conseguiu esconder a criança [Moisés] durante três meses. Então, achando que não mais a poderia conservar sem perigo, preparou uma pequena arca de junco, tornando-a impermeável por meio de betume e piche; e, pondo nela a criança, colocou-a entre os juncos, à margem do rio. Não ousou ficar para vigiá-la, com receio de que a vida da criança e a sua própria vida se perdessem; mas Miriã, deteve-se perto, ... observando ansiosa para ver o que seria de seu irmãozinho. E havia outros vigias. As orações fervorosas da mãe haviam confiado seu filho ao cuidado de Deus; e anjos, invisíveis, pairavam por sobre o seu humilde lugar de descanso. Os anjos encaminharam a filha de Faraó para ali. Sua curiosidade foi provocada pela pequena cesta, e, ao olhar para a linda criança que dentro estava, leu a história num relance. As lágrimas do bebê despertaram-lhe a compaixão, e... resolveu que ele deveria ser salvo; ela o adotaria como seu. — Patriarcas e Profetas, 241-243. {VA 88.2}
Os anciãos de Israel foram instruídos pelos anjos de que o tempo para o seu libertamento estava próximo, e que Moisés era o homem que Deus empregaria para realizar esta obra. Os anjos também instruíam a Moisés quanto a havê-lo Jeová escolhido para quebrar o cativeiro de Seu povo. Supondo que deveriam obter sua liberdade, pela força das armas, tinha ele a expectativa de levar o exército hebreu contra os exércitos do Egito. — Patriarcas e Profetas, 24:5. {VA 89.1}
Moisés ficou na corte até a idade de quarenta anos. ... Um dia, vendo um egípcio ferir um israelita, lançou-se para a frente, e matou o egípcio. ... Moisés imediatamente sepultou o corpo na areia. [Ele] escapou, e fugiu rumo da Arábia. ... Depois de algum tempo, Moisés desposou uma das filhas de Jetro; e ali, ao serviço de seu sogro, como guardador de seus rebanhos, permaneceu quarenta anos. — Patriarcas e Profetas, 246, 247. {VA 89.2}
Moisés em Midiã
Pudessem os seus olhos [de Moisés] ser abertos, haveriam visto mensageiros de Deus, puros e santos anjos, inclinando-se amoravelmente sobre ele, lançando luz à sua volta. — The Signs of the Times, 19 de Fevereiro de 1880. {VA 90.1}
Enquanto dedicado a seus deveres, [Moisés] viu um arbusto cujo tronco, ramos e folhas ardiam, mas não eram consumidos. Aproximou-se para observar a maravilhosa cena, quando ouviu uma voz dirigida a ele, provindo do interior da chama. Era a voz de Deus. Havia sido Ele, na qualidade de Anjo do concerto, quem Se revelara aos patriarcas em outras eras. Moisés estremeceu, enchendo-se de terror quando o Senhor o chamou pelo nome. Com lábios trementes, respondeu: “Eis-me aqui.” Foi advertido quanto a não aproximar-se do Criador com indevida familiaridade: “Tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.” “Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus.” Êxodo 3:4-6. — The Signs of the Times, 26 de Fevereiro de 1880. {VA 90.2}
Com a esposa e os filhos, Moisés pôs-se em caminho [para o Egito]. Em caminho, quando vinha de Midiã, Moisés recebeu uma advertência assustadora e terrível, a respeito do desagrado do Senhor. Um anjo apareceu-lhe de maneira ameaçadora, como se o fosse imediatamente destruir. Explicação alguma se dera; Moisés, porém, lembrou-se de que havia desatendido um dos mandos de Deus; cedendo à persuasão de sua esposa, negligenciara efetuar o rito da circuncisão em seu filho mais jovem. Deixara de satisfazer a condição pela qual seu filho poderia ter direito às bênçãos do concerto de Deus com Israel. ... Zípora, temendo que seu marido fosse morto, efetuou ela mesma o rito, e o anjo então permitiu a Moisés que prosseguisse a jornada. Em sua missão junto a Faraó, devia Moisés ser colocado em posição de grande perigo; sua vida unicamente podia preservar-se pela proteção de santos anjos. Enquanto vivesse, porém, na negligência de um dever conhecido, não estaria livre de perigo; pois que não poderia estar protegido pelos anjos de Deus. — Patriarcas e Profetas, 255, 256. {VA 90.3}
Arão, sendo instruído pelos anjos, saiu ao encontro de seu irmão, de quem estivera tanto tempo separado; e encontraram-se em meio da solidão do deserto, perto de Horebe. ... Juntos viajaram para o Egito; e, tendo chegado à terra de Gósen, puseram-se a congregar os anciãos de Israel. — Patriarcas e Profetas, 257. {VA 91.1}
As pragas do Egito
Moisés e Arão foram os representantes de Deus perante um rei atrevido e desafiante, e diante de sacerdotes impenitentes e endurecidos na rebelião, que se haviam aliado aos anjos maus. Faraó e os grandes do Egito não eram ignorantes em relação ao sábio governo de Deus. Uma grande luz estivera a brilhar através dos tempos, apontando a Deus e Seu justo governo, bem como aos reclamos de Sua lei. José e os filhos de Israel haviam difundido no Egito o conhecimento de Deus. Embora os israelitas houvessem sido submetidos em cativeiro aos egípcios, nem todos eram considerados como escravos. Muitos ocupavam posições importantes e haviam testemunhado de Deus. — The Youth’s Instructor, 8 de Abril de 1897. {VA 91.2}
Satanás... sabia muito bem que Moisés fora escolhido por Deus para quebrar o jugo da escravidão dos filhos de Israel. ... Consultou seus anjos para decidir como agir para obter solução diante de um duplo propósito: 1. Destruir a influência da obra que Deus realizaria através de Seu servo Moisés, operando por intermédio de seus próprios agentes em contrafação à verdadeira obra de Deus; 2. Exercer poder por sua obra através dos magos para criar uma influência que persistisse por todas as eras e destruísse na mente de muitos a genuína fé nos poderosos milagres e obras que Cristo executaria ao chegar a este mundo. — Testimonies for the Church 1:291. {VA 92.1}
Moisés e Arão entravam nos nobres salões do rei do Egito. Ali, ... perante o governador do reino mais poderoso então existente, achavam-se os dois representantes da raça escravizada, a fim de repetirem a ordem de Deus para o livramento de Israel. O rei pediu um milagre como prova de sua missão divina. ... Arão tomou agora a vara, e lançou-a perante Faraó. Ela se tornou serpente. O rei mandou chamar seus “sábios e encantadores” (Êxodo 7:11), dos quais “cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles”. Êxodo 7:12. ... {VA 92.2}
Os magos não fizeram realmente suas varas transformar-se em serpentes; mas, pela mágica, auxiliados pelo grande enganador, foram capazes de produzir esta aparência. Estava além do poder de Satanás transformar as varas em serpentes vivas. O príncipe do mal, possuindo embora toda a sabedoria e poder de um anjo decaído, não tem o poder de criar ou dar vida; isto é prerrogativa de Deus somente. Mas tudo que estava no poder de Satanás fazer, ele o fez; produziu uma contrafação. À vista humana as varas tinham sido transformadas em cobras. ... Nada havia em sua aparência para distingui-las da serpente produzida por Moisés. Se bem que o Senhor fizesse com que a serpente verdadeira tragasse as falsas serpentes, contudo mesmo isto foi considerado por Faraó, não como uma obra do poder de Deus, mas como o resultado de uma espécie de mágica superior à de seus servos. {VA 92.3}
Faraó desejava justificar sua obstinação em resistir à ordem divina, e daí procurava ele algum pretexto para não tomar em consideração os milagres que Deus operara por meio de Moisés. Satanás deu-lhe exatamente o que ele desejava. Pela obra que operara por intermédio dos magos, fez parecer aos egípcios que Moisés e Arão eram apenas magos e encantadores, e que a mensagem que traziam não podia impor respeito como provinda de um Ser superior. Assim a falsificação de Satanás cumpriu o seu objetivo de tornar ousados os egípcios em sua rebelião, e fazer com que Faraó endurecesse o coração contra a convicção. Satanás esperava também abalar a fé de Moisés e Arão na origem divina de sua missão. — Patriarcas e Profetas, 263, 264. {VA 93.1}
Quando se operaram os milagres perante o rei, Satanás estava a postos para contrariar a sua influência, e impedir Faraó de reconhecer a supremacia de Deus, e obedecer à Sua ordem. Satanás fez tudo ao seu alcance para contrafazer a obra de Deus e resistir à Sua vontade. O único resultado foi preparar o caminho para maiores exibições de poder e glória divinos, e tornar mais visíveis, tanto para israelitas como para todo o Egito, a existência e soberania do Deus verdadeiro e vivo. — Patriarcas e Profetas, 334. {VA 93.2}
A tormenta [a sétima praga] chegou pela manhã, conforme predito. Trovões e granizo, com fogo misturado a eles, destruíram todas as plantas, abateram árvores e feriram homens e animais. Até então, nenhuma vida dos egípcios fora ceifada, mas agora a morte e a desolação ocorreram na trilha do anjo destruidor. Somente a terra de Gósen foi protegida. — The Signs of the Times, 18 de Março de 1880. {VA 94.1}
O Senhor por meio de Moisés deu instruções aos filhos de Israel relativas à partida do Egito, e especialmente para a sua preservação no juízo por vir. Cada família, sozinha ou ligada com outras, deveria matar um cordeiro ou cabrito “sem mácula”, e com um molho de hissopo espargir seu sangue “em ambas as ombreiras e na verga da porta” da casa, para que o anjo destruidor, vindo à meia-noite, não entrasse naquela habitação. Êxodo 12:5, 7. ... {VA 94.2}
O Senhor declarou: “Passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito. ... E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo Eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando Eu ferir a terra do Egito.” Êxodo 12:12, 13. — Patriarcas e Profetas, 274. {VA 94.3}
Os filhos de Israel haviam seguido as orientações dadas por Deus; enquanto o anjo da morte passava de casa em casa entre os egípcios, aqueles estavam prontos para a viagem. — The Spirit of Prophecy 1:204. {VA 94.4}
Por volta da meia-noite todas as casas dos egípcios despertaram de seu sono pelo grito de dor. Temeram que todos viessem a morrer. Lembraram-se do clamor de angústia e lamentação que haviam ouvido dos hebreus quando o desumano decreto de um rei cruel fizera matar a todos os bebês do sexo masculino tão logo estes nasciam. Os egípcios não podiam ver o anjo vingador, que entrava em cada casa e operava a morte, mas eles sabiam que era o Deus dos hebreus que os estava levando a enfrentar o mesmo sofrimento que haviam infligido aos israelitas. — The Youth’s Instructor, 1 de Maio de 1873. {VA 94.5}
Cristo, o líder invisível de Israel
No Egito espalhou-se a notícia de que os filhos de Israel... iam avante em direção ao Mar Vermelho. ... Faraó reuniu suas forças... [e] acompanhado pelos grandes homens de seu reino, encabeçava o exército de ataque. ... {VA 95.1}
Os hebreus estavam acampados ao lado do mar. ... Subitamente viram a distância a armadura luzente e os carros a moverem-se, pressagiando a guarda avançada de um grande exército. ... O terror encheu o coração do povo de Israel. Alguns clamavam ao Senhor, mas a grande maioria ia apressadamente a Moisés com suas queixas. ... Sua resposta calma e afirmativa ao povo foi: “Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor.” Êxodo 14:13. ... {VA 95.2}
A maravilhosa coluna de nuvem tinha sido seguida como sinal de Deus, para prosseguirem; mas agora entre si discutiam se acaso não poderia ela prefigurar alguma grande calamidade; pois que não os havia a mesma conduzido pelo lado errado da montanha, para um caminho intransitável? Assim o anjo de Deus pareceu à sua iludida mente como o prenúncio da desgraça. {VA 95.3}
Agora, porém, que o exército egípcio se aproximava, esperando deles fazer fácil presa, a coluna de nuvem levantou-se majestosamente para o céu, passou sobre os israelitas, e desceu entre eles e os exércitos do Egito. Um muro de trevas se interpôs entre perseguidos e perseguidores. Os egípcios não mais puderam divisar o acampamento dos hebreus, e foram obrigados a parar. Mas, intensificando-se as trevas da noite, o muro de nuvem se tornou uma grande luz para os hebreus, inundando o acampamento todo de claridade. {VA 95.4}
Então a esperança voltou ao coração de Israel. E Moisés alçou a voz ao Senhor. “Então, disse o Senhor a Moisés: ... Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco.” Êxodo 14:15, 16. {VA 96.1}
“Os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna do fogo e de nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios.” Êxodo 14:23, 24. — Patriarcas e Profetas, 283-287. {VA 96.2}
Anjos de Deus passaram pelo meio do exército egípcio e removeram as rodas de seus carros. — The Spirit of Prophecy 1:209. {VA 96.3}
Os egípcios ficaram tomados de confusão e espanto. ... Esforçaram-se por voltar pelo mesmo caminho, e fugir para a praia que haviam deixado. Moisés, porém, estendeu a vara, e as águas acumuladas, sibilando, rugindo, e ávidas de sua presa, uniram-se violentamente, e tragaram o exército egípcio em suas negras profundidades. — Patriarcas e Profetas, 287. {VA 96.4}
O Líder [dos israelitas] era o poderoso General dos exércitos. Seus anjos, que cumprem a Sua vontade, caminharam lado a lado com os grandes exércitos de Israel, de modo que nada lhes pôde causar dano. Israel estava seguro. ... Entoaram então a sagrada canção de triunfo, liderados por Miriã. — The Review and Herald, 1 de Junho de 1897. {VA 97.1}
Jesus era o anjo envolto na coluna de nuvem durante o dia e na coluna de fogo durante a noite. — The Review and Herald, 17 de Junho de 1890. {VA 97.2}
Os anjos nas peregrinações de Israel pelo deserto
Cristo foi o anjo apontado por Deus para ir adiante de Moisés no deserto, conduzindo os israelitas em suas viagens rumo à terra de Canaã. — The Review and Herald, 6 de Maio de 1875. {VA 98.1}
Durante todo o caminho, sob o comando de Deus, [os israelitas] encontraram água para saciar a sede, pão para satisfazer a fome, e paz e segurança sob a sombra da nuvem durante o dia e da coluna de fogo à noite. Anjos ministravam em seu favor enquanto escalavam as rochosas alturas ou avançavam pelos agrestes trilhos do deserto. — The Signs of the Times, 21 de Outubro de 1880. {VA 98.2}
Deus manifestou Seu grande cuidado e amor por Seu povo ao enviar-lhes pão do Céu. “Comeu cada qual o pão dos anjos” (Salmos 78:25); ou seja, o pão provido pelos anjos. — The Spirit of Prophecy 1:226. {VA 98.3}
Israel no Sinai
E agora, diante deles, com solene majestade, erguia o Monte Sinai a fronte maciça. A coluna de nuvem repousou em seu cume, e o povo, embaixo, espalhou suas tendas pela planície. Ali seria a sua morada durante quase um ano. À noite, a coluna de fogo assegurou-lhes a proteção divina; e, enquanto estavam entregues ao sono, o pão do Céu caía suavemente sobre o acampamento. ... {VA 98.4}
Logo depois de se acamparem no Sinai, Moisés foi chamado à montanha a encontrar-se com Deus. Sozinho subiu o íngreme e áspero caminho, e aproximou-se da nuvem que assinalava o lugar da presença de Jeová. Israel ia ser agora tomado em uma relação íntima e peculiar para com o Altíssimo. ... {VA 99.1}
Falando da espessa escuridão que O envolvia, encontrando-Se Ele sobre o monte, rodeado de um acompanhamento de anjos, o Senhor deu a conhecer a Sua lei. ... Deviam agora tomar-se disposições para o amplo estabelecimento da nação escolhida, sob a orientação de Jeová como seu Rei. — Patriarcas e Profetas, 301-304, 312. {VA 99.2}
“E me farão um Santuário”
Durante sua permanência no monte, Moisés recebeu instruções para a construção de um santuário, no qual a presença divina se manifestaria de modo especial. “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles”, foi a ordem de Deus. Êxodo 25:8. — Patriarcas e Profetas, 313. {VA 99.3}
O edifício [tabernáculo] era dividido em dois compartimentos por uma rica e linda cortina, ou véu, suspensa de colunas chapeadas de ouro; e um véu semelhante fechava a entrada ao primeiro compartimento. Estes véus, como a cobertura interior que formava o teto, eram das mais belas cores, azul, púrpura e escarlata, lindamente dispostas, ao mesmo tempo que trabalhados a fios de ouro e prata havia neles querubins para representarem a multidão angélica, que se acha em conexão com o trabalho do santuário celestial, e são espíritos ministradores ao povo de Deus na Terra. — Patriarcas e Profetas, 347. {VA 99.4}
Depois que a construção do tabernáculo foi completada, Moisés examinou todo o trabalho, e o comparou com o modelo e com as instruções recebidas de Deus, e viu que cada parte estava de acordo com o modelo; então abençoou o povo. Deus deu o modelo da arca a Moisés, junto com instruções especiais sobre como deveria ser feita. Destinava-se ela a abrigar as tábuas de pedra, nas quais Deus gravara, com Seu próprio dedo, os Dez Mandamentos. Tinha o formato de um cofre, achando-se revestida interna e externamente de ouro puro. Era ornamentada com coroas de ouro na porção superior. {VA 100.1}
A cobertura desta sagrada caixa era o propiciatório, feito de ouro maciço. Em cada extremidade do mesmo estava fixado um querubim de ouro puro e sólido. Estavam um de frente para o outro, ambos olhando reverentemente para baixo, em direção ao propiciatório. Isto representava todos os anjos celestiais olhando com interesse e reverência para a lei de Deus depositada na arca do santuário celestial. Esses querubins possuíam asas. Uma asa de cada anjo estendia-se para o alto, enquanto com a outra cada um deles cobria o corpo. A arca do santuário terrestre era uma cópia da verdadeira arca no Céu. Ali, ao lado da mesma, permanecem anjos vivos, e em cada uma de suas extremidades estes anjos cobrem com uma das asas, estendida para o alto, o propiciatório, enquanto a outra asa é dobrada sobre seu corpo em sinal de reverência e humildade. — The Spirit of Prophecy 1:272. {VA 100.2}
Acima do propiciatório estava o shekinah, manifestação da presença divina; e dentre os querubins Deus tornava conhecida a Sua vontade. Mensagens divinas às vezes eram comunicadas ao sumo sacerdote por uma voz da nuvem. — Patriarcas e Profetas, 349. {VA 101.1}
Quando o Senhor não respondia por uma voz, permitia que os sagrados raios de luz e glória repousassem sobre o querubim à direita da arca, significando aprovação ou aceitação. Se as solicitações não fossem atendidas, uma nuvem repousava sobre o querubim da esquerda. — The Spirit of Prophecy 1:399. {VA 101.2}
Por meio de Cristo deveria cumprir-se o propósito de que era um símbolo o tabernáculo — aquela construção gloriosa, com suas paredes de ouro luzente refletindo em matizes do arco-íris as cortinas bordadas com querubins; a fragrância do incenso, sempre a queimar, a invadir tudo; os sacerdotes vestidos de branco imaculado, e no profundo mistério do compartimento interior, acima do propiciatório, entre as figuras de anjos prostrados em adoração, a glória do Santíssimo. Em tudo Deus desejava que Seu povo lesse o Seu propósito para com a alma humana. Era o mesmo propósito muito mais tarde apresentado pelo apóstolo Paulo, falando pelo Espírito Santo: {VA 101.3}
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Coríntios 3:16. — Educação, 36. {VA 101.4}
Junto mesmo do Sinai, Satanás começou a executar seus planos para subverter a lei de Deus, levando assim avante a mesma obra que iniciara no Céu. Durante os quarenta dias em que Moisés se achava no monte, com Deus, Satanás esteve ocupado provocando dúvida, apostasia e rebelião. Enquanto Deus escrevia a Sua lei, a fim de ser confiada ao Seu povo do concerto, os israelitas, negando sua fidelidade para com Jeová, estavam a pedir deuses de ouro! ... {VA 101.5}
O Universo inteiro foi testemunha das cenas do Sinai. Nos efeitos das duas administrações viu-se o contraste entre o governo de Deus e o de Satanás. De novo os habitantes destituídos de pecado, de outros mundos, viram os resultados da apostasia de Satanás, e a espécie de governo que ele teria estabelecido no Céu, caso lhe houvesse sido permitido exercer domínio. — Patriarcas e Profetas, 335, 336. {VA 102.1}
Acaso nos maravilhamos de que a “excelente glória” (2 Coríntios 3:10) provinda do Onipotente haja brilhado na face de Moisés com tal fulgor que o povo não tenha sido capaz de contemplá-la? A impressão de Deus estava sobre ele, fazendo-o parecer um dos reluzentes anjos do trono. — Testimonies for the Church 4:533. {VA 102.2}
Por todas as suas jornadas, quando se queixavam [os israelitas] das dificuldades do caminho, e murmuravam contra seus líderes, Moisés lhes dizia: “Suas murmurações são contra Deus. Não fui eu que operei o seu livramento, mas sim Deus.” Êxodo 16:8. Mas suas precipitadas palavras diante da rocha: “Tiraremos água” (Números 20:10), eram uma admissão virtual daquilo de que eles o acusavam. ... O Senhor queria remover-lhes para sempre do espírito esta impressão, proibindo Moisés de entrar na Terra Prometida. Ali estava a prova definitiva de que seu líder não era Moisés, mas o poderoso Anjo de quem o Senhor disse: “Eis que Eu envio um Anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que te tenho aparelhado. Guarda-te diante dEle, e ouve a Sua voz... porque o Meu nome está nEle.” Êxodo 23:20, 21. — Patriarcas e Profetas, 419, 420. {VA 102.3}
A morte e ressurreição de Moisés
Moisés volveu da congregação, e em silêncio pôs-se, sozinho, a subir a encosta da montanha. ... Naquela solitária elevação pôs-se em pé, e com vista clara olhou para o cenário que se espalhava diante dele. — Patriarcas e Profetas, 471. {VA 103.1}
Não era da vontade de Deus que alguém subisse com Moisés ao cume de Pisga. Ali estava ele na presença de Deus e dos anjos celestiais. — História da Redenção, 173. {VA 103.2}
Os anjos também revelaram a Moisés que, embora ele se lamentasse por haver pecado e não poder assim entrar na Terra Prometida; embora ele sentisse haver sido a causa do pecado de Israel, na verdade era o pecado deles próprios, com seu espírito queixoso e murmurador, o que havia levado a ele, Moisés, a desviar-se do correto e a cometer o pecado que agora o excluía da Terra Prometida. Os anjos lhe disseram que não era ele quem mais sofrera com o ocorrido, já que não sentia em seu coração as maiores profundezas do pecado do povo; Cristo, sim, o seu Líder invisível, era Aquele contra quem haviam pecado. ... {VA 103.3}
Os mensageiros celestiais também se referiram às ofertas sacrificais que tipificavam a crucifixão de Cristo, abrindo diante da mente de Moisés os eventos que ocorreriam no futuro. ... Que cena deve haver-se desenrolado no cume do Pisga quando a visão da crucifixão foi apresentada a Moisés! ... As vistas panorâmicas que passaram diante dele permitiram-lhe presenciar os sofrimentos do Anjo que conduzira os israelitas através do deserto, guiando-os em suas peregrinações do Egito a Canaã. ... Quando contemplou a ascensão do Salvador e pôde ver que ele próprio era um daqueles que abriam ao Senhor os portais eternos, que modificação ocorreu na expressão de seu rosto! ... {VA 103.4}
Observou ele a purificação da Terra pelo fogo e a limpeza de todo vestígio de pecado, de toda marca de maldição, sendo renovada e entregue como possessão aos santos para sempre e sempre. ... Enquanto Moisés contemplava esta cena, regozijo e triunfo estampavam-se em sua face. Pôde compreender o significado de tudo o que os anjos lhe haviam revelado. Sentiu-se parte de toda a cena posta diante dele. — Manuscript Releases 10:151, 152, 154, 155, 158, 159. {VA 104.1}
Depois de ter visto Canaã para sua satisfação, deitou-se, qual um guerreiro fatigado, para descansar. O sono veio sobre ele, mas foi o sono da morte. Anjos pegaram seu corpo e o sepultaram no vale. Os israelitas jamais poderiam encontrar o lugar onde fora sepultado. ... {VA 104.2}
Satanás exultou que houvesse sido bem-sucedido em levar Moisés a pecar contra Deus. Por esta transgressão Moisés colocara-se sob o domínio da morte. Se tivesse continuado fiel, e sua vida não houvesse sido manchada por aquela única transgressão, deixando de dar a Deus a glória de ter tirado água da rocha, poderia ele ter entrado na Terra Prometida e haver sido trasladado ao Céu sem ver a morte. Miguel, ou Cristo, com os anjos que sepultaram a Moisés, desceram do Céu, depois de haver ele permanecido na sepultura um breve tempo, e o ressuscitaram. — Spiritual Gifts 4a:57, 58. {VA 104.3}
O poder da sepultura nunca havia sido quebrado, e todos os que se achavam no túmulo [Satanás] reivindicava como cativos seus, para jamais serem libertos da tenebrosa prisão. {VA 105.1}
Pela primeira vez estava Cristo para dar vida aos mortos. Como o Príncipe da vida e os seres resplandecentes se aproximassem da sepultura, Satanás ficou apreensivo pela sua supremacia. Com seus anjos maus levantou-se para contestar a invasão do território que alegava ser de sua posse. — Patriarcas e Profetas, 478. {VA 105.2}
Quando Cristo e os anjos se aproximaram da sepultura, Satanás e seus anjos surgiram junto dela e ficaram a guardar o corpo de Moisés, para que não fosse removido. Quando Cristo e Seus anjos chegaram perto, Satanás resistiu à aproximação, mas foi compelido, pela glória e poder de Cristo e Seus anjos, a recuar. Reclamou o corpo de Moisés por causa de sua única transgressão; Cristo, porém, mansamente o remeteu ao Pai, dizendo: “O Senhor te repreenda.” Judas 9. Cristo disse a Satanás que sabia ter Moisés humildemente se arrependido de seu único erro, e que mancha nenhuma repousava sobre seu caráter, e que seu nome permanecia no livro celestial sem contaminação. Então Cristo ressuscitou o corpo de Moisés. — Spiritual Gifts 4a:58. {VA 105.3}
Balaão, o profeta apostatado
Mediante um de Seus anjos Deus apareceu de noite a Balaão, perguntando-lhe: “Quem são estes homens que estão contigo? E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, mos enviou, dizendo: Eis que o povo que saiu do Egito cobriu a face da terra; vem, agora, amaldiçoa-mo. ... Então, disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto bendito é.” Números 22:9-12. O anjo contou a Balaão que os filhos de Israel eram conduzidos sob a bandeira do Deus do Céu; nenhuma maldição humana poderia retardar seu progresso. {VA 105.4}
Pela manhã [Balaão] ergueu-se e relutantemente disse aos homens que retornassem a Balaque, pois o Senhor não lhe permitira acompanhá-los. Então Balaque enviou outros príncipes... que ocupavam posição mais elevada que os mensageiros anteriores; desta vez o chamado de Balaque era mais urgente: “Rogo-te que não te demores em vir a mim, porque grandemente te honrarei. ... Então, Balaão respondeu...: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do Senhor, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande.” Números 22:16-18. — Spiritual Gifts 4a:44. {VA 106.1}
Segunda vez foi Balaão provado. ... [Ele] anelava condescender com o pedido do rei; e, se bem que a vontade de Deus já se lhe houvesse tornado definidamente conhecida, insistiu com os mensageiros para que ficassem, a fim de que pudesse consultar outra vez a Deus; e isto como se o Ser infinito fosse um homem, para ser persuadido. — Patriarcas e Profetas, 440. {VA 106.2}
Um anjo foi enviado a Balaão para dizer-lhe: “Se aqueles homens te vierem chamar, levanta-te, vai com eles; todavia, farás o que Eu te disser.” Números 22:20. — The Spirit of Prophecy 1:321. {VA 106.3}
Balaão recebera permissão de ir com os mensageiros de Moabe, se viessem pela manhã chamá-lo. Mas, contrariados com sua demora, e esperando nova recusa, partiram em viagem para seu país sem mais consulta com ele. Toda a desculpa para condescender com o pedido de Balaque fora agora removida. Mas Balaão estava decidido a obter a recompensa; e, tomando o animal em que estava habituado a viajar, pôs-se a caminho. Temia que mesmo agora a permissão divina fosse retirada, e avançou ansiosamente, inquieto e receoso de que de alguma maneira deixasse de ganhar a cobiçada recompensa. — Patriarcas e Profetas, 441. {VA 107.1}
A ira de Deus acendeu-se contra Balaão por seu atrevido jogo com o Céu. Então “o Anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho por adversário”. Números 22:22. O animal viu o mensageiro divino, que não era, contudo, percebido pelo homem, e desviou-se da estrada para o campo. Com pancadas cruéis, Balaão o trouxe novamente para o caminho; outra vez, porém, em um lugar estreito, entre duas paredes, o anjo apareceu, e o animal, procurando evitar a figura ameaçadora, apertou o pé de seu dono contra a parede. — The Signs of the Times, 25 de Novembro de 1880. {VA 107.2}
A raiva de Balaão não teve limites, e com o bordão espancou mais cruelmente do que antes o animal. Deus abriu então a boca deste, e, pelo “mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta”. 2 Pedro 2:16. “Que te fiz eu”, disse o animal, “que me espancaste estas três vezes?” Números 22:28. {VA 107.3}
Furioso por ser assim estorvado em sua viagem, Balaão respondeu ao animal como se teria dirigido a um ser racional: “Porque zombaste de mim; tomara que tivera eu uma espada na mão, porque agora te mataria.” Números 22:29. ... {VA 107.4}
Abrem-se agora os olhos de Balaão, e ele vê em pé o anjo de Deus com a espada desembainhada pronto para o matar. Aterrorizado, “inclinou a cabeça e prostrou-se sobre a sua face”. O anjo lhe disse: “Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de mim; porém a jumenta me viu e já três vezes se desviou de diante de mim; se ela se não desviara de diante de mim, na verdade que eu agora te mataria.” Números 22:31-33. ... {VA 108.1}
Quando viu o mensageiro de Deus, Balaão exclamou aterrorizado: “Pequei, que não soube que estavas neste caminho para te opores a mim; e, agora, se parece mal aos teus olhos, tornar-me-ei.” Números 22:34. — Patriarcas e Profetas, 442, 443. {VA 108.2}
Depois que o anjo advertiu fortemente a Balaão contra a satisfação dos desejos dos moabitas, permitiu-lhe seguir seu caminho. ... {VA 108.3}
Balaque encontrou Balaão e perguntou por que tardara tanto em vir ao ser solicitado; ... Balaão respondeu: “Eis-me perante ti.” Números 22:38. Explicou-lhe então que não tinha autoridade para dizer coisa alguma. Falaria aquilo que Deus pusesse em sua boca, e nada além disso. Balaão encomendou os sacrifícios de acordo com os ritos religiosos. Deus enviou Seu anjo para encontrar-se com Balaão, para dar-lhe as palavras que deveria proferir, tal qual fizera anteriormente, quando Balaão se achava inteiramente a serviço do Senhor. “Então, o Senhor pôs a palavra na boca de Balaão. ... Alçou a sua parábola e disse: De Arã me mandou trazer Balaque, rei dos moabitas, das montanhas do oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; e vem, detesta a Israel. Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como detestarei, quando o Senhor não detesta?” Números 23:5, 7, 8. {VA 108.4}
Balaque achava-se desapontado e irado. Exclamou: “Que me fizeste? Chamei-te para amaldiçoar os meus inimigos, mas eis que inteiramente os abençoaste.” Números 23:11. Pensou que a impressionante aparência do acampamento de Israel... impedira que Balaão proferisse a maldição. Imaginou que se levasse o profeta... a um ponto em que a visão de Israel não fosse tão vantajosa, seria possível obter a maldição. Uma vez mais, em Zofim, ... Balaão ofereceu sacrifícios queimados e pôs-se em comunicação com o anjo de Deus. Novamente o anjo lhe ordenou o que deveria dizer. — The Spirit of Prophecy 1:322-324. {VA 109.1}
Josué conduz Israel a Canaã
Os israelitas prantearam sentidamente seu finado líder [Moisés], e trinta dias foram dedicados a cerimônias especiais em honra à sua memória. ... Josué era agora o reconhecido líder de Israel. ... {VA 109.2}
Expediram-se agora ordens a fim de se aprontarem para o avanço. ... Partindo de seu acampamento... o povo desceu à margem do Jordão. — Patriarcas e Profetas, 481, 483. {VA 109.3}
Quatro anjos celestiais sempre acompanhavam a arca de Deus em todas as suas peregrinações, para guardá-la do perigo e cumprir toda missão que deles se requerera em relação à arca. Jesus, o Filho de Deus, seguido de anjos celestes, colocou-Se à frente da arca quando esta desceu ao Jordão; as águas se dividiram em Sua presença. Cristo e os anjos permaneceram junto à arca e os sacerdotes no leito do rio, até que todo Israel passou pelo Jordão. — The Spirit of Prophecy 1:399. {VA 109.4}
Se os olhos de Josué houvessem sido abertos... e ele tivesse suportado a visão, teria contemplado os anjos do Senhor acampados em torno dos filhos de Israel. O treinado exército do Céu viera para combater em favor do povo de Deus, e o Capitão do exército do Senhor achava-Se ali para comandar. — The Review and Herald, 19 de Julho de 1892. {VA 110.1}
Quando Josué se separou dos exércitos de Israel, tendo em vista meditar e orar pela especial presença de Deus para assisti-lo, viu um homem de notável estatura, revestido de aparatos militares, com uma espada na mão. ... Este não era um anjo comum. Era o Senhor Jesus Cristo. Aquele que conduzira os hebreus através do deserto, envolvera-Se na coluna de fogo à noite e na coluna de nuvem durante o dia. O lugar tornara-se sagrado em virtude de Sua presença, pelo que Josué recebeu a ordem de descalçar-se. — Spiritual Gifts 4a:61. {VA 110.2}
Tomado de assombro Josué caiu sobre seu rosto e adorou; e ouviu esta segurança: “Tenho dado na tua mão a Jericó, e ao seu rei, e aos seus valentes e valorosos” (Josué 6:2); e recebeu instruções para a tomada da cidade. — Patriarcas e Profetas, 488. {VA 110.3}
O Comandante do exército do Senhor não Se revelou a toda a congregação. Comunicou-Se apenas com Josué, que por sua vez relatou a história da entrevista aos hebreus. Competia agora a estes crer ou não nas palavras de Josué, seguir as instruções apresentadas por este em nome do Capitão do exército do Senhor, ou rebelar-se contra as suas instruções e negar sua autoridade. Eles não podiam ver o exército de anjos dirigidos pelo Filho de Deus. — Testimonies for the Church 4:162, 163. {VA 110.4}
A tomada de Jericó
O Capitão do exército do Senhor veio do Céu para conduzir os celestiais exércitos no ataque à cidade [de Jericó]. Anjos de Deus tomaram as maciças muralhas e as puseram por terra. — Testimonies for the Church 3:264. {VA 111.1}
Cristo e os anjos acompanharam a arca em seu trajeto em volta de Jericó, e finalmente derrubaram as maciças muralhas da cidade, entregando-a nas mãos dos israelitas. — The Spirit of Prophecy 1:399. {VA 111.2}
Quando Jericó caiu, nem uma única mão humana tocou nos muros da cidade, pois os anjos do Senhor destruíram as fortificações e penetraram na fortaleza do inimigo. Não foi Israel, senão o Capitão do exército do Senhor quem tomou a cidade. Mas Israel teve uma parte a desempenhar, demonstrando fé no Capitão de sua salvação. — The Review and Herald, 19 de Julho de 1892. {VA 111.3}
Se um único guerreiro houvesse aplicado sua força contra as muralhas, a glória de Deus teria sido diminuída e Sua vontade frustrada. O trabalho foi deixado a cargo do Todo-poderoso. Se os alicerces da muralha se estendesse até o centro da Terra, e sua altura houvesse chegado até a abóbada celeste, o resultado haveria sido exatamente o mesmo, quando o Capitão do exército do Senhor conduziu Suas legiões de anjos no ataque. — The Signs of the Times, 14 de Abril de 1881. {VA 111.4}
Cristo como o “anjo do Senhor”
Nos tempos antigos, quando Deus enviou Seus anjos para ministrarem a indivíduos ou com eles se comunicarem, ao estes tomarem consciência de que haviam visto um anjo e com ele conversado, enchiam-se de temor reverente e pensavam que morreriam. Tinham um conceito tão exaltado da terrível majestade e poder de Deus, que ao entrar em contato com aqueles que provinham diretamente de Sua santa presença, julgavam que seriam destruídos. ... Juízes 6:22, 23; Juízes 13:21, 22; Josué 5, 13-15. — Spiritual Gifts 4b:152. {VA 112.1}
Depois da morte de seu líder [Josué] e dos anciãos que a ele se haviam associado, o povo gradualmente reincidiu em idolatria. ... {VA 112.2}
O Senhor não permitiu que os pecados do povo ficassem sem reprovação. Havia ainda adoradores fiéis em Israel; e muitos outros, por hábito ou pela anterior tradição, freqüentavam o culto a Deus no tabernáculo. Uma grande multidão reunira-se para certa festividade religiosa, quando um anjo de Deus, que antes se apresentara em Gilgal, agora apareceu à congregação em Siló. ... {VA 112.3}
Este anjo, o mesmo que aparecera a Josué quando da tomada de Jericó, era ninguém menos que o Filho de Deus. ... Mostrou ao povo que Ele não quebrara Suas promessas a eles, mas que da parte deles ocorrera violação do solene concerto. {VA 113.1}
“Sucedeu que, falando o anjo do Senhor estas palavras a todos os filhos de Israel, o povo levantou a sua voz e chorou. ... Sacrificaram ali ao Senhor.” Juízes 2:4, 5. Todavia, este arrependimento não produziu resultados duradouros. — The Signs of the Times, 2 de Junho de 1881. {VA 113.2}
Gideão
Gideão era filho de Joás, da tribo de Manassés. A divisão a que esta família pertencia não mantinha posição de destaque, mas a casa de Joás distinguia-se pela coragem e integridade. ... A Gideão veio o chamado divino para libertar seu povo. Estava ocupado na ocasião a malhar o trigo. ... Enquanto Gideão trabalhava em segredo e silêncio, meditava com tristeza na condição de Israel, e considerava como o jugo do opressor poderia ser quebrado de seu povo. {VA 113.3}
Subitamente o “Anjo do Senhor” apareceu, e a ele Se dirigiu com estas palavras: “O Senhor é contigo, varão valoroso.” Juízes 6:12. — Patriarcas e Profetas, 546. {VA 113.4}
O Anjo cobrira a divina glória de Sua presença, mas Ele não era outro senão Cristo, o Filho de Deus. Quando um profeta ou anjo apresentava uma divina mensagem, suas palavras eram: “Assim diz o Senhor: Eu farei isto”, mas no tocante à Pessoa que esteve com Gideão, entretanto, é dito que “o Senhor lhe disse: ... Eu hei de ser contigo.” Juízes 6:16. {VA 113.5}
Desejando mostrar honra especial a seu ilustre visitante, e havendo obtido a promessa de que o Anjo esperaria seu regresso, Gideão correu à sua tenda e, de suas escassas reservas, preparou um cabrito e pães sem fermento, os quais apresentou diante dEle. ... {VA 114.1}
Quando o presente foi colocado diante do Anjo, Este ordenou: “Toma a carne e os bolos asmos, e põe-nos sobre esta penha, e verte o caldo.” Juízes 6:20. Gideão obedeceu, e então o Senhor concedeu-lhe o sinal que ele almejava. Com o cajado que trazia na mão, o Anjo tocou a carne e os pães asmos. Fogo subiu da rocha e consumiu toda a oferenda como sacrifício, e não como refeição hospitaleira, pois ali Se encontrava Deus, e não um homem. Após esta prova de Seu divino caráter, o Anjo desapareceu. {VA 114.2}
Convencido de que estivera vendo o Filho de Deus, Gideão encheu-se de temor, exclamando: “Ah! Senhor Jeová, que eu vi o Anjo do Senhor face a face.” Juízes 6:22. {VA 114.3}
Graciosamente o Senhor apareceu pela segunda vez a Gideão e lhe disse: “Paz seja contigo; não temas, não morrerás.” Juízes 6:23. Estas preciosas palavras foram proferidas pelo mesmo compassivo Salvador que afirmou aos assustados discípulos enquanto no mar agitado: “Tende bom ânimo, sou Eu.” Mateus 14:27. Foi também Ele quem apareceu aos que, pesarosos, se haviam reunido no cenáculo superior, proferindo as mesmas palavras antes apresentadas a Gideão: “Paz seja convosco.” Lucas 24:36. — The Signs of the Times, 23 de Junho de 1881. {VA 114.4}
Sansão
Em meio da ampla apostasia, os fiéis adoradores de Deus continuaram a pleitear com Ele o livramento de Israel. ... À beira do território montanhoso, sobranceiro à planície da Filístia, achava-se a cidadezinha de Zorá. Ali morava a família de Manoá, da tribo de Dã, uma das poucas casas que em meio da deserção geral permaneceram fiéis a Jeová. À mulher de Manoá, a qual não tinha filhos, o “Anjo do Senhor” apareceu, com a mensagem de que ela teria um filho, por meio de quem Deus começaria a livrar Israel. Em vista disto o Anjo lhe deu instruções com relação aos seus próprios hábitos, e também quanto ao tratamento do filho. ... {VA 114.5}
A mulher procurou o marido, e depois de descrever o Anjo, repetiu Sua mensagem. Então, receosos de que cometessem algum erro na importante obra a eles confiada, orou o esposo: “Rogo-Te que o homem de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer.” Juízes 13:8. {VA 115.1}
Quando o Anjo de novo apareceu, a ansiosa indagação de Manoá foi: “Qual será o modo de viver e serviço do menino?” Juízes 13:12. A instrução prévia foi repetida: “De tudo quanto Eu disse à mulher se guardará ela. De tudo quanto procede da vide não comerá, nem vinho, nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.” Juízes 13:13, 14. — Patriarcas e Profetas, 560, 561. {VA 115.2}
Manoá e sua esposa não sabiam que Aquele que a eles Se dirigia era Jesus Cristo. Imaginaram-nO como um mensageiro do Senhor, não conseguindo, contudo, determinar se era um profeta ou um anjo. Desejando manifestar hospitalidade para com o visitante, convidaram-nO a permanecer enquanto Lhe preparavam um cabrito. Desconhecendo, porém, a natureza do hóspede, não sabiam se deveriam colocar a oferta diante dEle como alimento ou como oferta queimada. {VA 115.3}
O Anjo respondeu: “Ainda que Me detenhas, não comerei de teu pão; e, se fizeres holocausto, o oferecerás ao Senhor.” Juízes 13:16. Sentindo-se agora seguro de que o visitante era um profeta, Manoá perguntou: “Qual é o teu nome? Para que, quando se cumprir a tua palavra, te honremos?” Juízes 13:17. {VA 116.1}
A resposta foi: “Por que perguntas assim pelo Meu nome, visto que é maravilhoso?” Juízes 13:18. Percebendo o caráter divino do hóspede, Manoá “tomou um cabrito e uma oferta de manjares e os ofereceu sobre uma penha ao Senhor; e agiu o Anjo maravilhosamente, vendo-o Manoá e sua mulher”. Juízes 13:19. Fogo proveio da rocha e consumiu o sacrifício, e enquanto a chama subia em direção ao Céu, “o Anjo do Senhor subiu na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram em terra sobre seu rosto”. Juízes 13:20. Já não existiam mais dúvidas quanto à natureza do visitante. Sabiam que seus olhos haviam contemplado o Santíssimo que, encobrindo Sua glória na coluna de fogo, houvera sido o Guia e Ajudador de Israel no deserto. {VA 116.2}
Surpresa, reverente temor e mesmo terror encheram o coração de Manoá, que apenas conseguiu exclamar: “Certamente morreremos, porquanto temos visto Deus.” Juízes 13:22. Sua companheira, contudo, possuiu mais fé que ele nessa hora solene. Lembrou-lhe de que o Senhor aceitara seu sacrifício, e ainda lhes prometera que teriam um filho, o qual iria libertar Israel. Isso constituía evidência de favor, não de ira. — The Signs of the Times, 15 de Setembro de 1881. {VA 116.3}
No devido tempo cumpriu-se a promessa feita a Manoá, através do nascimento de um filho, a quem foi dado o nome de Sansão. Por ordem do anjo, a cabeça do menino não deveria ser raspada, pois ele fora consagrado a Deus, desde o nascimento, para ser nazireu. — The Signs of the Times, 6 de Outubro de 1881. {VA 117.1}
Samuel e Eli
Samuel era uma criança rodeada das influências mais corruptoras. Via e ouvia coisas que lhe ofendiam a alma. Os filhos de Eli, que ministravam nas cerimônias sagradas, eram regidos por Satanás. Esses homens contaminavam toda a atmosfera que os cercava. Dia a dia homens e mulheres eram fascinados pelo pecado e a injustiça; no entanto Samuel vivia incontaminado. Imaculadas eram suas vestes de caráter. Não tomava parte nem sentia o menor prazer nos pecados que enchiam todo o Israel com terríveis rumores. Samuel amava a Deus; mantinha a alma em tão íntima comunhão com o Céu, que um anjo foi enviado para falar com ele relativamente aos pecados dos filhos de Eli, os quais estavam corrompendo a Israel. — Testemunhos Selectos 1:398. {VA 117.2}
As transgressões dos filhos de Eli eram tão terríveis... que nenhum sacrifício podia expiar seus pecados intencionais. ... Esses pecadores conduziram a arca ao acampamento de Israel. ... {VA 117.3}
Deus permitiu que Sua arca fosse tomada pelos inimigos para mostrar a Israel quanto era vão confiar na arca, o símbolo de Sua presença, enquanto profanavam os mandamentos contidos na mesma. ... {VA 117.4}
Os filisteus criam que ao conquistar a arca, também estavam conquistando o famoso deus dos israelitas, o qual desempenhara tantas maravilhas por eles e os tornara um terror para seus inimigos. Levaram a arca para Asdode e a depositaram num esplêndido templo, construído em honra do mais popular de seus deuses, Dagom, colocando-a ao lado deste. Pela manhã os sacerdotes daqueles deuses entraram no templo e se aterrorizaram ao verem Dagom caído, com a face em terra, diante da arca do Senhor. ... Os anjos de Deus, que sempre acompanhavam a arca, prostraram esse ídolo inconsciente e o mutilaram, para mostrar que Deus, o Deus vivente, Se encontrava acima de todos os deuses, e diante dEle qualquer deus pagão é como nada. — Spiritual Gifts 4a:106, 107. {VA 118.1}
Os homens de Bete-Semes rapidamente espalharam a notícia de que a arca estava em seu poder, e o povo do território circunvizinho reuniu-se para festejar a sua volta. A arca fora posta sobre a pedra que a princípio servira de altar, e diante dela sacrifícios adicionais foram oferecidos ao Senhor. ... Em vez de prepararem um local conveniente para sua recepção, permitiram que ela ficasse no campo da ceifa. Como continuassem a olhar para o receptáculo sagrado, e falar acerca da maneira maravilhosa por que havia sido recuperado, começaram a conjeturar sobre onde jazia o seu poder peculiar. Finalmente, vencidos pela curiosidade, removeram a cobertura, e arriscaram-se a abri-la. ... {VA 118.2}
Mesmo os filisteus gentios não haviam ousado remover a sua cobertura. Anjos do Céu, invisíveis, sempre a acompanhavam em todas as suas viagens. A irreverente ousadia do povo de Bete-Semes foi prontamente punida. Muitos foram feridos de morte instantânea. — Patriarcas e Profetas, 589. {VA 118.3}
Saul e Jônatas
Deus havia elegido Samuel para julgar a Israel. Era ele honrado por todo o povo. Deus devia ser reconhecido como o grande Líder, mas ainda assim designou-lhes dirigentes e os imbuiu com Seu Espírito, comunicando aos mesmos Sua vontade por intermédio dos anjos. — Spiritual Gifts 4a:67. {VA 119.1}
Por causa do pecado de Saul em sua oferta presunçosa, o Senhor não lhe daria a honra de vencer aos filisteus. Jônatas, o filho do rei, homem que temia o Senhor, foi escolhido como instrumento para libertar Israel. ... {VA 119.2}
Anjos celestiais protegiam a Jônatas e seu auxiliar, anjos combatiam ao seu lado, e os filisteus caíam diante deles. — Patriarcas e Profetas, 623. {VA 119.3}
Anjos de Deus lutaram ao lado de Jônatas, de modo que os filisteus caíram à sua volta. Grande temor invadiu os exércitos dos filisteus, tanto no campo de batalha quanto na retaguarda. ... A terra tremeu debaixo de seus pés, como se uma grande multidão de cavaleiros e carruagens viessem se deslocando para a batalha. Jônatas e seu pajem, e mesmo o exército filisteu, souberam que o Senhor estava operando a libertação dos hebreus. — Spiritual Gifts 4a:70. {VA 119.4}
A juventude de Davi
Samuel não tornou a dar instruções divinas a Saul. O Senhor não podia empregar o rei para executar Seus propósitos. Entretanto, enviou Samuel à casa de Jessé para ungir Davi, a quem escolhera para ser dirigente em lugar de Saul, a quem já rejeitara. {VA 119.5}
Quando os filhos de Jessé desfilaram diante de Samuel, este haveria escolhido a Eliabe, de elevada estatura e digna aparência, mas o anjo de Deus estava ao lado do profeta para orientá-lo na importante decisão, instruindo-o a não julgar de acordo com a aparência. Eliabe não temia ao Senhor. Seu coração não era reto para com Deus. Haveria sido um dirigente orgulhoso e exigente. Nenhum foi encontrado entre os filhos de Jessé, exceto Davi, o mais jovem, cuja humilde ocupação era a guarda de ovelhas. — Spiritual Gifts 4a:77, 78. {VA 120.1}
Davi não se destacava pela estatura; sua face, contudo, era bela, expressando humildade, honestidade e verdadeira coragem. O anjo de Deus indicou a Samuel que este deveria ser ungido, por ser o escolhido do Senhor. A partir desse momento Ele concedeu a Davi um coração prudente e entendido. — The Spirit of Prophecy 1:368. {VA 120.2}
Eliabe, o irmão mais velho de Davi, ... tinha ciúmes do irmão, pois este fora honrado à frente dele. Desprezava-o e o tratava como alguém inferior a si mesmo. Acusou-o diante de outras pessoas, de haver escapado, às escondidas do pai, para presenciar a batalha. ... Davi repeliu a injusta acusação, dizendo: “Que fiz eu agora? Fiz somente uma pergunta.” 1 Samuel 17:29. Davi não explicou detalhadamente ao irmão que viera para auxiliar Israel, que Deus o enviara para matar Golias. Deus o elegera para governar Israel; enquanto os exércitos do Deus vivo se encontravam em perigo, ele fora dirigido por um anjo para salvar a Israel. — The Spirit of Prophecy 1:371. {VA 120.3}
Saul encontra-se com um anjo
[Saul] permitiu que os impulsos controlassem seu julgamento, até que ele imergisse numa furiosa paixão. Apresentava acessos de ira e loucura, momentos em que estava pronto a tirar a vida de quem quer que se opusesse à sua vontade. ... Foi o caráter imaculado e a nobre fidelidade de Davi que despertaram a ira do rei. Percebia a vida e o caráter deste como sendo uma censura a si próprio. ... {VA 121.1}
Saul chegou a Ramá e se deteve junto ao grande poço de Seco. O povo chegava ali para tirar água, e Saul perguntou-lhes onde estavam Samuel e Davi. Quando lhe foi dito que eles se achavam em Naiote, apressou-se em chegar lá. Mas o anjo do Senhor encontrou-o no caminho e passou a controlá-lo. O Espírito de Deus o manteve em Seu poder, de modo que prosseguiu pelo caminho proferindo orações, intercaladas com predições e melodias sagradas. Profetizou a vinda do Messias como Redentor do mundo. Chegando em Naiote de Ramá, despojou-se das vestes reais e passou um dia e uma noite junto a Samuel e seus discípulos, sob a influência do divino Espírito. — The Signs of the Times, 24 de Agosto de 1888. {VA 121.2}
Encontro de Saul em En-Dor e sua morte
De novo foi declarada guerra entre Israel e os filisteus. ... Saul soubera que Davi e sua força estavam com os filisteus, e esperava que o filho de Jessé aproveitasse esta oportunidade para vingar-se dos males que tinha sofrido. O rei estava em grande angústia. ... No dia seguinte, Saul deveria empenhar-se em batalha com os filisteus. As sombras de iminente condenação juntavam-se negras em redor dele; almejava auxílio e guia. Mas em vão procurou conselho da parte de Deus. “O Senhor lhe não respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas.” 1 Samuel 28:6. ... {VA 121.3}
Então disse Saul aos seus servos: “Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte.” 1 Samuel 28:7. ... Foi dito ao rei que uma mulher que possuía espírito de feitiçaria estava morando em um esconderijo, em En-Dor. Esta mulher entrara em concerto com Satanás, para entregar-se ao seu domínio, e cumprir seus propósitos; e, em troca, o príncipe do mal operava prodígios para ela, e revelava-lhe coisas secretas. {VA 122.1}
Disfarçando-se, Saul saiu de noite apenas com dois auxiliares, a fim de buscar o retiro da feiticeira. ... Sob o manto das trevas, Saul e seus auxiliares se encaminharam através da planície, e, passando com segurança pelos exércitos filisteus, atravessaram o cume das montanhas, em direção à morada solitária da feiticeira de En-Dor. ... {VA 122.2}
Depois de praticar seus encantamentos, ela disse: “Vejo deuses que sobem da terra. ... Vem subindo um homem ancião e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel.” 1 Samuel 28:13, 14. {VA 122.3}
Não foi o santo profeta de Deus que veio com o poder dos encantamentos de uma feiticeira. Samuel não estava presente naquele antro de espíritos maus. A aparência sobrenatural apenas foi produzida pelo poder de Satanás. — Patriarcas e Profetas, 675, 676, 679. {VA 122.4}
As primeiras palavras da mulher sob o poder de seu encantamento foram dirigidas ao rei: “Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul.” 1 Samuel 28:12. Assim, o primeiro ato do espírito mau que personificou o profeta, foi comunicar-se secretamente com aquela ímpia mulher, para avisá-la do engano que fora praticado para com ela. A mensagem a Saul do pretenso profeta foi: “Por que me desinquietaste, fazendo-me subir? Então, disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus Se tem desviado de mim e não me responde mais, nem pelo ministério dos profetas, nem por sonhos; por isso te chamei a ti, para que me faças saber o que hei de fazer.” 1 Samuel 28:15. {VA 122.5}
Quando Samuel vivia, Saul desprezara seu conselho, e ressentira-se de suas reprovações. Agora, porém, na hora de sua angústia e calamidade, sentia que a guia do profeta era sua única esperança; e, a fim de comunicar-se com o embaixador do Céu, recorreu em vão ao mensageiro do inferno! Saul se colocara inteiramente no poder de Satanás; e agora aquele cujo único deleite consiste em ocasionar miséria e destruição, prevaleceu-se da oportunidade para efetuar a ruína do infeliz rei. Em resposta ao agoniado rogo de Saul veio a terrível mensagem, que, pretendia-se, provinha dos lábios de Samuel: {VA 123.1}
“Por que, pois, a mim me perguntas, visto que o Senhor te tem desamparado e se tem feito teu inimigo? Como tu não deste ouvidos à voz do Senhor, ... por isso... o Senhor entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus.” 1 Samuel 28:16, 18, 19. — Patriarcas e Profetas, 680. {VA 123.2}
Quando Saul interrogou Samuel, o Senhor não fez que este aparecesse ao rei. Samuel nada viu. Não foi permitido a Satanás perturbar o repouso do profeta na sepultura, trazendo-o realmente de volta na caverna de En-Dor. Deus não outorga a Satanás o poder para a ressurreição de mortos. Entretanto, anjos malignos assumem a forma de amigos mortos, falando e agindo como estes, e através destes supostos amigos mortos Satanás opera mais poderosamente sua obra de engano. Ele conhecia bem a Samuel; sabia como representá-lo diante da feiticeira de En-Dor, e igualmente pôde prever com acerto a sorte de Saul e seus filhos. — The Spirit of Prophecy 1:376. {VA 123.3}
O relato escriturístico da visita de Saul à mulher de En-Dor, tem sido uma fonte de perplexidade a muitos estudiosos da Bíblia. Há alguns que assumem a posição de que Samuel estava efetivamente presente na entrevista com Saul; mas a própria Bíblia oferece base suficiente para uma conclusão contrária. Se, como alguns pretendem, Samuel estava no Céu, ele deveria ter sido chamado dali, ou pelo poder de Deus, ou pelo de Satanás. Ninguém poderá crer por um momento sequer que Satanás tivesse poder para chamar do Céu o santo profeta de Deus para honrar os enganos de uma mulher perdida. Tampouco podemos concluir que Deus o chamasse à caverna da feiticeira; pois o Senhor já Se havia recusado a comunicar-Se com Saul, por meio de sonhos, por Urim, ou por profetas. 1 Samuel 28:6. Tais eram os meios indicados por Deus para a comunicação, e Ele os não preteriria para transmitir a mensagem pela operação de Satanás. {VA 124.1}
A própria mensagem traz prova suficiente de sua origem. Seu objetivo não foi levar Saul ao arrependimento, mas impeli-lo à ruína; e isto não é a obra de Deus, mas a de Satanás. Ademais, o ato de Saul ao consultar uma feiticeira é citado nas Escrituras como um motivo por que ele foi rejeitado por Deus e abandonado à destruição: “Morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar e não buscou o Senhor, pelo que o matou e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé.” 1 Crônicas 10:13, 14. — Patriarcas e Profetas, 683. {VA 124.2}
O reinado de Davi
A arca permaneceu na casa de Abinadabe até que Davi fosse coroado rei. Ele reuniu todos os homens escolhidos de Israel, cerca de trinta mil, e foi buscar a arca de Deus. Colocaram o móvel sagrado num carro novo, tirando-a da casa de Abinadabe. Uzá e Aiô, filhos de Abinadabe, conduziam o carro. Davi e toda a casa de Israel alegravam-se diante do Senhor através de toda sorte de instrumentos musicais. “E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e segurou-a, porque os bois a deixavam pender. Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali junto à arca de Deus.” 2 Samuel 6:6, 7. Uzá se enfureceu contra os bois porque estes tropeçaram. Manifestou notável desconfiança de Deus, como se Aquele que trouxera a arca da terra dos filisteus não fosse capaz de cuidar dela. Os anjos que acompanhavam a arca castigaram a impaciente presunção de Uzá, que o levou a colocar as mãos na arca. — Spiritual Gifts 4a:111. {VA 126.1}
Com o objetivo de estender suas conquistas entre as nações estrangeiras, resolveu Davi aumentar seu exército, exigindo trabalho militar de todos os que estivessem em idade conveniente. Para levar isto a efeito, tornou-se necessário fazer o censo da população. Foram o orgulho e a ambição que motivaram este ato do rei. ... {VA 127.1}
O objetivo deste empreendimento era diretamente contrário aos princípios de uma teocracia. Mesmo Joabe objetou, embora sem escrúpulos como até ali se havia mostrado. ... “Porém a palavra do rei prevaleceu contra Joabe.” 1 Crônicas 21:4. ... {VA 127.2}
Na manhã seguinte foi levada uma mensagem a Davi, pelo profeta Gade: “Assim diz o Senhor: Escolhe para ti: ou três anos de fome, ou que três meses te consumas diante de teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance, ou que três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra e o anjo do Senhor destruam todos os termos de Israel; vê, pois, agora”, disse o profeta, “que resposta hei de levar a quem me enviou.” 1 Crônicas 21:11, 12. {VA 127.3}
A resposta do rei foi: ... “Caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as Suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.” 2 Samuel 24:14. — Patriarcas e Profetas, 747, 748. {VA 127.4}
Rápida destruição se seguiu. Setenta mil foram mortos pela peste. Davi e os anciãos de Israel ficaram na mais profunda humilhação, lamentando diante do Senhor. Como o anjo do Senhor estava em seu caminho para destruir Jerusalém, Deus pediu-lhe que cessasse sua obra de morte. ... O anjo, em vestimentas de guerra, com uma espada empunhada, e pairando sobre Jerusalém, foi mostrado a Davi e àqueles que o acompanhavam. Davi ficou terrivelmente assustado, mas clamou em desespero e compaixão por Israel. Ele rogou a Deus que salvasse as ovelhas. Em angústia, confessou: “Eu sou o que pequei e eu o que iniquamente procedi; porém estas ovelhas que fizeram? Seja, pois, a Tua mão contra mim e contra a casa de meu pai.” 2 Samuel 24:17. — The Spirit of Prophecy 1:385, 386. {VA 127.5}
O anjo destruidor detivera-se em seu caminho fora de Jerusalém. Ele ficou sobre o Monte Moriá, “na eira de Ornã, o jebuseu”. 1 Crônicas 21:18. Por indicação do profeta, Davi foi ao monte, e ali construiu um altar ao Senhor, “e ofereceu nele holocaustos e sacrifícios pacíficos, e invocou o Senhor, o qual lhe respondeu com fogo do céu sobre o altar do holocausto”. 1 Crônicas 21:26. “Assim, o Senhor Se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de sobre Israel.” 2 Samuel 24:25. {VA 128.1}
O local em que o altar foi construído, e que dali em diante seria para sempre considerado terra santa, foi oferecido ao rei por Ornã, como presente. Mas o rei recusou-se a recebê-lo deste modo. ... “E Davi deu a Ornã por aquele lugar o peso de seiscentos siclos de ouro.” 1 Crônicas 21:25. Esse local, memorável como o sítio em que Abraão construíra o altar para oferecer seu filho, e agora consagrado por este grande livramento, foi depois escolhido como o local do templo construído por Salomão. ... {VA 128.2}
Desde o início mesmo do reinado de Davi, um dos seus mais acariciados planos fora construir um templo ao Senhor. Embora não lhe tivesse sido permitido executar este desígnio, não manifestou menos zelo e fervor em prol do mesmo. — Patriarcas e Profetas, 748, 750. {VA 128.3}
O Senhor, por intermédio de Seu anjo, instruiu Davi, provendo-lhe um modelo da casa que Salomão deveria construir-Lhe. Um anjo foi comissionado para estar ao lado de Davi enquanto este escrevia, para benefício de Salomão, as importantes orientações relacionadas com os arranjos da casa. — Spiritual Gifts 4a:94. {VA 129.1}
Salomão
O coração do povo volveu-se para Salomão, conforme havia feito com Davi, de modo que em tudo obedeceu ao novo rei. O Senhor enviou Seu anjo para, em sonhos noturnos, instruir Salomão. Ele sonha que Deus está conversando com ele. “Disse-lhe Deus: Pede o que quiseres que te dê. E disse Salomão: De grande benevolência usaste Tu com Teu servo Davi, meu pai, como também ele andou contigo em verdade, e em justiça, e em retidão de coração, perante a Tua face; e guardaste-lhe esta grande beneficência e lhe deste um filho que se assentasse no seu trono, como se vê neste dia. ... A Teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este Teu tão grande povo?” 1 Reis 3:5, 6, 9. — Spiritual Gifts 4a:96, 97. {VA 129.2}
Além dos querubins no topo da arca, Salomão fez dois outros anjos de grande tamanho, assentados em cada extremidade da arca, para representar os anjos celestiais que sempre guardam a lei de Deus. É impossível descrever o esplendor e beleza desse tabernáculo. Ali, tal como no tabernáculo [do deserto], a arca sagrada era preservada em solene e reverente ordem em seu lugar sob as asas dos dois querubins que permaneciam sobre o piso. — The Spirit of Prophecy 1:413. {VA 129.3}
Elias
Após sua primeira aparição diante de Acabe para transmitir-lhe os vindouros juízos de Deus diante da apostasia, do rei e de Israel, Deus dirigiu [Elias] a um lugar seguro, entre as montanhas e junto ao ribeiro de Querite, fora do poder de Jezabel. Ali Ele honrou Elias ao enviar-lhe alimento pela manhã e à tarde, utilizando um anjo do Céu. Quando o ribeiro secou, Deus enviou o profeta a uma viúva de Sarepta, operando diariamente um milagre para manter alimentados Elias e a família da viúva. — Testimonies for the Church 3:288. {VA 130.1}
Diante do rei Acabe e dos falsos profetas, e rodeado das tribos reunidas de Israel está Elias, o único que apareceu para reivindicar a honra de Jeová. Aquele a quem todo o reino tinha responsabilizado por sua carga de flagelo, está agora perante eles, aparentemente sem defesa na presença do soberano de Israel, dos profetas de Baal, dos homens de guerra e dos milhares que o rodeavam. Mas Elias não está sozinho. Acima e ao redor dele estão as forças protetoras do Céu — anjos magníficos em poder. — Profetas e Reis, 147. {VA 130.2}
Em plena luz do dia, cercado por milhares — homens de guerra, profetas de Baal e o rei de Israel — permanece o indefeso Elias, aparentemente sozinho, mas não em verdade. Os mais poderosos exércitos do Céu o circundavam. Anjos excelentes em força vieram do Céu para proteger o fiel e justo profeta. Com voz firme e decidida, Elias pergunta: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-O; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada.” 1 Reis 18:21. — Testimonies for the Church 3:280. {VA 130.3}
Enquanto Israel no Carmelo duvidava e hesitava, a voz de Elias de novo quebra o silêncio: “Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens. Dêem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus.” 1 Reis 18:22-24. — Profetas e Reis, 148, 149. {VA 131.1}
Quão alegremente teria vindo Satanás, aquele que do Céu caiu como um raio, em auxílio dos que enganara e cuja mente controlara, e que fielmente se haviam devotado a seu serviço! Com muito prazer haveria enviado raios para queimarem os sacrifícios; mas Jeová estabelecera limites a Satanás. Restringira seu poder, e nem mesmo todos os seus ardis seriam capazes de acender uma única fagulha no altar de Baal. — The Review and Herald, 30 de Setembro de 1873. {VA 131.2}
Abandonou Deus a Elias em sua hora de provas? Oh, não! Ele não amava menos Seu servo quando este se sentiu abandonado de Deus e dos homens, do que quando, em resposta a sua oração, flamejou fogo do céu e iluminou o topo do monte. E agora, havendo Elias adormecido, um suave toque e delicada voz o despertou. Ele se ergue aterrorizado, como quem vai fugir, temendo que o inimigo o tivesse descoberto. Mas a face compassiva que se inclinava sobre ele não era a de um inimigo, mas de um amigo. Deus tinha enviado um anjo do Céu com alimento para Seu servo. “Levanta-te e come”, disse o anjo. “E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água.” 1 Reis 19:5, 6. {VA 131.3}
Depois de haver-se servido do alimento para si preparado, Elias deitou-se de novo e adormeceu. Pela segunda vez veio o anjo. Tocando o exausto homem, disse com terna piedade: “Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho. Levantou-se, pois, e comeu, e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (1 Reis 19:7, 8), onde encontrou refúgio numa caverna. — Profetas e Reis, 166. {VA 132.1}
No deserto, em solidão e desencorajamento [depois de sua experiência no topo do Monte Carmelo], Elias dissera que já havia vivido bastante, e orara pedindo a morte. Mas o Senhor em Sua misericórdia não o tomara pela palavra. Grande obra havia ainda para ser feita por Elias. — Profetas e Reis, 228. {VA 132.2}
Por meio de um poderoso anjo, a palavra do Senhor veio ao profeta: “Que fazes aqui, Elias?” 1 Reis 19:9. Em amargura de alma, ele externou sua queixa: “Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o Teu concerto, derribaram os Teus altares e mataram os Teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.” 1 Reis 19:10. {VA 132.3}
Pedindo ao profeta que saísse da caverna em que se encontrava escondido, o anjo lhe ordenou que ficasse em pé no monte, diante do Senhor, e ouvisse as Suas palavras. Elias obedeceu e “eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento, que fendia os montes e quebrava as penhas diante da face do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e, depois do vento, um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; e, depois do terremoto, um fogo; porém o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, uma voz mansa e delicada. E sucedeu que, ouvindo-a Elias, envolveu o seu rosto na sua capa, e saiu para fora, e pôs-se à entrada da caverna”. 1 Reis 19:11-13. Sua petulância foi silenciada, seu espírito suavizado e subjugado. Agora ele sabia que a calma e firme confiança em Deus sempre lhe seria de ajuda em tempos de necessidade. — The Review and Herald, 23 de Outubro de 1913. {VA 132.4}
Quando Elias estava prestes a deixar Eliseu, disse-lhe: “Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.” 2 Reis 2:9. — Obreiros Evangélicos, 116. {VA 133.1}
“E disse [Elias]: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará. ... E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao Céu num redemoinho. {VA 133.2}
“O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!” 2 Reis 2:10-12. — Educação, 60. {VA 133.3}
Eliseu
No segundo livro dos Reis lemos o modo como santos anjos vieram em missão protetora ao servo escolhido de Deus. O profeta Eliseu encontrava-se em Dotã e o rei da... [Síria] enviou cavalos e carros e uma grande multidão para prendê-lo. “E o moço do homem de Deus se levantou mui cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então, o seu moço lhe disse: Ai! meu senhor! que faremos?” 2 Reis 6:15. — Atlantic Union Gleaner, 20 de Agosto de 1902. {VA 134.1}
“Não temas”, foi a resposta do profeta, “porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.” 2 Reis 6:16. E então, para que o servo pudesse conhecer isto por si mesmo, “orou Eliseu e disse: Senhor, peço-Te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu”. 2 Reis 6:17. Entre o servo de Deus e a multidão dos inimigos armados estava um grupo circundante de anjos celestiais. Eles tinham vindo com grande poder, não para destruir, não para pedir homenagem, mas para acampar em torno e ministrar aos desajudados e fracos servos do Senhor. — Profetas e Reis, 256, 257. {VA 134.2}
Não foi dado a Eliseu seguir seu mestre num carro de fogo. Sobre ele o Senhor permitiu que viesse uma prolongada enfermidade. Durante as longas horas de sofrimento e fraqueza humana, sua fé permaneceu posta nas promessas de Deus, e ele sentiu sempre em torno de si mensageiros celestiais de conforto e paz. Como nos altos de Dotã ele vira os exércitos circundantes do Céu, os carros de fogo de Israel e seus cavaleiros, estava ele agora cônscio da presença cheia de simpatia dos anjos; e foi sustentado. — Profetas e Reis, 263, 264. {VA 134.3}
Isaías
Nos dias de Isaías a própria idolatria já não provocava surpresa. Isaías 2:8, 9. Práticas iníquas tinham-se tornado tão predominantes entre todas as classes, que os poucos que permaneciam fiéis a Deus eram não raro tentados a perder o ânimo, dando lugar ao desencorajamento e desespero. ... {VA 135.1}
Tais eram os pensamentos que fervilhavam na mente de Isaías ao estar sob o pórtico do templo. Subitamente, pareceu-lhe que o portal e o véu interior do templo eram levantados ou afastados, e foi-lhe permitido olhar para dentro, sobre o santo dos santos, onde nem mesmo os pés do profeta podiam entrar. Ali surgiu ante ele a visão de Jeová assentado em Seu trono alto e sublime, enquanto o séquito de Sua glória enchia o templo. De cada lado do trono pairavam serafins, a face encoberta em adoração, enquanto ministravam perante seu Criador, e se uniam em solene invocação: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a Terra está cheia da Sua glória.” Isaías 6:3. — Profetas e Reis, 306, 307. {VA 135.2}
Uma glória indescritível procedia do Personagem sobre o trono, e Seu séquito enchia o templo. ... Querubins postavam-se a cada lado do propiciatório, como guardiões em volta do grande Rei, resplandecendo com a glória que procedia da presença de Deus. Quando seus cânticos de louvor ressoavam em profundas e sinceras notas de adoração, os pilares da porta tremiam, como que sacudidos por um terremoto. Esses seres santos cantavam o louvor e a glória de Deus com lábios incontaminados pelo pecado. O contraste entre o frágil louvor que ele [Isaías] estivera acostumado a oferecer ao Criador, e as ferventes aleluias dos serafins, espantaram e humilharam o profeta. Tivera a oportunidade, o sublime privilégio de apreciar a imaculada pureza do exaltado caráter de Jeová. {VA 135.3}
Enquanto escutava o cântico dos anjos, ao estes exclamarem: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a Terra está cheia da Sua glória” (Isaías 6:3), a glória, o infinito poder e a insuperável majestade do Senhor passaram diante de seus olhos, e ele foi impressionado ao mais profundo da alma. À luz deste brilho incontaminado, que tornava manifesto tudo o que ele era capaz de suportar da revelação do divino caráter, sua própria impureza íntima apareceu diante dele com aterradora clareza. Até mesmo suas palavras lhe pareceram vis. — The Review and Herald, 16 de Outubro de 1888. {VA 136.1}
Os serafins habitam na presença de Jesus, mas ainda assim cobrem com as asas a face e os pés. Ao olharem para o Rei em Sua beleza, cobrem-se a si próprios. Quando Isaías viu a glória de Deus, sua alma foi prostrada ao pó. Em virtude da claríssima visão que graciosamente teve o privilégio de contemplar, ele se humilhou. Este será sempre o efeito sobre a mente humana quando os raios do Sol da Justiça brilham gloriosamente na alma. ... À medida que a crescente glória de Cristo é revelada, o agente humano não verá qualquer glória em si mesmo, pois as ocultas deformidades da alma serão expostas, a exaltação e glorificação próprias serão extintas. O eu morre, e Cristo vive. — Bible Echo and Signs of the Times, 3 de Dezembro de 1894. {VA 136.2}
Tais eram as perspectivas que acenavam a Isaías quando ele foi chamado para a missão profética; mas ele não se desencorajou, pois em seus ouvidos soava o coro triunfal dos anjos ao redor do trono de Deus: “Toda a Terra está cheia da Sua glória.” Isaías 6:3. E sua fé foi fortalecida pela visão de gloriosas conquistas da parte da igreja de Deus, quando a Terra “se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”. Isaías 11:9. — Profetas e Reis, 371. {VA 137.1}
Ezequiel
Sobre as barrancas do rio Quebar, Ezequiel contemplou um vento tempestuoso que parecia vir do norte, “uma grande nuvem, com um fogo a revolver-se, e um resplendor ao redor dela, e no meio uma coisa como cor de âmbar”. Ezequiel 1:4. Uma porção de rodas intercaladas umas nas outras eram movidas por quatro seres viventes. E por cima de tudo “havia uma semelhança de trono como de uma safira; e, sobre a semelhança do trono, havia como que a semelhança de um homem, no alto, sobre ele”. Ezequiel 1:26. “E apareceu nos querubins uma semelhança de mão de homem debaixo das suas asas.” Ezequiel 10:8. {VA 137.2}
As rodas eram de um arranjo tão complicado, que à primeira vista pareciam uma confusão; não obstante elas se moviam em perfeita harmonia. Seres celestiais, sustentados e guiados pela mão sob as asas dos querubins, estavam impelindo essas rodas; acima deles, sobre o trono de safira, estava o Eterno; e ao redor do trono havia um arco-íris, símbolo da divina misericórdia. {VA 137.3}
Assim como as rodas com aparência tão complicada estavam sob a guia da mão por baixo das asas dos querubins, também o complicado jogo dos eventos humanos está sob divino controle. Em meio a lutas e tumultos das nações, Aquele que Se assenta sobre querubins ainda guia os negócios da Terra. — Profetas e Reis, 535, 536. {VA 138.1}
Daniel e seus três companheiros
O amor e o temor de Deus estavam diante de Daniel, o qual educou e disciplinou todas as suas faculdades para corresponderem o máximo possível ao amoroso cuidado do Grande Mestre, consciente de sua responsabilidade para com Deus. Os quatro jovens hebreus não estavam dispostos a consentir que motivos egoístas e o amor às diversões ocupassem os áureos momentos desta vida. Trabalhavam com coração voluntário e ânimo pronto. Esta não é uma norma tão elevada que não possa ser alcançada por todo cristão. Deus requer mais de todo estudante cristão do que o que Lhe tem sido dado. Sois “espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens”. 1 Coríntios 4:9. — Fundamentos da Educação Cristã, 230. {VA 139.1}
Aqueles que procederem como Daniel e seus companheiros, terão igualmente a cooperação de Deus e dos anjos. — Manuscript Releases 4:125. {VA 139.2}
A fornalha ardente de Nabucodonosor
Como nos dias de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, no período final da história da Terra o Senhor operará poderosamente em favor dos que ficarem firmes pelo direito. Aquele que andou com os hebreus valorosos na fornalha ardente, estará com os Seus seguidores em qualquer lugar. Sua constante presença confortará e sustentará. Em meio do tempo de angústia — angústia como nunca houve desde que houve nação — Seus escolhidos ficarão firmes. Satanás com todas as forças do mal não pode destruir o mais fraco dos santos de Deus. Anjos magníficos em poder os protegerão, e em favor deles Jeová Se revelará como “Deus dos deuses” (Daniel 2:47), capaz de salvar perfeitamente os que nEle puseram a sua confiança. — Profetas e Reis, 513. {VA 139.3}
A festa de Belsazar
Enquanto se achava aquela noite em meio a idólatra festa, repentinamente a face do rei se torna pálida e ele parece paralisado de terror. Eis que uma não humana mão traça caracteres sobre a parede à sua frente. Os fanfarrões discernem a curiosa e, para eles, ininteligível escrita. A enorme alegria se apaga e doloroso silêncio cai sobre a multidão. Os pensamentos do rei o turbaram, “as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos bateram um no outro”. Daniel 5:6. Tremendo alarmado, “ordenou o rei, com força, que se introduzissem os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores; e falou o rei e disse aos sábios de Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, e trará uma cadeia de ouro ao pescoço, e será, no reino, o terceiro dominador”. Daniel 5:7. Mas aqueles homens eram tão incapazes de interpretar os místicos caracteres traçados pela mão do anjo de Deus quanto haviam sido de fazê-lo em relação ao sonho de Nabucodonosor. — The Review and Herald, 8 de Fevereiro de 1881. {VA 140.1}
Houve uma testemunha... no palácio de Belsazar durante aquela festa. ... O anjo ali presente traçou os caracteres sobre a parede do palácio. — The Ellen G. White 1888 Materials, 517. {VA 141.1}
Daniel na cova dos leões
Daniel orava a Deus três vezes ao dia. Satanás se torna irado ao som da fervorosa prece, pois sabe que será derrotado. Daniel era o preferido, acima de presidentes e príncipes, pois nele havia um espírito excelente. Anjos caídos temiam que sua influência pudesse enfraquecer o controle que eles exerciam sobre os príncipes do reino. ... A acusadora multidão de anjos maus despertou a inveja e ciúmes dos presidentes e príncipes, de modo que passaram a vigiar atentamente a Daniel, esperando encontrar alguma ocasião de situá-lo mal num relatório ao rei, porém fracassaram. Então aqueles agentes do mal intentaram destruí-lo a partir de sua fidelidade a Deus. Anjos maus estabeleceram o plano e eles se apressaram em colocá-lo em prática. O rei ignorava os sutis propósitos maus intentados contra Daniel. {VA 141.2}
Mesmo depois de conhecer plenamente o decreto do rei, [Daniel] prosseguiu ajoelhando-se diante de Deus, com as janelas abertas. Considerava as súplicas a Deus suficientemente importantes a ponto de sacrificar sua vida, do que abrir mão delas. Por causa de suas preces a Deus foi ele atirado na cova dos leões. Anjos maus realizaram até esse ponto seu propósito. Entretanto, Daniel prosseguiu orando, mesmo na cova dos leões. ... Porventura Deus Se esqueceu dele? Oh, não! Jesus, o poderoso Comandante dos exércitos do Céu, enviou o Seu anjo para fechar a boca dos famintos leões, de modo que não pudessem ferir o suplicante homem de Deus, e assim tudo permaneceu em paz naquele terrível fosso. O rei testemunhou sua preservação e o fez sair com honras. Satanás e seus anjos foram derrotados e se iraram. Os agentes que Satanás utilizara foram condenados a perecer da maneira terrível que eles haviam destinado a Daniel. — Spiritual Gifts 4b:85, 86. {VA 141.3}
Gabriel é enviado para explicar a visão de Daniel 8
Pouco antes da queda de Babilônia, quando Daniel estava meditando nessas profecias [de Isaías e Jeremias], e buscando a Deus a fim de compreender os tempos, foi-lhe dada uma série de visões concernentes ao surgimento e queda de reinos. Com a primeira visão, segundo se acha registrada no sétimo capítulo do livro de Daniel, foi-lhe dada a interpretação, mas nem tudo ficou claro para o profeta. “Os meus pensamentos muito me espantavam”, ele escreveu de sua experiência nesse tempo, “e mudou-se em mim o meu semblante; mas guardei essas coisas no meu coração.” Daniel 7:28. {VA 142.1}
Mediante outra visão foi derramada luz adicional sobre os acontecimentos do futuro; e foi ao final desta visão que Daniel ouviu “um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão?” Daniel 8:13. A resposta: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado” (Daniel 8:14), encheu-o de perplexidade. Fervorosamente procurou entender o significado da visão. Ele não podia compreender a relação dos setenta anos do cativeiro como preditos por Jeremias, para com os dois mil e trezentos anos que nessa visão ouvira o visitante declarar que mediariam até a purificação do santuário. O anjo Gabriel lhe deu uma interpretação parcial; mas quando o profeta ouviu as palavras: “Só daqui a muitos dias se cumprirá” (Daniel 8:26), ele desmaiou. ... {VA 142.2}
Levando ainda o fardo pelo bem de Israel, Daniel estudou de novo as profecias de Jeremias. Elas eram muito claras. ... {VA 143.1}
Com fé fundada na segura palavra da profecia, Daniel pleiteou do Senhor o imediato cumprimento dessas promessas. — Profetas e Reis, 553-555. {VA 143.2}
À medida que a oração de Daniel avança, o anjo Gabriel voa rapidamente desde as cortes celestiais, para assegurar ao profeta que suas orações haviam sido ouvidas e atendidas. Este poderoso anjo fora comissionado para dar sabedoria e compreensão a Daniel — para abrir diante dele os mistérios de eras futuras. Assim, enquanto buscava sinceramente conhecer e compreender a verdade, Daniel foi posto em comunhão com o mensageiro delegado pelo Céu. — The Review and Herald, 8 de Fevereiro de 1881. {VA 143.3}
Antes mesmo de encerrar sua súplica diante de Deus, [Daniel] recebeu novamente a visita de Gabriel, que veio para focalizar a atenção do profeta na visão que ele tivera antes da queda de Babilônia e da morte de Belsazar. O anjo detalhou então o período das setenta semanas. — The Review and Herald, 21 de Março de 1907. {VA 143.4}
A luta pelo controle sobre os reis da Pérsia
Os agentes celestiais necessitam lutar contra obstáculos antes de, ao devido tempo, poderem cumprir o propósito de Deus. O rei da Pérsia estava sob o domínio do mais poderoso dentre os anjos maus. Recusava-se, conforme fizera Faraó, a obedecer à palavra do Senhor. Gabriel declarou que Satanás se lhe havia oposto durante vinte e um dias em suas acusações contra os judeus. Mas Miguel veio em seu auxílio e então permaneceu com os reis da Pérsia, mantendo sem ação os poderes do mal e oferecendo bons conselhos, em lugar dos maus. — The S.D.A. Bible Commentary 4:1173. {VA 144.1}
[Ciro], o rei [persa], resistira durante vinte e um dias às impressões do Espírito de Deus, enquanto Daniel jejuava e orava. Entretanto, o Príncipe do Céu, o arcanjo Miguel, foi enviado para modificar o coração do obstinado rei, de modo a tomar uma decisão que respondesse à oração de Daniel. — The Review and Herald, 8 de Fevereiro de 1881. {VA 144.2}
Ninguém menos que o Filho de Deus apareceu a Daniel. Sua descrição é semelhante àquela apresentada por João quando Cristo lhe apareceu na Ilha de Patmos. {VA 144.3}
Nosso Senhor vem agora com outro mensageiro celestial para mostrar a Daniel o que ocorreria nos últimos dias. — The Review and Herald, 8 de Fevereiro de 1881. {VA 144.4}
Daniel... não conseguiu olhar o rosto do anjo, e já não possuía forças. Estas haviam desaparecido. Portanto, o anjo veio até ele e o colocou de joelhos. Ainda assim não conseguiu
contemplar o anjo. Este apresentou-se então com aparência humana. Assim o profeta conseguiu suportar a visão. — Manuscript Releases 2:348. {VA 145.5}
A vitória foi finalmente obtida e as forças inimigas foram mantidas sem ação todos os dias de Ciro, que reinou sete anos, e durante todos os dias de seu filho Cambisses, que reinou sete anos e meio. — The Review and Herald, 5 de Dezembro de 1907. {VA 145.1}
O segundo templo
O segundo templo não igualava o primeiro em magnificência, nem recebeu o toque visível da presença divina, como no caso do primeiro templo. Não houve manifestação de poder sobrenatural para assinalar sua dedicação. Nenhuma nuvem de glória foi vista inundar o santuário recém-erigido. Nenhum fogo desceu do Céu para consumir o sacrifício sobre o seu altar. O shekinah não mais habitava entre os querubins no santo dos santos; a arca, o propiciatório e as tábuas do testemunho não se encontravam ali. Nenhum sinal do Céu tornou conhecida ao sacerdote inquiridor a vontade de Jeová. — Profetas e Reis, 596, 597. {VA 145.2}
Esdras
Os filhos do cativeiro que tinham voltado com Esdras, “ofereceram holocaustos ao Deus de Israel” (Esdras 8:35), como sacrifício pelo pecado, e como sinal de seu reconhecimento e ação de graças pela proteção de santos anjos durante a viagem. — Profetas e Reis, 619. {VA 145.3}
Neemias
Neemias esperara quatro meses por uma oportunidade favorável de apresentar seu pedido ao rei. Durante este tempo, embora o seu coração estivesse carregado de dor, ele procurou mostrar-se alegre na presença real. Nas salas de luxo e esplendor, todos deviam parecer alegres e felizes. A tristeza não devia lançar sua sombra sobre a face de qualquer assistente da realeza. Mas no período de retraimento de Neemias, ocultas da vista dos homens, muitas foram as orações, as confissões, as lágrimas, ouvidas e testemunhadas por Deus e os anjos. — Profetas e Reis, 630. {VA 146.1}
As visões de Zacarias
“Tornei a levantar os meus olhos”, diz Zacarias, “e vi, um homem em cuja mão estava um cordel de medir. E eu disse: Para onde vais tu? E ele me disse: Medir Jerusalém, para ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro e lhe disse: Corre, fala a este jovem, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão, nela, dos homens e dos animais. E Eu, diz o Senhor, serei para ela um muro de fogo em redor e Eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória.” Zacarias 2:1-5. — The Review and Herald, 26 de Dezembro de 1907. {VA 146.2}
A visão de Josué e o anjo
A cena de Satanás como acusador foi apresentada diante do profeta. Ele diz: “Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à mão direita dele, para se lhe opor.” Zacarias 3:1. — The Review and Herald, 22 de Agosto de 1893. {VA 146.3}
Uma ilustração muito viva e impressionante da obra de Satanás e da de Cristo, e do poder de nosso Mediador para vencer o acusador de Seu povo, é dada na profecia de Zacarias. Em santa visão o profeta contempla a Josué, o sumo sacerdote, “vestido de vestes sujas” (Zacarias 3:3), diante do Anjo do Senhor, suplicando a misericórdia de Deus em favor de seu povo, que se acha em profunda aflição. Satanás acha-se a Sua mão direita, para resistir-Lhe. {VA 147.1}
Visto que Israel fora escolhido para preservar na Terra o conhecimento de Deus, tinham sido eles desde quando vieram a existir como nação, o objeto especial da inimizade de Satanás, e ele determinara promover sua destruição. Não lhes podia ele fazer mal algum enquanto fossem obedientes a Deus; por isso dobrou todo o seu poder e astúcia para os induzir ao pecado. Enganados por suas tentações, haviam transgredido a lei de Deus, separando-se assim da Fonte de sua força, tendo sido deixados a tornar-se presa de seus inimigos gentios. Foram levados em cativeiro para a Babilônia, e ali permaneceram por muitos anos. {VA 147.2}
Entretanto, não foram abandonados pelo Senhor. Foram-lhes enviados Seus profetas, com repreensões e advertências. O povo foi desperto para reconhecer sua culpa, humilharam-se perante Deus e a Ele volveram com arrependimento verdadeiro. Então o Senhor lhes enviou mensagens de animação, declarando que os livraria do cativeiro e os restauraria ao Seu favor. Isso era o que Satanás estava resolvido a impedir. Já um remanescente de Israel voltara para sua terra, e Satanás procurava levar as nações pagãs, que eram agentes seus, a destruí-los por completo. ... {VA 147.3}
O sumo sacerdote [Josué] não se pode defender, nem ao seu povo, das acusações de Satanás. Não alega que Israel esteja livre de falta. Em suas vestes sujas, simbolizando os pecados do povo, com os quais ele arca como representante seu, está ele perante o anjo, confessando a falta deles, mas ao mesmo tempo alegando seu arrependimento e humilhação, confiando na misericórdia de um Redentor que perdoa o pecado e, com fé, suplicando as promessas de Deus. {VA 148.1}
Então o Anjo, que é o próprio Cristo, o Salvador dos pecadores, reduz ao silêncio o acusador do Seu povo, declarando: “O Senhor te repreende, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo?” Zacarias 3:2. Israel por muito tempo permanecera na fornalha da aflição. Por causa de seus pecados foram quase consumidos na chama acesa por Satanás e seus agentes, para sua destruição; mas Deus agora Se lançara à obra de os salvar. Penitentes e humilhados como se acham, o compassivo Salvador não abandona Seu povo ao cruel poder dos pagãos. ... {VA 148.2}
Depois de aceita a intercessão de Josué, é dada a ordem: “Tirai-lhe as vestes sujas”, e o Anjo declara a Josué: “Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniqüidade e te vestirei de finos trajes. ... Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça um turbante limpo e o vestiram com trajes próprios.” Zacarias 3:4, 5. Foram perdoados os seus próprios pecados e os do povo. Israel vestiu “vestes novas” — a justiça de Cristo imputada a eles. A mitra colocada sobre a cabeça de Josué era como a que usavam os sacerdotes, e trazia a inscrição: “Santidade ao Senhor” (Zacarias 14:20), significando que, não obstante suas transgressões anteriores, achava-se ele agora habilitado a ministrar perante Deus em Seu santuário. {VA 148.3}
Depois de assim o haver solenemente investido da dignidade do sacerdócio, declarou o Anjo: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Se andares nos Meus caminhos e se observares as Minhas ordenanças, também tu julgarás a Minha casa e também guardarás os Meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui.” Zacarias 3:7. Seria ele honrado, como juiz ou administrador do templo e de todos os seus serviços; deveria andar entre os anjos assistentes, mesmo nesta vida, e no final unir-se à glorificada multidão ao redor do trono de Deus. — Testemunhos Selectos 2:170-172. {VA 149.1}
Esta palavra de segurança é oferecida a todos os que possuem fé em Deus. Recebam esta maravilhosa promessa. Não é um ser humano quem está falando. “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Se andares nos Meus caminhos e se observares as Minhas ordenanças, também tu julgarás a Minha casa e também guardarás os Meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui.” Zacarias 3:7. {VA 149.2}
“Entre os que estão aqui.” Os exércitos dos inimigos, que tentam levar o povo de Deus à divisão, e os exércitos do Céu, milhares e dezenas de milhares de anjos, que protegem e guardam o tentado povo de Deus, animando-os e fortalecendo-os — são estes “os que estão aqui”. Deus diz aos que nEle crêem: Vocês estarão entre estes. Não serão vencidos pelos poderes das trevas. Estarão diante de Mim, na presença de santos anjos, que são enviados para ministrar àqueles que haverão de herdar a salvação. — The Review and Herald, 30 de Abril de 1901. {VA 149.3}
A visão do candelabro e das duas oliveiras
Imediatamente após a visão que Zacarias teve de Josué e do anjo, que ofereceu ao sumo sacerdote um testemunho pessoal para encorajamento seu e de todo o povo de Deus, o profeta recebeu outro testemunho pessoal em relação à obra de Zorobabel. Zacarias declara: “Tornou o anjo que falava comigo, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono, e me disse: Que vês? E eu disse: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite no cimo, com as suas sete lâmpadas; e cada lâmpada posta no cimo tinha sete canudos. E, por cima dele, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e a outra à sua esquerda.” Zacarias 4:1-3. — The Review and Herald, 16 de Janeiro de 1908. {VA 150.1}
“Falei mais e disse-lhe: Que são as duas oliveiras à direita do castiçal e à sua esquerda? E, falando-lhe outra vez, disse: Que são aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos dois tubos de ouro e que vertem de si ouro? E ele me respondeu: ... São os dois ungidos, que estão diante do Senhor de toda a Terra.” Zacarias 4:11-14. {VA 150.2}
Os ungidos que estão diante do Senhor de toda Terra mantêm a posição uma vez outorgada a Satanás como querubim cobridor. Por intermédio dos seres santos que circundam Seu trono, o Senhor mantém constante comunicação com os habitantes da Terra. — The Review and Herald, 20 de Julho de 1897. {VA 150.3}
Os anjos no tempo de Ester
A decisão do rei [Assuero] foi obtida sob falsos pretextos, mediante uma errônea representação do caráter desse povo. O próprio plano fora inspirado por Satanás, ao qual interessava desarraigar da Terra os que preservam o conhecimento do Deus vivo. Mas essas conspirações falharam diante do poder dos que são enviados a servir a favor dos homens. Anjos magníficos em poder tiveram a incumbência de proteger o povo de Deus, e as maquinações de seus adversários recaíram sobre eles próprios nas suas conseqüências. — Testemunhos Selectos 2:149, 150. {VA 151.1}
No dia apontado para a sua destruição, “os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para pôr as mãos sobre aqueles que procuravam o seu mal; e nenhum podia resistir-lhes, porque o seu terror caiu sobre todos aqueles povos”. Ester 9:2. Anjos magníficos em poder tinham sido comissionados por Deus para proteger Seu povo, enquanto eles se punham “em defesa da sua vida”. Ester 9:16. — Profetas e Reis, 602. {VA 151.2}
O pai de João Batista
Zacarias habitava nas “montanhas da Judéia” (Lucas 1:65), mas fora a Jerusalém, para ministrar por uma semana no templo, serviço requerido duas vezes por ano dos sacerdotes de todas as turmas. ... {VA 151.3}
Achava-se ele diante do altar de ouro, no lugar santo do santuário. ... De repente, sentiu-se consciente da presença divina. Um anjo do Senhor achava-se “em pé, à direita do altar do incenso”. Lucas 1:11. A posição do anjo era uma indicação de favor, mas Zacarias não reparou nisso. Por muitos anos orara pela vinda do Redentor; agora o Céu enviara seu mensageiro para anunciar que essas orações estavam prestes a ser atendidas; a misericórdia de Deus, porém, parecia-lhe demasiadamente grande para ele acreditar. Encheu-se de temor e condenação própria. {VA 151.4}
Foi, no entanto, saudado com a alegre promessa: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. Disse, então, Zacarias ao anjo: Como saberei isso? Pois eu já sou velho, e minha mulher, avançada em idade.” Lucas 1:13, 18. ... {VA 152.1}
À pergunta de Zacarias, disse o anjo: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas.” Lucas 1:19. Quinhentos anos antes, Gabriel dera a conhecer a Daniel o período profético que se devia estender até à vinda de Cristo. O conhecimento de que o fim desse período estava próximo, movera Zacarias a orar pelo advento do Redentor. Agora, o próprio mensageiro por meio de quem a profecia fora dada, viera anunciar o seu cumprimento. {VA 152.2}
As palavras do anjo: “Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus”, mostram que ocupa posição de elevada honra, nas cortes celestiais. Quando viera com uma mensagem para Daniel, dissera: “Ninguém há que se esforce comigo contra aqueles, a não ser Miguel [Cristo], vosso príncipe.” Daniel 10:21. De Gabriel, diz o Salvador em Apocalipse: “Pelo Seu anjo as enviou e as notificou a João, Seu servo.” Apocalipse 1:1. E a João o anjo declarou: “Eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas.” Apocalipse 22:9. Maravilhoso pensamento — que o anjo que ocupa, em honra, o lugar logo abaixo do Filho de Deus, é o escolhido para revelar os desígnios de Deus a homens pecadores. — O Desejado de Todas as Nações, 97-99. {VA 152.3}
O trabalho de João Batista foi predito pelo anjo que visitou Zacarias no templo. Disse o anjo: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. ... Será cheio do Espírito Santo... e converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante dEle no espírito e virtude de Elias.” Lucas 1:13, 15-17. — The Review and Herald, 20 de Fevereiro de 1900. {VA 153.1}
O anjo Gabriel apresentou orientações especiais aos pais de João, no tocante à temperança. Uma lição de reforma de saúde foi dada por um dos mais exaltados anjos do trono celestial. — The Spirit of Prophecy 2:43. {VA 153.2}
Em João Batista levantou Deus um mensageiro para preparar o caminho do Senhor. Deveria ele apresentar ao mundo um testemunho definido, ao reprovar e denunciar o pecado. O anjo dissera, ao anunciar a missão e obra de João: “Irá adiante dEle no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto.” Lucas 1:17. — The Review and Herald, 2 de Agosto de 1898. {VA 153.3}
O profundo mistério da encarnação
Ao contemplarmos a encarnação de Cristo, sentimo-nos desconcertados diante de um insondável mistério que a mente humana é incapaz de compreender. Quanto mais refletimos sobre isto, mais surpreendente nos parece o tema. Quão imenso é o contraste entre a divindade de Cristo e a indefesa criancinha na manjedoura de Belém! Como entender a distância entre o poderoso Deus e a desajudada criança? Pois ainda assim o Criador dos mundos, Aquele em quem habitava a plenitude da divindade, manifestou-Se como indefeso bebê na manjedoura. Mais excelso que qualquer dos anjos, igual ao Pai em dignidade e glória, vestido agora do manto da humanidade! Divindade e humanidade combinaram-se misteriosamente, pois o homem e Deus tornaram-se um. É nessa união que encontramos a esperança para nossa decaída raça. — The Signs of the Times, 30 de Julho de 1896. {VA 154.1}
O universo expectante
A vinda de Cristo a nosso mundo constituiu um grande evento, não apenas para a Terra, mas para todos os mundos do Universo de Deus. Diante das inteligências celestiais deveria Ele assumir a nossa natureza e ser tentado em todas coisas, assim como o somos. — The Signs of the Times, 20 de Fevereiro de 1893. {VA 154.2}
Vindo habitar conosco, Jesus devia revelar Deus tanto aos homens como aos anjos. ... Mas não somente a Seus filhos nascidos na Terra era feita essa revelação. Nosso pequenino mundo é o livro de estudo do Universo. O maravilhoso desígnio de graça do Senhor, o mistério do amor que redime, é o tema para que “os anjos desejam bem atentar” (1 Pedro 1:12), e será seu estudo através dos séculos sem fim. — O Desejado de Todas as Nações, 19. {VA 155.1}
Por que assumiu Cristo a natureza humana?
[Satanás] havia-se gabado diante dos anjos celestiais de que se Cristo assumisse a natureza humana, tornar-Se-ia mais fraco que o próprio Satanás, e que assim ele O venceria com seu poder. Vangloriava-se de que Adão e Eva não haviam conseguido resistir às suas insinuações quando ele lhes apelara ao apetite. — The Review and Herald, 28 de Julho de 1874. {VA 155.2}
O Filho Unigênito de Deus veio a nosso mundo como homem, para revelar-nos que o homem pode observar a lei de Deus. Satanás, o anjo caído, declarara que nenhum homem seria capaz de guardar a lei de Deus após a desobediência de Adão. — Manuscript Releases 6:334. {VA 155.3}
Satanás alegava ser impossível para os seres humanos guardarem a lei de Deus. A fim de provar a falsidade dessa alegação, Cristo deixou Seu elevado comando, tomou sobre Si a natureza do homem e veio à Terra para colocar-Se à testa da raça caída, com o objetivo de demonstrar que a humanidade poderia enfrentar as tentações de Satanás. — Olhando para o Alto, 166. {VA 155.4}
A natureza humana de Cristo
Sua [de Cristo] natureza humana foi criada; ela nem sequer possuía os poderes angélicos. Era humana, idêntica à nossa. — Mensagens Escolhidas 3:129. {VA 156.1}
Cristo, na debilidade humana, deveria suportar as tentações daquele que possuía os poderes de uma natureza mais elevada, a natureza que Deus outorgara à família angelical. — The Review and Herald, 28 de Janeiro de 1909. {VA 156.2}
A história de Belém é inexaurível. Nela se acham ocultas a “profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus”. Romanos 11:33. Maravilhamo-nos do sacrifício do Salvador em trocar o trono do Céu pela manjedoura, e a companhia dos anjos que O adoravam pela dos animais da estrebaria. O orgulho e presunção humanos ficam repreendidos em Sua presença. Todavia, esse passo não era senão o princípio de Sua maravilhosa condescendência. Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus, revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável. — O Desejado de Todas as Nações, 48, 49. {VA 156.3}
Como Deus, Cristo não poderia ser tentado a pecar, assim como não fora tentado a quebrar Seu concerto no Céu. Quando, porém, Cristo humilhou-Se e assumiu a natureza humana, colocou-Se sob a tentação. Ele não assumira nem mesmo a natureza dos anjos, e sim a humanidade, perfeitamente idêntica à nossa, exceto pela mancha do pecado. Um corpo humano, uma mente humana, com todas as suas características peculiares — Ele era constituído de ossos, cérebro e músculos. Sendo de nossa própria carne, compartilhava das fraquezas da humanidade. As circunstâncias de Sua vida foram de ordem a expor-Se Ele a todas as inconveniências de pertencer ao gênero humano, não em riqueza e facilidades, e sim em pobreza, carência e humilhação. Ele respirou o mesmo ar que inspiramos. Caminhou sobre o solo como o fazemos. Tinha raciocínio, consciência, memória, vontade e afeições de uma alma humana, tudo isso unido à Sua natureza divina. — Manuscript Releases 16:181, 182. {VA 157.1}
No Menino de Belém encontrava-se, encoberta, a glória ante a qual se curvam os anjos. Essa inconsciente criancinha era a Semente prometida, a quem apontava o primeiro altar, construído à porta do Éden. — O Desejado de Todas as Nações, 52. {VA 157.2}
A anunciação
Antes de Seu nascimento [de Cristo] o anjo dissera a Maria: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus Lhe dará o trono de Davi, Seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó.” Lucas 1:32, 33. Aquelas palavras, Maria ponderara em seu coração; no entanto, ao passo que acreditava que Seu filho havia de ser o Salvador de Israel, não Lhe compreendia a missão. — O Desejado de Todas as Nações, 81, 82. {VA 157.3}
Anjos contemplavam os cansados viajantes, acompanhando José e Maria enquanto estes se dirigiam à cidade de Davi para serem registrados, segundo o decreto de César Augusto. Eles vieram a esta cidade pela providência de Deus, pois, de acordo com a profecia, era nesse lugar que Cristo deveria nascer. Procuraram lugar nas hospedagens, mas não houve lugar para eles. Os ricos e nobres haviam sido recebidos com alegria, haviam encontrado abrigo e refrigério, ao passo que os exaustos viajantes foram compelidos a procurar refúgio num rústico estábulo, que abrigava mudos animais. — The Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872. {VA 158.1}
Antes do nascimento de Cristo
Compreendeu-se no Céu que chegara o tempo para o advento de Cristo ao mundo, e os anjos deixaram a glória para testemunhar a Sua recepção por parte daqueles a quem viera abençoar e salvar. Haviam presenciado a Sua glória no Céu, e agora esperavam que Ele fosse recebido com honras e de acordo com Seu caráter e dignidade de Sua missão. Chegando à Terra, os anjos se aproximaram em primeiro lugar do povo que Deus havia separado dentre as nações do mundo como Seu peculiar tesouro. Não observaram qualquer interesse especial entre os judeus, nenhuma ansiosa espera por serem os primeiros a receber o Redentor e reconhecer Seu advento. — The Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872. {VA 158.2}
Um anjo visita a Terra a fim de ver quais os que se acham preparados para receber a Jesus. Não pode, porém, distinguir sinal algum de expectação. Não ouve voz alguma de louvor e triunfo, anunciando que o tempo da vinda do Messias está às portas. O anjo paira por algum tempo sobre a cidade escolhida e o templo onde a presença divina tinha sido manifestada durante séculos; mas, mesmo ali, há idêntica indiferença. ... {VA 158.3}
Com espanto está o mensageiro celestial prestes a voltar para o Céu com a desonrosa notícia, quando descobre alguns pastores que, à noite, vigiam seus rebanhos e, mirando o céu bordado de estrelas, meditam na profecia do Messias a vir à Terra, anelando o advento do Redentor do mundo. Ali se encontra um grupo que está preparado para receber a mensagem celestial. E subitamente o anjo do Senhor aparece anunciando as boas novas de grande alegria. — O Grande Conflito, 314. {VA 159.1}
Os anjos passaram por alto as escolas dos profetas, e os palácios dos reis e apareceram a humildes pastores que à noite guardavam seus rebanhos nas colinas de Belém. Primeiro apareceu um anjo, vestido com a armadura celestial. Tão surpresos e aterrorizados se sentiram os pastores, que mal podiam espiar, com indescritível assombro, a glória do visitante que chegara do Céu. O anjo do Senhor pôs-se diante deles e lhes disse: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: achareis o menino envolto em panos e deitado numa manjedoura.” Lucas 2:10-12. {VA 159.2}
Tão pronto seus olhos se haviam acostumado com a gloriosa presença do anjo, eis que toda a colina encheu-se de luz pela presença da maravilhosa glória de uma multidão de anjos que ocupavam as cercanias. O anjo acalmou os temores dos guardiões de ovelhas, abrindo seus olhos para que contemplassem a multidão de seres celestes, todos louvando a Deus e dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens, a quem Ele quer bem.” Lucas 2:14. — The Review and Herald, 9 de Dezembro de 1884. {VA 159.3}
Os pastores encheram-se de alegria e, assim que a radiante glória desapareceu e os anjos retornaram ao Céu, apressaram-se em compartilhar as alegres novas, partindo em busca do Salvador. Encontraram-nO, conforme testificara o mensageiro celestial, envolto em panos e deitado numa estreita manjedoura. — The Review and Herald, 17 de Dezembro de 1872. {VA 160.1}
Satanás observou as planícies de Belém iluminadas pela radiante glória de uma multidão de anjos celestes. Ouviu seus cânticos: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na Terra entre os homens.” Lucas 2:14. O príncipe das trevas percebeu os surpresos pastores encherem-se de temor enquanto contemplavam as colinas iluminadas. Eles tremeram diante das exibições de excelsa glória que parecia dominar seus sentidos. Até mesmo o líder rebelde tremeu diante da proclamação do anjo aos pastores: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Lucas 2:10, 11. ... {VA 160.2}
Satanás sabia que o cântico dos mensageiros celestiais proclamando o advento do Salvador ao mundo decaído, e a alegria expressa diante desse grande evento, não significavam nada de bom para ele. Tenebrosos pressentimentos despertaram-se em sua mente, quanto à influência que teria este advento ao mundo sobre o seu reino. — The Review and Herald, 3 de Março de 1874. {VA 160.3}
Os magos
Não foi somente nas colinas da Judéia, nem apenas entre os humildes pastores, que os anjos encontraram os que se achavam vigilantes pela vinda do Messias. Na terra dos gentios havia também os que por Ele esperavam; eram homens sábios, ricos e nobres filósofos do Oriente. Estudiosos da Natureza, haviam os magos visto a Deus em Sua obra. Pelas Escrituras hebraicas tinham aprendido acerca da Estrela que deveria surgir de Jacó, e com ardente desejo esperavam a vinda dAquele que seria não somente a “Consolação de Israel” (Lucas 2:25), mas uma “luz para alumiar as nações” (Lucas 2:32), e “salvação até aos confins da Terra”. Atos dos Apóstolos 13:47. — O Grande Conflito, 315. {VA 161.1}
Os sábios... haviam estudado as profecias e sabiam que se achava às portas o tempo em que Cristo deveria vir. Achavam-se ansiosamente aguardando por algum notável sinal deste grande evento, para que pudessem encontrar-se entre os primeiros a dar as boas-vindas ao Rei celestial e adorá-Lo. Estes sábios haviam contemplado os céus iluminados com a luz que irradiara dos mensageiros celestiais que anunciaram o nascimento de Cristo aos pastores de Israel. Depois que a multidão angélica retornara ao Céu, uma brilhante estrela aparecera. A aparência incomum da grande e luminosa estrela, que nunca antes haviam observado, pendente no Céu como que significando um sinal, atraiu a atenção dos magos, e o Espírito de Deus moveu-os a saírem à procura dAquele que viera do Céu para visitar o mundo caído. — Redemption or the First Advent of Christ With His Life and Ministry, 16. {VA 161.2}
Ao dissipar-se a luz [dos anjos sobre Belém], surgiu uma luminosa estrela que permaneceu no céu. Não era uma estrela fixa, nem um planeta, e o fenômeno despertou o mais vivo interesse. Aquela estrela era um longínquo grupo de anjos resplandecentes, mas isso os sábios ignoravam. Tiveram, todavia, a impressão de que aquela estrela tinha para eles significado especial. Consultaram sacerdotes e filósofos, e examinaram os rolos dos antigos registros. A profecia de Balaão declarara: “Uma Estrela procederá de Jacó, e um cetro subirá de Israel.” Números 24:17. Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido? Os magos acolheram com agrado a luz da verdade enviada pelo Céu; agora era sobre eles derramada em mais luminosos raios. Foram instruídos em sonhos a ir em busca do recém-nascido Príncipe. — O Desejado de Todas as Nações, 60. {VA 162.1}
Anjos de Deus, com a aparência de uma estrela, conduziram os sábios em sua missão de procura a Jesus. Estes vieram com presentes custosos e ofertas de incenso e mirra, para entregar sua oferenda ao menino Rei predito pela profecia. Seguiram os brilhantes mensageiros com segurança e grande alegria. — The Review and Herald, 9 de Dezembro de 1884. {VA 162.2}
Os homens sábios conduziram seu caminho para onde a estrela parecia guiá-los. À medida que se aproximavam da cidade de Jerusalém, a estrela foi-se apagando, e deixou de guiá-los. Raciocinaram que os judeus em Jerusalém não ignorariam o grande evento da chegada do Messias, de modo que fizeram perguntas na vizinhança da cidade. Expuseram claramente seu objetivo. Estavam à procura de Jesus, o rei dos judeus, pois haviam visto Sua estrela no oriente, e haviam vindo para adorá-Lo. — Redemption or the First Advent of Christ With His Life and Ministry, 16. {VA 162.3}
A chegada dos magos foi prontamente divulgada por toda Jerusalém. Sua estranha mensagem criou entre o povo um despertamento que penetrou no palácio do rei Herodes. O astuto edomita foi despertado ante a notícia de um possível rival. ... {VA 163.1}
Herodes suspeitou que os sacerdotes estivessem tramando com os estrangeiros para despertar um tumulto popular, destronando-o. Ocultou, no entanto, sua desconfiança, decidido a malograr-lhes os planos por maior astúcia. Convocando os principais dos sacerdotes e os escribas, interrogou-os quanto aos ensinos dos livros sagrados com relação ao lugar do nascimento do Messias. {VA 163.2}
Essa indagação do usurpador do trono, e o ser feita a instâncias de estrangeiros, incitou o orgulho dos mestres judeus. A indiferença com que se voltaram para os rolos da profecia, irritou o ciumento tirano. Julgou que estavam buscando ocultar seu conhecimento do assunto. Com uma autoridade que não ousaram desatender, ordenou-lhes que fizessem atenta busca e declarassem o lugar do nascimento do esperado Rei. “E eles lhe disseram: Em Belém da Judéia, porque assim está escrito pelo profeta.” Mateus 2:5. ... {VA 163.3}
Os sacerdotes e anciãos de Jerusalém não eram tão ignorantes a respeito do nascimento de Cristo como simulavam. A notícia da visita dos anjos aos pastores fora levada a Jerusalém, mas os rabis a haviam recebido como pouco digna de atenção. Eles próprios poderiam haver encontrado Jesus, e estado preparados para conduzir os magos ao lugar em que nascera; ao invés disso, porém, foram eles que lhes vieram chamar a atenção para o nascimento do Messias. “Onde está Aquele que é nascido Rei dos judeus?” perguntaram; “porque vimos a Sua estrela no Oriente e viemos a adorá-Lo.” Mateus 2:2. {VA 163.4}
Então o orgulho e a inveja cerraram a porta à luz. Fossem acreditadas as notícias trazidas pelos pastores e os magos, e teriam colocado os sacerdotes e rabinos numa posição nada invejável, destituindo-os de suas pretensões a exponentes da verdade de Deus. Estes doutos mestres não desceriam a ser instruídos por aqueles a quem classificavam de gentios. Não poderia ser, diziam, que Deus os passasse por alto, para Se comunicar com pastores ignorantes ou incircuncisos pagãos. Resolveram mostrar desprezo pelas notícias que estavam agitando o rei Herodes e toda Jerusalém. Nem mesmo iriam a Belém, a ver se estas coisas eram assim. ... {VA 164.1}
Sozinhos partiram os magos de Jerusalém. Caíam as sombras da noite quando saíram das portas, mas, para sua grande alegria viram novamente a estrela, e foram guiados a Belém. Não tinham, como os pastores, recebido comunicação quanto ao humilde estado da Criança. ... Em Belém, não encontraram nenhuma guarda real a proteger o recém-nascido Rei. Não havia a assisti-Lo nenhum dos grandes da Terra. Jesus estava deitado numa manjedoura. Os pais, iletrados camponeses, eram Seus únicos guardas. ... {VA 164.2}
“E, entrando na casa, acharam o Menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram.” Mateus 2:11. Através da humilde aparência exterior de Jesus, reconheceram a presença da Divindade. — O Desejado de Todas as Nações, 61-63. {VA 164.3}
Depois que a missão dos sábios fora completada, era seu propósito retornar e levar a Herodes as alegres novas de seu sucesso na jornada. Deus, contudo, enviou Seus anjos durante a noite para modificar o trajeto dos magos. Em visão noturna foram eles claramente orientados quanto a não retornar a Herodes. Eles obedeceram aos mensageiros celestiais e retornaram para casa por outro caminho. — Redemption or the First Advent of Christ With His Life and Ministry, 19. {VA 165.1}
De igual maneira, recebeu José aviso de fugir para o Egito com Maria e a criança. E o anjo disse: “E demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o Menino para O matar.” Mateus 2:13. José obedeceu sem demora, pondo-se de viagem à noite, para maior segurança. ... {VA 165.2}
Em Jerusalém, Herodes aguardava impaciente a volta dos magos. Como passasse o tempo, e não aparecessem, despertaram-se nele suspeitas. ... Imediatamente foram enviados soldados a Belém, com ordem de matar todas as crianças de dois anos e para baixo. — O Desejado de Todas as Nações, 64, 65. {VA 165.3}
Mas um poder mais elevado achava-se operando contra os planos do príncipe das trevas. Anjos de Deus frustraram seus desígnios e protegeram a vida do menino Redentor. — The Signs of the Times, 4 de Agosto de 1887. {VA 165.4}
José, que ainda se achava no Egito, foi então solicitado por um anjo de Deus a voltar para a terra de Israel. ... Ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai, receou que o desígnio do pai contra Cristo pudesse ser executado pelo filho. ... {VA 165.5}
Novamente foi José encaminhado para um lugar de segurança. Voltou para Nazaré, sua residência anterior, e ali, por cerca de trinta anos viveu Jesus. ... Deus... comissionou anjos para assisti-Lo e protegê-Lo até que cumprisse Sua missão na Terra, e morresse às mãos daqueles a quem viera salvar. — O Desejado de Todas as Nações, 66, 67. {VA 166.1}
Os anos silenciosos
Desde Seus primeiros anos, [Cristo] viveu uma vida de trabalho. A maior parte de Sua vida terrestre foi gasta em paciente trabalho na oficina de carpintaria de Nazaré. Sob a aparência de um operário comum, o Senhor da vida pisou as ruas da pequena cidade na qual vivia, indo e vindo de Seu humilde trabalho. Anjos ministradores O assistiam enquanto caminhava lado a lado com agricultores e operários, sem ser reconhecido nem honrado. — The Review and Herald, 3 de Outubro de 1912. {VA 166.2}
Ao longo de Sua infância e juventude, manifestou Ele a perfeição de caráter que marcou Sua vida posterior. Cresceu em sabedoria e conhecimento. Enquanto testemunhava as ofertas sacrificais, o Espírito Santo mostrou-Lhe que Sua vida seria sacrificada para a vida do mundo. Cresceu como uma tenra planta, não em grande e ruidosa cidade, cheia de confusão e problemas, mas nos retirados vales entre montanhas. Desde os primeiros anos foi protegido por anjos celestes, mas ainda assim foi Sua vida uma longa batalha contra os poderes das trevas. Agentes satânicos combinaram-se com instrumentos humanos para encher Sua vida de tentações e provas. Por intermédio de agentes sobrenaturais, Suas palavras, que eram vida e salvação para todos os que as recebiam e praticavam, foram pervertidas e mal-interpretadas. — The Signs of the Times, 6 de Agosto de 1896. {VA 166.3}
Por Seu exemplo Jesus santificou a humilde senda da vida humana. Durante trinta anos foi habitante de Nazaré. Sua vida foi marcada por diligente trabalho. Ele, a Majestade do Céu, andou pelas ruas revestido da aparência de um humilde trabalhador. Subiu e desceu os caminhos das montanhas para ir e vir de seu trabalho. Não foram enviados anjos para outorgar-Lhe forças sobrenaturais, que Lhe facilitassem o trabalho ou evitassem o cansaço. Entretanto, ao prosseguir em Seus esforços para contribuir com o sustento da família através das lides diárias, possuía Ele o mesmo poder revelado na realização do milagre da multiplicação dos pães para saciar a fome de milhares, nas praias da Galiléia. — The Review and Herald, 1 de Outubro de 1876. {VA 167.1}
O batismo de Cristo
Quando Jesus foi para ser batizado, João nEle reconheceu pureza de caráter que nunca divisara em homem algum. ... Ao pedir Jesus o batismo, João recusou, exclamando: “Eu careço de ser batizado por Ti, e vens Tu a mim?” Mateus 3:14. Com firme, se bem que branda autoridade, Jesus respondeu: “Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.” Mateus 3:15. E João, cedendo, desceu com o Salvador ao Jordão, sepultando-O nas águas. “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele.” Mateus 3:16. — O Desejado de Todas as Nações, 110, 111. {VA 168.1}
Anjos celestiais olhavam com interesse para as cenas do batismo do Salvador. Pudessem ser abertos os olhos dos que assistiam o evento, teriam eles visto o exército celestial circundando o Filho de Deus quando Este desceu as barrancas do Jordão. — The Youth’s Instructor, 23 de Junho de 1892. {VA 168.2}
O olhar do Salvador parece penetrar o Céu, ao derramar a alma em oração. Bem sabe como o pecado endureceu o coração dos homens, e como lhes será difícil discernir Sua missão, e aceitar o dom da salvação eterna. Suplica ao Pai poder para vencer a incredulidade deles, quebrar as cadeias com que Satanás os escravizou, a derrotar, em seu benefício, o destruidor. Pede o testemunho de que Deus aceite a humanidade na pessoa de Seu Filho. {VA 169.1}
Nunca antes haviam os anjos ouvido tal oração. Anseiam trazer a Seu amado Capitão uma mensagem de certeza e conforto. Mas não; o próprio Pai responderá à petição do Filho. Diretamente do trono são enviados os raios de Sua glória. Abrem-se os céus, e sobre a cabeça do Salvador desce a forma de uma pomba da mais pura luz — fiel emblema dEle, o Manso e Humilde. ... {VA 169.2}
O povo ficou silencioso, a contemplar a Cristo. Seu vulto achava-se banhado pela luz que circunda sem cessar o trono de Deus. Seu rosto erguido estava glorificado como nunca antes tinham visto um rosto de homem. Dos céus abertos, ouviu-se uma voz, dizendo: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo.” Mateus 3:17. — O Desejado de Todas as Nações, 111, 112. {VA 169.3}
O Senhor havia prometido conceder a João um sinal através do qual ele saberia da chegada do Messias, e agora, ao Jesus subir das águas, foi-lhe concedido o prometido sinal. Ele viu os Céus se abrirem e o Espírito de Deus, na semelhança de uma pomba de ouro polido, sobrevoar a cabeça de Cristo, enquanto uma voz provinha do Céu, dizendo: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo.” Mateus 3:17. — The Youth’s Instructor, 23 de Junho de 1892. {VA 169.4}
Dentre a multidão à beira do Jordão, poucos, além de João, divisaram essa visão celeste. — O Desejado de Todas as Nações, 112. {VA 170.1}
Quando do batismo de Cristo, Satanás achava-se entre os espectadores. Viu a glória do Pai cobrir o Filho. Ouviu a voz de Jeová testificando da divindade de Jesus. Desde o pecado de Adão, estivera a raça humana cortada da direta comunhão com Deus; a comunicação entre o Céu e a Terra fizera-se por meio de Cristo; mas agora, que Jesus viera “em semelhança da carne do pecado” (Romanos 8:3), o próprio Pai falou. Antes, comunicara-Se com a humanidade por intermédio de Cristo; fazia-o agora em Cristo. Satanás esperara que, devido ao aborrecimento de Deus pelo pecado, se daria eterna separação entre o Céu e a Terra. Era, no entanto, agora manifesto que a ligação entre Deus e o homem fora restaurada. — O Desejado de Todas as Nações, 116. {VA 170.2}
Satanás conseguia discernir, por detrás da humanidade [de Cristo] a glória e pureza dAquele com quem estivera associado nas cortes celestiais. Isto fez surgir diante do tentador um quadro daquilo que ele próprio fora, um querubim cobridor cheio de beleza e santidade. — Bible Echo and Signs of the Times, 23 de Julho de 1900. {VA 170.3}
A tríplice tentação de Jesus no deserto
Satanás havia declarado aos seus anjos que haveria de vencer a Cristo na questão do apetite. Esperava obter a vitória sobre Ele em Sua fraqueza. — The Signs of the Times, 4 de Abril de 1900. {VA 170.4}
Satanás viu que, ou venceria, ou seria vencido. Os resultados do conflito envolviam demasiado para ser ele confiado aos anjos confederados. Ele próprio devia dirigir em pessoa o conflito. — O Desejado de Todas as Nações, 116. {VA 171.1}
Enquanto no deserto, Cristo jejuou, mas não sentiu fome. ... Gastou o tempo em oração fervorosa, estando em plena comunhão com Deus. Era como se estivesse na presença do Pai. ... O pensamento da batalha que tinha diante de Si, fazia-O esquecer-Se de tudo o mais, e Sua alma era alimentada pelo Pão da Vida. ... Contemplou o quebrar-se do poder de Satanás sobre a vida de caídos e tentados. Viu a Si próprio curando os enfermos, confortando os desesperados, animando os angustiados e pregando o evangelho aos pobres — fazendo, enfim, a obra que Deus esboçara para Ele. E assim não percebeu qualquer sensação de fome até o final dos quarenta dias de jejum. {VA 171.2}
A visão dissipou-se, e então, com forte intensidade, a natureza humana de Cristo desejou alimento. Apresentara-se agora a oportunidade para o assalto de Satanás. Resolveu ele apresentar-se como se fosse um dos anjos de luz que havia aparecido a Cristo em visão. — Manuscript Releases 21:8, 9. {VA 171.3}
Repentinamente aparece um anjo diante de Cristo — aparentemente um dos anjos que Ele vira havia pouco. ... As palavras celestiais: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mateus 3:17), soavam ainda nos ouvidos de Satanás. Ele determinou-se a fazer Cristo descrer desse testemunho. — Manuscript Releases 21:9. {VA 171.4}
Satanás apareceu a Cristo... como um formoso anjo do Céu, pretendendo haver sido comissionado por Deus para declarar que o jejum chegara ao fim. — The Review and Herald, 14 de Janeiro de 1909. {VA 171.5}
[Satanás] disse ao Redentor que não mais Lhe era necessário jejuar, que Sua longa abstinência fora aceita pelo Pai, que Ele já fora suficientemente longe, e que agora estava em liberdade para realizar um milagre em Seu próprio favor. — The Signs of the Times, 29 de Julho de 1889. {VA 172.1}
Crendo que o caráter angélico que assumira não havia sido detectado, Satanás preparou-se para levar Cristo a duvidar de Sua divindade. — The Spirit of Prophecy 2:91. {VA 172.2}
A primeira tentação
Satanás raciocinou com Cristo da seguinte maneira: Se as palavras proferidas após Seu batismo eram verdadeiramente as palavras de Deus, se Ele era o Filho de Deus, não precisava Ele suportar a sensação de fome; poderia dar provas de Sua divindade demonstrando Seu poder em transformar as pedras do desnudo deserto em pães. — Redemption or the First Advent of Christ With His Life and Ministry, 48. {VA 172.3}
Satanás disse a Cristo que Ele apenas precisava colocar os pés na trilha manchada de sangue, mas não necessitava transitar por ela. Assim como ocorrera com Abraão, Ele fora provado para demonstrar Sua fiel obediência. Declarou também que um anjo detivera a mão de Abraão quando já prestes a desferir o cutelo e matar Isaque, e que agora ele fora enviado para salvar a vida [de Cristo]; que não Lhe era necessário suportar a dolorosa fome e mesmo a morte por inanição; ele havia vindo para ajudar Cristo, desempenhando uma parte no plano da salvação. — The Review and Herald, 4 de Agosto de 1874. {VA 172.4}
[Satanás] chamou a atenção de Cristo para a sua própria aparência atraente, vestido de luz e forte em poder. Pretendeu ser um mensageiro vindo diretamente do trono do Céu, e afirmou que tinha o direito de exigir de Cristo evidências de ser Ele o Filho de Deus. — The Review and Herald, 4 de Agosto de 1874. {VA 173.1}
Foi pelas palavras... [de Satanás], e não por sua aparência, que Cristo reconheceu ser ele o inimigo. — The Review and Herald, 22 de Julho de 1909. {VA 173.2}
Ao assumir a natureza do homem, Cristo não manteve aparência semelhante à dos anjos do Céu, mas esta era uma das humilhações pelas quais necessitava passar quando voluntariamente aceitou tornar-Se o Redentor do homem. Satanás insistiu em que Ele, se realmente era o Filho de Deus, deveria prover alguma evidência de Seu exaltado caráter. Sugeriu que Deus não permitiria a Seu Filho cair em tão deplorável situação. Declarou que um dos anjos fora expulso do Céu e enviado à Terra, e que a aparência de Cristo indicava que Ele era o tal anjo caído, e não o Rei dos Céus. Chamou a atenção para a sua própria fulgurante aparência, vestido de luz e poder, e insultuosamente contrastou o deplorável estado de Cristo com a sua própria glória. — The Spirit of Prophecy 2:91. {VA 173.3}
A segunda tentação
“Então o diabo O transportou à cidade santa, e colocou-O sobre o pináculo do templo, e disse-Lhe: Se Tu és o Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo; porque está escrito: Aos Seus anjos dará ordens a Teu respeito, e tomar-Te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.” Mateus 4:5, 6. — O Desejado de Todas as Nações, 124. {VA 173.4}
Para demonstrar sua força, Satanás levou Jesus a Jerusalém e O colocou no pináculo do templo. — Spiritual Gifts 1:32. {VA 174.1}
[Satanás] exigiu novamente de Cristo, como prova de ser o Filho de Deus, que o demonstrasse lançando-Se da impressionante altura em que O havia colocado. Insistiu em que Cristo revelasse Sua confiança no preservador cuidado do Pai ao lançar-Se do templo. Na primeira tentação, envolvendo a questão do apetite, Satanás tentara insinuar dúvidas quanto ao amor e cuidado de Deus por Seu Filho. Apresentou o ambiente ao redor e a fome de Cristo como evidências de que não Se achava sob o favor divino. Não foi bem-sucedido naquela tentativa. Agora tentou obter vantagem da perfeita fé e confiança que Jesus demonstrara em relação ao Pai, levando-O a apelar à presunção: “Se Tu és o Filho de Deus, lança-Te daqui abaixo; porque está escrito: Aos Seus anjos dará ordens a Teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.” Mateus 4:6. — The Review and Herald, 18 de Agosto de 1874. {VA 174.2}
O próprio astuto inimigo apresenta palavras procedentes da boca de Deus. Parece ainda um anjo de luz, e mostra claramente estar familiarizado com as Escrituras, entendendo a significação do que está escrito. Como Jesus usara anteriormente a Palavra de Deus para apoiar Sua fé, o tentador agora a emprega para dar força a seu engano. Pretende ter estado apenas provando a fidelidade de Jesus, louvando-Lhe agora a firmeza. Como o Salvador manifestou confiança em Deus, Satanás insiste com Ele para que dê outro testemunho de Sua fé. {VA 174.3}
Mas novamente a tentação é introduzida com a insinuação de desconfiança: “Se Tu és o Filho de Deus.” Mateus 4:6. Cristo foi tentado a responder ao “se”; absteve-Se, porém, da mais leve aceitação da dúvida. Não poria em risco Sua vida para dar a Satanás uma prova. — O Desejado de Todas as Nações, 124. {VA 175.1}
Quando Satanás citou a promessa: “Aos Seus anjos dará ordens a Teu respeito” (Mateus 4:6), omitiu as palavras: “Para Te guardarem em todos os Teus caminhos” (Salmos 91:11), isto é, os caminhos escolhidos por Deus. Jesus recusou afastar-Se do caminho da obediência. Embora manifestando perfeita confiança no Pai, não Se colocaria numa posição em que o Pai fosse obrigado a interpor-Se para salvá-Lo da morte. Não forçaria a Providência a vir em Seu resgate, pois fracassaria assim em oferecer ao homem um perfeito exemplo de confiança e submissão. — The Signs of the Times, 10 de Dezembro de 1902. {VA 175.2}
Houvesse Cristo Se atirado do pináculo do templo, não teria glorificado o Pai; ninguém haveria presenciado Sua ação, exceto Satanás e os anjos de Deus. Haveria levado o Senhor a revelar Seu poder diante do mais acérrimo inimigo. Haveria sido uma condescendência para com aquele a quem Jesus viera derrotar. — Spiritual Gifts 1:33. {VA 175.3}
A terceira tentação
Jesus saiu vitorioso da segunda tentação, e então Satanás se manifesta em seu verdadeiro caráter. Não se apresenta, todavia, como aquele horrível monstro de pés de cabra e asas de morcego. Embora decaído, é um poderoso anjo. Declara-se o líder da rebelião, e o deus deste mundo. {VA 175.4}
Colocando Jesus sobre uma alta montanha, fez com que todos os reinos do mundo, em toda a sua glória, passassem, em vista panorâmica, diante dEle. — O Desejado de Todas as Nações, 129. {VA 176.1}
Nas duas primeiras tentações, Satanás havia encoberto seu verdadeiro caráter e propósito, declarando ser um exaltado mensageiro enviado pelas cortes celestiais. Agora, porém, lança fora todo disfarce e se apresenta como o Príncipe das Trevas, requerendo a Terra como seu domínio. — The Spirit of Prophecy 2:95. {VA 176.2}
O grande enganador tentou cegar os olhos de Cristo com o brilho e resplendor do mundo, apresentando diante dEle os reinos deste mundo e sua glória. Aquele que caíra do Céu retratou este mundo como possuindo o resplendor do reino celestial, de modo a induzir Cristo a aceitar o suborno, prostrar-Se diante dele e o adorar. — The Signs of the Times, 28 de Março de 1895. {VA 176.3}
A luz do Sol projeta-se sobre cidades cheias de templos, palácios de mármore, campos férteis e vinhas carregadas de frutos. Os vestígios do mal estavam ocultos. Os olhos de Jesus, cercados ultimamente de tanta tristeza e desolação, contemplam agora uma cena de inexcedível beleza e prosperidade. Ouve então a voz do tentador: “Dar-Te-ei a Ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero. Portanto, se Tu me adorares, tudo será Teu.” Lucas 4:6, 7. ... {VA 176.4}
Ora, o tentador oferecia entregar-Lhe o poder que usurpara. Cristo poderia livrar-Se do terrível futuro mediante o reconhecimento da supremacia de Satanás. Fazer isso, porém, era renunciar à vitória no grande conflito. — O Desejado de Todas as Nações, 129. {VA 177.1}
Chamando-o por seu verdadeiro nome, Jesus repreendeu o tentador. A divindade irradiou através da humanidade sofredora, e por Sua palavra Ele manifestou a autoridade do Céu. Revelou ao enganador que, embora este se houvesse revestido da luz de um anjo, seu verdadeiro caráter não podia ser oculto ao Salvador do mundo. Chamou-o Satanás, o anjo das trevas, aquele que deixara seu primeiro estado e se recusara a manter-se fiel a Deus. — The Signs of the Times, 28 de Março de 1895. {VA 177.2}
Satanás deixou o campo de batalha como inimigo vencido, terminantemente mandado embora. Às palavras de Cristo, “Vai-te, Satanás” (Lucas 4:8), o poderoso anjo caído não teve escolha, senão obedecer. Anjos excelentes em poder achavam-se no campo de batalha para proteger a alma tentada, prontos para resistir ao inimigo. — The Review and Herald, 24 de Abril de 1894. {VA 177.3}
Anjos do céu presenciaram as tentações de Cristo
Aparentemente Cristo Se achava sozinho com Satanás no deserto da tentação. Contudo não era assim, pois os anjos estavam à Sua volta exatamente do modo como são comissionados por Deus para ministrar em favor dos que se encontram sob os temíveis assaltos do inimigo. — Manuscript Releases 16:180. {VA 177.4}
Todo o Céu presenciou o conflito entre o Príncipe da luz e o príncipe das trevas. Anjos estavam prontos a interpor-se em favor de Cristo, caso Satanás houvesse transposto os limites estabelecidos. — Bible Echo and Signs of the Times, 3 de Setembro de 1900. {VA 178.1}
Essas foram tentações reais, não aparentes. Cristo “sendo tentado, padeceu”. Hebreus 2:18. Anjos do Céu se achavam na cena naquela ocasião, e mantiveram erguido o estandarte, para que Satanás não ultrapassasse seus limites e sobrepujasse a natureza humana de Cristo. — Mensagens Escolhidas 1:94, 95. {VA 178.2}
O tremendo esforço deixara Cristo como morto. “Eis que chegaram os anjos e O serviram.” Mateus 4:11. Seus braços O ampararam. Sobre o peito do mais exaltado anjo do Céu repousou Ele a cabeça. ... O inimigo fora vencido. — Bible Echo and Signs of the Times, 3 de Setembro de 1900. {VA 178.3}
Depois que Satanás terminara suas tentações, afastara-se de Jesus por algum tempo, e os anjos Lhe prepararam alimento no deserto. — Primeiros Escritos, 158. {VA 178.4}
Após a terceira tentação
Depois de haver fracassado em seu desígnio de vencer a Cristo no deserto, arregimentara Satanás suas forças para se Lhe opor ao ministério, obstando, se possível Sua obra. Aquilo que não conseguira realizar por esforço pessoal, direto, decidira efetuar por meio de estratégia. Tão depressa se retirara do conflito no deserto, em concílio com os anjos seus confederados amadureceu os planos para cegar ainda mais o espírito do povo judeu, a fim de não reconhecerem seu Redentor. Planejou operar por meio de seus agentes humanos do mundo religioso, imbuindo-os de sua própria inimizade contra o Campeão da verdade. Levá-los-ia a rejeitar a Cristo e a tornar-Lhe a vida o mais amarga possível, esperando desanimá-Lo em Sua missão. — O Desejado de Todas as Nações, 205, 206. {VA 178.5}
Possessão demoníaca nos dias de Cristo
O período do ministério pessoal de Cristo entre os homens foi o tempo de maior atividade das forças do reino das trevas. Durante séculos, Satanás e seus anjos haviam estado procurando controlar o corpo e a alma dos homens, para trazer sobre eles pecados e sofrimentos. — O Desejado de Todas as Nações, 257. {VA 180.1}
O engano do pecado atingira seu apogeu [na época em que Cristo começou Seu ministério]. Todos os meios para depravar a alma dos homens haviam sido postos em operação. ... Agentes satânicos estavam incorporados com os homens. O corpo de criaturas humanas, feito para habitação de Deus, tornara-se morada de demônios. Os sentidos, os nervos, as paixões, os órgãos dos homens eram por agentes sobrenaturais levados a condescender com a concupiscência mais vil. O próprio selo dos demônios se achava impresso na fisionomia dos homens. Esta refletia a expressão das legiões do mal de que se achavam possessos. ... {VA 180.2}
Satanás rejubilava por haver conseguido rebaixar a imagem de Deus na humanidade. Então veio Cristo, a fim de restaurar no homem a imagem de seu Criador. ... Veio para expelir os demônios que haviam dominado a vontade. Veio para nos erguer do pó, reformar o caráter manchado, segundo o modelo de Seu divino caráter, embelezando-o com Sua própria glória. — O Desejado de Todas as Nações, 36-38. {VA 180.3}
O Novo Testamento declara enfaticamente que os homens eram possuídos por demônios. As pessoas assim afetadas não eram meramente portadoras de doenças provenientes de causas naturais. Cristo possuía perfeita compreensão dos fatos com os quais estava lidando, e assim reconheceu a direta presença e operação dos espíritos maus. — The Spirit of Prophecy 4:332. {VA 181.1}
Satanás e seus anjos estiveram muito ocupados durante o ministério de Cristo, inspirando os homens com descrença, ódio e desprezo. — Spiritual Gifts 1:36. {VA 181.2}
Rejeição em Nazaré
Durante a infância e a juventude, Jesus adorara entre Seus irmãos, na sinagoga de Nazaré. Desde o início de Seu ministério, estivera ausente deles, mas não ignoravam o que Lhe acontecia. Ao aparecer novamente em seu meio, o interesse e expectação deles subiu ao mais alto grau. ... {VA 181.3}
Quando um rabi se achava presente na sinagoga, esperava-se que dirigisse o sermão, e qualquer israelita podia fazer a leitura dos profetas. Nesse sábado, Jesus foi convidado a tomar parte no serviço. “Levantou-Se para ler. E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías.” Lucas 4:16, 17. ... {VA 181.4}
Jesus Se colocou diante do povo como vivo expositor das profecias concernentes a Si próprio. Explicando as palavras que lera, falou do Messias, como de um libertador dos oprimidos e dos cativos, médico dos aflitos, restaurador de vista aos cegos e revelador da luz da verdade ao mundo. ... Sendo seu coração movido pelo Espírito Santo, respondiam com fervorosos améns e louvores ao Senhor. — O Desejado de Todas as Nações, 236, 237. {VA 182.1}
Diante das palavras de Cristo, o Espírito operou tão poderosamente que o coração de todos na sinagoga respondeu às palavras graciosamente proferidas por Seus lábios. Produziu-se uma mudança naquele grupo. Enquanto a divindade de Cristo irradiou através da humanidade, o discernimento espiritual dos ouvintes foi reavivado. Nova capacidade de compreensão lhes sobreveio, assim como a quase irresistível convicção de que Jesus era o Filho de Deus. Entretanto, Satanás estava ali para despertar dúvidas, descrença e orgulho. — The Signs of the Times, 14 de Setembro de 1882. {VA 182.2}
Quando Jesus anunciou: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lucas 4:21), foram de repente levados a pensar em si mesmos, e nas declarações dAquele que lhes dirigia a Palavra. — O Desejado de Todas as Nações, 237. {VA 182.3}
Quem é esse Jesus? indagaram. Aquele que invocara para Si a glória do Messias, era o filho de um carpinteiro e trabalhara no ofício com José, Seu pai. ... Conquanto Sua vida houvesse sido sem mancha, não queriam crer que fosse o Prometido. ... {VA 182.4}
Ao abrirem a porta à dúvida, o coração endureceu-se-lhes tanto mais quanto se havia por momentos abrandado. Satanás decidira que os olhos cegos não se abririam naquele dia, nem almas cativas seriam postas em liberdade. Com intensa energia, operou para os confirmar na incredulidade. ... {VA 183.1}
As palavras de Jesus a Seus ouvintes na sinagoga foram um golpe na raiz de sua justiça própria, impressionando-os com a atroz verdade de que se haviam separado de Deus, e perdido o direito de ser Seu povo. ... Zombavam agora da fé que, a princípio, Jesus lhes inspirara. Não admitiriam que Aquele que surgira da pobreza e da humildade fosse mais que um homem comum. — O Desejado de Todas as Nações, 237-239. {VA 183.2}
Anjos de luz achavam-se naquela assembléia, observando com intenso interesse a decisão que tomariam. Anjos de Satanás igualmente estavam no local para sugerir dúvidas e despertar preconceitos. ... {VA 183.3}
Da incredulidade procedeu a malícia. Que um homem de baixa estirpe e nascido em pobreza viesse agora reprová-los, foi algo que encheu o coração dos nazarenos de um ódio que beirava a loucura. A assembléia irrompeu em confusão. As pessoas lançaram mão de Jesus, empurrando-O para fora da sinagoga e da cidade. — The Signs of the Times, 16 de Junho de 1887. {VA 183.4}
Todos pareciam prontos a destruí-Lo. Levaram-nO até à beira de um precipício, intentando lançá-Lo dali para baixo. Gritos de maldição enchiam o ar. Alguns Lhe atiravam pedras e pó. Repentinamente, porém, Ele desapareceu do meio deles, sem que soubessem como, ou quando. Anjos de Deus assistiram a Jesus em meio à enfurecida multidão e Lhe preservaram a vida. Os mensageiros celestiais haviam estado a Seu lado na sinagoga, enquanto Ele falava, e O acompanharam enquanto era empurrado e maltratado pelos descrentes e enfurecidos judeus. Esses anjos cegaram os olhos da turba enlouquecida e conduziram Jesus a um lugar seguro. — The Spirit of Prophecy 2:114, 115. {VA 183.5}
O endemoninhado na sinagoga de Cafarnaum
Falava Jesus na sinagoga acerca do reino que viera estabelecer, e de Sua missão de libertar os cativos de Satanás. Foi interrompido por um agudo grito de terror. Um louco precipitou-se dentre o povo para a frente, exclamando: “Ah! que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste a destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.” Lucas 4:34. {VA 184.1}
Tudo era agora confusão e alarme. A atenção do povo se desviou de Cristo, e Suas palavras não foram escutadas. Tal era o desígnio de Satanás em levar a vítima à sinagoga. Mas Jesus repreendeu o demônio, dizendo: “Cala-te e sai dele. E o demônio, lançando-o por terra no meio do povo, saiu dele, sem lhe fazer mal.” Lucas 4:35. {VA 184.2}
O espírito desse mísero sofredor fora entenebrecido por Satanás, mas, em presença do Salvador, um raio de luz lhe penetrara as trevas. Foi despertado, e ansiou a libertação do domínio do maligno; mas o demônio resistia ao poder de Cristo. Quando o homem tentou apelar para Cristo em busca de auxílio, o espírito mau pôs-lhe nos lábios as palavras, e ele gritou em angústia de temor. O possesso compreendia em parte achar-se em presença de Alguém que o podia libertar; mas, ao tentar chegar ao alcance daquela poderosa mão, outra vontade o segurou; outras palavras encontraram expressão por meio dele. Terrível era o conflito entre o poder de Satanás e seu desejo de libertação. — O Desejado de Todas as Nações, 255. {VA 184.3}
Aquele que conquistara o arquiinimigo no deserto, arrebatou esse pobre cativo das garras de Satanás. Jesus bem sabia que, embora assumindo outra forma, o demônio era o mesmo espírito mau que antes O havia tentado no deserto. — The Spirit of Prophecy 2:180. {VA 185.1}
O demônio exercia todo o poder para reter o domínio sobre a vítima. Perder terreno aqui, seria dar a Jesus uma vitória. Dir-se-ia que o torturado homem devesse perder a vida na luta com o inimigo que fora a ruína de seu vigor varonil. Mas o Salvador falou com autoridade, e libertou o cativo. O homem que estivera possesso, ali se achava perante o povo admirado, feliz na liberdade da posse de si mesmo. ... Os olhos que havia pouco tanto tinham chispado sob a chama da loucura, brilhavam agora de inteligência, e inundavam-se de lágrimas de gratidão. — O Desejado de Todas as Nações, 256. {VA 185.2}
A cura do servo do centurião
O centurião viu pelos olhos da fé que os anjos de Deus estavam todos à volta de Jesus, e que Sua palavra poderia comissionar um anjo a aproximar-se do sofredor. Sabia que Sua palavra entraria no quarto e que seu servo seria curado. — The Review and Herald, 11 de Março de 1890. {VA 185.3}
Os endemoninhados de Gadara
De manhã cedo o Salvador e Seus companheiros chegaram à praia. ... De um lugar oculto, entre os sepulcros, dois loucos avançaram sobre eles, como se os quisessem despedaçar. Pendiam-lhes pedaços de cadeias que haviam partido para fugir à prisão. Tinham a carne dilacerada e sangrando nos lugares em que se haviam ferido com pedras agudas. Brilhavam-lhes os olhos por entre os longos e emaranhados cabelos; como que se apagara neles a própria semelhança humana, pela presença dos demônios que os possuíam, parecendo mais feras que criaturas humanas. {VA 186.1}
Os discípulos e seus companheiros fugiram aterrorizados; notaram, porém, depois, que Jesus não Se achava com eles, e voltaram em Sua procura. Encontrava-Se onde O tinham deixado. Aquele que acalmara a tempestade, que enfrentara anteriormente a Satanás, vencendo-o, não fugiu em presença desses demônios. Quando os homens, rangendo os dentes e espumando, dEle se aproximaram, Jesus ergueu a mão que acenara às ondas impondo silêncio, e os homens não se puderam aproximar mais. Continuaram furiosos, mas impotentes diante dEle. {VA 186.2}
Ordenou com autoridade aos espíritos imundos que saíssem deles. Suas palavras penetraram no espírito entenebrecido dos desventurados. Percebiam, fracamente, estar ali Alguém capaz de salvá-los dos demônios atormentadores. Caíram aos pés do Salvador para O adorar; mas, ao abrirem-se-lhes os lábios para suplicar-Lhe a misericórdia, os demônios falaram por eles, gritando fortemente: “Que tenho eu contigo Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-Te que não me atormentes.” Lucas 8:28. ... {VA 186.3}
Sobre uma montanha, não muito distante, pastava grande manada de porcos. Os demônios pediram que se lhes permitisse entrar nos mesmos, e Jesus o consentiu. Da manada subitamente se apoderou o pânico. Precipitaram-se loucamente penhasco abaixo e, incapazes de se deter ao chegar à praia, imergiram no mar, ali perecendo. {VA 187.1}
Enquanto isso, maravilhosa mudança se operara nos possessos. Fizera-se-lhes luz no cérebro. Brilharam-lhes os olhos de inteligência. A fisionomia, por tanto tempo mudada à semelhança de Satanás, tornara-se repentinamente branda, tranqüilas as ensangüentadas mãos, e louvaram alegremente a Deus por sua libertação. ... Agora, esses homens achavam-se vestidos e em perfeito juízo, sentados junto de Jesus, ouvindo-Lhe as palavras e glorificando o nome dAquele que os curara. — O Desejado de Todas as Nações, 336-338. {VA 187.2}
A cura do rapaz endemoninhado
O menino foi levado e, quando os olhos do Salvador pousaram sobre ele, o mau espírito lançou-o por terra em convulsões de agonia. Ali estava no chão a revolver-se e espumar, soltando guinchos que não pareciam humanos. {VA 187.3}
Novamente se defrontaram, no campo de batalha, o Príncipe da vida e o príncipe dos poderes das trevas. ... Anjos de luz e exércitos de anjos maus, invisíveis, comprimiam-se para presenciar o conflito. Por um momento, Jesus permitiu ao mau espírito que ostentasse seu poder para que os espectadores pudessem compreender a libertação prestes a operar-se. ... {VA 187.4}
Jesus volta-Se para o sofredor, e diz: “Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai dele e não entres mais nele.” Marcos 9:25. Ouve-se um grito, há uma angustiosa luta. O demônio, ao sair, parece a ponto de arrebatar a vida a sua vítima. Então o rapaz fica imóvel, e aparentemente sem vida. A multidão murmura: “Está morto.” Marcos 9:26. Mas Jesus o toma pela mão e, erguendo-o, apresenta-o ao pai, perfeitamente são de espírito e de corpo. Pai e filho louvam o nome de seu Libertador. — O Desejado de Todas as Nações, 428, 429. {VA 187.5}
Jesus é acusado de possessão demoníaca
Jesus declarou-Se como o verdadeiro Pastor pelo fato de dar a vida por Suas ovelhas. ... Cristo falou estas palavras diante de grande multidão, e uma impressão profunda foi produzida no coração de muitos que ouviam. Os escribas e fariseus enchiam-se de inveja porque Ele era tratado favoravelmente por muitos. ... Ao mesmo tempo em que Ele Se apresentou como o Bom Pastor, os fariseus disseram: “Ele tem demônio, e enlouqueceu; por que O ouvis?” João 10:20. Outros, porém, distinguiram a voz do Bom Pastor, e disseram: {VA 188.1}
“Estas palavras não são de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos? E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno. E Jesus passeava no templo, no alpendre de Salomão. Rodearam-nO, pois, os judeus e disseram-Lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se Tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que Eu faço em nome de Meu Pai, essas testificam de Mim. Eu e o Pai somos um.” João 10:21-25, 30. {VA 188.2}
Os judeus compreenderam o significado daquilo que Ele afirmara... e agarraram pedras para atirar-Lhe. Jesus olhou-os calma e firmemente, dizendo: “Tenho-vos mostrado muitas boas obras procedentes de Meu Pai; por qual dessas obras Me apedrejais?” João 10:32. {VA 189.1}
A Majestade do Céu permaneceu calma e tranqüila, como Deus diante de Seus adversários. Seus semblantes carregados e mãos cheias de pedras não O intimidaram. Ele sabia que forças invisíveis, legiões de anjos, estavam à Sua volta, e a uma só palavra de Seus lábios eles poriam por terra a multidão, ousassem aqueles atirar-Lhe uma só pedra. — The Signs of the Times, 27 de Novembro de 1893. {VA 189.2}
Embora Jesus oferecesse evidências de Seu divino poder, não Lhe foi permitido apresentar Suas lições sem interrupção. Os líderes procuravam sempre colocá-Lo em posição de ridículo diante do povo. Não Lhe permitiam apresentar Suas idéias e doutrinas de modo ordenado; contudo, a despeito das freqüentes interrupções, a luz brilhava na mente de centenas, e quando os dirigentes ouviram as palavras de Jesus, revestidas de poder a ponto de manterem a multidão em suspenso, sentiram-se irados e disseram: “És samaritano e tens demônio?” João 8:48. Jesus enfrentou tais acusações com calma dignidade, destemida e decididamente afirmando que os direitos do concerto se centralizavam nEle, e que não haviam sido recebidos através de Abraão. Declarou: “Antes que Abraão existisse, Eu sou.” João 8:58. A fúria dos judeus não reconheceu limites e eles se prepararam para apedrejá-Lo, mas os anjos de Deus, invisíveis aos homens, O conduziram para fora da assembléia. — The Signs of the Times, 26 de Maio de 1890. {VA 189.3}
Anjos malignos sob forma humana entre os ouvintes de Jesus
Misturando-se com os ouvintes [de Jesus], achavam-se anjos sob a forma de homens, fazendo suas sugestões, criticando, interpretando erroneamente e representando falsamente as palavras do Salvador. — The Review and Herald, 11 de Agosto de 1903. {VA 190.1}
Ele [Cristo] foi o Instrutor nas assembléias desses anjos antes que caíssem de sua elevada posição. — Mensagens Escolhidas 3:410. {VA 190.2}
A ressurreição de Lázaro
Cristo podia ter ordenado à pedra que se deslocasse por si mesma, e ela Lhe teria obedecido à voz. Poderia ter mandado aos anjos que se Lhe achavam ao lado, que fizessem isso. Ao Seu mando, mãos invisíveis teriam removido a pedra. Mas ela devia ser retirada por mãos humanas. Assim queria Cristo mostrar que a humanidade tem de cooperar com a divindade. O que o poder humano pode fazer, o divino não é solicitado a realizar. — O Desejado de Todas as Nações, 535. {VA 190.3}
Jesus perseguido de cidade em cidade durante seu ministério
Jesus foi perseguido de cidade em cidade durante Seu ministério. Sacerdotes e dirigentes estavam em Seu encalço. Interpretavam mal Sua missão e trabalho. Veio para os Seus, e os Seus não O receberam. Anjos vigiavam o conflito a cada passo. Observavam o espírito e obra do inimigo. Olhavam surpresos aos ardis lançados por Satanás contra o divino Filho de Deus. Viram que aquele que fora inferior apenas ao próprio Cristo em poder e glória, caíra a nível tão baixo a ponto de influenciar os homens a perseguirem a Jesus de cidade em cidade. — The Signs of the Times, 25 de Novembro de 1889. {VA 190.4}
Vez após outra Jesus poderia ter sido morto, não fora a presença dos anjos celestiais a assisti-Lo e a proteger Sua vida até o tempo em que o caso dos judeus como nação fosse decidido. — The Review and Herald, 12 de Outubro de 1897. {VA 191.1}
Jesus e os discípulos vão ao Getsêmani
Em companhia dos discípulos, fez o Salvador vagarosamente o caminho para o jardim de Getsêmani. A lua pascoal, clara e cheia, brilhava num céu sem nuvens. ... Ao aproximarem-se do jardim, os discípulos notaram a mudança que se operara em seu Mestre. Nunca antes O tinham visto tão indizivelmente triste e silencioso. À medida que avançava, mais se aprofundava essa estranha tristeza. ... {VA 192.1}
Próximo à entrada do horto, Jesus deixou todos os discípulos, com exceção de três, pedindo-lhes que orassem por si mesmos e por Ele. Em companhia de Pedro, Tiago e João, penetrou nos mais retirados recessos do mesmo horto. ... {VA 192.2}
“Ficai aqui”, disse-lhes, “e vigiai comigo.” Mateus 26:38. {VA 192.3}
Foi a uma pequena distância deles... e caiu prostrado por terra. Sentia que, pelo pecado, estava sendo separado do Pai. O abismo era tão largo, tão negro, tão profundo, que Seu espírito tremeu diante dele. ... {VA 192.4}
Ao sentir Cristo interrompida Sua unidade com o Pai, temia que, em Sua natureza humana, não fosse capaz de resistir ao vindouro conflito com os poderes das trevas. No deserto da tentação, estivera em jogo o destino da raça humana. Cristo saíra então vitorioso. Agora viera o tentador para a última e tremenda luta. Para isso se preparara ele durante os três anos de ministério de Cristo. Tudo estava em jogo para ele. Falhasse aqui, e estava perdida sua esperança de domínio; os reinos do mundo tornar-se-iam afinal possessão de Cristo; ele próprio seria derrotado e expulso. Mas se Cristo pudesse ser vencido, a Terra se tornaria para sempre o reino de Satanás, e a raça humana estaria perpetuamente em seu poder. Com os resultados do conflito perante Si, a alma de Cristo Se encheu de terror pela separação de Deus. Satanás dizia-Lhe que, se Se tornasse o penhor de um mundo pecaminoso, seria eterna a separação. ... {VA 192.5}
Satanás apertava o Redentor, apresentando a situação justamente em seus piores aspectos: “A nação que pretende achar-se acima de todas as outras quanto às vantagens temporais e espirituais, rejeitou-Te. ... Um de Teus próprios discípulos... trair-Te-á. Um de Teus mais zelosos seguidores Te há de negar. Todos Te abandonarão.” ... {VA 193.1}
Em Sua agonia, apega-Se ao solo frio, como a impedir de ser levado para longe de Deus. ... De Seus pálidos lábios irrompe o amargo brado: “Meu Pai, se possível, passe de Mim este cálice!” Mas mesmo então acrescenta: “Todavia, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres.” Mateus 26:39. — O Desejado de Todas as Nações, 685-687. {VA 193.2}
Anjos no Getsêmani
O universo celestial havia observado com intenso interesse toda a vida de Cristo — cada passo, desde a manjedoura até a presente cena assombrosa. E que cena era essa para milhares e dezenas de milhares de anjos, querubins e serafins contemplarem! — The Signs of the Times, 9 de Dezembro de 1897. {VA 193.3}
Anjos pairavam sobre o local [Getsêmani] a fim de testemunhar a cena. — Spiritual Gifts 1:47. {VA 194.1}
Contemplaram o Filho de Deus, seu amado Comandante, em Sua sobre-humana agonia, aparentemente morrendo no campo de batalha para salvar um mundo perdido e a perecer. Todo o Céu ouvira aquela oração de Cristo. {VA 194.2}
Sua agonia de alma, que por três vezes forçara os trêmulos e pálidos lábios a exclamarem: “Pai, se possível, passe de Mim este cálice! Todavia, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres” (Mateus 26:39), convulsionou os Céus. Viram o Senhor envolto por legiões de forças satânicas, Sua natureza humana vergada por um horrendo e misterioso pavor. — The Signs of the Times, 9 de Dezembro de 1897. {VA 194.3}
Os anjos que haviam feito a vontade de Cristo no Céu, desejavam ansiosamente confortá-Lo; entretanto, estava além de suas forças aliviar Suas tristezas. Eles jamais haviam sentido os pecados de um mundo arruinado, de modo que apenas podiam contemplar com assombro o objeto de sua adoração, agora sujeito a uma inexprimível tristeza. Embora os discípulos houvessem fracassado em simpatizar com o Salvador na hora mais tremenda de Seu conflito, todo o Céu encheu-se de simpatia e esperou pelo resultado com doloroso interesse. — The Present Truth, 3 de Dezembro de 1885. {VA 194.4}
Três vezes a súplica por livramento brotara dos lábios de Cristo. Os Céus, não mais podendo suportar a cena, enviaram um mensageiro de consolação ao prostrado Filho de Deus, desfalecendo e morrendo sob a acumulada culpa do mundo. — The Present Truth, 18 de Fevereiro de 1886. {VA 194.5}
Na crise suprema, quando coração e alma se rompem sob o fardo do pecado, Gabriel é enviado para fortalecer o divino Sofredor, animando-O a prosseguir no caminho manchado de sangue. — The Signs of the Times, 9 de Dezembro de 1897. {VA 195.1}
Nessa horrível crise, quando tudo estava em jogo, quando o misterioso cálice tremia nas mãos do Sofredor, abriu-se o Céu, surgiu uma luz por entre a tempestuosa treva da hora da crise, e o poderoso anjo que se acha na presença de Deus, ocupando a posição da qual Satanás caíra, veio para junto de Cristo. O anjo não veio para tomar-Lhe o cálice das mãos, mas para fortalecê-Lo a fim de que o bebesse, com a certeza do amor do Pai. ... {VA 195.2}
Os adormecidos discípulos foram subitamente despertados pela luz que circundava o Salvador. Viram o anjo inclinado sobre o prostrado Mestre. Viram-no erguer a cabeça do Salvador sobre seu seio, e apontar para o Céu. Ouviram-lhe a voz, qual música suave, proferindo palavras de conforto e esperança. ... Novamente os discípulos, em sua fadiga, cedem àquele estranho torpor que os domina. Novamente Jesus os encontra dormindo. {VA 195.3}
Contemplando-os dolorosamente, diz Ele: “Dormi, agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores.” Mateus 26:45. {VA 195.4}
Mesmo ao proferir essas palavras, ouviu as pisadas da turba que vinha em Sua procura, e disse: “Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que Me trai.” Mateus 26:46. {VA 195.5}
Nenhum vestígio de Sua recente agonia se podia divisar ao adiantar-Se Jesus para enfrentar o traidor. Achando-Se à frente dos discípulos, disse: “A quem buscais?” Responderam: “A Jesus, o Nazareno.” Jesus disse: “Sou Eu.” João 18:4, 5. — O Desejado de Todas as Nações, 693, 694. {VA 196.1}
Cristo tinha poder para livrar a Si mesmo. Quando Ele proferiu as palavras [no Getsêmani]: “Sou Eu” (João 18:5), foi imediatamente circundado pelos anjos, e aquela turba teve todas as evidências que podiam ou queriam ter de que Cristo possuía o poder de Deus. — Este Dia com Deus, 265. {VA 196.2}
Foi difícil para os anjos suportar a cena. Eles teriam libertado Jesus... mas os anjos em comando não lhes permitiram. ... Jesus sabia que os anjos testemunhavam a cena de Sua humilhação. ... O mais débil dos anjos teria sido capaz de fazer a multidão prostrar-se sem forças, libertando a Cristo. — Spiritual Gifts 1:50, 51. {VA 196.3}
O anjo que há pouco estivera confortando a Jesus interpôs-se entre Ele e a multidão. Uma luz divina iluminou o rosto do Salvador, e uma como que pomba pairou sobre Ele. Em presença dessa divina glória, a turba assassina não pôde permanecer um momento. Cambalearam em recuo. Sacerdotes, anciãos, soldados e o próprio Judas caíram como mortos por terra. ... Rapidamente, porém, mudou a cena. — O Desejado de Todas as Nações, 694, 695. {VA 196.4}
O anjo retirou-se, deixando Jesus em pé, calmo e com domínio de Si mesmo; os brilhantes raios do luar banhavam Sua pálida face, enquanto os perseguidores O rodeavam, prostrados e desajudados, e os discípulos estavam demasiado assombrados para emitir uma só palavra. Quando o anjo se afasta, os endurecidos soldados romanos erguem-se e junto com os sacerdotes e Judas, reúnem-se à volta de Cristo, como que envergonhados por sua fraqueza, e temerosos de que Ele pudesse escapar de suas mãos. — The Signs of the Times, 21 de Agosto de 1879. {VA 196.5}
Os discípulos haviam julgado que o Mestre não Se permitiria ser aprisionado. ... Ficaram decepcionados e indignados, ao verem as cordas trazidas para ligar as mãos dAquele a quem amavam. Em sua indignação, Pedro puxou precipitadamente da espada e... cortou uma orelha do servo do sumo sacerdote. Quando Jesus viu o que fora feito, soltou as mãos, ... e dizendo: “Deixai-os; basta” (Lucas 22:51), tocou a orelha, e esta sarou instantaneamente. Disse então a Pedro: “Mete no seu lugar a tua espada. ... Ou pensas tu que Eu não poderia, agora, orar a Meu Pai e que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos?” Mateus 26:52, 53. — O Desejado de Todas as Nações, 696. {VA 197.1}
Quando estas palavras foram proferidas, o rosto dos anjos se animou. Desejaram nesse exato momento cercar seu Comandante e dispersar a vil turba. Outra vez, porém, a tristeza estampou-se em suas faces ao Jesus acrescentar: “Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?” Mateus 26:54. O coração dos discípulos também imergiu em desespero e amargo desapontamento quando viram Jesus deixando-Se levar pela turba. — Spiritual Gifts 1:48. {VA 197.2}
Ante a corte de Anás e Caifás
Cristo devia ser julgado formalmente perante o Sinédrio; mas perante Anás foi submetido a um julgamento preliminar. ...
Quando o conselho se ajuntara no tribunal, Caifás tomou seu lugar como presidente. ... Contemplando... o Prisioneiro, ele foi tomado de admiração pela nobreza e dignidade de Seu porte. Sobreveio-lhe a convicção de que esse Homem tinha parentesco divino. Logo a seguir baniu desdenhosamente essa idéia. — O Desejado de Todas as Nações, 698, 703, 704. {VA 197.3}
Todo o Céu presenciou o tratamento cruel dispensado a Cristo. Nas terríveis cenas da sala de julgamento, Deus mostrou ao universo celestial o espírito que se manifesta naqueles que não estão dispostos a obedecer à Sua lei. — Manuscript Releases 12:412. {VA 198.1}
Foi difícil para os anjos suportar a cena. Eles teriam libertado Jesus das mãos de Seus inquisidores; mas os anjos em comando lhes proibiram fazê-lo. ... Jesus sabia que os anjos testemunhavam a cena de Sua humilhação. {VA 198.2}
Ali estava Jesus, manso e humilde, diante da enfurecida multidão que O maltratavam. Cuspiam em Sua face — aquela face da qual um dia desejarão esconder-se, a mesma que dará luz à cidade de Deus e brilha mais intensa que o sol — mas ainda assim nem mesmo um olhar furioso lançou Ele aos ofensores. Mansamente erguia a mão e Se limpava. Cobriram-Lhe a cabeça com um velho manto e, enquanto Lhe cegavam a visão, batiam-Lhe na face, gritando: “Profetiza-nos, Cristo, quem é o que Te bateu?” Mateus 26:68. Houve comoção entre os anjos. Teriam vindo imediatamente resgatar o Salvador, mas o anjo comandante impediu-os de o fazerem. — Spiritual Gifts 1:50, 51. {VA 198.3}
Diante de Pilatos
Os homens estavam possuídos de um espírito satânico quando decidiram optar por Barrabás, ladrão e assassino, de preferência ao Filho de Deus. O poder demoníaco triunfou sobre a humanidade; legiões de anjos maus assumiram o completo controle dos homens, e em resposta à pergunta de Pilatos, sobre quem deveria ser solto, gritaram: “Fora daqui com Este e solta-nos Barrabás.” Lucas 23:18. Quando, uma vez mais, Pilatos falou em relação a Jesus, os gritos se tornaram mais fortes: “Crucifica-O! crucifica-O!” Lucas 23:21. Cedendo o controle aos agentes demoníacos, os homens tomaram posição ao lado do grande apóstata. {VA 199.1}
Os mundos não caídos contemplavam esta cena com assombro, incapazes de compreender o nível de degradação ocasionado pelo pecado. Legiões de anjos maus controlavam sacerdotes e dirigentes e, mediante os mesmos, prosseguiam às sugestões de Satanás quanto a persuadir e tentar o povo, através de falsidades e suborno, a rejeitar o Filho de Deus e a escolher um ladrão e assassino em Seu lugar. ... Que cena era essa, para ser contemplada por Deus, serafins e querubins! O Filho Unigênito de Deus, a Majestade do Céu, o Rei da glória, sendo zombado, insultado, escarnecido, rejeitado e crucificado por aqueles a quem viera salvar, os quais se haviam entregado ao controle de Satanás! — The Review and Herald, 14 de Abril de 1896. {VA 199.2}
Os anjos que contemplavam a cena perceberam as convicções de Pilatos e registraram sua simpatia por Jesus. ... {VA 200.1}
Satanás e seus anjos tentavam Pilatos e procuravam conduzi-lo à sua própria ruína. Sugeriram-lhe que, se não tomasse parte na condenação de Jesus, outros o fariam. — Spiritual Gifts 1:54, 56. {VA 200.2}
Mesmo então Pilatos não foi deixado a agir às cegas. Uma mensagem de Deus o advertiu do que estava para cometer. Em resposta às orações de Cristo, a esposa de Pilatos foi visitada por um anjo do Céu, e vira em sonho o Salvador, e com Ele conversara. ... Contemplou-O em julgamento no tribunal. Viu-Lhe as mãos firmemente ligadas como as de um criminoso. Viu Herodes e seus soldados praticando sua terrível ação. Ouviu os sacerdotes e príncipes, cheios de inveja e perversidade, acusando furiosamente. Ouviu as palavras: “Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer.” João 19:7. {VA 200.3}
Viu Pilatos entregar Jesus aos açoites, depois de haver declarado: “Não acho nEle crime algum.” João 19:4. Ouviu a condenação pronunciada por Pilatos, e viu-o entregar Cristo a Seus matadores. Viu a cruz erguida no Calvário. Viu a Terra envolta em trevas, e ouviu o misterioso brado: “Está consumado.” João 19:30. Ainda outra cena se lhe deparou ao olhar. Viu Cristo sentado sobre uma grande nuvem branca, enquanto a Terra vacilava no espaço, e Seus assassinos fugiam da presença de Sua glória. Com um grito de terror despertou ela, e escreveu imediatamente a Pilatos palavras de advertência. {VA 200.4}
Enquanto Pilatos hesitava quanto ao que havia de fazer, um mensageiro, abrindo apressadamente caminho por entre a multidão, passou-lhe uma carta de sua esposa, que dizia: “Não entres na questão deste justo, porque num sonho muito sofri por causa dEle.” Mateus 27:19. {VA 200.5}
Pilatos empalideceu. Estava confuso ante suas próprias contraditórias emoções. Mas enquanto demorava, os sacerdotes e príncipes inflamavam ainda mais o espírito do povo. ... {VA 201.1}
Pilatos anelava libertar a Jesus. Viu, porém, que não podia fazer isso e conservar ainda sua posição e honra. De preferência a perder seu poder no mundo, escolheu sacrificar uma vida inocente. ... {VA 201.2}
Pilatos cedeu às exigências da turba. A arriscar sua posição, preferiu entregar Jesus para ser crucificado. — O Desejado de Todas as Nações, 732, 733, 738. {VA 201.3}
A crucifixão de Cristo
O Filho de Deus foi entregue ao povo para ser crucificado. ... Puseram sobre Ele uma pesada cruz... mas Jesus desmaiou sob o enorme fardo. Encontraram então um homem... que, embora não houvesse professado abertamente sua fé em Cristo, cria nEle. Colocaram sobre este a cruz e ele a conduziu ao lugar fatal. Companhias de anjos formavam-se nos ares sobre o lugar. — Spiritual Gifts 1:57. {VA 201.4}
Quem presenciou estas cenas? O universo celestial, Deus Pai, Satanás e seus anjos. — Bible Echo and Signs of the Times, 29 de Maio de 1899. {VA 201.5}
Anjos celestes... ouviram as palavras zombeteiras e escarnecedoras, e viram o sacudir das cabeças. Alegremente haver-se-iam colocado ao lado do Filho de Deus em Sua humilhação e angústia corporal, mas não lhes foi permitido fazê-lo. — Manuscript Releases 18:71. {VA 201.6}
“Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se” (Mateus 27:42), foi a frase zombeteira lançada contra Cristo enquanto agonizava pendente da cruz. A qualquer momento poderia Ele haver salvado a Si mesmo, descendo da cruz; contudo, houvesse Ele procedido assim, o mundo teria sido entregue ao controle do grande apóstata. Foi espantoso para os anjos que Jesus não houvesse fechado com a morte os lábios dos escarnecedores. — The Youth’s Instructor, 14 de Junho de 1900. {VA 202.1}
Entre aqueles que zombavam de Cristo pendente da cruz, encontravam-se personificados Satanás e seus anjos. Era Satanás quem enchia as bocas com vis maldições. Ele inspirava os gracejos. — Manuscript Releases 18:72. {VA 202.2}
Os principados e potestades das trevas reuniram-se em torno da cruz. O grande apóstata, ainda mantendo notável estatura, conduzia a multidão maligna que se unira aos seres humanos em luta contra Deus. — The Signs of the Times, 14 de Abril de 1898. {VA 202.3}
E [Cristo] estava lutando com o poder de Satanás, que declarava ter Cristo em suas mãos, que era superior em força ao Filho de Deus, que o Pai estava rejeitando o Filho e que Este não estava, mais que ele próprio, no favor de Deus. — Testemunhos Selectos 1:233. {VA 202.4}
Cristo não cedeu no menor grau ao inimigo torturador, mesmo quando sob a mais amarga angústia. Legiões de anjos maus estavam à Sua volta, ao passo que aos anjos santos foi ordenado que não rompessem fileiras e não se envolvessem em conflito com o inimigo que tentava e injuriava a Cristo. Tampouco lhes foi permitido ministrar ao angustiado espírito do divino Sofredor. Foi nessa hora de terrível treva, com a face do Pai escondida, com legiões de anjos do mal circundando-O, com os pecados do mundo inteiro pesando sobre Ele, que de Seus pálidos lábios irromperam as palavras: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” Mateus 27:46. — Bible Echo and Signs of the Times, 1 de Janeiro de 1887. {VA 202.5}
As trevas que cobriram a Terra em Sua crucifixão, escondiam a presença de poderosos agentes celestiais, e a terra sacudiu-se diante da marcha dos exércitos do Céu. As rochas se partiram; durante três horas a Terra foi mergulhada em impenetrável escuridão; a Natureza, com seu manto escuro, ocultou os sofrimentos do Filho de Deus. — Manuscript Releases 5:353. {VA 203.1}
O Pai, junto com Seus anjos, também Se escondeu na espessa escuridão. Deus estava bem perto de Seu Filho, embora não Se houvesse manifestado a Ele ou a qualquer ser humano. Houvesse um só raio de Sua glória e poder penetrado nessa grossa nuvem que envolvia a Cristo, todos os espectadores teriam sido extintos. — Manuscript Releases 12:385. {VA 203.2}
Como pôde o Céu manter silêncio? Podemos nós maravilhar-nos da sobrenatural escuridão que envolveu a cruz? Podemos admirar-nos de ver as rochas partindo-se, de ouvir o bramido do trovão, de ver os relâmpagos faiscantes, de perceber a Terra tremendo sob a marcha do exército celestial enquanto este contemplava seu amado Comandante sofrendo tamanha indignidade? — The Review and Herald, 1 de Setembro de 1891. {VA 203.3}
Quando Cristo exclamou: “Está consumado” (João 19:30), os mundos não caídos ficaram em segurança. Para estes a batalha havia sido completada e a vitória obtida. Desde então Satanás não mais encontraria espaço nas afeições do Universo. — The Review and Herald, 12 de Março de 1901. {VA 204.1}
Os santos anjos horrorizavam-se de que alguém que estivera com eles pudesse cair tão baixo e ser capaz de tamanha crueldade como a que demonstrara ao Filho de Deus no Calvário. Todo e qualquer sentimento de piedade e simpatia que alguma vez houvessem nutrido por Satanás em seu exílio, foi agora banido do coração deles. — The Signs of the Times, 23 de Setembro de 1889. {VA 204.2}
Não foi a mão do sacerdote que rasgou de alto a baixo o formoso véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo. Foi a mão de Deus. Quando Cristo exclamou: “Está consumado” (João 19:30), o Santo Vigia que fora o hóspede invisível no banquete de Belsazar, sentenciou a nação judaica como excomungada. A mesma mão que traçara sobre a parede os caracteres que explanaram o destino de Belsazar e o final do reinado babilônico, rasgou o véu do templo de alto a baixo. — The S.D.A. Bible Commentary 5:1109. {VA 204.3}
Eles [os líderes judeus] retiraram Seu corpo da cruz e o depositaram na tumba nova de José, rolando uma grande pedra sobre a porta do sepulcro, alegando como razão para assim procederem, o risco de virem os discípulos à noite para roubar o corpo. Anjos maus exultavam ao redor da sepultura, pois imaginavam que Cristo havia sido vencido. Um grupo de soldados romanos fora posto a manter guarda junto à tumba, e as maiores precauções imagináveis haviam sido postas em prática pelos judeus, para que seu triunfo fosse completo. Todavia, anjos celestiais guardavam o lugar em que seu amado Comandante dormia. — The Review and Herald, 9 de Outubro de 1888. {VA 204.4}
Não foi senão por ocasião da morte de Cristo que o caráter de Satanás se revelou claramente aos anjos e aos mundos não caídos. Foi então que as mentiras e acusações daquele que antes fora um exaltado anjo, apareceram em sua verdadeira luz. — The Signs of the Times, 27 de Agosto de 1902. {VA 205.1}
A morte de Cristo na cruz assegurou a destruição daquele que possui o poder da morte, que foi o originador do pecado. Quando Satanás for destruído, não haverá ninguém para tentar outro a pecar. A expiação jamais necessitará ser repetida, e não existirá o risco de uma nova rebelião no Universo de Deus. A única medida capaz de vencer o pecado neste mundo de trevas, evitará que novamente o pecado brote no Céu. {VA 205.2}
O significado da morte de Cristo será percebido por santos e anjos. Homens caídos não teriam um lar no Paraíso de Deus sem o Cordeiro morto desde a fundação do mundo. ... Os anjos atribuem honra e glória a Cristo, pois nem mesmo eles se encontram seguros, exceto ao contemplarem os sofrimentos do Filho de Deus. É através da eficácia da cruz que os anjos do Céu são protegidos contra a apostasia. Sem a cruz eles não se encontrariam em maior segurança contra o mal, do que os anjos estavam antes da queda de Satanás. A perfeição angélica fracassou no Céu. A perfeição humana fracassou no Éden. ... O plano de salvação, tornando manifesta a justiça e amor de Deus, provê eterna salvaguarda contra a rebelião dos mundos não caídos. ... A morte de Cristo sobre a cruz do Calvário é a nossa única esperança neste mundo, e será o nosso tema no mundo por vir. — The Signs of the Times, 30 de Dezembro de 1889. {VA 205.3}
Cristo, em Sua vida e morte, respondeu para sempre a profunda e ampla questão quanto a se existe um Deus abnegado, e se Deus é luz e amor. Foi esta a questão surgida nos mundos lá de cima, o que representou o início do afastamento de Satanás em relação a Deus. A mudança ou abolição das leis de Seu governo nas cortes celestiais fora exigida como evidência do amor de Deus. — The Review and Herald, 21 de Outubro de 1902. {VA 206.1}
A manhã da ressurreição
Os discípulos descansaram no sábado, entristecidos pela morte de seu Senhor, enquanto Jesus, o Rei da glória, jazia no túmulo. Aproximando-se a noite, soldados posicionaram-se para guardar o lugar de repouso do Salvador, enquanto anjos, invisíveis, pairavam sobre o local sagrado. — Primeiros Escritos, 181. {VA 207.1}
Lentamente passara a noite do primeiro dia da semana. Havia soado a hora mais escura, exatamente antes do raiar da aurora. Cristo continuava prisioneiro em Seu estreito sepulcro. A grande pedra estava em seu lugar; intacto, o selo romano; a guarda, de sentinela. Vigias invisíveis ali estavam também. Exércitos de anjos maus se achavam reunidos em torno daquele lugar. Houvesse sido possível, e o príncipe das trevas, com seu exército de apóstatas, teria mantido para sempre fechado o túmulo que guardava o Filho de Deus. Uma multidão celeste, porém, circundava o sepulcro. Anjos magníficos em poder o guardavam, esperando o momento de saudar o Príncipe da Vida. — O Desejado de Todas as Nações, 779. {VA 207.2}
E, enquanto ainda era escuro, os anjos vigilantes sabiam que o tempo para o livramento do amado Filho de Deus, seu querido Comandante, era quase vindo. Enquanto esperavam com a mais profunda emoção a hora de Seu triunfo, um poderoso anjo veio voando rapidamente do Céu. — Primeiros Escritos, 181. {VA 208.1}
O anjo mais poderoso do Céu, aquele que ocupava o lugar antes pertencente a Satanás, recebeu ordens do Pai e, revestido da armadura celestial, afastou as trevas de seu caminho. Seu rosto lembrava um relâmpago, e suas vestes eram tão alvas como a neve. — The S.D.A. Bible Commentary 5:1110. {VA 208.2}
Um dos anjos que havia testemunhado a humilhação de Jesus e que agora guardava Seu sagrado local de repouso, uniu-se ao anjo vindo do Céu, e juntos vieram ambos ao sepulcro. A terra sacudiu-se e tremeu quando eles se aproximaram, produzindo-se um poderoso terremoto. — Spiritual Gifts 1:66. {VA 208.3}
O rosto que [os soldados romanos] contemplam não é o de um guerreiro mortal; é a face do mais poderoso dos exércitos do Senhor. Este mensageiro é o que ocupa a posição da qual caiu Satanás. Fora aquele que nas colinas de Belém proclamara o nascimento de Cristo. A terra treme à sua aproximação, fogem as multidões das trevas. — O Desejado de Todas as Nações, 779, 780. {VA 208.4}
O anjo aproximou-se da tumba, removeu a pedra como se fosse um pequeno seixo, e sentou-se sobre ela. A luz do Céu circundou a tumba, e o Céu inteiro foi iluminado pela glória dos anjos. — The S.D.A. Bible Commentary 5:1110. {VA 208.5}
O comandante angélico tomou a pedra cuja colocação naquele lugar requerera a participação de muitos homens fortes, rolou-a para o lado e sentou-se sobre ela. Seu companheiro entrou no sepulcro e desatou os lençóis que envolviam a face e a cabeça de Jesus. {VA 209.1}
Então o poderoso anjo, com voz que fez a terra tremer, disse: “Jesus, Filho de Deus, Teu Pai Te chama!” Aquele que havia adquirido o poder de vencer a morte e a sepultura, saiu da mesma como Conquistador, em meio às contorções da terra, o clarão dos relâmpagos e o rugido dos trovões. — The Spirit of Prophecy 3:192. {VA 209.2}
Aquele que dissera: “Dou a Minha vida para tornar a tomá-la” (João 10:17), saiu da tumba para a vida que nEle mesmo se encontrava. A humanidade morrera, porém não a divindade. Em Sua divindade, possuía Cristo o poder para quebrar os laços da morte. — The Youth’s Instructor, 4 de Agosto de 1898. {VA 209.3}
A Divindade resplandeceu através de Cristo enquanto Ele saía da sepultura e Se erguia triunfantemente sobre a morte e o sepulcro. — The Signs of the Times, 30 de Maio de 1895. {VA 209.4}
A guarda romana... foi capacitada a suportar o espetáculo, pois tinha de apresentar a mensagem como testemunha da ressurreição de Cristo. — The S.D.A. Bible Commentary 5:1110. {VA 209.5}
Os guardas encheram-se de terrível temor. Onde ficara o seu poder para guardar o corpo de Jesus? Já nem pensavam em seu dever, tampouco em que os discípulos houvessem roubado o corpo. Seu temor e assombro devia-se à excessiva glória da luz dos anjos, que os rodeava mais intensa que a do sol. Os guardas romanos viram os anjos, e caíram como mortos ao solo. — Spiritual Gifts 1:66. {VA 209.6}
Em solene admiração a multidão angélica presenciou a cena. Quando Jesus saiu majestosamente do sepulcro, aqueles radiantes anjos se prostraram até o chão e O adoraram. Glorificaram-nO, então, com cânticos de vitória e triunfo. — Spiritual Gifts 1:66, 67. {VA 210.1}
Os soldados... ouviram os habitantes celestiais cantando com grande regozijo e triunfo: “Venceste Satanás e os poderes das trevas!” “Tragada foi a morte na vitória.” 1 Coríntios 15:54. “E ouvi uma grande voz no Céu, que dizia: Agora chegada está a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derribado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite.” Apocalipse 12:10. — The Spirit of Prophecy 3:194. {VA 210.2}
Quando a multidão angélica regressou aos Céus e sua luz e glória se dissiparam, [os guardas romanos] ergueram-se para constatar se lhes era seguro olhar à volta. Encheram-se de assombro quando viram a grande pedra removida da porta do sepulcro, onde Jesus já não Se achava. — Spiritual Gifts 1:68. {VA 210.3}
Satanás não triunfara. Seus anjos haviam fugido diante da intensa e penetrante luz dos anjos celestes. Queixaram-se amargamente a seu rei, de que a presa lhes fora arrebatada com violência, e que Aquele a quem tanto odiavam havia ressuscitado dentre os mortos. — Spiritual Gifts 1:67. {VA 210.4}
Imediatamente após a ressurreição de Cristo
Por um momento Satanás pareceu mostrar preocupação e desânimo. Convocou um concílio com seus anjos a fim de considerar quais deveriam ser os passos seguintes em sua obra contra o governo de Deus. Satanás disse: Devemos apressar-nos em retornar aos sacerdotes e príncipes. Fomos bem-sucedidos em enganá-los, em cegar-lhes os olhos, e em endurecer-lhes o coração contra Jesus. Nós os fizemos crer que Ele era um impostor. A guarda romana levará a odiosa notícia de que Cristo ressurgiu. Levamos os sacerdotes e príncipes a odiarem Jesus e a assassiná-Lo. Agora, mostrem claramente que eles, assassinos que são, se a notícia da ressurreição de Cristo se tornar conhecida, virão a ser apedrejados pelo povo por haverem matado um homem inocente. — Spiritual Gifts 1:67, 68. {VA 211.1}
[Os guardas romanos] deixaram o sepulcro surpresos com o que haviam visto e ouvido, apressando-se em ir até a cidade e relatando a todos que encontravam as maravilhosas cenas que haviam testemunhado. ... Enquanto isso, um mensageiro foi enviado aos sacerdotes e príncipes, anunciando-lhes: Cristo, a quem vocês crucificaram, ergueu-Se dentre os mortos! {VA 211.2}
Um servo foi imediatamente enviado com uma mensagem particular, ordenando que os guardas romanos se apresentassem no palácio do sumo sacerdote. Foram intensamente interrogados, sendo que apresentaram um completo relato daquilo que haviam presenciado no sepulcro: Que um majestoso mensageiro viera do Céu com a face brilhando como relâmpago e trajando vestimentas alvas como a neve; que a terra sacudira e tremera, e eles haviam perdido as forças; que o anjo rolara a pesada pedra da porta do sepulcro como se fosse um pequeno seixo; que um Ser de imensa glória saíra do sepulcro; que um coro de vozes havia enchido os Céus e a Terra com cânticos de alegria e vitória; que ao a luz se dissipar e as vozes musicais cessarem, eles haviam recuperado as forças, encontrando vazia a tumba. Não mais haviam visto o corpo de Jesus em parte alguma. — Redemption: Or the Resurrection of Christ, and His Ascension, seção 6:14, 15. {VA 211.3}
Os guardas romanos apressaram-se em ir aos príncipes e sacerdotes com a extraordinária história que haviam presenciado. Quando aqueles assassinos ouviram o maravilhoso relato, seus rostos empalideceram. Encheram-se de horror pelo que haviam feito. Compreenderam que, se o relato fosse correto, estariam eles perdidos. Por breves momentos sentiram-se estupefatos, em silêncio, sem ter o que fazer ou dizer. Crer naquilo que ouviam, significava sua própria condenação. {VA 212.1}
Retiraram-se para consultar quanto a que deveriam fazer. Concluíram que se o relato da ressurreição de Jesus se espalhasse, que se o povo chegasse a saber da tremenda glória que deixara os guardas como mortos, certamente a multidão se enfureceria contra eles e os mataria. Decidiram subornar os guardas para manter o assunto em segredo. Ofereceram-lhes muito dinheiro para que dissessem que, enquanto dormiam, os discípulos haviam vindo para roubar o corpo de Cristo. Quando os guardas perguntaram o que lhes aconteceria por dizerem que haviam dormido no posto do dever, os príncipes e sacerdotes lhes asseguraram que persuadiriam o governador a poupá-los. — Spiritual Gifts 1:68. {VA 212.2}
As mulheres vão ao sepulcro
As mulheres que estiveram junto à cruz de Cristo esperaram, atentas, que passassem as horas de sábado. No primeiro dia da semana, muito cedo, fizeram o caminho para o sepulcro, levando consigo preciosas especiarias para ungirem o corpo do Salvador. ... {VA 213.1}
Ignorantes do que se passava mesmo então, aproximaram-se do horto, dizendo: “Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?” Marcos 16:3. Sabiam não lhes ser possível afastá-la, todavia continuaram adiante. E eis que os céus se iluminaram de repente com uma glória que não provinha do sol nascente. A terra tremeu. Elas viram que a pedra fora removida. O sepulcro estava vazio. {VA 213.2}
As mulheres que foram ao sepulcro, não partiram todas do mesmo lugar. Maria Madalena foi a primeira a chegar ao local; e ao ver que a pedra fora retirada, correu para anunciá-lo aos discípulos. Enquanto isso, chegaram as outras mulheres. Havia uma luz em volta do sepulcro, mas o corpo de Jesus não se achava ali. Enquanto andavam em torno, viram de repente não se encontrarem sós. Um jovem de vestes brilhantes estava sentado junto ao túmulo. Era o anjo que rolara a pedra. Tomara a forma humana, a fim de não atemorizar essas discípulas de Jesus. Todavia, brilhava-lhe ainda em torno a glória celestial. — O Desejado de Todas as Nações, 788, 789. {VA 213.3}
As mulheres sentiram-se terrivelmente amedrontadas e inclinaram-se com o rosto em terra, pois a visão do ser celestial era mais do que podiam suportar. O anjo foi compelido a ocultar ainda mais sua glória antes de poder conversar com elas. — The Youth’s Instructor, 21 de Julho de 1898. {VA 214.1}
“Não tenhais medo”, disse ele; “pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide, pois, imediatamente, e dizei aos Seus discípulos que já ressuscitou dos mortos.” Mateus 28:5-7. {VA 214.2}
De novo olharam elas para o sepulcro, e tornaram a ouvir as maravilhosas novas. Outro anjo, em forma humana, ali está, e diz: “Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite.” Lucas 24:5-7. {VA 214.3}
Ressuscitou! Ressuscitou! As mulheres repetem e tornam a repetir as palavras. — O Desejado de Todas as Nações, 789. {VA 214.4}
Cristo ascende ao Pai
“Ide”, disseram os anjos às mulheres, “dizei aos Seus discípulos que Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali O vereis. É como vos digo!” Mateus 28:7. Esses anjos estiveram com Cristo, como guardas, durante Sua existência terrestre. Testemunharam-Lhe o julgamento e a crucifixão. Ouviram Suas palavras aos discípulos. — O Desejado de Todas as Nações, 793. {VA 214.5}
Apressadas, afastam-se as mulheres do sepulcro e “com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos Seus discípulos”. Mateus 28:8. {VA 215.1}
Maria não ouvira as boas novas. Foi ter com Pedro e João, levando a dolorosa mensagem: “Levaram o meu Senhor, e não sei onde O puseram.” João 20:13. {VA 215.2}
Os discípulos correram para o túmulo, e acharam ser como Maria dissera. Viram o manto e o lenço, mas não acharam o Senhor. ... {VA 215.3}
Maria acompanhara João e Pedro ao sepulcro; quando eles voltaram a Jerusalém, ela permaneceu. Contemplando a tumba vazia, o coração encheu-se-lhe de dor. Olhando para dentro, viu os dois anjos, um à cabeceira, outro aos pés do lugar em que Jesus jazera. “Mulher, por que choras?” perguntaram-lhe. “Porque levaram o meu Senhor”, disse ela, “e não sei onde O puseram.” João 20:13. {VA 215.4}
Então ela se voltou para se afastar, mesmo dos anjos, pensando em encontrar alguém que lhe dissesse o que fora feito com o corpo de Jesus. Outra voz a ela se dirigiu: “Mulher, por que choras? Quem buscas?” Através das lágrimas que lhe empanavam os olhos, Maria viu a figura de um homem e, pensando que fosse o hortelão, disse: “Senhor, se tu O levaste, dize-me onde O puseste, e eu O levarei.” João 20:15. ... {VA 215.5}
Mas então, em Sua voz familiar, Jesus lhe diz: “Maria!” Agora sabia que não era um estranho que se dirigia a ela e, voltando-se, viu diante de si o Cristo vivo. Em sua alegria, esqueceu que Ele fora crucificado. Saltando para Ele, como para abraçar-Lhe os pés, disse ela: “Raboni.” João 20:16. Cristo, porém, ergueu a mão, dizendo: Não Me detenhas, “porque ainda não subi para Meu Pai”. João 20:17. ... {VA 215.6}
Jesus recusou receber a homenagem de Seu povo até haver obtido a certeza de estar Seu sacrifício aceito pelo Pai. Subiu às cortes celestiais, e ouviu do próprio Deus a afirmação de que Sua expiação pelos pecados dos homens fora ampla, de que por meio de Seu sangue todos poderiam obter a vida eterna. ... {VA 216.1}
Depois de haver ascendido ao Pai, Jesus apareceu às outras mulheres, dizendo: “Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os Seus pés e O adoraram. Então, Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a Meus irmãos que vão a Galiléia e lá Me verão.” Mateus 28:9, 10. — O Desejado de Todas as Nações, 789, 790, 793. {VA 216.2}
Outras aparições após a ressurreição
Ao entardecer do dia da ressurreição, dois dos discípulos se achavam no caminho de Emaús, pequena aldeia cerca de doze quilômetros de Jerusalém. ... Tinham ouvido as notícias da manhã com respeito à remoção do corpo de Jesus do sepulcro, bem como a narração das mulheres que viram os anjos e encontraram a Jesus. Voltavam agora para casa. ... {VA 216.3}
Não haviam andado muito quando se lhes juntou um Estranho, mas tão absorvidos se achavam em sua negra decepção que não O observaram muito. Continuaram em sua conversa, externando os pensamentos de seu coração. ... Enquanto falavam sobre os acontecimentos que se haviam desenrolado, Jesus anelava consolá-los. ... Devia, porém, dar-lhes lições que nunca haveriam de esquecer. ... {VA 216.4}
Começando com Moisés... Cristo expôs em todas as Escrituras as coisas que Lhe diziam respeito. ... Com provas tiradas da profecia, deu Cristo aos discípulos uma idéia correta do que Ele devia ser na humanidade. ... {VA 217.1}
Enquanto andavam, o sol baixara. ... Quando os discípulos estavam para entrar em casa, o Estranho pareceu como se fosse continuar a viagem. Mas os discípulos sentiram-se atraídos para Ele. ... “Fica conosco”, disseram. Ele não parecia disposto a aceitar-lhes o convite, mas insistiram, dizendo: “Já é tarde, e já declinou o dia.” Cristo concordou com esse rogo, “e entrou para ficar com eles”. Lucas 24:29. ... {VA 217.2}
A simples refeição da noite, composta de pão, é prontamente preparada. É colocada diante do Hóspede, que tomou assento à cabeceira da mesa. Estende então as mãos para abençoar o alimento. Os discípulos recuam assombrados. Seu Companheiro estende as mãos exatamente da mesma maneira como o fazia o Mestre. Olham outra vez, e eis que Lhe vêem nas mãos os sinais dos cravos. Ambos exclamam imediatamente: É o Senhor Jesus! Ressuscitou dos mortos! {VA 217.3}
Erguem-se para lançar-se-Lhe aos pés em adoração, mas Ele desaparece diante de seus olhos. ... Mas com essas grandes novas a comunicar, não se podiam sentar e conversar. ... Deixam a refeição intacta e, cheios de alegria, põem-se imediatamente a caminho outra vez pela mesma estrada por onde tinham vindo, apressando-se para dar as novas aos discípulos na cidade. — O Desejado de Todas as Nações, 795-801. {VA 217.4}
Chegando a Jerusalém, os dois discípulos entram pela porta oriental, aberta à noite em ocasião de festas. ... Vão ao cenáculo, onde Jesus passara as primeiras horas da última noite, antes de Sua morte. ... Encontram a porta da câmara fechada a trave, por segurança. Batem pedindo entrada, mas nenhuma resposta. Tudo quieto. Dão então seu nome. A porta é cautelosamente aberta, eles entram, e Outro, invisível, entra com eles. Novamente é trancada a porta, para evitar espias. {VA 217.5}
Os viajantes encontram todos numa agitação surpreendente. As vozes dos presentes irrompem em ações de graças e louvores, dizendo: “Ressuscitou, verdadeiramente, o Senhor e já apareceu a Simão.” Lucas 24:34. Então os dois viajantes... contam a maravilhosa história de como Jesus lhes aparecera. Apenas a terminam, ... [e] eis que outra Pessoa Se acha perante eles. ... Ouvem então uma voz que não é outra senão a do Mestre. ... {VA 218.1}
“E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E Ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as Minhas mãos e os Meus pés, que sou Eu mesmo; tocai-Me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.” Lucas 24:37-40. — O Desejado de Todas as Nações, 802, 803. {VA 218.2}
Vários discípulos fizeram, então, do familiar cenáculo, sua habitação temporária, e à noite todos, com exceção de Tomé, aí se reuniam. Uma noite, Tomé decidiu reunir-se com os demais. ... Enquanto os discípulos tomavam a refeição da tarde, conversavam acerca dos testemunhos que Jesus lhes dera nas profecias. “Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-Se no meio, e disse: Paz seja convosco!” João 20:26. {VA 218.3}
Voltando-Se para Tomé, disse: “Põe aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no Meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.” João 20:27. ... [Tomé] não desejou mais provas. O coração saltou-lhe de alegria, e lançou-se aos pés de Jesus, exclamando: “Senhor meu, e Deus meu!” João 20:28. — O Desejado de Todas as Nações, 807. {VA 219.1}
Jesus indicara aos discípulos um encontro na Galiléia; e logo depois da semana da Páscoa, para ali dirigiram os passos. ... Sete dos discípulos iam em grupo. Trajavam as humildes vestes de pescador. ... Toda a noite labutaram, mas sem resultado. ... Todo esse tempo, um solitário Observador, na praia, os acompanhava com a vista, ao passo que Ele próprio Se achava invisível. Por fim raiou a manhã... e os discípulos viram de pé na praia um Estranho. ... João reconheceu o Estranho e exclamou para Pedro: “É o Senhor.” João 21:7. — O Desejado de Todas as Nações, 809, 810. {VA 219.2}
Em uma montanha da Galiléia se realizou uma reunião na qual se congregaram todos os crentes que podiam ser convocados. ... Ao tempo designado, cerca de quinhentos crentes estavam reunidos em pequenos grupos na encosta da montanha, ansiosos por saber tudo quanto fosse possível colher dos que tinham visto Jesus depois da ressurreição. ... De repente, achou-Se Jesus no meio deles. Ninguém podia dizer de onde nem como viera. ... Agora declarava que Lhe era dado “todo o poder”. Mateus 28:18. Suas palavras levaram a mente dos ouvintes acima das coisas terrenas e temporais, às celestiais e eternas. — O Desejado de Todas as Nações, 818, 819. {VA 219.3}
Por quarenta dias permaneceu Cristo na Terra, preparando os discípulos para a obra que deviam fazer, e explanando o que até então eles tinham sido incapazes de compreender. Falou-lhes das profecias concernentes a Seu advento, Sua rejeição pelos judeus e Sua morte, mostrando que cada especificação dessas profecias tinha sido cumprida. Falou-lhes também que deviam considerar o cumprimento dessas profecias como garantia do poder que haveria de assisti-los nos seus futuros labores. — Atos dos Apóstolos, 26. {VA 219.4}
A ascensão de Cristo
Chegou o momento de Cristo ascender ao trono do Pai. ... Como local de Sua ascensão, escolheu Jesus aquele tantas vezes consagrado por Sua presença... [o] Monte das Oliveiras. ... {VA 220.1}
Com os onze discípulos, dirige-Se Jesus agora para o monte. Ao passarem pela porta de Jerusalém, muitos olhares curiosos seguem o pequeno grupo, chefiado por Aquele que, poucas semanas antes, fora condenado pelos principais, e crucificado. ... Chegando ao Monte das Oliveiras, Jesus vai abrindo o caminho até o cume, à vizinhança de Betânia. Ali Se detém, e os discípulos reúnem-se-Lhe em torno. Raios de luz parecem irradiar-Lhe do semblante, enquanto os contempla amorosamente. ... Com as mãos estendidas numa bênção, e como numa firme promessa de Seu protetor cuidado, ascende Jesus lentamente dentre eles, atraído para o Céu por um poder mais forte que qualquer atração terrestre. Ao subir mais e mais, os assombrados discípulos, numa tensão visual, buscam um último vislumbre de seu Senhor ascendendo ao Céu. — O Desejado de Todas as Nações, 829-831. {VA 220.2}
Quando Jesus... ascendeu do Monte das Oliveiras, não foi visto apenas por uns poucos discípulos, porém muitos O viram. Houve uma multidão de anjos, milhares de milhares que contemplaram o Filho de Deus enquanto Ele subia. — The Ellen G. White 1888 Materials, 127. {VA 220.3}
Enquanto os discípulos continuam a olhar para cima ouvem, qual música maviosa, vozes que se lhes dirigem. Voltam-se e vêem dois anjos em forma humana, os quais lhes falam, dizendo: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o Céu O vistes ir.” Atos dos Apóstolos 1:11. {VA 221.1}
Esses anjos eram do grupo que estivera esperando numa nuvem brilhante, para acompanhar Jesus à morada celestial. Os mais exaltados, dentre a multidão angélica, eram os dois que foram ao sepulcro na ressurreição de Cristo e com Ele estiveram durante Sua vida na Terra. — O Desejado de Todas as Nações, 831, 832. {VA 221.2}
Cristo foi levado ao Céu numa nuvem composta de anjos viventes. — Manuscript Releases 17:2. {VA 221.3}
Enquanto o séquito de anjos O recebia, dEle lhes vieram as palavras [aos discípulos]: “Eis que Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.” Mateus 28:20. — Atos dos Apóstolos, 65. {VA 221.4}
Milhares e milhares de anjos escoltaram honrosamente a Cristo rumo à cidade de Deus, cantando: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.” Salmos 24:7, 9. Os anjos sentinelas nas portas exclamavam: “Quem é este Rei da Glória?” Salmos 24:8, 10. — The Review and Herald, 29 de Julho de 1890. {VA 221.5}
Quando Cristo Se aproximava da Cidade de Deus, as vozes de milhares de anjos ergueram-se, e os mais elevados dentre os anjos cantaram: “Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.” Salmos 24:7, 9. — The Ellen G. White 1888 Materials, 127. {VA 222.1}
Outra vez ergue-se o desafio: “Quem é este Rei da Glória?” Os anjos que acompanhavam a Cristo responderam: “O Senhor dos Exércitos; Ele é o Rei da Glória.” Salmos 24:10. E a embaixada celestial passa pelas portas. — The Review and Herald, 29 de Julho de 1890. {VA 222.2}
Quando Cristo ascendeu ao alto, levando uma multidão de cativos e escoltado pela multidão celestial, foi recebido nas portas da cidade. ... Possuía então a mesma exaltada estatura que tivera antes de vir ao mundo e morrer pelo homem. — Spiritual Gifts 4a:119. {VA 222.3}
Cristo é acompanhado à presença do Pai
Ali está o trono circundado pelo arco da promessa. Ali estão serafins e querubins. Os anjos estão à sua volta, porém Cristo os faz recuar. Entra à presença do Pai. Aponta ao Seu triunfo... — aqueles que com Ele ressuscitaram, os representantes dos cativos mortos que sairão de suas sepulturas quando a trombeta soar. Aproxima-Se do Pai e... diz: Pai, está consumado. Cumpri a Tua vontade, Meu Deus. Completei a obra da redenção. Se a Tua justiça está satisfeita, “onde Eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a Minha glória que Me deste”. João 17:24. — The Youth’s Instructor, 11 de Agosto de 1898. {VA 222.4}
Os braços do Pai estreitam o Filho, e ouve-se-Lhe a voz, dizendo: “Todos os anjos de Deus O adorem.” Hebreus 1:6. — Mensagens Escolhidas 1:307. {VA 223.1}
A multidão angélica... inclina-se em adoração diante dEle, dizendo: “Digno é o Cordeiro, que foi morto” (Apocalipse 5:12), e vive outra vez, o triunfante Conquistador. — The Signs of the Times, 17 de Junho de 1889. {VA 223.2}
Ao transpor as portas celestiais, foi Jesus entronizado em meio à adoração dos anjos. Tão logo foi esta cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento pentecostal foi uma comunicação do Céu de que a confirmação do Redentor fora aceita. De conformidade com Sua promessa, Jesus enviara do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo. — Atos dos Apóstolos, 38, 39. {VA 223.3}
Anjos protegem verdades vitais
Vi que anjos de Deus foram comissionados para guardar com especial cuidado as sagradas, importantes verdades que deviam servir como uma âncora para os discípulos de Cristo através de todas as gerações. O Espírito Santo especialmente repousou sobre os apóstolos, que foram testemunhas da crucifixão, ressurreição e ascensão de nosso Senhor — verdades importantes que deviam ser a esperança de Israel. Todos deviam olhar para o Salvador do mundo como a sua única esperança, e andar no caminho que Ele havia aberto com o sacrifício de Sua própria vida, e guardar a lei de Deus e viver. Vi a sabedoria e bondade de Jesus em dar aos discípulos poder para promover a mesma obra pela qual Ele tinha sido odiado e morto pelos judeus. Em Seu nome Eles tiveram poder sobre as obras de Satanás. Um halo de luz e glória assinalou o tempo da morte e ressurreição de Jesus, imortalizando a sagrada verdade de que Ele foi o Salvador do mundo. — Primeiros Escritos, 196, 197. {VA 224.1}
Pedro e João libertos da prisão
Pouco tempo após a descida do Espírito Santo, e imediatamente depois de um período de fervorosa oração, Pedro e João foram adorar no templo. Ali encontraram um pobre e desanimado paralítico. ... Os discípulos compadeceram-se dele. “Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!” Atos dos Apóstolos 3:4, 6. — The Spirit of Prophecy 3:275, 276. {VA 225.1}
Ouvindo os saduceus, que não criam na ressurreição, os apóstolos declararem que Cristo ressuscitara dos mortos, ficaram enraivecidos, compreendendo que se aos apóstolos fosse permitido pregar um Salvador ressuscitado e operar milagres em Seu nome, a doutrina de que não haveria ressurreição seria rejeitada por todos e a seita dos saduceus logo se extinguiria. — Atos dos Apóstolos, 78. {VA 225.2}
Alguns dos oficiais do templo e o capitão do mesmo eram saduceus. O capitão, com a ajuda de outros saduceus, prendeu os dois apóstolos e colocou-os na prisão, pois já era muito tarde para que seus casos fossem examinados naquela noite. — The Spirit of Prophecy 3:278. {VA 225.3}
Satanás triunfou, e os anjos maus exultaram. Entretanto, os anjos de Deus foram enviados para abrir as portas da prisão e, contrariando o que haviam ordenado o sumo sacerdote e os anciãos, disseram aos apóstolos que voltassem ao templo e prosseguissem proferindo as palavras de vida. — Spiritual Gifts 1:83, 84. {VA 225.4}
Nesse ínterim, “o sumo sacerdote e os que estavam com ele, convocaram o conselho e a todos os anciãos dos filhos de Israel”. Atos dos Apóstolos 5:21. Os sacerdotes e príncipes resolveram atribuir aos discípulos a acusação de insurreição, acusando-os do assassínio de Ananias e Safira e de conspiração para despojarem os sacerdotes de sua autoridade. ... {VA 226.1}
Quando mandaram trazer os prisioneiros a sua presença, grande foi o seu espanto ante a resposta de que as portas da prisão foram encontradas seguramente fechadas e a guarda estacionada perante elas, mas não se encontravam os prisioneiros em parte alguma. {VA 226.2}
Logo chegou a estranha notícia: “Eis que os homens que encerrastes na prisão estão no templo e ensinam ao povo. Então, foi o capitão com os servidores e os trouxe, não com violência (porque temiam ser apedrejados pelo povo).” Atos dos Apóstolos 5:25, 26. ... {VA 226.3}
Achando-se eles [Pedro e João] pela segunda vez perante os homens que pareciam empenhados em efetuar a sua destruição, nenhum temor ou hesitação se poderia divisar em suas palavras e atitudes. E quando o sumo sacerdote disse: “Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem”, Pedro respondeu: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” Atos dos Apóstolos 5:28, 29. Foi um anjo do Céu que os livrou da prisão e os mandou ensinar no templo. — Atos dos Apóstolos, 80-82. {VA 226.4}
Aqueles criminosos se enfureceram. Tiveram novamente o desejo de sujarem suas mãos de sangue, matando os apóstolos. Planejavam já como fazê-lo, quando um anjo de Deus foi enviado a Gamaliel, impressionando-o a aconselhar os sacerdotes e príncipes. Disse Gamaliel: “Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus.” Atos dos Apóstolos 5:38, 39. {VA 226.5}
Os anjos maus sugeriam aos anciãos e sacerdotes que executassem os apóstolos; Deus, porém, enviou Seu anjo para evitar isso, fazendo erguer-se dentre as próprias fileiras do Sinédrio uma voz em favor dos discípulos. — Spiritual Gifts 1:85. {VA 227.1}
Filipe e o eunuco Etíope
Os anjos celestiais acompanham os que procuram por iluminação. Cooperam com os que buscam salvar almas para Cristo. Anjos ministram em favor dos que herdarão a salvação. Isso é demonstrado na experiência de Filipe e o etíope. — Bible Echo and Signs of the Times, 10 de Dezembro de 1900. {VA 227.2}
Este etíope era homem de boa posição e grande influência. Deus viu que, quando se convertesse, proporcionaria a outros a luz que recebera, e exerceria forte influência em prol do evangelho. Anjos de Deus estavam auxiliando este inquiridor da luz, e ele estava sendo atraído para o Salvador. Pelo ministério do Espírito Santo, o Senhor o pôs em contato com quem o poderia guiar à luz. — Vidas que Falam, 332. {VA 227.3}
Quando Deus designou a Filipe o seu trabalho, ... ele aprendeu que toda alma é preciosa à vista de Deus, e que anjos dirigem os agentes humanos para que levem luz aos que dela necessitam. Os anjos celestiais não assumem a obra de pregar o evangelho. Através da ministração dos anjos, Deus envia luz a Seu povo, e por intermédio desse povo a luz é outorgada ao mundo. — Bible Echo and Signs of the Times, 10 de Dezembro de 1900. {VA 227.4}
A conversão de Paulo
Ao viajar Saulo para Damasco, com cartas autorizando-o a prender homens e mulheres que estivessem pregando a Jesus, e levá-los para Jerusalém, os anjos maus exultaram em torno dele. Mas de repente uma luz do Céu brilhou ao redor dele, luz que levou os anjos maus a fugirem. — Primeiros Escritos, 200. {VA 228.1}
No relato da conversão de Saulo, encontramos importantes princípios que devemos sempre ter em mente. Saulo foi levado diretamente à presença de Cristo. ... [Ele] embargou-lhe o caminho e convenceu-o do pecado; e quando Saulo perguntou: “Que queres que faça?” (Atos dos Apóstolos 9:6) o Salvador colocou o indagador judeu em contato com Sua igreja, para que obtivesse o conhecimento da vontade de Deus em relação a ele. ... {VA 228.2}
Enquanto em recolhimento na casa de Judas, Saulo continuava em oração e súplica, o Senhor apareceu em visão a “certo discípulo” em Damasco, “chamado Ananias”, dizendo-lhe que Saulo de Tarso estava orando e necessitava de auxílio. “Levanta-te, e vai à rua chamada Direita”, disse o mensageiro celestial, “e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando.” Atos dos Apóstolos 9:10, 11. {VA 228.3}
Ananias mal podia crer nas palavras do anjo; pois a notícia da tenaz perseguição aos santos em Jerusalém tinha-se espalhado amplamente. ... {VA 228.4}
Obediente à orientação do anjo, Ananias saiu em busca do homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra todos os que criam no nome de Jesus; e colocando as mãos sobre a cabeça do penitente sofredor, disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. {VA 229.1}
“E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.” Atos dos Apóstolos 9:17, 18. — Atos dos Apóstolos, 120-122. {VA 229.2}
Paulo deixa Damasco
Enquanto Paulo pregava a Cristo em Damasco, todos os que o ouviam ficavam admirados. ... A oposição tornou-se tão violenta que não foi permitido a Paulo continuar sua obra em Damasco. Um mensageiro do Céu ordenou-lhe retirar-se por algum tempo; e ele foi “para a Arábia” (Gálatas 1:17), onde encontrou um refúgio seguro. {VA 229.3}
Ali, na solidão do deserto, Paulo teve ampla oportunidade para sossegado estudo e meditação. ... Jesus comungou com ele e confirmou-o na fé, conferindo-lhe uma rica medida de sabedoria e graça. — Atos dos Apóstolos, 124-126. {VA 229.4}
Os trabalhos de Paulo em Antioquia, em colaboração com Barnabé, fortaleceram-lhe a convicção de que o Senhor o havia chamado para uma obra especial pelos gentios. Por ocasião da conversão de Paulo, o Senhor declarara que ele devia ser ministro dos gentios “para lhes abrires os olhos”, disse, “e das trevas os converteres à luz e do poder de Satanás a Deus, a fim de que recebam a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé em Mim”. Atos dos Apóstolos 26:18. O anjo que apareceu a Ananias dissera de Paulo: “Este é para Mim um vaso escolhido para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.” Atos dos Apóstolos 9:15. E o próprio Paulo, posteriormente em sua experiência cristã, quando orava no templo de Jerusalém, foi visitado por um anjo do Céu que lhe ordenou: “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe.” Atos dos Apóstolos 22:21. — Atos dos Apóstolos, 159. {VA 229.5}
Cornélio e Pedro
Mas o mesmo Santo Vigia que dissera de Abraão: “Eu o tenho conhecido” (Gênesis 18:19), conhecia também Cornélio, e lhe enviou uma mensagem direta do Céu. — Atos dos Apóstolos, 133. {VA 230.1}
O anjo apareceu a Cornélio quando este se achava em oração. Ouvindo o centurião alguém a ele dirigir-se pelo nome, ficou atemorizado; todavia compreendeu que o mensageiro viera de Deus, e disse: “Que é, Senhor?” Atos dos Apóstolos 10:4. — Atos dos Apóstolos, 133. {VA 230.2}
“Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele está hospedado com um certo Simão, curtidor.” Atos dos Apóstolos 10:5, 6. O anjo lhe deu informação precisa de onde Simão morava. Então o anjo do Senhor veio a Pedro, preparando-lhe a mente para a recepção dos homens. — The Ellen G. White 1888 Materials, 1746. {VA 230.3}
Cornélio obedeceu alegremente à visão. Quando o anjo se foi, ele “chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope”. Atos dos Apóstolos 10:7, 8. O anjo não foi comissionado a contar a Cornélio a história da cruz. Um homem, tão sujeito às fragilidades e tentações humanas quanto o próprio centurião, deveria contar-lhe do crucificado e ressurreto Salvador. Em Sua sabedoria, o Senhor põe os que estão à busca da verdade em contato com outros seres humanos que a conhecem. — The Review and Herald, 6 de Abril de 1911. {VA 231.1}
Imediatamente após a entrevista com Cornélio, o anjo foi em busca de Pedro, que nesse momento orava no terraço de seu alojamento em Jope. — The Review and Herald, 13 de Abril de 1911. {VA 231.2}
Foi com relutância que Pedro levou a cabo a tarefa a ele designada pela ordem divina. Ao relatar sua experiência, não o fez defendendo sua ação com base em princípios gerais, e sim como uma exceção, em virtude da revelação divina. O resultado surpreendeu-o. Quando Cornélio lhe relatou sua própria experiência, inclusive as palavras do anjo que lhe aparecera em visão, Pedro declarou: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e faz o que é justo.” Atos dos Apóstolos 10:34, 35. — Manuscript Releases 6:328, 329. {VA 231.3}
Pedro é libertado da prisão
O dia da execução de Pedro havia sido finalmente decidido;
as orações dos crentes, entretanto, prosseguiam subindo ao Céu. Enquanto eles ocupavam todas as suas energias e sentimentos em fervorosos apelos, anjos de Deus guardavam o apóstolo aprisionado. ... Pedro foi posto entre dois soldados, preso nos punhos por duas correntes, e cada uma delas presa ao punho de um dos soldados. Era-lhe assim impossível mover-se sem que eles o percebessem. As portas da prisão foram fechadas com segurança, e uma forte guarda colocada diante delas. Toda e qualquer chance de resgate ou escape humanos havia sido eliminada. — Redemption: or the Ministry of Peter and the Conversion of Saul, 70. {VA 232.4}
[Pedro] estava preso, esperando ser executado no dia seguinte. Aquela noite dormia “entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias”. Atos dos Apóstolos 12:6, 7. {VA 232.1}
Pedro, subitamente despertado, extasiou-se com a claridade que inundava o cárcere, e a beleza celestial do mensageiro divino. Não compreendeu a cena, mas sabia que estava livre, e em sua estupefação e júbilo se teria retirado da prisão sem ter o cuidado de agasalhar-se do frio ar da noite. O anjo de Deus, notando todas as circunstâncias, disse-lhe com terna solicitude pelas necessidades do apóstolo: “Cinge-te e ata as tuas sandálias.” Atos dos Apóstolos 12:8. {VA 232.2}
Pedro obedeceu mecanicamente; mas, tão embevecido estava diante da revelação daquela glória celestial, que não pensou em tomar a capa. Ordenou-lhe então o anjo: “Lança às costas a tua capa e segue-me. E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão. E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma.” Atos dos Apóstolos 12:8-10. — Testemunhos Selectos 2:345, 346. {VA 232.3}
Não se troca uma palavra; não há ruído de passos. O anjo se move suavemente diante de Pedro, cercado de uma luz de deslumbrante brilho, e Pedro, desorientado, e julgando-se ainda em sonho, segue o seu libertador. Assim eles percorrem uma rua, e então, estando cumprida a missão do anjo, desaparece ele subitamente. {VA 233.1}
Dissipou-se a luz celestial, e a Pedro pareceu achar-se em profundas trevas; mas, acostumando-se-lhe os olhos, pareceram elas diminuir gradualmente, e ele se encontrou só na rua silenciosa, com o ar fresco da noite a soprar-lhe no rosto. Compreendeu então que estava livre, em uma parte da cidade que lhe era familiar; reconheceu o lugar como sendo um que freqüentara muitas vezes, e por onde esperara passar no dia seguinte pela última vez. ... {VA 233.2}
O apóstolo se encaminhou de pronto à casa onde seus irmãos estavam reunidos, e onde naquele momento se encontravam em oração fervorosa por ele. “E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar. E, conhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo.” Atos dos Apóstolos 12:13-15. — Atos dos Apóstolos, 147, 148. {VA 233.3}
O mesmo anjo que deixara as reais cortes do Céu para resgatar a Pedro do poder de seus perseguidores, foi o mensageiro de ira e juízo para Herodes. O toque do anjo em Pedro a fim de despertá-lo, foi, porém, diferente do golpe usado contra o malvado rei, fazendo sobrevir a este uma enfermidade mortal. — The Spirit of Prophecy 3:344. {VA 234.1}
O apedrejamento de Estêvão
Enquanto Estêvão fixava os olhos no Céu, foi-lhe dada uma visão da glória de Deus e anjos o cercaram. Ele exclamou: “Eis que vejo os Céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus.” Atos dos Apóstolos 7:56. — Spiritual Gifts 1:89. {VA 234.2}
Os anjos durante o ministério de Paulo
Um extenso e lucrativo negócio havia-se desenvolvido em Éfeso pela manufatura e venda de nichos e imagens modelados segundo o templo e a imagem de Diana. Os que estavam empenhados nesta indústria sentiram que seus lucros estavam diminuindo, e foram unânimes em atribuir a indesejável mudança aos trabalhos de Paulo. ... {VA 234.3}
“Encheu-se de confusão toda a cidade.” Atos dos Apóstolos 19:29. Saíram em busca de Paulo mas o apóstolo não foi encontrado. Seus irmãos, recebendo um aviso de perigo, tinham-no levado à pressa para fora do lugar. Anjos de Deus haviam sido enviados para guardar o apóstolo; ainda não havia chegado seu tempo para sofrer a morte de mártir. — Atos dos Apóstolos, 292, 293. {VA 234.4}
Dia após dia, quando [Paulo e Silas] se dirigiam à reunião de oração [em Filipos], uma mulher possuída por espírito de adivinhação os seguia, gritando: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.” Atos dos Apóstolos 16:17. Esta mulher era uma agente especial de Satanás; assim como os demônios haviam-se sentido perturbados em presença de Cristo, o mau espírito que a possuía também se incomodou com a presença dos apóstolos. Satanás percebeu que seu reino estava sendo invadido e tratou de opor-se à obra dos ministros de Deus. As palavras de recomendação proferidas pela mulher, eram na verdade uma injúria à causa, pois distraíam a mente do povo das verdades proferidas. Em vez de pensar nas verdades apresentadas, as pessoas discutiam se esses homens — que falavam movidos pelo Espírito e poder de Deus — estariam agindo através do mesmo espírito desta emissária de Satanás. {VA 235.1}
Os apóstolos suportaram essa oposição por vários dias. Então Paulo, sob inspiração do Espírito de Deus, ordenou ao espírito mau que abandonasse a mulher. Satanás foi assim enfrentado e repreendido. O imediato e continuado silêncio da mulher testificou que os apóstolos eram servos de Deus, e que o demônio os reconhecia como tais, havendo obedecido à ordem recebida. Ao ser a mulher libertada do espírito do mal e restaurada a seu perfeito juízo, seus senhores se alarmaram. Findara-se a sua esperança de obter dinheiro através de adivinhações e predições. Perceberam que, se aos apóstolos fosse permitido prosseguir em suas obras, sua própria fonte de renda logo se extinguiria por completo. — Sketches From the Life of Paul, 74, 75. {VA 235.2}
Depois de haver sido resgatada do espírito mau, a mulher tornou-se uma seguidora de Cristo. Seus senhores viram que sua esperança de ganho se fora. Tomando a Paulo e Silas, conduziram-nos à presença dos governadores, acusando-os de estarem perturbando a cidade. Produziu-se um alvoroço. A multidão ergue-se contra os apóstolos, e os juízes ordenaram que os prisioneiros fossem açoitados. — The Review and Herald, 29 de Junho de 1905. {VA 236.1}
“Depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança.” Atos dos Apóstolos 16:23. Este, havendo recebido tal ordem, meteu-os na cela interior e prendeu-lhes os pés no tronco. Mas os anjos de Deus adentraram com os apóstolos os muros da prisão. — Spiritual Gifts 1:95, 96. {VA 236.2}
Os apóstolos sofreram extrema tortura por causa da dolorosa posição em que foram postos, mas não murmuraram. Em vez disto, na densa escuridade e desolação do calabouço, encorajavam-se mutuamente com palavras de oração, e cantavam louvores a Deus por terem sido considerados dignos de sofrer vergonha por Sua causa. ... Com espanto ouviram os outros prisioneiros os sons de oração e hinos que saíam da prisão interior. — Atos dos Apóstolos, 213, 214. {VA 236.3}
Embora os homens houvessem atuado de modo cruel e vingativo e as autoridades se houvessem demonstrado criminosamente negligentes no cumprimento de suas responsabilidades, Deus não Se esquecera de mostrar-Se gracioso para com Seus sofredores servos. Um anjo foi enviado do Céu para libertá-los. Ao aproximar-se ele da prisão romana, a terra tremeu sob seus pés, toda a cidade foi sacudida por um terremoto, e as paredes da prisão sacudiram como palha ao vento. As pesadas portas abriram-se; as cadeias e grilhões soltaram-se das mãos e pés de todos os prisioneiros. — The Spirit of Prophecy 3:382, 383. {VA 236.4}
Ao apóstolo Paulo, em seus esforços em Éfeso, foi dada especial demonstração do favor divino. O poder de Deus acompanhava seus esforços, e muitos eram curados de males físicos. “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.” Atos dos Apóstolos 19:11, 12. {VA 237.1}
Estas manifestações de poder sobrenatural eram tão mais poderosas que as que já haviam sido antes testemunhadas em Éfeso, e de tal caráter que as não podiam imitar os habilidosos truques ou encantamentos de feiticeiros. Ao serem esses milagres operados no nome de Jesus de Nazaré, tinha o povo oportunidade de ver que o Deus do Céu era mais poderoso que os mágicos adoradores da deusa Diana. Assim o Senhor exaltava Seu servo, mesmo diante dos idólatras, incomparavelmente acima do mais poderoso e favorecido dos mágicos. {VA 237.2}
Mas Aquele a quem estão sujeitos todos os espíritos do mal, e sobre os quais dera a Seus servos autoridade, estava para levar maior vergonha e ruína sobre os que desprezavam e profanavam Seu santo nome. A feitiçaria havia sido proibida pela lei mosaica, sob pena de morte, embora de tempos em tempos houvesse sido praticada secretamente por judeus apostatados. Ao tempo da visita de Paulo a Éfeso, havia na cidade “alguns dos exorcistas judeus, ambulantes”, os quais vendo as maravilhas por ele [Paulo] operadas, “tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos”. Atos dos Apóstolos 19:13. Uma tentativa foi feita por “sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes”. Atos dos Apóstolos 19:14. Encontrando um homem possesso de demônio, disseram-lhe: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.” Atos dos Apóstolos 19:13. Porém “o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa”. Atos dos Apóstolos 19:13-16. ... {VA 237.3}
Fatos que haviam sido previamente encobertos foram agora trazidos à luz. Ao aceitarem o cristianismo, alguns crentes não haviam renunciado inteiramente as suas superstições. Ainda continuaram em certa medida a praticar a magia. Agora, convictos de seu erro, “muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos”. Atos dos Apóstolos 19:18. A boa obra se estendeu mesmo a alguns dos próprios feiticeiros; e “muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos”. Atos dos Apóstolos 19:19. ... {VA 238.1}
Esses tratados de adivinhação continham regras e formas de comunicação com os espíritos do mal. Eram os regulamentos da adoração de Satanás — regras para lhe solicitar auxílio e obter dele informações. — Atos dos Apóstolos, 286-289. {VA 238.2}
Um relatório acerca do discurso de Demétrio circulou rapidamente. O alvoroço foi terrível. Toda a cidade [de Éfeso] parecia em comoção. Logo se reuniu enorme multidão, que se dirigiu de imediato ao local de trabalho de Áquila, no setor judaico, com a finalidade de aprisionar a Paulo. Em sua ira insana estavam dispostos a despedaçá-lo. Mas o apóstolo não foi encontrado. Seus irmãos, havendo recebido informações quanto ao perigo iminente, o haviam retirado do local. Anjos de Deus foram enviados para proteger o fiel apóstolo. — Sketches From the Life of Paul, 143. {VA 238.3}
Testemunhando sacerdotes e príncipes o efeito da narração da experiência de Paulo, encheram-se de ódio contra ele. Viram que ele ousadamente pregava a Jesus e operava milagres em Seu nome, que multidões o ouviam e viravam as costas a suas tradições e olhavam para os líderes judeus como os assassinos do Filho de Deus. Sua ira se acendeu e eles se aconselharam quanto ao que seria melhor fazer para reduzir a agitação. Concordaram entre si que a única conduta acertada era levar Paulo à morte. Mas Deus conhecia suas intenções, e anjos foram comissionados para guardá-lo, a fim de que ele vivesse para cumprir a sua missão. — Primeiros Escritos, 202. {VA 239.1}
Esta parte da história foi escrita para nossa admoestação, para quem o fim dos tempos é chegado. Os efésios pretendiam manter contato com seres invisíveis, dos quais obtinham o conhecimento do que estava por vir. Em nossos dias tal comunicação é conhecida como espiritismo, e nem tudo o que os médiuns praticam é prestidigitação, astúcia e engano. Os mundos visível e invisível acham-se em íntimo contato. Satanás é o enganador-mestre, e seus confederados no mal são por ele treinados a operarem na mesma linha em que ele atua. Diz o apóstolo: “Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau.” Efésios 6:12, 13. — The Youth’s Instructor, 16 de Novembro de 1893. {VA 239.2}
O idoso prisioneiro [Paulo], amarrado por correntes ao soldado que o guardava, nada apresentava em sua vestimenta ou aparência que chamasse a atenção do mundo, que lhe valesse homenagens. Ainda assim este homem, aparentemente sem riquezas, amigos ou posição, tinha uma escolta que os mundanos não podiam perceber. Anjos do Céu eram seus assistentes. Houvesse a glória de apenas um destes resplandecentes mensageiros se tornado manifesta, a pompa e orgulho da realeza teriam empalidecido; rei e cortesãos teriam sido lançados ao solo. ... Todo o Céu estava interessado neste único homem, agora mantido como prisioneiro em virtude de sua fé no Filho de Deus. — Sketches From the Life of Paul, 254. {VA 240.1}
O cerco de Jerusalém
A paciência de Deus para com Jerusalém tão-somente confirmou os judeus em sua obstinada impenitência. Em seu ódio e crueldade contra os discípulos de Jesus, rejeitaram a última oferta de misericórdia. Deus retirou, então, a Sua proteção de sobre a nação, removendo o poder restritivo que exercera sobre Satanás e seus anjos, de modo que ela foi deixada sob o controle do líder que escolhera. Seus filhos haviam desprezado a graça de Cristo, a qual teria sido capaz de habilitá-los a subjugar seus maus impulsos, de modo que agora estes se tornaram seus governantes. {VA 240.2}
Satanás despertou na alma desse povo as mais ferozes e baixas paixões. Os homens não raciocinavam; colocaram-se além da razão, controlados pelo impulso e ira cega. Tornaram-se satânicos em sua crueldade. ... Satanás estava à frente da nação, e as mais elevadas autoridades civis e religiosas achavam-se sob o seu poder. — The Spirit of Prophecy 4:29, 30. {VA 241.1}
Anjos de Deus foram enviados para operar a obra de destruição [do templo], de modo que não ficasse pedra sobre pedra. — Manuscript Releases 21:66. {VA 241.2}
João, o revelador
De Gabriel, diz o Salvador em Apocalipse: “Pelo Seu anjo as enviou e as notificou a João, Seu servo.” Apocalipse 1:1. E a João o anjo declarou: “Eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas.” Apocalipse 22:9. Maravilhoso pensamento — que o anjo que ocupa, em honra, o lugar logo abaixo do Filho de Deus, é o escolhido para revelar os desígnios de Deus a homens pecadores. — O Desejado de Todas as Nações, 99. {VA 241.3}
Deus tinha uma obra especial para [João] desenvolver. Satanás determinara-se a atrapalhar esse trabalho, levando seus agentes a tentar destruir o apóstolo. Deus, contudo, enviou o Seu anjo e preservou-o maravilhosamente. Todos os que testemunharam o grande poder de Deus na preservação de João, ficaram pasmados, e muitos convenceram-se de que Deus estava com ele, e que o testemunho que ele apresentava de Jesus, era correto. Aqueles que tentaram destruí-lo, temeram efetuar nova tentativa de tirar-lhe a vida, de modo que lhe foi permitido sofrer por Jesus. {VA 241.4}
Foi falsamente acusado por seus inimigos e imediatamente desterrado para uma ilha deserta. Ali o Senhor lhe enviou Seu anjo para revelar-lhe as coisas que ainda deveriam acontecer na Terra, bem como o estado da igreja desde aqueles dias até o fim. Mostrou-lhe o que aconteceria com a igreja se esta apostatasse, e como triunfaria finalmente se se mantivesse fiel a Deus. {VA 242.1}
O anjo celestial apareceu a João em majestade, com a excelente glória do Céu refletida em seu rosto. Revelou a João cenas de profundo e maravilhoso interesse concernentes à igreja de Deus, e apresentou diante dele os perigosos conflitos que teria de suportar. João a viu passar por atrozes provações, embranquecendo-se e purificando-se, e por fim vitoriosa e triunfante, gloriosamente salva no reino de Deus. A face do anjo iluminou-se de regozijo e tornou-se excessivamente gloriosa, ao mostrar ele a João o final triunfo da igreja de Deus. {VA 242.2}
João ficou deslumbrado ao contemplar o final livramento da igreja, e ao ser conduzido a participar da glória desta cena, sentiu profundo temor e reverência, caindo aos pés do anjo para adorá-lo. O anjo fê-lo erguer-se instantaneamente, reprovando-o com brandura, ao lhe dizer: “Olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.” Apocalipse 19:10. {VA 242.3}
O anjo mostrou então a João a cidade celestial com todo o seu esplendor e deslumbrante glória. João sentiu-se enlevado e dominado pela glória da cidade. Não conseguiu conservar em mente a anterior reprovação do anjo, caindo outra vez a seus pés para adorá-lo; uma vez mais o anjo reprovou-o, dizendo: “Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” Apocalipse 22:9. — Spiritual Gifts 1:130, 131. {VA 242.4}
Cristo, o mensageiro real, visitou João na pequena ilha e lhe deu as mais extraordinárias revelações de Si mesmo. — The Signs of the Times, 3 de Março de 1890. {VA 243.1}
O poderoso anjo [de Apocalipse 10], que instruiu João, era ninguém menos que Jesus Cristo. Colocando o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre terra seca, mostrou a parte que está executando nas cenas finais da grande controvérsia com Satanás. Esta posição denota Seu supremo poder e autoridade sobre toda a Terra. A controvérsia tem-se tornado mais intensa e mais determinada de tempos em tempos, e assim prosseguirá até as últimas cenas, quando a obra magistral dos poderes das trevas atingirá o cume. Satanás, unido a homens maus, enganará toda a Terra e as igrejas que não receberem o amor da verdade. Mas o poderoso Anjo requer atenção. Grita com grande voz. Demonstrará o poder e autoridade de Sua voz a todos os que se uniram a Satanás na oposição à verdade. — The S.D.A. Bible Commentary 7:971. {VA 243.2}
Os anjos na idade média
No século treze foi estabelecida a mais terrível de todas as armadilhas do papado — a inquisição. O príncipe das trevas trabalhava com os dirigentes da hierarquia papal. Em seus concílios secretos, Satanás e seus anjos dirigiam a mente de homens maus, enquanto, invisível entre eles, estava um anjo de Deus, fazendo o tremendo relatório de seus iníquos decretos e escrevendo a história de ações por demais horrorosas para serem desvendadas ao olhar humano. — O Grande Conflito, 59. {VA 243.3}
A reforma protestante
O estandarte do chefe da sinagoga de Satanás foi erguido bem alto, e o erro aparentemente marchou em triunfo, e os reformadores, por meio da graça que lhes foi dada por Deus, travaram bem-sucedida peleja contra os exércitos das trevas. Foram-me apresentados acontecimentos na história dos reformadores. Sei que o Senhor Jesus e Seus anjos observaram com intenso interesse a batalha contra o poder de Satanás, o qual juntou seus exércitos com homens maus, a fim de extinguir a luz divina. — Mensagens Escolhidas 3:110. {VA 244.1}
Lutero
Um dia, enquanto examinava os livros da biblioteca da universidade, Lutero descobriu uma Bíblia em latim. ... Com mistos sentimentos de reverência e assombro, abriu as sagradas páginas. Com o pulso acelerado e o coração exultante, leu com seus próprios olhos as palavras de vida, detendo-se freqüentemente para exclamar: “Oh, se Deus me permitisse ter minha própria Bíblia!” Anjos do Céu estavam ao seu lado, e raios de luz do trono de Deus revelaram os tesouros da verdade a seu entendimento. — The Spirit of Prophecy 4:96. {VA 244.2}
Quando os inimigos apelavam à tradição e aos costumes, ou à autoridade do papa, Lutero os enfrentava com a Bíblia, e a Bíblia somente. Aqui estavam argumentos que eles não conseguiam discutir; portanto, estes escravos do formalismo clamavam por seu sangue. ... Todavia, Lutero não caiu presa de sua fúria; Deus tinha uma obra para ele, e os anjos do Céu foram enviados para protegê-lo. — The Spirit of Prophecy 4:108, 109. {VA 245.1}
Aqui estava um homem solitário, que ousara suscitar a ira dos sacerdotes e do povo. Foi convocado a Augsburgo para responder por sua fé, e obedeceu. Ali estava ele, firme e decidido, ante aqueles que faziam tremer o mundo — um meigo cordeiro diante de furiosos leões. Ainda assim, por amor da verdade e de Cristo, permaneceu em pé, inamovível. Com santa eloqüência, que somente a verdade pode inspirar, apresentou as razões de sua fé. Procuraram de várias formas fazer silenciar o destemido defensor da verdade. Bajularam-no e lhe ofereceram favores; ele seria exaltado e honrado. Entretanto, a vida e honras eram sem valor para ele, se o preço a pagar fosse o sacrifício da verdade. {VA 245.2}
A Palavra de Deus brilhou ainda mais clara em sua mente, dando-lhe uma vívida percepção dos erros, corrupções e hipocrisia do papado. Seus inimigos buscaram intimidá-lo e lhe exigiram que renunciasse à fé, mas ele manteve-se firme em defesa da verdade. Estava disposto a morrer pela fé, se Deus assim o requeresse. Abandoná-la, porém... nunca! Deus lhe preservou a vida. Enviou anjos para lhe prestarem assistência, fazendo-o atravessar o tormentoso conflito sem sofrer qualquer dano, e assim frustrando os propósitos de seus irados inimigos. — Spiritual Gifts 4b:118, 119. {VA 245.3}
Houvessem sido abertos os olhos dos que participavam da assembléia [em Worms], teriam eles contemplado os anjos de Deus em seu meio, lançando raios de luz para dissipar as trevas do erro e para abrir as mentes e corações à recepção da verdade. — The Spirit of Prophecy 4:124. {VA 246.1}
Melâncton
[O reformador Simão] Grynaeus havia mantido boas relações com um eminente professor católico; contudo, depois de escutar um de seus sermões, que lhe causou impacto negativo, exortou-o a não mais lutar contra a verdade. O professor dissimulou sua irritação, mas imediatamente dirigiu-se ao rei e obteve a autorização para prender o protestante. Quando Melâncton retornou ao lar, foi informado de que após sua partida as autoridades haviam revistado a casa de alto a baixo, em busca de Grynaeus. Melâncton sempre acreditou que o Senhor havia salvado o amigo enviando um de Seus santos anjos para avisá-lo do perigo. — The Spirit of Prophecy 4:164, 165. {VA 246.2}
Os pais peregrinos
Em meio de exílio e dificuldades [dos pais peregrinos], cresciam o amor e a fé. Confiavam nas promessas do Senhor, e Ele não faltava com elas no tempo de necessidade. Seus anjos estavam a seu lado, para animá-los e ampará-los. E, quando a mão de Deus pareceu apontar-lhes através do mar uma terra em que poderiam fundar para si um Estado e deixar a seus filhos o precioso legado da liberdade religiosa, seguiram eles, sem temer, pela senda da Providência. — O Grande Conflito, 291. {VA 246.3}
Os três anjos de Apocalipse 14
Cristo virá segunda vez com poder para salvar. Tendo em vista preparar os seres humanos para esse evento, enviou Ele as mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos. Estes anjos representam aqueles que recebem a verdade e com poder abrem o evangelho diante do mundo. — The S.D.A. Bible Commentary 7:978, 979. {VA 247.1}
Guilherme Miller
Vi que Deus havia enviado Seu anjo para trabalhar no coração de um agricultor [Guilherme Miller] que até então não havia crido na Bíblia, levando-o a pesquisar as profecias. Anjos de Deus visitaram repetidamente este homem escolhido e guiaram sua mente, abrindo-lhe o entendimento às profecias que sempre haviam sido obscuras para o povo de Deus. Foi-lhe concedido o começo da cadeia da verdade, cabendo-lhe buscar elo após elo da mesma, até sentir admiração e assombro pela Palavra de Deus. ... {VA 247.2}
Anjos de Deus acompanharam Guilherme Miller em sua missão. Ele era firme e decidido. Proclamou destemidamente a mensagem. ... Embora enfrentando a oposição de cristãos professos e do mundo, e perseguido por Satanás e seus anjos, não deixou de anunciar o evangelho eterno às multidões, onde quer que fosse convidado, fazendo ouvir o clamor: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora do Seu juízo.” Apocalipse 14:7. — Spiritual Gifts 1:128, 132. {VA 247.3}
O instigador de todo mal procurava não somente contrariar o efeito da mensagem do advento, mas destruir o próprio mensageiro. Miller fazia aplicação prática da verdade das Escrituras ao coração de seus ouvintes, reprovando-lhes os pecados e perturbando-lhes a satisfação própria; e suas palavras claras e incisivas despertaram inimizade. A oposição manifestada pelos membros da igreja à sua mensagem, animava as classes inferiores a irem mais longe; e conspiraram alguns dos inimigos para tirar-lhe a vida quando saísse do local da reunião. Santos anjos, porém, estavam na multidão, e um deles, certa vez, sob a forma de homem, tomou o braço desse servo do Senhor e pô-lo a salvo da turba enfurecida. — O Grande Conflito, 336, 337. {VA 248.1}
Muitos pastores não aceitaram, eles próprios, a salvadora mensagem, e por vezes criavam obstáculo aos que a aceitavam. O sangue de almas repousa sobre eles. Pregadores e povo uniram-se na oposição à mensagem do Céu. Perseguiram Guilherme Miller e os que a ele se uniram no trabalho. Falsidades foram postas a circular para prejudicar-lhe a influência. Em diferentes ocasiões, depois de haver declarado com franqueza o conselho de Deus, aplicando cortantes verdades ao coração de seus ouvintes, grande ira ergueu-se contra ele e, ao deixar o local das reuniões, pessoas o seguiram para matá-lo. Não obstante, anjos de Deus foram enviados para lhe preservar a vida, retirando-o em segurança de entre a furiosa turba. — Spiritual Gifts 1:136. {VA 248.2}
O chamado de Ellen para ser profetisa
Enquanto eu estava orando junto ao altar da família, o Espírito Santo me sobreveio, e pareceu-me estar subindo mais e mais alto da escura Terra. Voltei-me para ver o povo do advento no mundo, mas não o pude achar, quando uma voz me disse: “Olha novamente, e olha um pouco mais para cima.” Com isto olhei mais para o alto e vi um caminho reto e estreito, levantado em lugar elevado do mundo. O povo do advento estava nesse caminho, a viajar para a cidade que se achava na sua extremidade mais afastada. Tinham uma luz brilhante colocada por trás deles no começo do caminho, a qual um anjo me disse ser o “clamor da meia-noite”. Essa luz brilhava em toda extensão do caminho, e proporcionava claridade para seus pés, para que assim não tropeçassem. Se conservavam o olhar fixo em Jesus, que Se achava precisamente diante deles, guiando-os para a cidade, estavam seguros. — Primeiros Escritos, 14. {VA 249.1}
À idade de dezessete anos... um visitante celestial apareceu e falou-me, dizendo: “Tenho uma mensagem para você apresentar.” “Por que a mim?”, pensei, “deve haver um grande equívoco em tudo isso.” Outra vez foram proferidas as palavras: “Tenho uma mensagem para você apresentar. Escreve para o povo o que Eu te tenho dado.” — Sermons and Talks 2:252. {VA 249.2}
A Arca do concerto no céu
O Senhor, porém, me deu uma visão do santuário celestial, em que o templo de Deus foi aberto no Céu, e foi-me mostrada a arca de Deus coberta com o propiciatório. Em cada extremidade da arca havia um anjo com as asas estendidas sobre o propiciatório e a face voltada para ele. Isso, informou-me o meu anjo assistente, representa todo o exército celestial olhando com reverente temor para a lei divina, que foi escrita com o dedo de Deus. — Vida e Ensinos, 85. {VA 250.1}
A arca do santuário terrestre foi construída segundo o modelo da arca no santuário celestial. Ali, ao lado da arca celestial, estão em pé anjos viventes, cada um deles cobrindo com uma das asas, dirigida para o alto, o propiciatório, enquanto com as outras asas cobrem o corpo em sinal de reverência e humildade. — The Signs of the Times, 24 de Junho de 1880. {VA 250.2}
Oh, se todos pudessem contemplar o nosso Salvador como Ele realmente é, um Salvador! Que Sua mão abra o véu que oculta Sua glória de nossos olhos. Aparece Ele em Seu santo e elevado lugar. O que vemos? Nosso Salvador não está em silêncio e inatividade. Acha-Se cercado de inteligências celestes, querubins e serafins, dezenas e dezenas de milhares de anjos. {VA 250.3}
Todos estes seres celestiais têm um objeto de seu supremo interesse, colocado acima de todos os outros — a igreja de Deus num mundo corrupto. ... Estão trabalhando para Cristo sob Sua comissão, para salvar no mais completo grau a todos os que olham para Ele, nEle crendo. Tais agentes celestiais são velozes em sua missão. ... Encontram-se unidos numa santa aliança, numa grande e sublime unidade de propósito, para mostrar o poder, a compaixão, o amor e a glória do crucificado e ressurreto Salvador. {VA 250.4}
Em seu serviço, estes exércitos celestiais ilustram o que a igreja de Deus deveria ser. Cristo está operando em seu favor nas cortes celestes, enviando Seus mensageiros a todas as partes do globo, para prestarem assistência a todo sofredor que olha para Ele em busca de alívio, de vida espiritual e de conhecimento. — The S.D.A. Bible Commentary 7:967, 968. {VA 251.1}
Satanás antes da queda e como é agora
Satanás foi outrora um honrado anjo no Céu, o primeiro depois de Cristo. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. Sua testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, seu porte nobre e majestoso. — Primeiros Escritos, 145. {VA 251.2}
Foi-me então mostrado Satanás como havia sido: um anjo feliz e elevado. Em seguida ele foi-me mostrado como se acha agora. Ainda tem formas régias. Suas feições ainda são nobres, pois é um anjo, ainda que decaído. Mas a expressão de seu rosto está cheia de ansiedade, cuidados, infelicidade, maldade, ódio, nocividade, engano e todo mal. Aquele semblante que fora tão nobre, notei-o particularmente. Sua fronte, logo acima dos olhos, começava a recuar. Vi que ele se havia degradado durante tanto tempo que toda boa qualidade se rebaixara, e todo mau traço se desenvolvera. Seu olhar era astuto e dissimulado, e mostrava grande penetração. Sua constituição era ampla; mas a carne lhe pendia frouxamente nas mãos e no rosto. Quando o vi, apoiava o queixo sobre a mão esquerda. Parecia estar em profundos pensamentos. Tinha um sorriso no rosto, o qual me fez tremer, tão cheio de maldade e dissimulação satânica era ele. Este sorriso é o que ele tem precisamente antes de segurar sua vítima; e, ao fixá-la em sua cilada, tal sorriso se torna horrível. — Primeiros Escritos, 152, 153. {VA 251.3}
Anjos vistos por Ellen White em visões e sonhos
Sonhei que vários irmãos da Califórnia se reuniram em concílio, considerando o melhor plano de trabalho para o próximo período. Alguns criam que seria melhor deixar as grandes cidades e trabalhar em lugares menores. Meu esposo insistia fervorosamente que planos mais amplos fossem apresentados, e esforços mais intensos empreendidos, pois estes estariam mais de acordo com o caráter de nossa mensagem. {VA 252.1}
Apareceu então no concílio um jovem que eu vira freqüentemente em meus sonhos. Ouviu com intenso interesse as palavras que eram proferidas. Depois, falando com deliberada e firme confiança, disse: {VA 252.2}
“As cidades e povoados constituem parte da vinha do Senhor. Precisam ouvir a mensagem de advertência. O inimigo da verdade está empreendendo esforços desesperados para conduzir o povo da verdade de Deus para a falsidade. ... Vocês precisam semear junto a todas as águas.” — Life Sketches of Ellen G. White, 208. {VA 252.3}
Em meu trabalho, estou em comunicação com auxiliares, e também me comunico intimamente com meu Instrutor e outras inteligências celestiais. Aqueles que são chamados por Deus devem estar em contato com Ele através da operação do Seu Santo Espírito, para que possam ser ensinados por Ele. — Spalding and Magan Collection, 462. {VA 252.4}
Enquanto viajava de carruagem, não pude sentar. Meu esposo preparou-me uma cama sobre o assento, e deitei-me sentindo dores de cabeça e sobre o coração. ... {VA 253.1}
Nesse estado de espírito dormi e sonhei que um anjo alto ficou de pé ao meu lado, perguntando-me por que eu me encontrava triste. Relatei-lhe os pensamentos que me haviam perturbado, dizendo: “Pouco bem estou conseguindo realizar; por que não podemos ficar com nossos filhos, desfrutando de sua companhia?” Ele me disse: “Deus lhe deu duas belas flores, cuja fragrância é tão doce como incenso diante dEle, e elas são mais preciosas à Sua vista do que ouro ou prata, pois representam uma dádiva do coração. Nenhum outro sacrifício toca fibras mais íntimas. Você não deveria ver as aparências atuais, antes manter o olhar fixo em seu dever e na glória de Deus, seguindo as providências que Ele prepara, e assim o caminho se alargará diante de você. Cada ato de abnegação, cada sacrifício é fielmente registrado, e trará consigo a recompensa.” — Spiritual Gifts 2:129, 130. {VA 253.2}
Sonhei que um jovem de nobre aparência entrou no quarto em que eu estava, imediatamente depois de haver eu falado. Esta mesma pessoa aparecera diante de mim em importantes sonhos, instruindo-me de tempos em tempos durante os últimos vinte e seis anos. Disse ele: “Você tem chamado a atenção do povo para importantes assuntos, os quais, para muitos, são estranhos e novos. Para alguns, são eles muitíssimo interessantes. Os que operam na verdade e doutrina têm feito o que podem na apresentação da verdade, o que tem levantado perguntas na mente das pessoas e despertado interesse. Entretanto, a menos que seja empreendido um esforço mais consistente para fixar essas impressões nas mentes, os esforços que vocês agora realizam demonstrar-se-ão infrutíferos.” — The Review and Herald, 4 de Novembro de 1875. {VA 253.3}
Diante das perguntas que muitas vezes me são dirigidas, no tocante ao meu estado em visão e imediatamente após as mesmas, posso dizer que quando o Senhor julga por bem conceder-me uma visão, sou levada à presença de Jesus e dos anjos, e perco inteiramente de vista as coisas terrestres. Não consigo ver nada além daquilo que o anjo me indica. — Spiritual Gifts 2:292. {VA 254.1}
A batalha de Manassas
Tive uma visão da desastrosa batalha de Manassas, Virgínia. Foi uma cena tensa e nervosa. Os exércitos do Sul tinham tudo em seu favor e preparavam-se para um luta terrível. Os exércitos do Norte movimentavam-se triunfantes, não duvidando de que seriam vitoriosos. Muitos marchavam orgulhosos e displicentes, como se a vitória já lhes pertencesse. Chegando ao campo de batalha, muitos já estavam quase desmaiando em virtude do cansaço e falta de água. Não esperavam um enfrentamento tão feroz. Entraram na peleja e lutaram bravamente, quase com desespero. Mortos e moribundos espalhavam-se de ambos os lados. Tanto o Norte quanto o Sul tiveram muitas baixas. Os soldados do Sul começaram a sentir o rigor da batalha, e em pouco tempo haveriam retrocedido ainda mais. Os homens do Norte avançavam, embora suas baixas fossem enormes. {VA 254.2}
Justamente nesse momento desceu um anjo, movimentando as mãos, indicando “para trás”. Instantaneamente houve grande confusão nas fileiras. Pareceu aos homens do Norte que suas tropas estavam em retirada, quando em realidade não era isso que estava ocorrendo. Isso precipitou a retirada das tropas. — Testimonies for the Church 1:266, 267. {VA 255.1}
O administrador da clínica
Em meus sonhos, estava eu na [Clínica] Health Retreat. Meu guia ordenou-me tomar nota de tudo que eu ouvisse e observar tudo o que visse. Achava-me eu num lugar retirado, onde não podia ser percebida, mas me era possível ver tudo o que ocorria no compartimento. Pessoas estavam acertando contas com você e se queixavam diante das grandes somas cobradas por alojamento, honorários e tratamentos. Ouvi quando você, com voz firme e decidida, recusou diminuir os valores. Fiquei perplexa ao ver quão altas eram as somas. Você parecia ter o poder controlador. {VA 255.2}
Vi que sua maneira de agir causava uma impressão desfavorável acerca da instituição, na mente dos que estavam acertando contas. Ouvi alguns de seus irmãos implorando-lhe que agisse de modo mais sábio e justo, mas você mantinha-se firme como uma rocha em seu procedimento. Dizia que fazia aquilo tendo em mente o bem da instituição. Vi, entretanto, pessoas saindo da clínica nem um pouco satisfeitas. ... {VA 255.3}
Durante a noite vi você em companhia da supervisora da instituição. A julgar pelas atenções que concederam um ao outro, dir-se-ia tratar-se de esposo e esposa. A conduta de ambos era errada à vista de Deus, e meu coração entristeceu-se por estas coisas. Perguntei: “Quem os seduziu para desobedecerem à verdade?” Deus Se desagradou. Vocês entristeceram o Espírito Santo. A irmã H_____ jamais voltará a ser o que era. Ambos são culpados diante de Deus. ... {VA 255.4}
As coisas que ocorreram... [na clínica] foram abertas diante de mim. Uma voz disse: “Siga-me, e eu lhe mostrarei os pecados que são praticados pelos que ocupam posição de responsabilidade.” Percorri os aposentos e vi você, um vigia sobre os muros de Sião, demonstrando excessiva intimidade com a esposa de outro homem, traindo sagrados encargos e crucificando novamente o Salvador. Porventura levou você em conta que um Vigia, o Santo, testemunhava toda a sua má obra, observando suas ações e ouvindo as suas palavras, e que tais coisas se acham registradas nos livros do Céu? — Manuscript Releases 8:315 a 317. {VA 256.1}
A família Brown
O anjo de Deus disse: “Segue-me.” Eu parecia estar num quarto de um rudimentar edifício, e ali diversos jovens jogavam cartas. Pareciam estar muito enlevados na diversão em que se achavam empenhados e estavam tão absortos que não perceberam que alguém entrou no aposento. Havia moças presentes que observavam os jogadores, e eram proferidas palavras de índole não muito refinada. Havia nesse aposento um espírito e uma influência que não eram de molde a purificar e elevar a mente e enobrecer o caráter. ... {VA 256.2}
Indaguei: “Quem são estes, e o que representa esta cena?” {VA 256.3}
Foi dada a ordem: “Espere.”... {VA 257.1}
Tive outra representação. Havia a ingestão de bebidas alcoólicas, e as palavras e ações sob sua influência não eram nada favoráveis a pensamentos sérios, clara percepção no âmbito dos negócios, moral pura e elevação dos participantes. ... {VA 257.2}
Perguntei novamente: “Quem são estes?” {VA 257.3}
A resposta foi: “Uma parte da família que você está visitando. O adversário das almas, o grande inimigo de Deus e do homem, o chefe de principados e potestades e o dominador deste mundo tenebroso está presidindo aqui hoje à noite. Satanás e seus anjos, com suas tentações, estão arrastando essas pobres almas a sua própria ruína.” — Mensagens Escolhidas 3:41, 42. {VA 257.4}
N. D. Faulkhead e o sinal secreto
O irmão Faulkhead pediu para ver-me. O fardo de seu caso estava em minha mente. Eu lhe disse que tinha uma mensagem para ele e sua esposa, a qual por diversas vezes eu me preparara para enviar-lhes, mas fora proibida pelo Espírito do Senhor de fazê-lo. Pedi-lhe que marcasse uma hora em que pudesse receber-me. Ele respondeu: “Estou contente de que a senhora não me haja enviado uma comunicação escrita. Prefiro ouvir a mensagem de seus lábios. Houvesse ela me alcançado de qualquer outro modo, penso que não me haveria produzido nenhum benefício.” Perguntou então: “Por que não me apresenta a mensagem agora?” Eu lhe disse: “Pode permanecer para ouvi-la?” Ele me assegurou que sim. {VA 257.5}
Sentia-me demasiado cansada, pois havia participado dos serviços de encerramento do ano escolar nesse dia. Ergui-me da cama em que estivera repousando e por três horas li a ele o testemunho. Seu coração foi tocado, havia lágrimas em seus olhos, e quando parei de ler, ele me disse: “Aceito cada palavra; tudo isso diz respeito a mim.” Muito daquilo que eu lera referia-se ao escritório de publicações [Echo], desde o seu início. O Senhor também me revelara a ligação do irmão Faulkhead com a maçonaria, declarando claramente que se ele não rompesse os laços com estas associações, estaria perdendo sua alma. {VA 257.6}
Ele disse: “Aceito a luz que o Senhor enviou por seu intermédio. Agirei de acordo com ela. Sou membro de cinco lojas, e três outras estão sob meu controle. Realizo todas as suas operações. Não mais participarei de seus encontros, e tratarei de encerrar minhas ligações comerciais com elas tão rápido quanto possível.” Repeti a ele as palavras proferidas por meu guia, no tocante a essas associações. Fazendo um certo movimento que meu guia me apresentara, eu disse: “Não consigo relatar tudo que me foi dito.” {VA 258.1}
O irmão Faulkhead relatou ao irmão Daniells e a outros que eu fizera um sinal particular, conhecido apenas pela mais alta ordem da maçonaria, à qual ele passara recentemente a pertencer. Ele disse que eu não conhecia o sinal e nem me apercebera de havê-lo realizado. Isto representou para ele especial evidência de que o Senhor estava operando por meu intermédio para salvá-lo. — Manuscript Releases 5:148, 149. {VA 258.2}
Presença angélica enquanto Ellen White estava desperta
Quando despertei e olhei pela janela, percebi duas nuvens brancas. Dormi novamente; e em sonhos, ouvi estas palavras dirigidas a mim: “Olhe estas nuvens. Foram nuvens como estas que envolveram a multidão angélica que proclamou aos pastores o nascimento do Redentor do mundo.” Quando acordei e olhei outra vez pela janela da carruagem, ali estavam duas grandes nuvens, brancas como neve. Eram nuvens separadas, distintas, que se aproximaram uma da outra e por um momento se uniram, para novamente se separarem. Elas não desapareceram, antes permaneceram à minha vista durante a manhã. Ao meio-dia mudamos de carruagem e não mais vi as nuvens. {VA 258.3}
Durante o dia estive profundamente impressionada com o pensamento de que os anjos de Deus, envoltos por estas nuvens, iam à nossa frente; de que podíamos regozijar-nos com o seu cuidado e também desfrutar da segurança de que veríamos a salvação de Deus nas reuniões que iriam ser realizadas em Brisbane. E agora que as reuniões se encerraram e pudemos ver o maravilhoso interesse revelado pelas pessoas, estou mais segura do que nunca de que os anjos celestes estavam envolvidos por aquelas nuvens — anjos que foram enviados das cortes do alto para tocar no coração das pessoas, para restringir influências causadoras de distração, que por vezes atingem nossas campais, por intermédio das quais as mentes são desviadas da consideração das verdades vitais que são diariamente apresentadas. {VA 259.1}
Nessas reuniões, milhares ouviram o convite do evangelho e ouviram as verdades que nunca antes haviam escutado. Durante todas as reuniões não ocorreu cerrada oposição ou expressões em voz alta por parte dos que se opõem à lei de Deus. Tampouco ouvimos oposição pública através da cidade. Esta é uma experiência incomum, e cremos que os anjos de Deus estiveram presentes para manter na retaguarda os poderes das trevas. — The Review and Herald, 21 de Março de 1899. {VA 259.2}
Eu estava sofrendo de reumatismo no lado esquerdo, e não podia repousar de dor. Dava voltas na cama, em busca de alívio para o sofrimento. Sentia no coração uma dor que nada de bom me predizia. Por fim, adormeci. {VA 260.1}
Por volta das nove e meia da noite procurei virar-me e, ao fazê-lo, percebi que não sofria mais dor alguma. Ao dar voltas de um para outro lado, e mexer as mãos, sentia liberdade e ligeireza extraordinárias que não posso descrever. O quarto estava inundado de luz, uma luz maravilhosa, suave e azulada, e me parecia estar nos braços de seres celestes. {VA 260.2}
Eu tinha desfrutado, anteriormente, essa luz singular, em momentos de bênção especial, mas dessa vez ela era mais distinta, mais impressionante, e senti tanta paz, uma paz tão plena e abundante que não há palavras para descrevê-la. Sentei-me e vi que estava circundada de uma nuvem brilhante, branca como neve, e de bordas cor rosa escura. Enchia o ar uma música maviosa e suave, em que reconheci o cântico dos anjos. Falou-me, então, uma voz, dizendo: “Não temas; Eu sou o teu Salvador. Santos anjos te rodeiam.” — Testemunhos Selectos 3:315, 316. {VA 260.3}
Aparecerão anjos bons e maus
Agentes satânicos sob forma humana tomarão parte neste último grande conflito, para opor-se à edificação do reino de Deus. Anjos celestiais em aparência humana também estarão no campo de ação. Os dois partidos antagônicos prosseguirão existindo até o encerramento do último grande capítulo da história deste mundo. — The Review and Herald, 5 de Agosto de 1909. {VA 261.1}
Satanás utilizará cada oportunidade para induzir os homens a apartar-se de seu concerto com Deus. Ele e os anjos que com ele caíram aparecerão na Terra como homens, procurando enganar. Os anjos de Deus igualmente aparecerão como homens, e farão uso de todos os meios em seu poder para derrotar os propósitos do inimigo. Temos uma parte a desempenhar. — Manuscript Releases 8:399. {VA 261.2}
Satanás reúne todas as suas forças para o assalto do último conflito cerrado, e a resistência do seguidor de Cristo é provada ao máximo. Por vezes parece que ele terá que ceder. Mas uma palavra de oração ao Senhor Jesus vai como uma seta para o trono divino, e anjos de Deus são enviados ao campo de batalha. A situação é revertida. — Nos Lugares Celestiais, 297. {VA 261.3}
No período final da história da Terra o Senhor operará poderosamente em favor dos que ficarem firmes pelo direito. ... Anjos magníficos em poder os protegerão. — Profetas e Reis, 513. {VA 262.1}
A obra dos anjos malignos através do espiritismo
Satanás tem há muito estado a preparar-se para um esforço final a fim de enganar o mundo. ... Pouco a pouco ele tem preparado o caminho para a sua obra-mestra de engano: o desenvolvimento do espiritismo. Até agora não conseguiu realizar completamente seus desígnios; mas estes serão atingidos no fim dos últimos tempos. ... Com exceção dos que são guardados pelo poder de Deus, pela fé em Sua Palavra, o mundo todo será envolvido por esse engano. — O Grande Conflito, 561, 562. {VA 262.2}
O espiritismo é a obra-mestra do engano. É a mais fascinante e bem-sucedida ilusão de Satanás, calculada para atrair a simpatia dos que tiveram de levar seus queridos à tumba. Anjos maus aparecem sob a forma dos que morreram, relatando incidentes ligados à vida deles e desempenhando atos que eles realizaram enquanto viviam. Desta forma [os anjos maus] levam as pessoas a acreditar que seus amigos mortos são anjos, os quais podem estar a seu lado e comunicar-se com eles. Esses anjos maus, que se apresentam como os queridos mortos, são tratados com uma certa idolatria, e sua palavra é considerada como de muito maior peso que a Palavra de Deus. — The Signs of the Times, 26 de Agosto de 1889. {VA 262.3}
A vinda do Senhor deve ser precedida da operação de Satanás “com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça”. 2 Tessalonicenses 2:9, 10. E o apóstolo João, descrevendo o poder operador de prodígios que se manifestará nos últimos dias, declara: “Faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à Terra, à vista dos homens. E engana os que habitam na Terra com sinais que foi permitido que fizesse.” Apocalipse 13:13, 14. Não se acham aqui preditas meras imposturas. Os homens são enganados por sinais que os agentes de Satanás têm poder para fazer, e não pelo que pretendam realizar. — O Grande Conflito, 553. {VA 262.4}
Satanás é um inimigo astuto. Não é difícil para os anjos maus assumirem a forma tanto de santos quanto de pecadores já mortos, tornando a representação dos mesmos visíveis aos olhos humanos. Tais manifestações serão mais e mais freqüentes, e manifestações mais extraordinárias ocorrerão à medida que nos aproximarmos do fim do tempo. — The Review and Herald, 1 de Abril de 1875. {VA 263.1}
Ele [Satanás] tem poder para fazer surgir perante os homens a aparência de seus amigos falecidos. A contrafação é perfeita; a expressão familiar, as palavras, o tom da voz, são reproduzidos com maravilhosa exatidão. ... {VA 263.2}
Muitos serão defrontados por espíritos de demônios personificando parentes ou amigos queridos, e declarando as mais perigosas heresias. Estes visitantes apelarão para os nossos mais ternos sentimentos de simpatia, efetuando prodígios para apoiarem suas pretensões. Devemos estar preparados para resistir a eles com a verdade bíblica de que os mortos nada sabem, e de que os que desta maneira aparecem são espíritos de demônios. {VA 263.3}
Está iminente diante de nós a “hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra”. Apocalipse 3:10. Todos aqueles cuja fé não estiver firmemente estabelecida na Palavra de Deus, serão enganados e vencidos. — O Grande Conflito, 552, 560. {VA 263.4}
Comunicações por parte dos espíritos declararão que Deus os enviou para convencer de seu erro os que rejeitam o domingo, afirmando que as leis do país deveriam ser obedecidas como a lei de Deus. Lamentarão a grande impiedade no mundo, apoiando o testemunho dos ensinadores religiosos de que o estado de rebaixamento da moral se deve à profanação do domingo. Grande será a indignação despertada contra todos os que se recusam a aceitar-lhes o testemunho. — O Grande Conflito, 591. {VA 264.1}
Milagres no tempo do fim
Antes do fim do tempo ele [Satanás] operará maravilhas ainda maiores. Até aonde chegar o seu poder, ele há de realizar verdadeiros milagres. Dizem as Escrituras: “E engana os que habitam na Terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse” (Apocalipse 13:14) — não meramente os que ele pretende fazer. Esse texto apresenta alguma coisa mais que simples ilusões. — Testemunhos Selectos 1:122. {VA 264.2}
Não precisamos ser enganados. Cenas assombrosas, com as quais Satanás estará intimamente ligado, terão lugar em breve. A Palavra de Deus declara que Satanás operará milagres. Fará com que as pessoas fiquem doentes, e depois, de repente removerá delas seu poder satânico. Serão consideradas então como curadas. Essas obras de cura aparente levarão os adventistas do sétimo dia à prova. — Mensagens Escolhidas 2:53. {VA 264.3}
Alguns serão tentados a aceitar essas maravilhas como sendo de Deus. Enfermos serão curados à nossa vista. Milagres se efetuarão aos nossos olhos. Estamos nós apercebidos para a prova que nos aguarda quando as mentirosas maravilhas de Satanás forem mais amplamente exibidas? Não serão muitas almas enredadas e arrebatadas? Separando-se dos positivos preceitos e mandamentos de Deus, e dando ouvido às fábulas, o espírito de muitos se está preparando para receber esses milagres de mentira. Cumpre buscarmos todos armar-nos para o combate em que nos havemos de em breve empenhar. A fé na Palavra de Deus, o estudo apoiado pela oração e aplicado praticamente, será nossa proteção contra o poder de Satanás, levando-nos à vitória pelo sangue de Cristo. — Testemunhos Selectos 1:100. {VA 265.1}
Espíritos malignos ativos entre o remanescente
As formas dos mortos aparecerão através de sutis enganos de Satanás, e muitos se unirão com aquele que ama e profere mentiras. ... Alguns se volverão da fé e darão ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas de demônios. — Olhando para o Alto, 311. {VA 265.2}
Os espiritualistas esforçar-se-ão por se envolver em conflito com os pastores que ensinam a verdade. Se estes não aceitarem, aqueles citarão as Escrituras para provar suas afirmações, tal como fez Satanás com Cristo. “Provai todas as coisas”, dirão eles. Entretanto, sua idéia de “provar” equivale à aceitação de seus enganosos raciocínios e participação em suas reuniões. Nestas, os anjos das trevas assumem a forma de amigos mortos e comunicam-se com as pessoas como se fossem anjos de luz. {VA 265.3}
Seus amados aparecerão em trajes luminosos, tão familiares à vista como quando estavam na Terra. Ensinarão as pessoas e conversarão com elas. Muitos serão enganados por esta maravilhosa demonstração do poder de Satanás. A única segurança para o povo de Deus é estar em constante relacionamento com suas Bíblias, e conhecer inteligentemente as razões de nossa fé no tocante ao sono dos mortos. — The Signs of the Times, 12 de Abril de 1883. {VA 265.4}
Anjos maus na forma de crentes trabalharão em nossas fileiras para introduzir um forte espírito de descrença. Não permitam que nem isto os desanime, mas apresentem um coração sincero para auxílio do Senhor contra os poderes de instrumentos satânicos. Esses poderes do mal se ajuntarão em nossas reuniões, não para receber uma bênção, mas para neutralizar as influências do Espírito de Deus. ... {VA 266.1}
Nunca devemos captar as palavras que lábios humanos possam proferir para confirmar os anjos maus em sua obra, mas devemos repetir as palavras de Cristo. Ele foi o Instrutor nas assembléias desses anjos antes que caíssem de sua elevada posição. — Mensagens Escolhidas 3:410. {VA 266.2}
Satanás e seus anjos aparecerão na Terra como homens e se misturarão com aqueles acerca dos quais a Palavra de Deus diz: “Nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios.” 1 Timóteo 4:1. — Manuscript Releases 8:345. {VA 266.3}
Quando esses enganos espiritualistas forem revelados em seu verdadeiro caráter — obras secretas dos espíritos maus — aqueles que participaram das mesmas se tornarão como homens que perderam o juízo. — Manuscript Releases 8:345. {VA 266.4}
Vi nosso povo em grande angústia, chorando e orando, suplicando as infalíveis promessas de Deus, enquanto os ímpios estavam a nossa volta, zombando de nós e ameaçando destruir-nos. Ridicularizavam nossa debilidade, zombavam de nosso pequeno número e nos insultavam com palavras destinadas a ferir-nos profundamente. Acusavam-nos de assumirmos posição independente da do resto do mundo. Haviam-nos tomado os recursos, de modo que não pudéssemos comprar ou vender, e destacavam nossa vil pobreza e angustiosa situação. Não conseguiam ver como viveríamos sem o mundo; dependíamos dele e deveríamos fazer concessões em termos de seus costumes, práticas e leis, ou retirar-nos dele. Se era verdade que constituíamos o único povo do mundo a desfrutar do favor divino, as aparências depunham terrivelmente contra nós. {VA 266.5}
Declaravam que possuíam a verdade, que havia milagres entre eles, que anjos do Céu conversavam e andavam com eles; que enorme poder, sinais e maravilhas se revelavam em seu meio, e que isso constituía o Milênio Temporal, que por tanto tempo haviam aguardado. O mundo inteiro havia-se convertido e estava em harmonia com a lei dominical, exceto esse pequeno e débil povo que ousava desafiar as leis terrenas e as de Deus, pretendendo ser as únicas pessoas corretas sobre a Terra. — Maranata, o Senhor Vem, 207. {VA 267.1}
Anjos realizarão a obra negligenciada pelos homens
Quando o poder divino se combinar com os esforços humanos, a obra espalhar-se-á como o fogo na palha. Deus empregará meios cuja origem os homens não serão capazes de discernir. Anjos realizarão uma obra que os homens teriam sido abençoados em empreender, não houvessem eles negligenciado os reclamos de Deus. — The Review and Herald, 15 de Dezembro de 1885. {VA 267.2}
Anjos suprirão as necessidades do povo de Deus
Vi os santos deixarem as cidades, e vilas, reunirem-se em grupos e viverem nos lugares mais solitários da Terra. Anjos lhes proviam alimento e água, enquanto os ímpios estavam a sofrer de fome e sede. — Primeiros Escritos, 282. {VA 268.1}
No tempo de angústia, precisamente antes da vinda de Cristo, os justos serão preservados pelo ministério de anjos celestiais; não haverá segurança para o transgressor da lei de Deus. Os anjos não poderão proteger, então, aqueles que estão a desrespeitar um dos preceitos divinos. — Patriarcas e Profetas, 256. {VA 268.2}
Em meio do tempo de angústia — angústia como nunca houve desde que houve nação — Seus escolhidos ficarão firmes. Satanás com todas as forças do mal não pode destruir o mais fraco dos santos de Deus. Anjos magníficos em poder os protegerão, e em favor deles Jeová Se revelará como “Deus dos deuses”, capaz de salvar perfeitamente os que nEle puseram a sua confiança. — Profetas e Reis, 513. {VA 268.3}
Personificações de Satanás
Nessa época aparecerá o anticristo, como o Cristo verdadeiro, e então a lei de Deus será anulada completamente entre as nações do mundo. Amadurecerá a rebelião contra a santa lei de Deus. Mas o verdadeiro líder de toda essa rebelião é Satanás disfarçado em anjo de luz. Os homens serão iludidos e o exaltarão ao lugar de Deus, deificando-o. Mas a Onipotência intervirá, e às igrejas apostatadas que se unirem na exaltação de Satanás, se expedirá a sentença: “Portanto, num dia virão as suas pragas: a morte, e o pranto, e a fome; e será queimada no fogo, porque é forte o Senhor Deus, que a julga.” Apocalipse 18:8. — Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, 62. {VA 268.4}
Disfarçado de anjo de luz, Satanás percorrerá a Terra operando maravilhas. Em bonita linguagem apresentará ternos sentimentos. Realizará boas ações. Cristo será personificado, mas em um ponto haverá marcante distinção. Satanás apartará o povo da lei de Deus. Apesar de tudo, a contrafação será tão perfeita que, se possível, os próprios eleitos seriam enganados. Cabeças coroadas, presidentes, governantes em elevada posição, prostrar-se-ão ante suas falsas teorias. — The Review and Herald, 17 de Agosto de 1897. {VA 269.1}
É impossível dar uma idéia da experiência do povo de Deus que há de viver na Terra quando se misturarem a glória celeste e a repetição das perseguições do passado. Eles andarão à luz que procede do trono de Deus. Por meio dos anjos haverá constante comunicação entre o Céu e a Terra. E Satanás, rodeado de anjos maus, e declarando-se Deus, operará milagres de todas as espécies, para enganar, se possível, os próprios eleitos. O povo de Deus não encontrará sua segurança na operação de milagres; pois Satanás imitará os milagres que forem operados. — Testemunhos Selectos 3:284. {VA 269.2}
Satanás está preparando seus enganos para a última campanha contra o povo de Deus, de modo que não o reconheçam. “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz.” 2 Coríntios 11:14. ... Satanás utilizará seu poder ao extremo, para atormentar, tentar e desorientar o povo de Deus. — The Review and Herald, 13 de Maio de 1862. {VA 270.1}
Satanás... aparecerá personificando Jesus Cristo, operando poderosos milagres; homens prostrar-se-ão e o adorarão como se fosse Jesus. Ser-nos-á ordenado adorar este ser, a quem o mundo glorificará como Cristo. Que faremos? Diremos que Cristo nos advertiu contra tal inimigo, que é o pior que tem contra si o ser humano, embora pretenda ser Deus. — The Review and Herald, 18 de Dezembro de 1888. {VA 270.2}
Está chegando o tempo em que Satanás operará milagres diante de sua vista, pretendendo ser Cristo. Se os seus pés não estiverem firmemente estabelecidos na verdade de Deus, vocês serão afastados de seus fundamentos. — The Review and Herald, 3 de Abril de 1888. {VA 270.3}
Nos últimos dias ele [Satanás] se apresentará de tal maneira que faça os homens crerem que ele é Cristo vindo pela segunda vez ao mundo. Ele se transformará na verdade em anjo de luz. Mas ao passo que ostentará em todos os sentidos a aparência de Cristo, até aonde possa chegar a simples aparência, isto não enganará a ninguém senão aos que... estão procurando resistir à verdade. — Testemunhos Selectos 1:122, 123. {VA 270.4}
Anjos maus estimulam a perseguição
Satanás está em constante operação para agitar os poderes do inferno de sua confederação do mal contra os justos. Ele capacita instrumentos humanos com seus próprios atributos. Anjos malignos, unidos com homens maus, empreenderão esforços para prejudicar, perseguir e destruir. — Olhando para o Alto, 256. {VA 270.5}
A cada rejeição da verdade o espírito do povo se tornará mais entenebrecido, mais obstinado o coração, até que fique entrincheirado em audaciosa incredulidade. Em desafio às advertências que Deus deu, continuarão a calcar a pés um dos preceitos do decálogo, até que sejam levados a perseguir os que o têm como sagrado. Cristo é desprezado com o desdém que se lança à Sua Palavra e a Seu povo. Sendo os ensinos do espiritismo aceitos pelas igrejas, removem-se as restrições impostas ao coração carnal, e o professar religião se tornará um manto para ocultar a mais vil iniqüidade. A crença nas manifestações espiritualistas abre a porta aos espíritos enganadores e doutrinas de demônios, e assim a influência dos anjos maus será sentida nas igrejas. — O Grande Conflito, 603, 604. {VA 271.1}
As cenas da traição, rejeição e crucifixão de Cristo têm sido encenadas novamente, e tornarão a sê-lo em imensa escala. Pessoas imbuir-se-ão dos atributos de Satanás. Os artifícios do arquiinimigo de Deus e do homem terão grande poder. — Mensagens Escolhidas 3:415, 416. {VA 271.2}
Um espírito demoníaco toma posse de homens. ... Inteligência demoníaca... destruirá o homem formado à divina semelhança, porque... [o homem] não pode controlar a consciência de seu irmão e fazê-lo desleal à santa lei de Deus. — Olhando para o Alto, 279. {VA 271.3}
Ao deixarem os santos as cidades e vilas, eram perseguidos pelos ímpios, que os procuravam matar. Mas as espadas que se levantavam para matar o povo de Deus, quebravam-se e caíam tão impotentes como uma palha. Anjos de Deus protegiam os santos. — Primeiros Escritos, 284, 285. {VA 272.1}
No dia da atroz prova, [Cristo] dirá: “Vai, povo, povo Meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira.” Isaías 26:20. Quais são os quartos nos quais deve o povo esconder-se? São a proteção de Cristo e dos santos anjos. O povo de Deus não estará, nessa oportunidade, em um único lugar. Formará diferentes grupos em todas as partes do mundo. — Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh Day Adventist, 158. {VA 272.2}
Nas últimas cenas da história da Terra, quando a intensidade se apodera de todos os elementos terrestres, o Senhor requer de nós vigilância sem descanso. Contudo, não somos deixados a lutar sozinhos. Entre os crescentes perigos por todos os lados, aqueles que andam humildemente diante de Deus, não se apoiando em sua própria sabedoria, terão os anjos como seus ajudadores e protetores. Em tempos de especial perigo conhecerão o alcance do poder protetor de Deus. — The Review and Herald, 25 de Abril de 1907. {VA 272.3}
Durante a noite passou diante de mim uma cena muito impressionante. Parecia haver grande confusão e luta de exércitos. Um mensageiro do Senhor estava em pé diante de mim, dizendo: “Chama sua família. Conduzirei vocês; sigam-me.” Levou-me através de uma escura passagem, por entre um bosque, e então através dos picos das montanhas, dizendo afinal: “Aqui vocês estarão seguros.” Outros também haviam sido levados àquele retiro. O mensageiro celestial disse: “O tempo de angústia chegou, qual ladrão de noite, assim como o Senhor advertiu que viria.” — Maranata, o Senhor Vem, 270. {VA 272.4}
A personificação de Satanás após o encerramento da graça
A ira de Satanás aumenta à medida que seu tempo encurta, e sua obra de engano e destruição alcança o clímax. Findou a longanimidade de Deus. O mundo rejeitou Sua misericórdia, desprezou Seu amor e transgrediu Sua lei. Os ímpios ultrapassaram os limites da graça e o Senhor retira deles Sua proteção, deixando-os à vontade do líder que escolheram. ... {VA 273.1}
Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. A igreja tem há muito tempo professado considerar o advento do Salvador como a realização de suas esperanças. Assim, o grande enganador fará parecer que Cristo veio. Em várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à descrição do Filho de Deus dada por João no Apocalipse (cap. 1). A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de triunfo: “Cristo veio! Cristo veio!” {VA 273.2}
O povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava Seus discípulos quando aqui na Terra esteve. Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia. Em tom manso e compassivo apresenta algumas das mesmas verdades celestiais e cheias de graça que o Salvador proferia; cura as doenças do povo, e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos que santifiquem o dia que ele abençoou. Declara que aqueles que persistem em santificar o sétimo dia estão blasfemando de seu nome, pela recusa de ouvirem seus anjos a eles enviados com a luz e a verdade. É este o poderoso engano, quase invencível. — The Spirit of Prophecy 4:441, 442. {VA 273.3}
Satanás percebe que está prestes a perder a sua causa. Não pode iludir o mundo inteiro. Ele faz um último e desesperado esforço para vencer os fiéis pelo engano. Efetua isso personificando a Cristo. Cobre-se com as vestes da realeza que foram cuidadosamente descritas na visão de João. Tem poder para fazer isso. Aparecerá a seus seguidores iludidos, o mundo cristão que não recebeu o amor da verdade, antes teve prazer na iniqüidade... como Cristo vindo pela segunda vez. {VA 274.1}
Ele se proclama o Cristo, e é aceito como tal, um ser imponente e belo, revestido de majestade, com voz suave, palavras agradáveis e uma glória não superada por coisa alguma que olhos humanos já contemplaram. Então os seus enganados e iludidos seguidores soltam uma exclamação de vitória: “Cristo veio pela segunda vez! Cristo veio! Ele levantou as mãos assim como fazia quando esteve na Terra, e nos abençoou.” ... {VA 274.2}
Os santos observam com estupefação o que se passa. Eles também serão enganados? Adorarão a Satanás? Há anjos de Deus ao seu redor. É ouvida uma voz clara, firme, musical, dizendo: “Olhem para cima!” {VA 274.3}
Aqueles que oravam tinham um só objetivo: a salvação final e eterna de sua alma. Este objetivo estava constantemente diante deles — a vida imortal prometida aos que perseveram até o fim. Oh! quão sinceros e fervorosos tinham sido os seus anseios! O juízo e a eternidade estavam à vista. Pela fé, os seus olhos estavam cravados no trono resplandecente, perante o qual terão de comparecer as pessoas vestidas de branco. Isto os impedia de condescenderem com o pecado. ... {VA 275.1}
Mais uma tentativa, e então será usado o último ardil de Satanás. Ele ouve o incessante clamor de que Cristo venha, de que Cristo os liberte. Essa última estratégia é personificar a Cristo e fazer com que eles pensem que suas orações estão sendo atendidas. — Eventos Finais, 142, 143. {VA 275.2}
Anjos e o decreto universal de morte
Pudessem os homens ver com visão celestial e contemplariam grupos de anjos magníficos em poder, posicionados em redor daqueles que guardaram a palavra da paciência de Cristo. Com ternura compassiva, os anjos têm testemunhado sua angústia e ouvido suas orações. Estão à espera da ordem de seu Comandante para os arrancar do perigo. Mas devem ainda esperar um pouco mais. O povo de Deus deve beber o cálice e ser batizado com o batismo. A própria demora, para eles tão penosa, é a melhor resposta às suas petições. Esforçando-se por esperar confiantemente que o Senhor opere, são levados a exercitar a fé, esperança e paciência, que muito pouco foram exercitadas durante sua experiência religiosa. ... {VA 275.3}
As sentinelas celestiais, fiéis ao seu encargo, continuam com sua vigilância. Visto que um decreto geral haja fixado um tempo em que os observadores dos mandamentos poderão ser mortos, seus inimigos nalguns casos se antecipam ao decreto e, antes do tempo especificado, se esforçam por tirar-lhes a vida. Mas ninguém pode passar através dos poderosos guardas estacionados em redor de toda alma fiel. — O Grande Conflito, 630, 631. {VA 275.4}
Deus se interpõe quando os ímpios tentam matar o seu povo
O povo de Deus — alguns nas celas das prisões, outros escondidos nos retiros solitários das florestas e montanhas pleiteia ainda a proteção divina, enquanto por toda parte grupos de homens armados, instigados pelas multidões de anjos maus, se estão preparando para a obra de morte. É então, na hora de maior aperto, que o Deus de Israel intervirá para o livramento de Seus escolhidos. ... {VA 276.1}
É à meia-noite que Deus manifesta o Seu poder para o livramento de Seu povo. O sol aparece resplandecendo em sua força. Sinais e maravilhas se seguem em rápida sucessão. Os ímpios contemplam a cena com terror e espanto, enquanto os justos vêem com solene alegria os sinais de seu livramento. ... Nuvens negras e pesadas sobem e chocam-se umas nas outras. Em meio dos céus agitados, acha-se um espaço claro de glória indescritível, donde vem a voz de Deus. ... {VA 276.2}
Essa voz abala os céus e a Terra. Há um grande terremoto “como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra; tal foi este tão grande terremoto”. Apocalipse 16:18. O firmamento parece abrir-se e fechar-se. A glória do trono de Deus dir-se-ia atravessar a atmosfera. As montanhas agitam-se como a cana ao vento, e rochas irregulares são espalhadas por todos os lados. Há um estrondo como de uma tempestade a sobrevir. O mar é açoitado com fúria. Ouve-se o sibilar do furacão, semelhante à voz de demônios na missão de destruir. A Terra inteira se levanta, dilatando-se como as ondas do mar. Sua superfície está a quebrar-se. Seu fundamento parece ceder. Cadeias de montanhas estão a revolver-se. Desaparecem ilhas habitadas. ... {VA 276.3}
Relâmpagos terríveis estalam dos céus, envolvendo a Terra num lençol de chamas. Por sobre o estrondo assustador do trovão, vozes misteriosas e terríveis declaram a sorte dos ímpios. ... Os que pouco antes eram tão descuidados, tão arrogantes e desafiadores, tão exultantes em sua crueldade para com o povo de Deus, observador dos mandamentos, acham-se agora vencidos pela consternação, e a estremecer de medo. Ouve-se o seu pranto acima do som dos elementos. Demônios reconhecem a divindade de Cristo, e tremem diante de Seu poder, enquanto homens estão suplicando misericórdia e rastejando em abjeto terror. — O Grande Conflito, 635-638. {VA 277.1}
A segunda vinda de Cristo
Cristo vem com poder e grande glória. Vem com Sua própria glória e com a glória do Pai. Vem com todos os santos anjos. Ao passo que o mundo todo estará mergulhado em trevas, haverá luz em todos os lares dos santos. Eles hão de captar os primeiros raios de luz de Sua segunda aparição. — Parábolas de Jesus, 420. {VA 277.2}
Surge logo no oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus sabe ser esse o sinal do Filho do homem. Em solene silêncio fitam-na enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa, até se tornar grande nuvem branca, mostrando na base uma glória semelhante ao fogo consumidor e encimada pelo arco-íris do concerto. À sua volta, milhares e dezenas de milhares de anjos cantam a mais adorável canção. Sobre ela assenta-Se o Filho do homem. — Testimonies for the Church 1:60. {VA 277.3}
Nenhuma linguagem humana é capaz de descrever as cenas da segunda vinda do Filho do homem nas nuvens do Céu. ... Virá vestido nos trajes de luz, os quais tem usado desde os dias da eternidade. — The Review and Herald, 5 de Setembro de 1899. {VA 278.1}
Uma santa comitiva de anjos, com coroas resplandecentes na cabeça, escolta-O em Sua vinda. — Spiritual Gifts 1:206, 207. {VA 278.2}
Por entre as vacilações da Terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do Filho de Deus chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada: “Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!” ... {VA 278.3}
Todos saem do túmulo com a mesma estatura que tinham quando ali entraram. Adão, que está em pé entre a multidão dos ressuscitados, é de grande altura e formas majestosas, de estatura pouco menor que o Filho de Deus. Apresenta assinalado contraste com o povo das gerações posteriores; sob este único ponto de vista se revela a grande degeneração da raça. Todos, porém, surgem com a vivacidade e vigor de eterna juventude. ... As formas mortais, corruptíveis, destituídas de beleza, poluídas pelo pecado, tornam-se perfeitas, belas e imortais. Todos os defeitos e deformidades são deixados no túmulo. — O Grande Conflito, 644, 645. {VA 278.4}
Ele morreu por nós, e ressuscitou em nosso favor, a fim de que pudéssemos sair da sepultura para um glorioso companheirismo com os anjos celestiais, encontrar-nos com nossos entes queridos e reconhecer-lhes a fisionomia, pois a semelhança com Cristo não destrói sua imagem, mas a transforma à gloriosa imagem dEle. Todos os santos ligados aqui por laços familiares conhecerão ali uns aos outros. — Mensagens Escolhidas 3:316. {VA 279.1}
Os justos vivos são transformados “num momento, num abrir e fechar de olhos”. 1 Coríntios 15:52. À voz de Deus foram eles glorificados; agora tornam-se imortais, e com os santos ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares. Os anjos ajuntarão “os Seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da Terra até a extremidade do céu”. Marcos 13:27. — O Grande Conflito, 645. {VA 279.2}
Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. — O Grande Conflito, 645. {VA 279.3}
Quando os pequenos se levantam imortais de seus berços no pó, imediatamente voam até os braços de suas mães. Reúnem-se outra vez, para nunca mais se separarem. Todavia, muitos destes pequenos não têm ali suas mães. Esperávamos ouvir as canções de triunfo destas mães, porém em vão. Os anjos recebem os pequenos órfãos e os conduzem à árvore da vida. — The Youth’s Instructor, 1 de Abril de 1858. {VA 279.4}
Amigos há muito separados pela morte, reúnem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a cidade de Deus. {VA 280.1}
De cada lado do carro de nuvens existem asas, e debaixo dele se acham rodas vivas; e, ao volver o carro para cima, as rodas clamam: “Santo”, e as asas, movendo-se, clamam: “Santo”, e o cortejo de anjos clama: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso.” Apocalipse 4:8. E os remidos bradam: “Aleluia!” — enquanto o carro prossegue em direção à Nova Jerusalém. — O Grande Conflito, 645. {VA 280.2}
Todos nós entramos na nuvem, e estivemos sete dias ascendendo para o mar de vidro, aonde Jesus trouxe as coroas, e com Sua própria destra as colocou sobre nossa cabeça. Deu-nos harpas de ouro e palmas de vitória. — Primeiros Escritos, 16. {VA 280.3}
Existem colunas de anjos em ambos os lados, e os redimidos de Deus entram por entre querubins e serafins. Cristo lhes dá as boas-vindas e pronuncia sobre eles a bênção: “Bem está, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor.” Mateus 25:21. — The S.D.A. Bible Commentary 6:1093. {VA 280.4}
Satanás e os anjos maus são confinados à terra
A Terra inteira se parece com um deserto assolado. As ruínas das cidades e vilas destruídas pelo terremoto, árvores desarraigadas, pedras irregulares lançadas pelo mar ou arrancadas da própria terra, espalham-se pela superfície, enquanto vastas cavernas assinalam o lugar em que as montanhas foram separadas de sua base. Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito à Terra, andará de um lado para outro em sua arrebentada superfície, para observar os efeitos de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante mil anos poderá “desfrutar” dos resultados da rebelião que provocou. Não terá acesso a outros mundos, para tentar e molestar os que jamais caíram. — The Spirit of Prophecy 4:474, 475. {VA 280.5}
Por sua própria conduta Satanás forjou uma cadeia pela qual será preso. ... Todos os seres não caídos acham-se agora unidos na compreensão de que a lei de Deus não pode ser mudada. Apóiam o Seu governo, pois, tendo em vista a redenção do transgressor, Ele não poupou Seu próprio Filho. Sua lei demonstrou ser perfeita. Seu governo está assegurado para sempre. — The Signs of the Times, 27 de Agosto de 1902. {VA 281.1}
Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito à Terra, não terá acesso a outros mundos, para tentar e molestar os que jamais caíram. É neste sentido que ele está amarrado. — O Grande Conflito, 659. {VA 281.2}
Ouvi aclamações de vitória dos anjos e dos santos remidos, os quais ressoavam como dez milhares de instrumentos musicais, porque não mais deveriam ser molestados e tentados por Satanás, e porque os habitantes de outros mundos estavam livres de sua presença e tentações. — Primeiros Escritos, 290. {VA 281.3}
Quando chegarmos ao céu
Vi então um inumerável exército de anjos trazerem da cidade gloriosas coroas com nomes escritos, uma para cada santo. Pedindo Jesus as coroas aos anjos, apresentaram-nas a Ele, e com Sua própria destra o adorável Jesus as colocou sobre a cabeça dos santos. Do mesmo modo, os anjos trouxeram as harpas, e Jesus as apresentou também aos santos. Os anjos dirigentes desferiram em primeiro lugar o tom, e então todas as vozes se alçaram em louvor grato e feliz, e todas as mãos deslizaram habilmente sobre as cordas da harpa, originando uma música melodiosa, com acordes abundantes e perfeitos. Vi então Jesus conduzir a multidão dos remidos à porta da cidade. Lançou mão da porta e girou-a sobre os seus resplandecentes gonzos, e mandou entrarem as nações que haviam observado a verdade. — Primeiros Escritos, 288. {VA 283.1}
Dos lábios do Rei da glória se ouvirá a bênção, que ressoará em seus ouvidos como a mais doce música: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Mateus 25:34. Assim os remidos receberão as boas-vindas às mansões que Jesus está preparando para eles. Ali não serão companheiros dos vis da Terra, mas daqueles que através do auxílio divino formaram caráter perfeito. Cada tendência pecaminosa, cada imperfeição, terá sido removida pelo sangue de Cristo; a excelência e brilho de Sua glória, muito mais intensos que o esplendoroso sol do meio-dia, lhes são imputados. A beleza moral e a perfeição do caráter de Cristo brilha através deles com um fulgor mais intenso que o esplendor externo. Acham-se imaculados diante do grande trono branco, compartilhando da dignidade e privilégios dos anjos. — The Southern Watchman, 31 de Março de 1908. {VA 283.2}
Os redimidos encontrarão e reconhecerão aqueles que, por seu intermédio, foram conduzidos ao Salvador. Que abençoada conversa terão com estas almas! “Eu era um pecador”, dirá alguém, “sem Deus e sem esperança no mundo, e você apareceu para atrair minha atenção ao precioso Salvador como minha única esperança. ...” Outros dirão: “Eu era pagão em terras estranhas. Você deixou seus amigos e lar confortável, vindo para ensinar-me como conhecer a Jesus e nEle crer como único Deus verdadeiro. Destruí meus ídolos e adorei a Deus; agora posso vê-Lo face a face. Estou salvo, eternamente salvo, para contemplar Aquele a quem amo. ...” {VA 284.1}
Outros expressarão gratidão para com os que nutriram o faminto e vestiram o nu. “Quando o desespero inundava minha alma de incredulidade, o Senhor enviou você para falar-me palavras de esperança e conforto. Você atendeu minhas necessidades físicas e me trouxe alimento; abriu-me a Palavra de Deus, fazendo-me despertar para as minhas necessidades espirituais. Você me tratou como a um irmão. Simpatizou comigo nas minhas tristezas, restaurando-me a alma ferida e machucada, de modo que eu pudesse alcançar a mão de Cristo estendida para salvar-me. Em minha ignorância, você teve paciência comigo, ensinando-me que eu tinha no Céu um Pai que cuida de mim. Você leu para mim as preciosas promessas da Palavra de Deus. Você inspirou-me fé em Sua capacidade para salvar-me. Meu coração foi abrandado, subjugado, quebrantado, à medida que eu contemplava o sacrifício de Cristo por mim. ... Aqui estou, salvo, eternamente salvo, para viver em Sua presença, e para louvá-Lo por haver dado a Sua vida por mim.” {VA 284.2}
Quão grande regozijo será para estes remidos encontrar-se e saudar àqueles que antes tiveram preocupação pela salvação deles! — The Review and Herald, 5 de Janeiro de 1905. {VA 285.1}
Se [os jovens] receberem a Cristo e crerem nEle, serão conduzidos a íntima relação com Deus. Ele lhes dará o poder de serem filhos de Deus, de se associarem com os mais altos dignitários do reino do Céu, a unir-se com Gabriel, com os querubins e serafins, com anjos e o Arcanjo. “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça e de uma e outra banda do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os Seus servos O servirão. E verão o Seu rosto, e na sua testa estará o Seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de
lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre.” Apocalipse 22:1-5. — Spalding and Magan Collection, 52. {VA 285.2}
Não compreenderemos o que devemos aos cuidados e interposição dos anjos antes que se vejam as providências de Deus à luz da eternidade. Seres celestiais têm tomado parte ativa nos negócios dos homens. — Educação, 304. {VA 286.1}
Na vida futura compreenderemos as coisas que aqui nos deixaram em grande perplexidade. Entenderemos quão grande Ajudador tivemos, e como os anjos de Deus foram comissionados a guardar-nos ao seguirmos o conselho da Sua Palavra. — The Signs of the Times, 3 de Janeiro de 1906. {VA 286.2}
No mundo do porvir, Cristo conduzirá os remidos ao rio da vida, ensinando-lhes maravilhosas lições de verdade. Abrirá diante deles os mistérios da Natureza. Verão que existe uma poderosa Mão a manter os mundos em seu lugar. Contemplarão as habilidades do Grande Artista em colorir as flores dos campos e compreenderão os propósitos do misericordioso Pai, que dispensa cada raio de luz. Com os santos anjos, os remidos reconhecerão em cânticos de gratidão e louvor o supremo amor de Deus para com um mundo ingrato. Compreenderão naquela oportunidade que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. — The Review and Herald, 3 de Janeiro de 1907. {VA 286.3}
Têm [os herdeiros da graça] para com Deus uma relação ainda mais sagrada do que os anjos que jamais caíram. — Testemunhos Selectos 2:337. {VA 286.4}
Pelo poder de Seu amor, mediante obediência, o homem caído, um verme do pó, deve ser transformado, habilitado a ser um membro da família celestial, um companheiro através das eras eternas de Deus e Cristo e dos santos anjos. O Céu triunfará pois as vagas deixadas pelos anjos caídos de Satanás e seu exército serão preenchidas pelos redimidos do Senhor. — Olhando para o Alto, 55. {VA 287.1}
Deus criou o homem para Sua própria glória, para que depois de passar pela prova e aflição da família humana, pudesse ele tornar-se um com a família celestial. Era o propósito de Deus repovoar o Céu com a família humana, caso ela se demonstrasse obediente a cada palavra divina. Adão deveria ser provado a fim de demonstrar se seria obediente, tal como os anjos fiéis, ou desobediente. — The S.D.A. Bible Commentary 1:1082. {VA 287.2}
O amor e simpatias que o próprio Deus plantou na alma, encontrarão ali o mais verdadeiro e suave exercício. A comunhão pura com os seres santos, a vida social harmoniosa com os bem-aventurados anjos e com os fiéis de todos os tempos, que lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro, os sagrados laços que reúnem “toda a família nos Céus e na Terra” (Efésios 3:15) — tudo isto concorre para constituir a felicidade dos remidos. — O Grande Conflito, 677. {VA 287.3}
O julgamento durante o milênio
Durante os mil anos entre a primeira e a segunda ressurreição, ocorrerá o julgamento dos ímpios. Daniel declara que ao vir o Ancião de dias, “o juízo foi dado aos santos do Altíssimo”. Daniel 7:22. Nessa oportunidade os santos reinarão como reis e sacerdotes diante de Deus. João, em Apocalipse, diz: “Vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar.” Apocalipse 20:4. Eles “serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com Ele mil anos.” Apocalipse 20:6. Nessa mesma ocasião, de acordo com Paulo, “os santos hão de julgar o mundo”. 1 Coríntios 6:2. Em união com Cristo eles julgam os maus, comparando suas ações, declaradas nos livros, com a Bíblia, decidindo cada caso de acordo com as obras praticadas no corpo. Também Satanás e os anjos maus serão julgados por Cristo e Seu povo. — The Southern Watchman, 14 de Março de 1905. {VA 287.4}
A terceira vinda de Cristo
Ao fim dos mil anos, Cristo volta novamente à Terra. É acompanhado pelo exército dos remidos, e seguido por um cortejo de anjos. Descendo com grande majestade, ordena aos ímpios mortos que ressuscitem para receber a condenação. Surgem estes como um grande exército, inumerável como a areia do mar. Que contraste com aqueles que ressurgiram na primeira ressurreição! Os justos estavam revestidos de imortal juventude e beleza. Os ímpios trazem os traços da doença e da morte. {VA 288.1}
Todos os olhares daquela vasta multidão se voltam para contemplar a glória do Filho de Deus. A uma voz, o ajuntamento dos ímpios exclama: “Bendito o que vem em nome do Senhor!” Mateus 23:39. Não é o amor para com Jesus que inspira esta declaração. É a força da verdade que faz brotar involuntariamente essas palavras de seus lábios. Os ímpios saem da sepultura tais quais a ela baixaram, com a mesma inimizade contra Cristo, e com o mesmo espírito de rebelião. Não terão um novo tempo de graça no qual remediar os defeitos da vida passada. Para nada aproveitaria isso. Uma vida inteira de pecado não lhes abrandou o coração. Um segundo tempo de graça, se lhes fosse concedido, seria ocupado, como foi o primeiro, em se esquivarem aos preceitos de Deus e contra Ele incitarem rebelião. {VA 288.2}
Cristo desce sobre o Monte das Oliveiras, donde, depois de Sua ressurreição, ascendeu, e onde anjos repetiram a promessa de Sua volta. Diz o profeta: “Virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos contigo.” Zacarias 14:5. “E, naquele dia, estarão os Seus pés sobre o Monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio, ... e haverá um vale muito grande.” Zacarias 14:4. “O Senhor será Rei sobre toda a Terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o Seu nome.” Zacarias 14:9. — O Grande Conflito, 662, 663. {VA 289.1}
Olhamos então para cima e vimos a formosa cidade, com doze fundamentos, doze portas, três em cada lado, e um anjo em cada porta. Exclamamos então: “A Cidade! A grande Cidade! Está descendo de Deus, do Céu!” Ela desceu com todo o seu esplendor e glória resplandecente, situando-se na grande planície que Jesus preparara para ela. — Spiritual Gifts 1:213. {VA 289.2}
Agora Satanás se prepara para a última e grande luta pela supremacia. Enquanto despojado de seu poder e separado de sua obra de engano, o príncipe do mal se achava infeliz e abatido; mas, sendo ressuscitados os ímpios mortos, e vendo ele as vastas multidões a seu lado, revivem-lhe as esperanças, e decide-se a não render-se no grande conflito. ... Os ímpios são cativos de Satanás. ... Estão prontos para receber suas sugestões e executar-lhe as ordens. Contudo, fiel à sua astúcia original, ele não se reconhece como Satanás. Pretende ser o príncipe que é o legítimo dono do mundo, e cuja herança foi dele ilicitamente extorquida. Representa-se a si mesmo, ante seus súditos iludidos, como um redentor, assegurando-lhes que seu poder os tirou da sepultura, e que ele está prestes a resgatá-los da mais cruel tirania. ... Propõe-se guiá-los contra o acampamento dos santos e tomar posse da cidade de Deus. ... {VA 289.3}
Naquela vasta multidão há muitos que pertenceram à raça de grande longevidade que existiu antes do dilúvio. ... Há reis e generais que venceram nações, homens valentes que nunca perderam batalha. ... Satanás consulta seus anjos, e depois esses reis, vencedores e guerreiros poderosos. Olham para a força e número ao seu lado, e declaram que o exército dentro da cidade é pequeno em comparação com o seu, podendo ser vencido. Formulam seus planos para tomar posse das riquezas e glória da Nova Jerusalém. Todos imediatamente começam a preparar-se para a batalha. Hábeis artífices constroem petrechos de guerra. Chefes militares, famosos por seus êxitos, arregimentam em companhias e divisões as multidões de homens aguerridos. {VA 290.1}
Finalmente é dada a ordem de avançar, e o inumerável exército se põe em movimento. ... Satanás, o mais forte dos guerreiros, toma a dianteira, e seus anjos unem as forças para esta luta final. — O Grande Conflito, 663, 664. {VA 290.2}
Agora Cristo de novo aparece à vista de Seus inimigos. Muito acima da cidade, sobre um fundamento de ouro polido, está um trono, alto e sublime. Sobre este trono assenta-Se o Filho de Deus, e em redor dEle estão os súditos de Seu reino. — O Grande Conflito, 665. {VA 291.1}
Na presença dos habitantes da Terra e do Céu, reunidos, é efetuada a coroação final do Filho de Deus. ... {VA 291.2}
[Satanás] viu ser colocada a coroa sobre a cabeça de Cristo por um anjo de elevada estatura e presença majestosa, e sabe que a exaltada posição deste anjo poderia ter sido sua. — O Grande Conflito, 666, 669. {VA 291.3}
O julgamento final
Agora, investido de majestade e poder supremos, o Rei dos reis pronuncia a sentença sobre os rebeldes contra Seu governo, e executa justiça sobre aqueles que transgrediram Sua lei e oprimiram Seu povo. ... {VA 291.4}
Logo que se abrem os livros de registro e o olhar de Jesus incide sobre os ímpios, eles se tornam cônscios de todo pecado cometido. Vêem exatamente onde seus pés se desviaram do caminho da pureza e santidade, precisamente até onde o orgulho e rebelião os levaram na violação da lei de Deus. ... {VA 291.5}
Por sobre o trono se revela a cruz; e semelhante a uma vista panorâmica aparecem as cenas da tentação e queda de Adão, e os passos sucessivos no grande plano para redimir os homens. O humilde nascimento do Salvador; Sua infância de simplicidade e obediência; Seu batismo no Jordão; ... Seu ministério público; ... Sua traição...; o Filho de Deus exultantemente exibido perante Anás, citado ao palácio do sumo sacerdote, ao tribunal de Pilatos, perante o covarde e cruel Herodes... — tudo é vividamente esboçado. {VA 291.6}
E agora, perante a multidão agitada, revelam-se as cenas finais — o paciente Sofredor trilhando o caminho do Calvário, o Príncipe do Céu suspenso na cruz. ... {VA 292.1}
O terrível espetáculo aparece exatamente como foi. Satanás, seus anjos e súditos não têm poder para se desviarem do quadro que é a sua própria obra. Cada ator relembra a parte que desempenhou. — O Grande Conflito, 666, 667. {VA 292.2}
Chegará o dia em que tudo será revelado em sua verdadeira luz diante dos anjos e dos homens. Assim como o artista reproduz no bronze as características do rosto humano, assim os caracteres são transferidos aos livros celestiais. ... No juízo cada homem será revelado tal qual é, quer tenha sido moldado à semelhança divina, ou desfigurado pelos idólatras pecados do egoísmo e da cobiça. — Manuscript Releases 17:288. {VA 292.3}
No dia em que todos serão recompensados segundo sua obra, como os transgressores se sentirão, quando, por um momento, lhes for permitido ver o registro de sua vida e do que escolheram fazer dela. ... {VA 292.4}
No dia do juízo os homens verão o que poderiam ter-se tornado mediante o poder de Cristo. ... Conheciam as reivindicações de Deus, mas recusaram submeter-se às condições estabelecidas em Sua Palavra. Por sua própria escolha uniram-se com os demônios. ... {VA 292.5}
No dia do juízo tudo isso é aberto perante os impenitentes. Cena após cena passa diante deles. Tão claramente quanto a luz do sol do meio-dia eles todos vêem o que poderiam ter sido caso houvessem cooperado com Deus em lugar de se oporem a Ele. O quadro não pode ser modificado. Seus casos estão decididos para sempre. ... {VA 293.1}
E os anjos caídos, dotados de maior inteligência do que o homem, reconhecerão o que fizeram ao utilizar seus poderes para levar os seres humanos a preferirem o engano e a falsidade. — Olhando para o Alto, 197. {VA 293.2}
Mas agora chegado é o tempo em que a rebelião deve ser finalmente derrotada, e descobertos a história e caráter de Satanás. Em seu último e grande esforço para destronar a Cristo, destruir Seu povo e tomar posse da cidade de Deus, o arquienganador foi completamente desmascarado. Os que a ele se uniram, vêem o fracasso completo de sua causa. Os seguidores de Cristo e os anjos leais contemplam a extensão total de suas maquinações contra o governo de Deus. É ele objeto de aversão universal. {VA 293.3}
Satanás vê que sua rebelião voluntária o inabilitou para o Céu. ... Suas acusações contra a misericórdia e justiça de Deus silenciaram agora. A acusação que se esforçou por lançar sobre Jeová repousa inteiramente sobre ele. E agora Satanás se curva e confessa a justiça de sua sentença. ... Todas as questões sobre a verdade e o erro no prolongado conflito foram agora esclarecidas. ... {VA 293.4}
Apesar de ter sido Satanás constrangido a reconhecer a justiça de Deus e a curvar-se à supremacia de Cristo, seu caráter permanece sem mudança. O espírito de rebelião, qual poderosa torrente, explode de novo. Quase que em delírio, decide-se a não capitular no grande conflito. Chegado é o tempo para uma última e desesperada luta contra o Rei do Céu. Arremessa-se para o meio de seus súditos e esforça-se por inspirá-los com sua fúria, incitando-os a uma batalha imediata. Mas dentre todos os incontáveis milhões que seduziu à rebelião, ninguém há agora que lhe reconheça a supremacia. Seu poder chegou ao fim. ... Sua ira se acende contra Satanás e os que foram seus agentes no engano, e com furor de demônios voltam-se contra eles. ... {VA 293.5}
De Deus desce fogo do céu. A terra se fende. ... Chamas devoradoras irrompem de cada abismo hiante. ... Vindo é o dia que arderá como um forno. Os elementos fundem-se pelo vivo calor, e também a Terra e as obras que nela há são queimadas. Malaquias 4:1; 2 Pedro 3:10. A superfície da Terra parece uma massa fundida — um vasto e fervente lago de fogo. ... {VA 294.1}
Os ímpios recebem sua recompensa. ... Alguns são destruídos em um momento, enquanto outros sofrem muitos dias. Todos são punidos segundo as suas ações. Tendo sido os pecados dos justos transferidos para Satanás, tem ele de sofrer não somente pela sua própria rebelião, mas por todos os pecados que fez o povo de Deus cometer. Seu castigo deve ser muito maior do que o daqueles a quem enganou. Depois que perecerem os que pelos seus enganos caíram, deve ele ainda viver e sofrer. Nas chamas purificadoras os ímpios são finalmente destruídos. — O Grande Conflito, 670-673. {VA 294.2}
Por uma vida de rebelião, Satanás e todos quantos a ele se unem colocam-se em tanta desarmonia com Deus, que Sua própria presença lhes é um fogo consumidor. A glória dAquele que é amor os destruirá. — O Desejado de Todas as Nações, 764. {VA 295.1}
O Universo todo terá sido testemunha da natureza e resultados do pecado. E seu completo extermínio, que no princípio teria acarretado o temor dos anjos, desonrando a Deus, reivindicará agora o Seu amor e estabelecerá a Sua honra perante a totalidade dos seres que se deleitam em fazer a Sua vontade, e em cujo coração está a lei divina. — O Grande Conflito, 504. {VA 295.2}
O fogo que consome os ímpios, purifica a Terra. Todo vestígio de maldição é removido. Nenhum inferno a arder eternamente conservará perante os resgatados as terríveis conseqüências do pecado. {VA 295.3}
Apenas uma lembrança permanece: nosso Redentor sempre levará os sinais de Sua crucifixão. Em Sua fronte ferida, em Seu lado, em Suas mãos e pés, estão os únicos vestígios da obra cruel que o pecado efetuou. — O Grande Conflito, 674. {VA 295.4}
O pecado é algo misterioso, inexplicável. Não houve razão para a sua existência; procurar explicá-lo seria atribuir-lhe uma razão, e isto seria justificá-lo. O pecado apareceu num Universo perfeito, algo que se demonstrou inescusável e excessivamente mau. A razão para o seu surgimento e desenvolvimento nunca foi e nem será explicada, mesmo naquele grande dia, quando o Juiz Se assentar e os livros forem abertos. ... Será evidente a todos que não existe e nem jamais existiu uma causa ou razão para o surgimento do pecado. Na final condenação de Satanás, seus anjos e todos os homens que com eles se identificaram como transgressores da lei de Deus, todas as bocas permanecerão fechadas. Quando os exércitos da rebelião, do primeiro grande rebelde até o último transgressor, forem interrogados por que quebrantaram a lei de Deus, nada terão a dizer. Não haverá resposta, nenhuma razão de importância a alegar. — The Signs of the Times, 28 de Abril de 1890. {VA 295.5}
Os habitantes de todos os mundos convencer-se-ão da justiça da lei ao ser erradicado o pecado e eliminada a rebelião. ... A operação do plano da redenção revelará, não apenas aos homens, como também aos anjos, o caráter de Deus, e por todos os séculos da eternidade o caráter maligno do pecado será compreendido à luz daquilo que custou ao Pai e ao Filho a redenção da raça rebelde. Em Cristo, o Cordeiro morto desde a fundação do mundo, todos os mundos contemplarão as marcas da maldição, e tanto anjos quanto homens atribuirão honra e glória ao Redentor através de quem estará assegurado para sempre o desaparecimento da apostasia. {VA 296.1}
A eficiência da cruz guardará a raça redimida dos perigos de uma segunda queda. A vida e morte de Cristo desmascararam os enganos de Satanás e refutaram seus reclamos. O sacrifício de Cristo por um mundo caído unirá homens e anjos mediante laços indestrutíveis. Por intermédio do plano da salvação, a justiça e a misericórdia de Deus são plenamente vindicadas, e por toda a eternidade a rebelião jamais tornará a erguer-se, nem a aflição voltará jamais a aparecer no Universo de Deus. — The Messenger, 7 de Junho de 1893. {VA 296.2}
A terra renovada
Quando Deus finalmente purificar a Terra, parecerá ela um lago de fogo sem limites. Assim como Deus preservou a arca em meio às comoções do Dilúvio, pois ela continha oito pessoas justas, assim preservará Ele a Nova Jerusalém, que conterá os fiéis de todas as eras. ... Embora a Terra inteira, com exceção da parte em que a cidade repousa, esteja envolta num mar de fogo líquido, a cidade será poupada como o foi a arca, por um milagre do Todo-poderoso. Não sofrerá qualquer dano em meio aos elementos devoradores. — Spiritual Gifts 3:87. {VA 297.1}
A nova terra e nossa eterna herança
[Moisés] viu a Terra purificada pelo fogo e limpa de todo vestígio de pecado, de todo traço de maldição, renovada e dada em possessão eterna aos santos. — Manuscript Releases 10:158. {VA 297.2}
O plano da redenção não será amplamente penetrado, mesmo quando os resgatados virem assim como eles são vistos, e conhecerem como são conhecidos; antes, através das eras eternas, novas verdades desdobrar-se-ão de contínuo à mente cheia de admiração e deleite. — O Grande Conflito, 651. {VA 297.3}
No plano da salvação há alturas e profundezas, que a própria eternidade jamais poderá compreender completamente, maravilhas para as quais os anjos desejam atentar. Apenas os remidos, dentre todos os seres criados, conheceram em sua própria experiência o conflito com o pecado; trabalharam com Cristo e, conforme os próprios anjos não o poderiam fazer, associaram-se em Seus sofrimentos; não terão eles qualquer testemunho quanto à ciência da redenção, algo que seja de valor para seres não caídos? — Educação, 308. {VA 297.4}
Há no plano da redenção mistérios... que são para os anjos celestiais motivo de contínuo assombro. O apóstolo Pedro, falando das revelações dadas aos profetas, dos “sofrimentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir”, diz que para essas coisas “os anjos desejam bem atentar”. 1 Pedro 1:11, 12. — Testemunhos Selectos 2:307. {VA 298.1}
A multidão dos remidos viajará de mundo em mundo, e grande parte de seu tempo será aplicado à pesquisa dos mistérios da redenção. A despeito da extensão infinita da eternidade, esse tema estará continuamente aberto diante de suas mentes. — The Review and Herald, 9 de Março de 1886. {VA 298.2}
A ciência da redenção é a ciência de todas as ciências; a ciência que constitui o estudo dos anjos e de todos os seres dos mundos não caídos; a ciência que ocupa a atenção de nosso Senhor e Salvador; ciência que se acha incluída no propósito originado na mente do Infinito...; ciência, enfim, que será o estudo dos remidos de Deus através dos séculos infindáveis. — Educação, 126. {VA 298.3}
O maravilhoso desígnio de graça do Senhor, o mistério do amor que redime, é o tema para que “os anjos desejam bem atentar” (1 Pedro 1:12), e será seu estudo através dos séculos sem fim. Mas os seres remidos e os não caídos encontrarão na cruz de Cristo sua ciência e seu cântico. Ver-se-á que a glória que resplandece na face de Jesus Cristo é a glória do abnegado amor. À luz do Calvário se patenteará que a lei do amor que renuncia é a lei da vida para a Terra e o Céu; que o amor que “não busca os seus interesses” (1 Coríntios 13:5) tem sua fonte no coração de Deus; e que no manso e humilde Jesus se manifesta o caráter dAquele que habita na luz inacessível ao homem. — O Desejado de Todas as Nações, 19, 20. {VA 298.4}
E ao transcorrerem os anos da eternidade, trarão mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais aprendem os homens acerca de Deus, mais Lhe admiram o caráter. Ao revelar-lhes Jesus as riquezas da redenção e os estupendos feitos do grande conflito com Satanás, a alma dos resgatados fremirá com mais fervorosa devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unem para avolumar o potente coro de louvor. {VA 299.1}
“E ouvi a toda criatura que está no Céu, e na Terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” Apocalipse 5:13. {VA 299.2}
O grande conflito terminou. Pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado. Uma única palpitação de harmonioso júbilo vibra por toda a vasta criação. DAquele que tudo criou emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito. Desde o minúsculo átomo até ao maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor. — O Grande Conflito, 678. {VA 299.3}
O fim
O tema da redenção é algo que os anjos desejam compreender; será a ciência e cântico dos redimidos através das infindáveis eras da eternidade. Acaso não merece ele o mais atento estudo e meditação agora? — The Bible Echo, 1 de Janeiro de 1888. {VA 300.1}
Ao estudar e meditar os temas, para os quais “os anjos desejam bem atentar” (1 Pedro 1:12), [um estudante da Bíblia] pode ter a companhia destes. Pode seguir os passos do Mestre celestial, e ouvir as Suas palavras, como quando Ele ensinava nas montanhas, nas planícies e no mar. Pode neste mundo habitar em atmosfera celestial, comunicando aos tristes e tentados da Terra pensamentos de esperança e santidade, vindo ele próprio a ficar em uma associação mais e mais íntima com o Ser invisível, semelhantemente àquele da antiguidade que andou com Deus, aproximando-se mais e mais do limiar do mundo eterno, e isto até que se abram os portais e ele ali entre. Não se achará ali como estranho. As vozes que o saudarem são as daqueles seres santos que, invisíveis, foram na Terra seus companheiros, vozes que ele aqui aprendeu a distinguir e amar. Aquele que pela Palavra de Deus viveu em associação com o Céu, encontrar-se-á à vontade na companhia dos entes celestiais. — Educação, 127. {VA 300.2}
O Senhor gostaria que tivéssemos percepções aguçadas para entender que esses seres poderosos que visitam nosso mundo têm uma parte ativa em toda obra que temos considerado como nossa. Esses seres celestiais são anjos ministradores e freqüentemente se disfarçam na forma de seres humanos. Como estranhos conversam com aqueles que estão empenhados na obra de Deus. Em lugares isolados têm sido companheiros de viajantes em perigo. Em navios castigados pela tempestade, anjos em forma humana têm proferido palavras de animação para desviar o temor e inspirar confiança na hora do perigo, e os passageiros têm julgado que era um dentre eles com quem nunca antes haviam falado. — Olhando para o Alto, 78. {VA 300.3}
Mantenhamos o coração cheio das preciosas promessas de Deus, para que possamos proferir palavras de conforto e fortalecimento aos outros. Assim aprenderemos a linguagem dos anjos celestes, os quais, se formos fiéis, serão nossos companheiros ao longo das eras eternas. — The Youth’s Instructor, 10 de Janeiro de 1901. {VA 301.1}
Na vida futura compreenderemos coisas que aqui nos fazem muito perplexos. Reconheceremos então quão forte Ajudador tínhamos, e como os anjos de Deus eram comissionados para nos guardar, ao seguirmos o conselho da Palavra de Deus. — Nos Lugares Celestiais, 257. {VA 301.2}
Todo remido compreenderá o serviço dos anjos em sua própria vida. Que maravilha será entreter conversa com o anjo que o guardou desde os seus primeiros momentos, que lhe vigiou os passos e cobriu a cabeça no dia de perigo, que com ele esteve no vale da sombra da morte, que assinalou o seu lugar de repouso, que foi o primeiro a saudá-lo na manhã da ressurreição, e dele aprender a história da interposição divina na vida individual, e da cooperação celeste em toda a obra em prol da humanidade. — Educação, 305. {VA 301.3}
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Tag der Veröffentlichung: 21.04.2021
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