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Prefácio

Em Valkaria temos um ditado popular entre os cidadãos, "se não puder viver, morra tentando", um pouco controverso, mas se analisarmos veremos a nossa realidade, um imortal não é exatamente "imortal", se o matarmos de forma fisíca seu corpo não resistiria.

Valkaria é o nome dado ao conjunto de terras que formam o local onde vivo, existem cerca de cinquenta ilhas em torno, 4 ilhas flutuantes, e bem no centro esta Hildengard, a escola de classes, considerada a maior instituição de guerreiros do mundo, somente os melhores se formam naquele lugar, as classes estão divididas em entre as raças, infelizmente a minha não tem um histórico de sucesso muito bom nesse lugar, não tenho nem noção de qual classe eu pertenço, eu moro em um vilarejo, na terceira ilha flutuante, a ilha dos imortais.

Nunca sai daqui, por isso não conheço as outras ilhas, dizem que demora uma semana para chegar a escola, ou seja, amanhã começa o pesadelo, tenho que me preparar. Peguei minhas cobertas e puxei para cima de minha cabeça, gosto de durmir no total escuro!

Durante a noite sempre tenho o mesmo sonho...

Capitulo 1 - Sombras

 

Não sou humano, apesar de um dia ter sido, não sou um deus, talves eu seja algo pior... um demônio talvez?... não... nunca tive pensamentos maliciosos... Então... o o que sou? Um monstro? 

tenho 1,85 de altura, não tenho muitos músculos, mas sou magro, assim como meu cabelo, meus olhos também são vermelhos, nunca gostei disso, então sempre usei lentes de contato, minha aparência é a de um adolescente com 16 anos de idade, não gosto disso, tenho mais de 900 anos, e ainda nem cheguei na puberdade, ser imortal é um saco, como disse, já fui humano, filho de pai e mãe,  assim como todo mundo, mas quando fiz 8 anos penso em como perdi a inocência,  vi meus pais serem mortos em uma guerra por um soldado inimigo enquanto assistíamos a uma novela na tv, corri para o quarto e fiquei em baixo da cama, mataram minha mãe com um golpe de espadas no pulmão, e meu pai com um golpe cruzado por duas espadas, cortando sua cabeça e a fazendo rolar para baixo da cama onde estava escondido, não é uma questão simples de vingança e sim de ódio, odeio os deuses, mas também odeio humanos, mas minha divida com os seres humanos foi paga pelo coração de uma mulher que me adotou, lembrando dessa história fico feliz de ter a encontrado, um rosto angelical, me lembro de chama-la de mãe por diversas vezes, e como a história acabou? Simples, Sua morte pelas mãos de um deus chamado Luckarian, por ironia do destino, o deus da vida. 

Agora aqui estou, de pé, em frente a uma guerra de elefantes contra formigas,  não posso deixar a humanidade perecer, destruirei o céu se for necessário.  

Do meu lado esquerdo uma garotinha com aparência de 10, 11 anos aparece nas sombras das árvores com uma cara confiante e com sede de sangue, essa era Lilith, e por incrível que pareça, minha arma: 

- Se quer sangue, eu te darei, se quer mortes, eu os matarei por você,  mas não se esqueça, o nosso contrato é vitalício! 

Ao meu lado direito menino, na verdade outra criança com aparência entre 10 e 11 anos, esse era meu escudo, Raphael, um garoto atípico e fora do comum, seu rosto demonstrava impatia pelo mundo e seus semelhantes, levantou sua lentamente e disse de forma rapida e precisa: 

- sou seu escudo,  não matarei por ninguém, sou a defesa suprema, mestre, podemos acabar com essa guerra apenas comigo em suas mãos,  não precisamos de lilith! 

lilith sorriu e com um olhar cínico replicou: 

- você esta com medo, irmãozinho?  

-não eatou com medo de você se machucar irmã,  e sim tudo que você toca, você é um monstro e um dia vou te parar com minhas próprias mãos, irmã. .. 

- pode tentar a sorte senhor sabichão!  

Para falar a verdade àquele dia eles ainda estavam bem, na verdade foi a única vez que ativei os dois juntos, lilith e raphael não são humanos e nem deuses, são demônios,  porém existem algumas raças diferentes de demônios nascidas do cruzamento de um humano e um deus, esta surpreso, demônios podem nascer de um deus, e ainda acha que estou errado por tentar destruir esses sangue-sugas?... 

- ei mestre você esta pronto? 

Uma pergunta meio rara para lilith, ja que sua política é atacar primeiro e pensar depois, 

- vamos mestre, invoque e logo aquele ser estranho! 

O ser estranho no qual Raphael se refere é Alec, minha armadura, levantei minha mão esquerda e olhei atento a um anel, com as inicias VV gravadas em sua superfície: 

- Alec meu amigo, preciso de seua poderes mais uma vez, venha velho amigo, hoje nos aposentamos, e eu prometo que poderá ver sua amada outra vez, 

Como mágica uma aura dourada sai de dentro do anel e envolve meu corpo até tomar a forma de uma armadura negra com detalhes cinzas e asas mais escuras que a noite em minhas costas agora eram realidade... mas faltava algo... como se estivesse me esquecendo de algo importante... andei até a beira de um precipício,  e lá pude ver homens sendo mortos como pequenos insetos no caminho de um gigante, serez celestias, dourados e com asas enormes brancas, brandiam suas espadas divinas e a enterravam em humanos, era como ver alguém forçando uma caneta na folha de sulfite, era quase como estivesse em êxtase,  meu corpo não parava de tremer, afinal, eu iria enfrentar deuses, contei até 3 e pulei do penhasco, chamei por lilith e raphael assim os transformando em armas, lilith era uma espada com cabo dourado e sua lâmina era encrotada de diamantes, Raphael por sua vez era o escudo mais impressionante que podia existir, era como voltar a infância, sabe aquelas brincadeiras com uma caixa de papelão e um cabo de vassoura, eu me sentia bem, me sentia puro, aquele frio na barriga estava mais forte, finalmente,  depois de tanto tempo eu estava indo para morte, finalmente poderia morrer, encontrar minha mãe do outro lado, consegui imaginar como estava? 

Ao aterrizar no chão um grande volume de poeira subiu, e isso é claro, chamou a atenção de todos ao redor da área: 

- venham deuses, venham para morte bastardos!

 

Aos montes guerreiros com armaduras douradas se aproximavam, respirei fundo e lembrei de algumas coisas de quando era criança, sempre antes de dormir minha mãe dizia: 

- que os deuses lhe protejam. 

Quanta ironia, mau posso segurar meu riso, os seres que uma vez protegiam a humanidade, agora estam em uma guerra sem fim, não é um questão de morrer ou viver, não é uma questão de fracassar, mas sim de lutar, lutar contra tudo e não desistir, lutar contra deuses e nós mesmos. 

O primeiro deus a aparecer para o combate era um deus de segunda classe, cabelos brancos, asas brancas e um pequeno símbolo em sua testa, como se fosse um louco possuido por algo, fez uma investida direta com a espada, antes que pudesse me acertar abaixei, e com um giro saquei minha espada e assim o acertando-o com um ataque cruzado na horizontal,  sangue fora esparramado pelos cantos: 

- Como pode,  um mortal me acertar com tamanha precisão, COMO OUSA? 

Após aquelas palavras senti ainda mais raiva, como pode, ele acaba de ser destruído e mesmo assim ainda continua orgulhoso de si mesmo, bastardo, me aproximei de seus ouvidos e sussurrei: 

- Vocês deuses são fracos, me dão pena, a humanidade acabará com vocês,  eu matarei todos os seus irmãos sangue sugas... 

Após ouvir essas palavras, finalmente, caiu no chão, sua face, ah... como posso descrever algo tão Hilário.  

Continuei meu caminho em meio a multidão de mulheres e crianças correndo por sua própria vida, uma nulher não muito chamativa sentada em uma fonte no meio de uma praça olhava para todos e dava algumas risadas, para ela era como assistir um filme comédia no meio da noite, me aproximei calmamente e divaguei: 

- Pessoas não deveriam achar graça desse tipo de coisa, do que esta rindo criança? 

- Hahahaha, risos? Do que você esta falando? Cansei de chorar, matarei um por um, os deuses me pagam! Hahahaaaa, 

Quando dei por mim ao lado direito da mulher estavam dois corpos, de um homem e de uma criança,  foi ae que entendi o que estava acontecendo: 

- você quer vingança? Entre na fila... 

assim que passei por ela uns 3 metros observo adiante um exército alado,sorri de êxtase, olhei para traz e vi a mulher ainda sentada e com uma cara assustada, olhando para mim ela grita com todas as sua forças: 

- MATE-OS, DEATRUA-OS, ACABE COM A VIDA DESTES MISERAVEIS... 

Seus gritos eram apenas um dos desesperos que eu carregava... sim irei destruilos...  

Após inúmeras batalhas minhas mãos estavam enxarcadas de sangue, meu rosto estava imovel, mesmo coberto por foligem, restos mortais de deuses, eu estava bem, queria mais, "mais" era a palavra, depois de tanto lutar. 

Após alguns embates encontro uma deusa ajudando um garoto que havia caido em um poço, encostei lilith em sua garganta e indaguei de forma fria, 

- Uma deusa ajudando um humano em meio a uma guerra? 

- Por favor não me mate, estou tentando ajudar, sou uma deusa de cura e não uma guerreira, 

Olhei para o lado e o garoto estava salvo, olhei novamente para deusa e falei: 

- O que adianta salvar uma pessoa e matar todos os seus familiares: 

-Espere .... 

Antes que pudesse terminar cortei sua garganta, um rosto familiar, como um raio dourado me atacou por trás,  era ele... LUCKARIAN...

Capítulo 2 - Luz

Umas das minhas primeira missões era o de perseguir e matar um grupo de fugitivos humanos do palacio de diamante, não sou muito bom com caçadas, para falar a verdade não sou muito bom em lutas que ultilizem espadas, minha obrigação é o de prover a vida e não retira-la, eu sou Luckarian, e alguns me chamam de deus da vida.

No palácio onde vivo existem 3 pilares básicos de comando, o mais baixo é chamado Bestial, seres mais impulsivos que o comum, sua força é descomunal, concerteza não gosto deles, a segunda é a necromancer, são seres completamente diferentes de mim, eles são meio asquerosos e seu grande dom é a reanimação de corpos, e por último estão os paladinos, seres com dons extraordinários, dizem que um deus de primeira classe pode derrotar um exército com o brandir de sua espada celestial, geralmente ultilizam apenas magia para fins honrosos, como uma batalha por exemplo.

Como sou um paladino não tenho asas como meus irmãos, visto uma armadura cinza com detalhes dourados em meu capacete, minha espada é chamada de pyro.

Quando é nos dado a missão geralmente o grupo a descer na terra é de cinco deuses, para que a passagem seja segura um dos deuses prende o portal esperando o time voltar, caso isso não

aconteça ficamos presos na terra até determinadp periodo, ao chegarmos no local que foi dito encontramos os fugitivos, ao total eram sete humanos todas mulheres, uma mulher magra e alta estava segurando uma pá em suas mãos, parecia conversar com com outra mulher morena e seminua, ao lado esquerdo da caverna em uma parte escura, era uma criança com mais ou menos 9 anos de idade, uma criança estranha, seu olhar era um mar de desespero, vermelhos,  era como olhar para um ceifador de almas, deveria ser minha imaginação.

Disse em alto e bom som;

- Vocês humanos, estão presos pelo poder dos imortais,

Como se não fossemos nada nos atacaram com algumas pás e algumas armas improvisadas então não tive escolha senão machucar uma delas para dar de exemplos para as demais, um de meus homens cruzou sua espada na face de uma humana, o sangue jorrava como vinho em sendo jogado em um taça, foi que me venho a mente... porque... porque tinhamos que lutar contra humanos? As duas raças dependem uma da outra para sobreviver, e como eles pretendiam nos matar?

Para melhor e tendimento vou ser claro, o motuvo pelo qual humanos não poderem matar deuses é simplesmente porque o lugar de onde retiramos a força é do próprio humano, ou seja, humanos são a base de nossa imortalidade se acabarmos com eles será um com enfiar um punhal na própria barriga, não faz sentido, e se nós morrermos o mundo acaba, toda fonte de riqueza mundial vem de nossas bênçãos, então... porque?

antes que aquilo se transformasse em um banho de sangue, interrompi meus companheiros de atacarem e então dei um passo a frente,

- Não queremos machuca-las, apenas voltem ao castelo, você são propriedade do pai de todos!

Uma mulher que estava sentada em umas das pedras perto do garoto levanta rapidamente e grita,

-Jamais os renderemos, nunca mais voltaremos para aquele lugar horrível, você nos mantinham como suas escravas...

Antes que terminasse a frase correu em minha direção com seus punhos levantados, antes que chegasse mais perto não pude fazer nada, minhas mãos a atacaram involuntariamente, como pude ser tão descuidado, sua face agora estava esmagada e ensanguentada, antes que pudesse dizer alguma coisa o garoto gritou,

-Mamãe... mamãe, porque, porque... seus monstros sangue sugas, matarei vocês, todos vocês...

Um de meus homens rebateu a gritaria,

-Não ameace um deus garoto insolente, fecharei sua boca se não parar...

-Já chega, vocês vem comigo.

-Senhor, e quanto ao garoto?

Fiquei pensativo por um minuto, não poderia acabar com uma vida inocente por puro capricho, mesmo que fosse dono de tais olhos ameaçadores não posso fazer minha autoridade subir a cabeça, olhei para o garoto e disse as palavras que um dia eu me arrependeria.

-você deseja vingança criança? Quer matar os deuses por causa disso?

O garoto soluçando de tanto chorar engoliu o choro olhou para cima como uma cara destemida e disse sem pestanejar,

-Não, apenas você...

Virei minhas costas para o garoto,

-Então esta livre para formar sua vingança, humano!

Afinal, o que um garoto humano pode fazer comigo?

Levamos todas as mulheres de volta para o castelo através do portal, após tanto fazermos eu acho que merecia um pouco de descanso, mas apesar de tudo, eu ainda estava meio mal pelo que fizera com a mulher, enquanto passeava pelo jardim dos deuses, deitei pela grama e coloquei meus braços em cima de meu rosto., o Jardim era colossal, poderia até dizer que era a floresta mais bem vista em todo o mundo, era um dia quente, podia-se ouvir os pássaros cantando, após um tempo adormeci.

Quando acordei olhei a imagem mais bela que os olhos de alguém acostumado com a guerra poderia ter visto, era Aalis, uma deusa de primeira classe, porem seus poderes eram únicos e podiam curar quem quisessem, estava sentada a o meu lado com o corpo virado para frente e sua face virada para mim, como era bela, seus cabelos eram loiros e amarrados com uma fita azul, seus olhos eram dourados como o sol, levantei meus braços e acariciei seu rosto... sua pele era macia como seda.

Por mil anos protegi os Deuses, por mil anos queria desistir, sou um covarde, quando finalmente a guerra abateu Midgard, os novos deuses se aterrorizavam, indignaram-se, queriam a extinção dos humanos, até parece que poderiam...

Fomos mandados aos montes para terra, primeiro mandamos os Bestiais, depois os necromantes, por ultimo caso fosse necessário Paladinos, assim que chegamos a terra o portão tinha sido destruído e descobrimos o pior resultado possível, Midgard estava perdendo a guerra, Aalis desceu logo em seguida, porem seu cavalo foi abatido por uma flecha vermelha, era muito longe para correr até ela, mas não tinha duvidas ela era meu único motivo de vida, meu grande amor, corri durante dias para encontra-la, quando finalmente a achei estava sangrando, sua garganta tinha sido cortada, seu assassino vestia uma armadura negra com asas mais negras ainda, não era um deus, era um monstro de olhos vermelhos, sem pensar duas vezes saquei minha espada e voei até ale com estrema velocidade,

-Luckarian...

Ele me conhecia?

 

-Maldito, assassino maldito, cortarei sua cabeça por isso seu mostro!

Seu escudo defendeu meu golpe, desviando em seguida, fez um golpe direto com sua espada, por sorte meus pés já estavam no chão, inclinei-me a tempo de conseguir um contra golpe cruzado pela esquerda em direção ao seu estomago, mas era impossível, seu escudo era forte demais um ataque direto, não tive escolha.

-Blazh, me ajuda!

Uma aura branca rodeou minha espada, meu olhos tornaram-se a luz, agora eu podia prever seu movimentos, e seu escudo não mais me impediria.

O maldito olhou para mim de forma estranha e gritou,

-LUC, eu ordeno!

Sua espada estava curva e seus olhos agora eram vermelho escuro, era como olhar a um dragão cuspindo chamas, pela primeira vez tive medo de lutar contra alguém, mesmo que meu punhos estivessem tremendo, meus olhos ainda podiam ver seu movimentos, naquele momento estávamos a uns trinta metros um do outro, comecei a correr e monstro correu ainda mais rápido, assim como eu, ele sabia que aquele era o ultimo ataque... por mais que corrêssemos em alta velocidade e em um curto caminho era como se estivéssemos indo devagar... antes de chegarmos a menos de dez metros um do outro, uma luz forte me fez fechar os olhos, quando abri estava a cinco metro, quando dei por mim cruzamos nossas espadas em meio a batalha, porem o atrito foi tão forte que o ar ficara instável, aquela luz que havia me atrapalhado tão perto do objetivo vinha do céu, uma bola de fogo gigante, era como ver a lua caindo na terra, só que ao invés do branco, essa era vermelha e estava vindo em nossa direção, e em menos de um milésimo de segundo, tudo ficou escuro,

-será que estou morto?... Ele venceu a luta?... ou... fomos atingidos pela bola de fogo gigante?...

Capítulo 3 - A jornada começa

Quando acordei, assim como todos os dias, me deparei com os olhos cheios de lagrimas e minhas mãos estavam pálidas e meu corpo estava tremendo, havia duas respostas mínimas para isso, ou estava com medo ou estava empolgado com a nova escola, assim que levantei levei um susto quando coloquei meus pés no chão, ele estava gelado, procurei a meia que havia se perdido durante a noite, costumo dormir de meias, mas por uma razão que esta fora de meu alcance, sempre acordo sem ela, fiquei em pé e andei até a saída do meu quarto, o lugar era pequeno, não coloquei muitas coisas nele, pois ainda não tinha tempo para tal, ele tinha um armário onde colocava minhas roupas e uma gaveta grande onde guardo meu uniforme novo, três metros à esquerda tenho minha mesa de estudos, é bem pequena, mas da para ler algumas coisas, em cima dessa mesma mesa havia um pequeno anel, dourado com alguns dizeres na cor jade, também havia uma símbolo na extremidade do anel, duas letras V, de cor escura, na verdade eu o chamo de objeto da sorte, sempre que saio para lugares novos o utilizo na minha mão direita bem no dedo indicador, para falar a verdade só visitei dois lugares até hoje, o poço dos necromantes, e a fonte de Aalis, A ilha dos imortais é bem pequena se formos analisar.

Quando sai pela porta notei que estava meio frio, olhei para os dois lados, meu quarto é o do segundo andar em um corredor estreito, ele fica bem no meio, assim como o banheiro que da de frente para meu quarto, me encurvei e cruzei os braços, fiquei assim por um tempo, espirrei bem alto, fez até eco no corredor estreito, estiquei minha mão e abri a maçaneta do banheiro, ele era branco, às vezes isso incomodava meus olhos pela manhã, fiquei de frente para o espelho, e me observei por um tempo.

Não sou muito alto, um metro e setenta mais ou menos, tenho cabelos de cor escura, mas por um motivo que não sei explicar ultimamente ele tem ficado cada vez mais cinza, se pudesse indicar algo estranho no meu corpo seriam meus olhos, tenho heterocromia, ou seja, tenho olhos de cores diferentes, meu olho esquerdo é dourado, com alguns detalhes de verde claro e meu direito é cinza escuro, não sou muito fã dos meus olhos, então prefiro esconde-los, quando era pequeno, minha mãe sempre dizia para esconder meu olho dourado e não deixar que ninguém o veja, infelizmente sua cor é muito forte para lentes de contato, o que acaba sempre destacando o dourado mais ainda, então acabo tendo de usar um tapa olho por cima e caso alguém pergunte eu falo que é um problema com o olho e mudo de assunto, o que vem dando certo até hoje, assim que escovei meus dentes desci para tomar o meu café.

Quando desci as escadas sentei na cadeira e puxei o banco para frente, debrucei sobre a mesa, acordei com um tapa em minha cabeça,

-acorda garoto, já esta bem tarde para essa preguiça...

Era minha tia que estava gritando, uma moça surpreendentemente jovem com uns vinte e oito anos de idade, mas na verdade parecia ter uns vinte anos, era alta e com cabelos castanhos bem lisos com um encaracolado nas pontas,

- Okay, já estou acordado...

Estiquei minha mão para pegar a xicara de café que estava logo a minha frente,  levei um tapa novamente só que agora na palma da minha mão.

-antes de tocar no café não esqueça, sua primeira aula começa daqui a alguns dias, infelizmente na ilha não temos o costume de conversar com o povo lá de baixo, então antes de tudo...

Ela me deu um beliscão na bochecha e apertou,

-... Faça amizades...

Olhei para ela, depois para o café e o coloquei na boca,

-Tudo bem, tudo bem, agora pode parar...

Assim ela tirou a mão do meu rosto, Seu nome era Mira e seus olhos eram grandes e profundos, assim como a cor seus cabelos, ela também tinha olhos castanhos amendoados, mais por seu cabelo ser grande, uma das mechas sempre cobria um dos olhos o que a obrigava a soprar o cabelo sempre que estava fazendo ou carregando algo pesado.

Tomei meu café e voltei para o quarto, quando fechei a porta notei um caderno em cima da cama, aquele caderno era como um bloco de estudos, infelizmente aqui na ilha não temos o costume de nos comunicarmos com os seres lá de baixo, então antes de partir anotei o nome de todas as raças e suas especificações, podia distinguir somente com o olhar e descobrir a raça e dependendo de sua arma eu podia também descobrir sua classe, não era uma tarefa difícil.

Coloquei o livro em minha mochila, coloquei minhas roupas para longas caminhadas, uma calça azul, uma bota preta pequena, uma camisa Branca com capuz azul e desci novamente, quando olhei para minha tia ela estava sentada em uma cadeira de madeira de pernas cruzadas e com uma xicara na mão, coloquei a mão esquerda atrás da cabeça e falei com um pouco de vergonha,

-A... Acho que já vou indo então...

Ela levantou da cadeira me abraçou e falou de modo simplório em meu ouvido.

-Isso não é uma despedida, em três meses você estará de volta...

Colocou a xicara na mesa, olhou para mim e colocou suas mãos duas mãos em meus ombros e falou,

-Não se esqueça de duas coisas, primeiro, é raro alguém como nós descermos, então não se envergonhe caso alguém olhe para você, sua aparência é idêntica a deles então não vejo problema...

Antes que ela pudesse continuar falando comecei a andar em direção a porta de saída, antes que pudesse virar a maçaneta ela gritou,

-E segundo, não mostre seu olho esquerdo para ninguém..,

Olhei para traz e a vi mandando um beijo com as mãos, fiquei com o rosto um pouco vermelho, apesar de saber que ela é minha tia e morar com ela desde que tinha sete anos, não podia negar que ela era uma pessoa bonita, a classe da minha tia também não podia deixar mais claro o porque dela ter essa aparência, uma arqueira imortal tem lá suas qualidades, dizem que os arqueiros sempre são bonitos em aparência, o que não podia deixar de notar já que na ilha havia dois outros arqueiros, Jhacaster, era ruivo e vivia paquerando minha tia, o outro era Dalibor, já era de idade avançada e quando não estava perto fonte de Aalis, estava sentado dormindo em algum beco escuro da ilha.

Quando coloquei meu pé sobre a estrada estava animado, finalmente podia sair da ilha para ver o que acontece na terra, mas antes de tudo teria que andar até a ponte limitada, do outro lado da ilha, foi então que corri como se estivesse saindo de casa pela primeira vez, me sentia livre, claro, com uma mochila nas costas, segurei bem e ao chegar à cidade resolvi passar rápido sem conversar com ninguém, minha casa era a mais afastada da ilha, ela ficava especificamente ao norte, a cidade era pequena, mas podia ver o rosto de felicidade dos cidadãos daquele lugar, para minha surpresa estavam começando o festival dos deuses, era muito comum na cidade festas, mas aquela era especial, comemorava o nascimento do rei da ilha e também chamado de iniciador dos imortais, o grande Addy, comecei a prestar atenção nas decorações e quando dei por mim tinha esbarrado em um senhor alto com uma espada enorme em suas costas,

-Ei garoto, não olha por onde...

O cara olhou para mim com de meus pés até minhas cabeça, colocou uma de suas mãos no queixo e perguntou de forma bem suspeita,

-Você é sobrinho de Mira?

Levantei rapidamente peguei a mochila e a coloquei novamente em minhas costas, olhei para ele,

-Sim, sou sim...

-Ótimo, sou um amigo da sua tia, ela disse para te levar para o outro lado da ilha e te deixar lá em baixo,

-E como vamos fazer para irmos tão rápido até lá?

Ele olhou para mim e deu um sorriso de canto de boca, e assobiou olhando para cima, quando pude avistar, sobre os céus havia um ser enorme vermelho, com escamas e uma cabeça amedrontadora, Fui um passo para trás,

-Não fique assustado, ela não faz mal a ninguém, essa é Mithril.

Quando o animal aterrissou em terra firme pude ver melhor, não era assim tão assustador de perto, dragões são criaturas milenares e um pouco raros de se ver andando por ai, na antiguidade muitos cavaleiros enfrentavam essas criaturas, alguns até diziam ser animais mandados pelos deuses para punir os humanos, bobagem, seu rabo tem escamas afiadas como o de uma espada arcaica, sua força é incrível, ao total existem cerca de 50 espécies de dragões domesticados pelo reino, a Mithril parecia ser um dragão especializado em fogo, na verdade o mais comum dentre outros como gelo, poeira, veneno e até mesmo já ouvi falar em um de acido.

-Certo... Mais e agora?

-Suba no dragão.

-O que? Eu em cima de um dragão? ...

Não sei nem correr direito sem ter que esbarrar em alguém,

-Não vou não, prefiro usar meus... WOAH

Antes que pudesse completar a ele me pegou pelas alças da mochila e me jogou em cima de Mithril,

-Agarre-se aonde puder garoto...

Deitei sobre ela abracei fortemente seu longo pescoço, comecei a sentir o vento em meu rosto, assim que abri meus olhos estava tão acima da ilha dos imortais que podia sentir meu corpo gelar por inteiro, de cima pude ver a ilha flutuante, suas correntes gigantes que a ligam a terra, e as outras ilhas, podia ver a escola bem em baixo de mim.

-Olha lá Mithril, é aquela escola.

O dragão vermelho olhou para baixo encurvando seu corpo e assim dando um rasante a toda a velocidade, novamente meu corpo estava gelado, e agora que estava de cabeça para baixo apertei ainda mais o abraço.

-Ei vai com calma.

O dragão continuava com toda a velocidade em direção a terra, duraram mais ou menos uns 3 min até que pudesse chegar perto o suficiente da terra para saber que aquele seria o fim,

-Droga, eu não quero morrer hoje, dragão maldito,

Impulsionei sua cabeça e puxei com toda força que tinha me sobrado, o dragão parecia ter entendido o recado, assim que pousou cai de cima dele e desmaiei por alguns segundos.

Quando acordei senti algo húmido em minha face, era Mithril, ela estava me lambendo, tirei seu rosto da minha frente com as mãos e levantei, ainda sentado olhei para os dois lados, estávamos em campo aberto, totalmente verde, o vento batia no capim e o fazia quase se deitar sobre a terra, podia ouvir o som de alguns animais pequenos, principalmente o canto de alguns pássaros ao redor, quando olhei para cima pude observar a ilha dos imortais logo acima de mim, ela era gigante e, além disso, ainda podia ver seu vinculo com a terra, uma corrente prata gigante segurava o começo da ilha até a terra, terminando em uma encosta de frente pro mar, era como um balão em pleno ar, fiquei observando por alguns minutos.

Levantei e espreguicei-me, peguei a mochila em minhas costas e abri, por sorte não tivera sido amassado já que meus pertences eram roupas e meu caderno de anotações, no fundo havia uma corda especial dourada e muito fina, amarrei a corda entre o pescoço de Mithril e a puxei para perto, enquanto ela esta andando em minha direção notei que a parte de cima de cabeça entre os dois olhos tinha um símbolo arcaico antigo, em minhas pesquisas já observei algo parecido, era chamado de      Vatar, o que me deixou mais curioso, se o símbolo apareceu antes ou depois do voo.

Vatar é conhecido como o símbolo antigo da escuridão, geralmente escrita da cor preta, consiste em um desenho irregular parecido com uma torre e duas asas dos lados, o símbolo só ficou conhecido depois da ultima guerra entre os humanos e deuses, diziam que dava sorte para quem o carrega-se consigo, porém seus efeitos eram devastadores quando utilizado da maneira certa, o que é desconhecido até o momento.

-Vamos sair de campo aberto, estamos apenas a algumas horas da escola, vamos.

A escola estava bem visível para nós, porem teríamos de passar pela floresta, aos arredores da escola, em um circulo de 30 quilômetros, não havia animais perigosos para se preocupar, fiquei aliviado por estudar tanto antes de descer até aqui.

Os dragões não podem voar com um passageiro humano por muito tempo em suas costas, Mithril ainda era muito nova para esse fardo, decidi então andar até lá, afinal de contas ainda era tempo, e queria ver a terra mais de perto, tenho uma memória muito boa para mapas e sabia que estávamos do lado leste da escola, para chegarmos teríamos que passar pela floresta, atravessar uma cidade comercial chamada Tyr e depois uma ponte, assim chegaremos aos portões leste que separa a escola do resto do mundo.

Já estávamos andando há algumas horas em meio a todo aquele verde, não sou acostumado a andar tanto, já estava suando e meu cabelo estava grudando na minha testa, quando não aguentei mais andar quando sentei sobre a sombra de uma arvores, essa parte da floresta era meio escura, pelo mapa já estávamos a um terço do fim da floresta, Mithril deitou-se do lado esquerdo recostando a cabeça perto da minha perna, fechei os olhos por um segundo, mais antes de dormir na ilha tínhamos o costume de comer alguma coisa antes de deitar, porem tinha esquecido de trazer comida, pensei que estaríamos perto da escola, se esse maldito dragão não tivesse ficado louco poderíamos pousar dentro da escola, o que pouparia bastante tempo, agora era tarde, olhei ao redor e vi muitas coisas que poderiam ser aproveitadas, como sementes e outras coisas, a biblioteca da ilha era gigante e continha muitas observações, principalmente sobre plantas, frutas e sementes, graças a isso posso dizer que sou muito bom com observações, levantei na mesma hora e decidi que era melhor começar a caçar comida, o caminho era longo até a escola, comecei a andar de um lado para o outro da trilha, resolvi sair um pouco dela e caminhar entre as arvores, em uma pequena caminhada percebi que havia mais alguém, atrás da arvore onde estava descansando.

Foi com um pouco de susto, era uma garota sentada com seus pés esticados, seus olhos estavam fechados, tinha aparência criança de 14 anos, seus cabelos eram brancos e longos, parecia neve quando encostado no chão, sua pele ela de uma cor bem clara, seus sapatos eram rosas, uma meia grande cobria boa parte da sua perna, apenas dando para observar um pouco de pele antes de chegar a um vestido rodado com detalhes brancos, atrás carregava uma capa da cor azul claro com capuz, parecia uma boneca de pano sentada, a olhei por alguns segundos, como era possível existir algo tão delicado, depois de um tempo fiquei meio vermelho e pensei:

-Será que ela esta bem?

Mithril que agora tinha acordado levantou e deu a volta na arvore, chegou mais perto e cheirou seu rosto, fiquei mais atrás pensando como aquilo era meio constrangedor, corri e peguei novamente a corda que estava no chão, puxei-a novamente, porem dessa vez ela não me seguiu e ficou parada, puxei com mais força ainda,

-Venha logo, não incomode os outros...

Quando Mithril virou para obedecer minha ordem um pequeno ladrãozinho roubava meu caderno de anotações que havia caído no chão quando corri, era um ser minúsculo, de mais ou menos uns 50 centímetros, verde e olhos grandes, soltei Mitrhil e corri atrás da meu livro, caso o perde-se, seria o fim:

-Volte aqui seu pequeno ladrão, gritei bem alto.

A criaturazinha correu para detrás da garota dormindo, enquanto corria em sua direção a pequena criatura, tropecei em uma pedra solta, e cai sobre a garota beijando seu rosto dormente.

Mithril de maneira rápida impediu o movimento de fuga do pequeno ladão com sua enorme pata, a garota abriu seus olhos me empurrou para cima, levantou sua mão direita e me deu um tapa no rosto, cai uns três centímetro para trás, assim que levantou olhou para mim com rosto totalmente vermelho,

-Seu tarado.

-Ei, eu não tive culpa, foi um...

Minha mão parecia queimar por dentro, quando a levantei rapidamente e um símbolo estranho parecia aparecer na palma da minha mão, era a mesma sensação de me marcar com ferro quente,

-O que é isso?

-Você é um tarado sem escrúpulos, vou te matar.

Olhei para ela novamente,

-Calma, Calma, não foi por querer? Ainda sentado graças ao tapa, coloquei minha mão na parte detrás da cabeça e me apoiei com a outra, dei uma risada meio estranha e constrangedora.

-Vou matar você tarado.

Ela retirou de suas coisas uma lamina totalmente branda e fina, apontou a lamina para minha cara e falou em voz alta.

-Insetos devem morrer!

Antes que ela pode-se acertar minha face coloque a mão direita e fiz um sinal de pare.

-Calma, Calma.

Esperei algum tempo de olhos fechados esperando pelo pior, após alguns segundos parado com o braço esticado e com a mão aberta em sinal de pare, notei que ela agora estava quieta e com os braços abaixados, mesmo sua lamina agora estava no chão, ela então ajoelhou-se e falou de modo assustado:

-Esse símbolo, o que ele quer dizer?

-Símbolo?

Lembrei-me agora do arder de agora a pouco, antes que pudesse checar o símbolo, ela de modo estranho juntou suas duas mãos e as fechou, como se fosse rezar ou algo assim.

-Você é um imortal?

Antes mesmo da resposta ela olhou para traz de mim e viu Mithril, Com um grande e estranho sorriso ela correu passando por mim e subiu em cima de Mithril e o abraçou, parecia feliz de encontrar um dragão, não entendi, seus olhos da cor purpura brilhavam, foi então que notei uma coisa estranha, esses olhos, essa roupa, e esse cabelo não deixava duvidas, tinha encontrado uma Healer.

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Tag der Veröffentlichung: 05.05.2014

Alle Rechte vorbehalten

Widmung:
A todos os meus amigos!

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